Prólogo (Capítulo 01) - Gritos e sorte.

Conto de Fagner como (Seguir)

Parte da série Uma cidade chamada Oregon.

Há anos em que a população de Oregon, uma pacata cidadezinha, não era a mesma. O Outono trazia consigo uma rajada forte de vento numa tempestade de folhas, que mais parecia uma batalha contra a chegada do inverno. Mas de nada adiantou, de tanto lutar se enfraqueceu, perdeu a beleza e então se retirou como um derrotado de roupas brancas e rasgadas, sujas de lama. Pouco se deu para notar sua presença.

Para Anthony não importava. O Outono era só uma estação assim como as outras. Ele não se lembra de não ter que trabalhar no Outono, nem em qualquer estação. Em todas, ele continuava com a mesma rotina. Então de quê isso lhe importava?

-Thony...

Era a forma como sua chefe o chamava. Mulher de classe, dona de um dos maiores jornais da capital, bem reconhecida pela mídia. Aparentava ter trinta anos, embora já passasse dos cinquenta e três.

-Chamou?

O jovem Anthony de vinte e três anos dirige toda sua atenção para a chefe. Ele é belo e ela não nega isso, vivia pedindo favores para o rapaz. Em pouco tempo Thony se tornara o queridinho de Eva. É esse o nome da mulher de classe.

-Sim Thony, te chamei. Preciso de você urgente para cobrir um caso em Oregon.

-Oregon?

-Sim, descobri relatos de um mistério na cidade que podem trazer bons lucros para o Jornal, e se você se sair bem, terá um cargo em que não precisará cobrir matéria alguma.

A matéria não era do agrado do jovem repórter, mas a proposta de mudança de cargo, o fez pensar duas vezes.

-E quando começo?

-Sem pressa e sem pressão, mas amanhã mesmo você já sai daqui com uma equipe nova. Sua equipe oficial vai cobrir outra matéria e eu escolhi você para me trazer tudo que tem naquela cidade que não sabemos. Por isso quero que você estude tudo sobre tal, para não dar bobeira. Entendeu?

As palavras seguras da chefe, faziam de Thony um bom observador.

-Sim claro. Só mais uma coisa Eva, o que exatamente iremos cobrir?

Ela sorri.

-Uma pequena história, pesquise e descubra. Faça o seu melhor.

A chefe sai, o deixando um pouco apreensivo. Mas para quem está começando a carreira agora, tudo que envolva subir no meio profissional, se torna bem vindo.

[Jullia]

Num certo canto da empresa, um pessoal ria. Se divertiam com as piadas de um senhor.

-Gente, estou ansiosa demais para essa matéria. Só espero que o repórter não seja um chato.

A linda moça se aventurava nas palavras, talvez sua última matéria não tivesse sido uma das melhores. Talvez detestasse seu emprego, ou quisesse um tempo livre, ou não quisesse nada.

Enquanto a chuva caía, as paredes de vidro davam uma bela vista de toda a cidade, mas quem se importava com isso? Eles estão trabalhando, não tem tempo para observar a beleza da água que cai do céu.

A luz emanada por raios fortes, davam ao céu escuro uma beleza incomum. Poderia até ser uma boa matéria, se isso não acontecesse sempre, se a chuva não caísse sempre.

O grupo que antes ria, agora separado estava. Cada um em sua devida função esperando as ordens da bela mulher de classe.

Capítulo 1 - Gritos e sorte.

-Por favor pare, não faça isso. Eu te pago, te dou quanto dinheiro quiser. É dinheiro que você quer?

A agonia do homem só tornava as coisas piores. Aquilo que o estava atacando, não queria dinheiro, ele tinha fome. E o homem era sua refeição.

Amarrado nu , deitado e de barriga para baixo, ele gritava. Em vão, ele não tinha forças contra aquilo que estava sobre ele. A criatura tentava penetra-lo, ele gritava mais.

