Do desprezo ao amor - parte 1
Bom, pessoal. Meu nome é Felipe, eu tenho 1,79 m de altura, sou loiro, olhos azuis, tenho um corpo legal. Apesar de não fazer academia, sou bem "fortinho" e com corpo definido, rs.
Quando eu tinha 17 anos, estava no último ano do ensino médio e também terminando um curso técnico em informática, eu conheci um garoto, nosso relacionamento no começo foi bem frio e distante, mas isso mudou drasticamente!
Naquele ano eu tinha que fazer um Trabalho de Conclusão de Curso para o curso técnico, o trabalho teria que ser desenvolvido durante todo o último semestre (foi no segundo semestre de 2012), e seria feito em duplas.
Logo no começo do semestre, já tivemos que formar as duplas para começar o trabalho. E eu, com todo o meu azar, fiquei sem dupla, pois todos os meus amigos se juntaram e eu fiquei sobrando. Por esse motivo o professor se sentiu livre para escolher a minha dupla. Bem, ele escolheu um garoto bem parecido comigo, chamado Lucas. Ele tinha o mesmo físico e praticamente mesma altura, só tinha os cabelos pretos.
Eu não fiquei nada feliz. Aquele garoto me ignorava desde o começo do curso. Nunca conversou comigo e sempre virava a cara quando nossos olhares se encontravam. Eu achava ele muito lindo, com aqueles olhos num tom castanho claro. Mas, ao mesmo tempo eu desprezava ele, é complicado explicar. Nós nunca tínhamos conversado, porém, não nos gostávamos.
Um dos meus amigos, que sabia que eu não ia com a cara do Lucas, deu uma risadinha quando o professor anunciou sua decisão de me juntar com ele.
Não tive como recusar, afinal, nós dois éramos os únicos que não tínhamos duplas ainda. O Lucas também tinha vários amigos e amigas, mas ele ficou na mesma situação que eu.
Ele não demonstrou ânimo algum com aquilo, mas não protestou! E eu também fiquei quieto, afinal era uma chance de passar muito tempo ao lado de um dos garotos que mais me chamavam a atenção naquela sala, meeeesmo sendo um dos que menos me davam atenção.
Naquele dia eu não sabia se me sentia revoltado ou feliz, porque apesar de achar o Lucas lindo, eu queria fazer o trabalho com algum amigo meu, onde teria uma convivência melhor.
Não conversei com o Lucas naquele dia. Simplesmente continuamos agindo como se não tivéssemos motivos para ser amigos. É claro que eu sabia que eu teria que mudar minha atitude mais cedo ou mais tarde.
O ensino médio era de manhã, e o técnico era de tarde, o que me deixava com apenas o período da noite livre durante a semana. Naquele mesmo dia, quando cheguei em casa, minha mãe não estava. Imaginei que ela teria ido ao mercado.
Éramos apenas eu e minha mãe. Fui filho único e meu pai morreu em um acidente de carro quando eu tinha 13 anos. Detalhes sobre o acidente são desnecessários.
Deixei minha mochila sobre a minha cama, tirei a roupa e fui tomar um banho. Pensei apenas no Lucas durante o banho. Ele era um bom aluno, o único problema era o jeito dele me tratar.
Ouvi minha mãe chegando enquanto eu tomava banho. O nome dela é Juliana.
Quando sai do banho alguns minutos mais tarde, eu me agasalhei bem, estávamos na primeira semana de agosto, mas ainda fazia muito frio.
Fui até a cozinha e encontrei minha mãe no fogão. Ela estava tão distraída que nem me percebeu entrando na cozinha.
Felipe: Mãe.
Juliana: Oi filho. Tudo bem? Como foi seu dia?
Ela se aproximou e me deu um beijo.
Felipe: Bem. Mas eu vou ter que fazer meu tcc com um garoto que eu não gosto.
Juliana: Por que você não gosta dele?
Felipe: Ele me ignora, vira a cara quando olho pra ele...
Juliana: Talvez seja difícil pra ele fazer uma amizade. Ou talvez ele tenha alguma admiração por você que o faz sentir-se intimidado com sua presença.
Como sempre, minha mãe tinha uma resposta maluca. Ela é psicóloga. E só de observar meu comportamento ela tinha desconfiado que eu era gay, mas talvez isso seja mais intuição de mãe. Não sou afeminado nem nada, mas nunca dei bola pra nenhuma menina e tantas outras coisas.
Felipe: Quer dizer que ele é gay?
Juliana: Não quero dizer nada. É uma possibilidade, mas mesmo que eu esteja certa, não quer dizer que ele é gay. Ele pode apenas ser tímido demais.
Felipe: Vamos ver...
Juliana: Quero conhecer esse garoto. Se tiver oportunidade, traz ele aqui.
Fiz que sim com a cabeça. Era claro que eu teria oportunidades pra isso. Ainda mais se eu fizesse uma boa amizade com ele.
Não conversamos mais sobre o Lucas, minha mãe nem perguntou o nome dele. Mas eu deixei pra lá. Nós jantamos, eu ajudei ela a arrumar a cozinha e depois ficamos juntos na sala assistindo TV até ela levantar e ir pra cama. Eu sempre ficava um pouco mais e só depois ia pra minha cama.
