Nada, além de sonhos. -Segunda feira-

Conto de Fagner como (Seguir)

Parte da série Nada, além de sonhos.

Hey amores, cá estou. Decidi escrever isso, me baseando no livro/filme "Cidades de papel".

Os capítulos serão postados entre dois ou três dias, mas funcionará da seguinte forma: Serão dez capítulos, cada capítulo vai contar um dia da semana. Ex: Esse é o primeiro capítulo , então vai contar o que aconteceu na segunda feira, e assim sucessivamente.

Já deixo a ciência de que não é um romance estudantil, por mais que pareça, não é, tive que usar essa parte, para mostrar o que houve durante os anos no colegial e também para dar início. Mas com o desenrolar da historia, vocês vão perceber que não se trata apenas disso.. Bom espero que gostem 😊.

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Eu queria apenas ser ouvido, mostrar que eu tenho opinião própria, não é só porque tenho doze anos que eu seja um completo dependente. Eu não sei me virar sozinho, isso é fato. Mas eu sei quando quero algo. E nesse caso eu queria muito voltar para a antiga vida, minha antiga escola, meus amigos, minha casa. Eu sentia falta de tudo isso. Mas logo você se acostuma, e nada melhor para te fazer acostumar, que uma boa amizade.

Meu nome é Binho, tenho doze anos e estava odiando essa mudança. Cidade nova, pessoas novas, tudo que eu mais odiava. Não queria nada novo, apenas minha antiga vida de volta.

Bom, me mudei há pouco tempo para Holdville, cidade essa que não há muito o que fazer. Mas como eu disse, uma bela amizade resolveria isso em questão de poucos dias, e foi o que aconteceu...

-Olha Binho, não somos os únicos de mudança pra cá.-Dizia minha mãe sorrindo e apontando para uma casa onde havia um caminhão de mudanças-.

-Nossa, que beleza.- Típico pré-adolescente revoltado, podiam me chamar assim. Afinal, eu estava odiando tudo aquilo-.

Por coincidência as pessoas que também estavam de mudança, morariam há poucos metros de nós. Na mesma rua, o que nos dividia eram duas casas.

-Fique animado Binho, você vai gostar disso. Aqui eu posso te ensinar a dirigir sem medo.-Meu pai dizia tentando me animar, enquanto dirigia-

-Josh, você não pode ensiná-lo a dirigir.

-Fique calma Thereza, eu tomarei cuidado amor. Chegamos.

E ao ouvir "Chegamos" eu quis desistir de tudo aquilo, jogar meus pais para fora do carro, e dirigir de volta até a antiga casa. Mas foi bem o contrário disso, eu apenas desci do carro e me sentei na calçada, aquilo não poderia ficar pior...

Palavras ditas e feitas, na segunda semana tudo ficou pior. Eu teria que estudar numa escola onde não conhecia ninguém, onde ninguém me conhecia. E definitivamente, minha vida se tornaria um tédio.

-Pronto meu bem, boa aula- Ela me beija no rosto enquanto vários moleques me olham e dão risadas.

Eu já era motivo de piada. Já me tachavam como o "queridinho da mamãe " e para alguém com doze anos, esse é o pior dos insultos. Não demora muito até que um grupo de moleques não tão moleques assim, vão me dar as boas vindas, que de "boas" não tinham nada.

Como você se sente impotente quando não tem ninguém para confiar, não tem ninguém para brigar com você. Na outra escola eu era popular, os mais novos tinham medo de mim, e eu me orgulhava disso, mas nessa nova escola eu senti o medo que eles sentiam de mim. Então, o que eu fiz? Corri o mais rápido que podia e entrei na primeira sala que encontrei, para minha sorte ou azar era a diretoria.

-Quem é você rapaz? Não sabe bater? -Um senhor careca me encarou-.

-Eu sou o Binho, sou novato. Hoje é meu primeiro dia.