Com um soco a criatura o desmaia, deixando assim o silêncio no ar enquanto seu membro o penetra.

A estranha criatura agora era quem gritava, porém numa sensação de prazer. O sexo forçado contra um policial de trinta e quatro anos amarrado e desmaiado nu, numa espécie de cama.

Os gritos da estranha criatura, o faziam penetrar o homem mais e mais forte, até que num urro ela goza satisfeita com o sexo que acabou de ter. Seu membro sujo de sangue e ainda ereto pedia por mais, porém ele queria que o homem sentisse, então tentou acordá-lo.

Com um líquido, que parecia ser álcool o homem desperta sonolento e com muita dor.

Aquela sensação de prazer ainda estava presente na estranha criatura. Com as mãos ele abre a boca do policial, fazendo-o limpar seu membro ainda duro. O homem sentia nojo, mas era forçado a engolir tudo aquilo que saía do membro da criatura.

Na porta do quartinho escuro, outros espiavam a cena e riam. Pareciam crianças, mas não crianças normais. Eles estavam se divertindo com a cena, e a reproduziam entre si. Tudo muito estranho, eles não tinham aparência de uma pessoa normal, não falavam, apenas gesticulavam, e assim se entendiam.

A criatura maior, dentro do quartinho, agora se deliciava com a boca do policial em seu membro. Ao soltar mais um grito, anunciou seu gozo. A boca do policial é preenchida com um líquido grosso e de odor forte, ele cospe sentindo nojo de si mesmo. Mas é surpreendido por outro soco em seu rosto, o fazendo sangrar ainda mais.

As forças de alguém que luta pelo zelo da cidade e de seus habitantes , havia ido embora nas mãos daquele monstro.

O machado na parede já mostrava qual seria o fim do policial, e assim o fez. A criatura corta sua cabeça com apenas um golpe. Os que estavam de fora riam da situação.

Antes de morrer, o policial sorri para o lado, fazendo assim seu último gesto nobre para um rapaz algemado, que esteve presente em toda a cena e que agora também já sabia seu fim...

[Anthony]

-Bom pessoal, esse é o Smith. Como vamos ficar na cidade por um bom tempo, vamos precisar de um guia, e ele é perfeito para isso.

O rapaz se destacava por seu espírito de liderança, e ele era mesmo o líder da equipe, assim exercia bem o papel.

Com tudo pronto, o grupo sai em sua nova jornada.

Um repórter, uma assistente, dois câmeras, uma escrivã e um guia.

Seis pessoas, um destino. Oregon.

-Como vocês imaginam que deve ser essa cidade? -A escrivã negra de olhos cor da terra fazia as perguntas enquanto anotava todos os detalhes, quaisquer fosse.

-Eu acho que deve ser um lugar bem caipira, com histórias de lobisomens, chupa cabras, essas coisas. -Câmera ligada o jovem filmava a jornada do grupo.

-Eu penso que deve ser guardado pelo governo. Eu particularmente nunca ouvi falar de Oregon. -O outro câmera ria.

-Como nunca ouviu? -A barba ameaçadora e ruiva do guia, dava um pouco de medo de olhar em seus olhos. -Então vocês não sabem a história de Oregon? -Ele acelera o carro.

-Não...- Thony parecia apreensivo. -Tudo que achei na net, não me ajudou em nada.

O guia sorri.

-Bom, Oregon já fui uma cidade famosa há muito tempo por conta de suas usinas. Só que algo aconteceu inesperadamente para os moradores. Essas usinas eram nucleares, e liberavam um gás mutagênico, mas eles continham o gás . Bom, pensava-se que havia como conter, porém o funcionário que cuidava disso, esqueceu uma das válvulas abertas e foi para casa. Embora o gás demorasse a sair, a válvula ficou a noite inteira aberta, o que resultou numa mutação nos moradores da cidade. Eles estavam dormindo, e em uma reação estranha, quando a cidade inteira acordou, eles não lembravam de amigos, de família, de ninguém. Simplesmente tinham perdido a consciência de tudo. Por não se lembrarem de nada, tornaram-se carnívoros, comiam qualquer carne que viam pela frente. No começo eles comiam as carnes dos mercados, mas logo acabou, então praticaram canibalismo entre si e só os mais fortes sobreviveram.