Enfim, ainda era terça feira, e na quarta eu cheguei no curso determinado a fazer amizade com o Lucas. Entrei na sala e vi ele sentado na sua carteira. Deixei minha mochila no meu lugar e andei até ele. Me sentei na carteira da frente, mas me virei e fiquei de frente pra ele.
Felipe: Oi.
Lucas: Oi.
Ele tinha uma voz grossa bem sensual, kkk.
Felipe: Quando quer começar o trabalho?
Lucas: Não sei, decide você.
Felipe: Bom, a maior parte dele vamos ter que fazer fora do horário de aula. Na minha casa, ou na sua.
Ele fez que sim com a cabeça. Ele não estava sendo chato, só tímido. Percebi que ia ser difícil me tornar bom amigo dele.
Ficamos um tempo em silêncio, e ele disse:
Lucas: Me passa seu celular? Caso eu precise falar com vc.
Eu passei meu celular pra ele e ele me passou o dele. Foi com isso que eu consegui quebrar um pouco a timidez dele, pois começamos a trocar mensagens. No começo eram todas sobre o trabalho. E assim ficou por alguns dias. Nossa "amizade" se resumia a conversar sobre o trabalho.Na sexta feira da outra semana, nós combinamos que ele iria na minha casa depois do curso, pra começarmos a parte prática do trabalho (nosso curso era de informática - programação - desenvolvimento de sistemas).
Fomos quase todo o caminho sem conversar. Às vezes ele falava alguma coisa. Era perceptível que ambos estávamos procurando algo que rendesse uma longa conversa.
Chegamos em casa sem termos essa longa conversa. Eu apresentei ele à minha mãe. Ela ainda não sabia que o Lucas era o garoto que eu tinha falado pra ela. Então eu só dei uma dica:
Felipe: Esse é o Lucas, ele vai fazer o trabalho comigo.
Ela agiu como se aquela informação fosse inútil.
Juliana: Prazer, Lucas. Você vai dormir aqui hoje?
Ele ficou meio sem jeito, e estranhei ele ficar vermelho também.
Lucas: Acho que não.
Minha mãe deu risada.
Juliana: Por que não? Dorme sim! Liga pros seus pais, quer que eu ligue?
Ela saiu da cozinha e ele me olhou, eu falei sussurrando: "ela é assim mesmo".
Lucas: Se importa se eu dormir aqui?
Ele era muito fofo. Sempre me fazia perguntas como: "isso te incomoda?", "se importa se eu fizer assim?", "me deixa mudar isso?". Não que eu queira mandar em tudo, mas ele parecia se importar com o meu bem estar, e eu achava isso fofo, kkk.
Felipe: Claro que não. Pode ficar sem problemas.
Minha mãe voltou com o telefone na mão.
Juliana: Qual o número dos seus pais?
Lucas: Deixa, eu ligo.
Juliana: Não, não. Vocês vão organizar o trabalho. Eu ligo pros seus pais.
Lucas: Ok.
Juliana: Eu chamo quando terminar de preparar o jantar.
Felipe: Ok.
A mochila do Lucas estava em cima de uma cadeira, eu a peguei e levei. Ele tentou segura-la e eu disse: deixa, eu levo.
Nos entreolhamos por um momento e ele soltou a mochila e me acompanhou.
Quando chegamos ao meu quarto, ele perguntou:
Lucas: Sua mãe é psicóloga e está em casa a essa hora?
Felipe: Hoje sim. Por que?
Lucas: É que geralmente médicos ficam no consultório até tarde por causa das consultas.
Felipe: Minha mãe só fica em dia de muitas consultas. Eu sei que hoje ela só teve até as cinco horas.
Lucas: Entendi.
Naquele dia não estava frio. Até que estava calor. Eu tirei meu tênis ao entra no quarto, as meias e mais nada. Estava abafado e eu abri a janela.
Lucas: Posso fazer uma pergunta?
Felipe: Claro.
Lucas: Você namora?
Felipe: Não.
Lucas: Ficando com alguém?
Felipe: Não.
Lucas: Já namorou alguém?
Felipe: Não.
Lucas: Eu também não.
Bem, acho que foi nesse dia que eu comecei a gostar de verdade do Lucas, não apenas do corpo, mas dele como um todo.
Depois de jantarmos e voltarmos ao meu quarto, eu me arrependi de ter aberto a janela. Se eu tivesse deixado ela fechada, meu quaro continuaria abafado e talvez o Lucas acabasse tirando a camisa. Coisa que eu queria ver acontecer. Nunca tinha visto ele sem camisa.
Bem, eu tentei fechar a janela com o pretexto de que pernilongos entrariam com ela aberta. Mas o Lucas não tirou a camisa em momento algum.
O único momento que eu achei que ele ia tirar, foi antes de dormir, quando ele foi tirar o uniforme da escola e botar uma roupa pra dormir. Mas eu não vi a cena porque ele foi ao banheiro pra se trocar. E voltou já trocado. Nem pra dormir ele tirou a camisa. Eu tirei a minha, na tentativa de faze-lo se sentir mais a vontade e tirar também, mas não deu certo.
Apagamos a luz e deitamos, minha cama era de casal, mas ele dormiu numa cama separada, claro.
Meu próximo objetivo seria faze-lo tirar a camisa, kkkkkkk. E eu estava determinado a conseguir.