-Bem, eu poderia te dar uma advertência por ter entrado em minha sala sem permissão, mas já que você é novato, aposto que estava correndo de alguns garotos. Eu preciso resolver isso. Bem, aqui está sua ficha, nela tem tudo que você precisa, horários de aulas, sua turma e sua fila, provavelmente já deve ter uma cadeira com seu nome escrito. Agora vá, seja bem vindo e boa aula.

-Obrigado- respondi seco-.

Saí da sala do senhor careca e fui a procura da minha turma. E para meu completo azar, era a última de um corredor infinito. Isso só aumentava meu tédio. Ao chegar na sala, todos aqueles novos companheiros me olharam como se eu fosse um bicho de sete cabeças. Mas eu os ignorei e procurei por minha fila, e de fato já tinha uma cadeira com meu nome. Ao meu lado tinha outra cadeira com um nome escrito, Scott, eu dei graças a Deus por não ser o único novato naquela sala. Não demorou muito para que outro novato aparecesse.

-Bom pessoal, bom dia, vamos ficar de pé que eu vou apresentar para vocês nossos novos coleguinhas. -Ela sorria tanto que eu via a falsidade no olhar daquela professora-. Esses são Scott e Binho, digam olá para eles.

Toda turma nos olhava e rapidamente nos deram as boas vindas. Já sentados, acabei forçando uma amizade com o outro novato.

-Odeio ser novato. -Tentei puxar conversa-.

-Você não é o único. -Ele sorriu-.

-De onde você veio?

-Sou de SheldonCity me mudei há pouco tempo pra cá, tem apenas uma semana que estou aqui e você?

-Também, e para ser sincero estou odiando isso. Eu amava minha antiga cidade, sou de Sparcle. Meu nome é Binho.

-Prazer, o meu é...

-Scott, seu nome é Scott. Eu vi escrito na sua cadeira.

Ele sorriu.

-Onde você mora Binho?

-Mora aqui perto, no St. Andrew.

-Que coincidência, eu também. Eu moro na segunda rua.

-Ah eu também, e eu já sei quem você é. Somos vizinhos.

-Que legal, podemos voltar juntos para casa. Pode ser?

-Pode. Qual sua idade?

-Eu tenho quatorze, tive que parar de estudar um tempo porque a escola em Sheldon fechou e ficou um ano e meio fechada, e eu fiquei um ano e meio sem estudar. E você tem que idade?

-Eu tenho 12...

E assim Scott e eu nos tornamos bons amigos, mas isso durou pouco, nas séries seguintes ele não falava mais comigo, nem sequer me cumprimentava. Eu não entendia muito bem o porque, antes éramos tão unidos. Fui o seu primeiro amigo nessa cidade e ele foi o meu primeiro amigo. Mas tudo aquilo tinha acabado, e nisso outros amigos vieram.

Hoje com dezoito anos, eu estava olhando para o passado e lembrando a amizade que fizemos. Na próxima semana tem o baile de despedida, eu não quero ir, mas Billy e Tris, meus novos amigos, estão insistindo para que eu vá...

Eu queria deixar aquilo de lado e procurar saber porque Scott se afastou de mim. Eu já tinha quase esquecido isso, mas voltou a tona repentinamente. Hoje ele tem vinte anos, namora uma garota super popular na escola, tem um grupo de amigos que muitos tem medo. São os famosos "manda-chuva" da tal escola..

Hoje é segunda feira, nossa última semana na escola, eu queria ao menos falar um pouco com ele. Poxa, moramos na mesma rua, quase do lado, eu ainda o considero meu amigo.

Estou decidido a falar com ele ainda hoje.

-Mãe, estou indo. Última semana de aula, então há muito o que fazer.

-Tudo bem Binho, boa aula.

De popular eu tinha me tornado um belo Nerd. Daquele tipo que nota 9 não vale a pena. Afinal, 9 não é um 10 .