Mas isso foi há bastante tempo. Hoje a cidade é abandonada e só quem a conhece ou já esteve nela no passado,que sabe de sua existência. Não se preocupem, existem conteúdos na cidade que vão surpreender vocês.

A história estranha do guia, dava um recuo para a equipe. Mas Thony estava decidido, queria sua promoção.

-É apenas uma história galera. A cidade está abandonada, não há nada lá.

-Assim espero.

A assistente ruiva chamada Jullia, agora era quem falava.

-Então Anthony, como foi escalado para essa matéria?

-Bom, a Eva foi até mim e me chamou.

Ela sorri, talvez com raiva, ou por delicadeza.

Quatro horas depois do início, já próximo a Oregon, uma pequena chuva começa a cair.

-Pessoal, já estamos próximos a Oregon, mas é o seguinte; Não dá para seguir por aqui com o carro, a estrada é de terra e com essa chuva, cem por cento de chance de ficarmos atolados. Ou deixamos o carro aqui e seguimos a pé e amanhã pegamos o restante dos equipamentos, ou passamos a noite no carro desse jeito, apertados.

A equipe não gostou nada das palavras do guia, mas ele sabe o que faz.

-Não dá para passarmos mesmo?

-Não, não dá senhor Anthony. Ou vamos a pé, ou ficamos aqui.

-Tudo bem.

Thony por ser o líder da equipe, teria que tomar a decisão.

-Então vamos a pé e amanhã pegamos o restante das coisas. Vamos levar apenas as câmeras, um bloco eletrônico de anotações, uns sacos de dormir e alimentos.

-O senhor quem manda capitão- O guia brinca.

-Peguem suas capas e vamos.

Assim fizeram. Na chuva a equipe sai do carro e segue em direção a entrada de Oregon.

-Lama, muita lama.-O câmera reclamava e filmava tudo.

-Você queria o quê Carl? Estamos no meio da chuva. -A escrivã de nome Lucinda responde.

Trinta minutos a pé e logo avistaram a placa que deseja as boas vindas a cidade.

-Ao menos estamos sendo bem recebidos. -O guia zomba.

Todos olham para o mesmo.

-Como vamos passar por essa cerca Thony? -Pergunta Lucinda.

A cidade estava cercada, impedia a entrada de qualquer pessoa ou animal. A cerca era forte, eletrificada.

-Vamos ter que arrebentar.-O segundo câmera diz.

-Não ... -Diz o guia. -A cerca é eletrificada.

Jullia pega um pedaço de metal no chão e joga na cerca. As faíscas iluminam todo o local.

-Realmente isso dá choque. -Diz Thony.

A equipe se encontra numa situação difícil, mais uma vez Thony por ser o líder teria que tomar a decisão correta para tal ação.

-Não Acredito que aquela vaca da Eva fez isso. -Grita Carl. -Como vamos entrar nessa porra?

Um barulho ensurdecedor toma conta do local, como se umas alavancas fossem destravadas. Então o portão que se encontra do outro lado é aberto.

-Foi mais fácil que pensei.-O Câmera brinca.

A equipe se dirige para o portão. Quando Thony é segurado pelo braço.

-Não acha que isso é loucura? -Lucinda pergunta segurando em seu braço. -Não sabemos nada sobre essa cidade Thony.

-Bom, estamos aqui para saber o que não sabemos. -Thony sorri.

-E quanto a história que o guia contou?

-Vocês não vem? -Grita Jullia de frente para o portão.

-Estamos indo. -Thony responde. -Fique tranquila Lucinda, nada vai acontecer. A história é só isso, uma história. -Ele sorri novamente.