Ultimamente essa escola me deixa um tanto confuso, não sei , talvez seja porque é o ultimo ano, mas eu passei a reparar mais as coisas. Vi pessoas que estudam aqui há anos e eu nunca tinha os visto. Mas eu não me importo, até porque ninguém se importa comigo aqui. Os únicos que eu realmente gosto, são Tris e Billy, nesses eu sei que posso confiar. Tris é uma versão feminina minha, gosta de tudo que eu gosto, faz quase tudo que eu faço e falamos sempre as mesmas coisas. Já Billy é um tanto diferente, por isso nós o amamos.. Ele é o único galã jogador de futebol da escola, que tira notas 10. Nós o chamamos de exótico, pois ele manda bem no futebol e nos estudos, e diferente dos outros jogadores, ele não nos esnoba, pelo contrário, ele achou em nós a amizade que procurava. Ele é criticado pelos outros por não querer fazer parte do título"populares" da escola. Mas ele nem liga, ele sabe que precisa estudar para ter um futuro, e ele achou em nós uma ótima parceria para isso, do mesmo modo que eu e Tris vimos nele o nosso melhor amigo.

-Vocês deviam comer mais, estão muito magros.

-Billy, você é diferente, você é exótico, você é uma exceção da humanidade. Ninguém sabe nada sobre você. -Tris adora caçoá-lo-.

Ele sorri.

-Vamos logo senhor e senhora exóticos.-Eu disse empurrando os dois-

Ainda estudamos na mesma sala. Scott ainda estuda conosco, mas é como se não estudasse, hoje ele também joga futebol, mas Billy diz que ele é muito antipático e quase não fala. Dá para perceber, ele não faz nada na sala de aula e só fica com os seus. Isso me deixava irritado porque eu sempre lembrava do garoto que foi meu amigo.

-Bom pessoal, por hoje é só. Vocês vão ser liberados mais cedo, porque hoje o grêmio estudantil vai começar a organização do baile, então eles precisam decorar toda essa escola. Podem ir, até amanhã.

-Billy, Binho, eu quero ir no parque agora, vamos?-Disse Tris toda eufórica-

-Por mim tô dentro.-Disse o garoto exótico-.

-Eu não posso, preciso comprar uma coisas para minha mãe e passar na biblioteca porque ela me pediu um livro, e eu sei que aqui tem. Então vou ficar aqui mais um tempo.

-Ah, eu adoraria te esperar Binho, mas no parque está tendo uma competição irada de skate, e eu adoro ver essas coisas e principalmente as quedas. Vamos Billy, deixa o senhor"biblioteca" aí. Mais tarde a gente se vê.

Eles saem rindo.

Ainda havia alguns alunos na sala, e eu queria deixar meus pertences lá enquanto ia a biblioteca.

-Professor Harry, será que eu posso deixar meus pertences aqui enquanto vou a biblioteca? É rápido, eu prometo.

-Pode sim Binho, mas não me responsabilizo por nada seu.

-Tudo bem, obrigado.

A Biblioteca não fica muito longe da minha sala, então realmente foi rápido, peguei o livro, fiz meu cadastro e voltei para sala. Me assustei quando vi que meus pertences estavam todos jogados no chão, porém nada faltava. Tinha sido apenas outra brincadeira idiota. Eu me senti horrível tendo que juntar todos meus materiais, mas algo me deixou um pouco confuso, os pertences de Scott e sua trupe também estavam lá, intocados, mas estavam. Talvez eles estivessem num barzinho, o que já se tornara comum para todos. Um dos meus lápis, tinha caído embaixo da cadeira de Scott, e eu me arrepiei quando fui pega-lo, tinha que ter caído justamente próximo as coisas deles? Tentei ser rápido para pegá-lo. Estava abaixado quando alguém me chama.

-Binho...

Eu reconheceria a voz de longe afinal eu já a conhecia e ouvira muito quando entrei nessa escola.

Era Scott.

Comentários

Há 2 comentários.

Por escritor da noite em 2015-09-24 20:39:49
Tava morrendo de saudades da sua escrita, na moral... Beijos, tá maravilhoso hehehe
Por Tyler Langdon em 2015-09-20 21:50:09
Achei interessante a história, continua.