Os dois seguem rumo aos outros.

Ao chegar em frente a cidade se surpreendem com o local, a terra que agora era lama dificultava os passos. Carros novos estavam vazios, abandonados, tomados pela poeira que molhada pela chuva, grudava cada vez mais forte.

-Vamos logo, temos que achar um local seguro para dormirmos.-Thony lidera.

Andando pelo asfalto coberto por lama, eles entram no primeiro casebre que encontram. Um local que um dia ja foi aconchegante, e que hoje só se encontra os móveis e nada mais.

-Vamos limpar o local e já aproveitamos para descansar um pouco.

Thony segue liderando a equipe. Todos limpam o cômodo onde se acomodariam, o que parecia uma sala, agora se tornara quarto. Quando tudo parece estar limpo, novamente o barulho ensurdecedor se é ouvido. Dessa vez a equipe observa pela janela, e num movimento lento, o portão, outrora única passagem, se fecha totalmente.

-Que diabos é isso? -Carl grita irritado. -Como vamos pegar o restante das coisas amanhã?

A equipe num momento se desespera.

-Calma gente, pode ser que a cerca tenha um sistema que a desligue. Amanhã cedo podemos sair a procura, daí dividimos a equipe em duas, e quem achar o sistema primeiro, comunica a outra. -Lucinda se pronuncia.

Todos concordam.

-Vamos esperar até amanhã. É melhor a gente dormir. -Thony diz.

E assim segue, a equipe se deita.

Num outro canto da cidade, dentro de um quartinho, onde outrora o policial foi morto. Um rapaz observa o corpo do mesmo e se desespera ao vê-lo sem cabeça. Sabendo que aquele seria o seu fim, o jovem começa a se debater com as correntes que o algemam.

Alguém entra no quarto. Com o rosto desfigurado, esse alguém olha para o jovem e começa a rir enquanto tenta puxar o corpo do policial para fora. O rapaz tenta gritar, mas a mordaça em sua boca o impede. A criatura dessa vez pequena e de mãos grandes arrasta com um pouco de dificuldade o corpo do policial. O jovem se esforça mais uma vez, porém em vão , as lágrimas já escorrem de seus olhos e suas forças se esgotam.

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Oi Pessoal, eu sou o Fagner e cá estou escrevendo uma série um tanto diferente. Baseando-me em filmes e histórias contadas, resolvi inovar, postando aqui os capítulos dessa emocionante aventura de Thony e sua equipe. Um misto de terror suspense e coragem. Rsrs.

Espero que gostem. E se gostarem, por favor, comentem. Isso é muito importante para quem escreve, e é sempre bom responder os comentários 😊💖 .

Vale sugestões e toda crítica é bem vinda. Um abraço.

Comentários

Há 5 comentários.

Por thsereno em 2015-12-18 00:52:27
Adorei o clima de suspense! hahaha. Sempre bom ter umas coisas diferentes, e juntando com um gênero que eu amo.
Por luan silva em 2015-12-04 00:40:37
O titulo me chamou bastante a atenção e confesso q gostei muito do primeiro capitulo, gostei dessa diferença q vc propos e com certeza irei acomphar sua serie. PS.: mega ansioso pelo proximo.
Por Nickkcesar em 2015-12-03 21:27:15
Eu não gosto de nada que inclua terror ou suspense ... But eu gostei dessa série kkkkkkkkkk, então vamos esperar pra ver oq vai acontecer né
Por Luã em 2015-12-03 17:45:37
Um conto de suspense! Meu, isso é demais! Adorei o clima tenso, os "monstros" agonizantes, as cenas que parece ser de um filme de terror de verdade. Já prendeu minha atenção, Fagner! Bem vindo ao site (:
Por edward em 2015-12-03 16:48:07
Adoreiiii o começo Fagner,mas e air vai ter um casal Love ou não? A Bjs esperando o próximo capítulo.