Capitulo 8

Parte da série O Seu Assistente

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Narrado por mim.

Acordei, em um quarto branco, de um hospital creio eu, olhei meu braço e estava tomando soro na veia, minha cabeça doía, olhei pro lado e vi o André, ele me olhava sorrindo, não sei por que ele sorria, mas em fim.

-Você acordou, até que em fim. -Disse ele se levantando vindo pra próximo da cama.

-O que aconteceu, eu desmaiei? -Perguntei confuso.

-Foi, você teve muito estresse e sua pressão baixou, e é tudo culpa minha, me desculpa, mesmo, eu to super arrependido, os meninos também, eles até vieram aqui, disseram que tudo que você precisasse podia falar, ficamos com o coração na mão porque sabíamos que fomos nos que causamos isso. -Disse ele com uma carinha triste, que juro, me fez esquecer a raiva que eu estava dele.

-Tudo bem eu sou muito exagerado também. -Disse eu corando.

-Não, que isso, você teve todo o direito, além do mais abriu os olhos de todos, agente nem é preconceituoso assim, mas você sabe que quando homem se junta só da merda, desculpa de novo.

-Fica tranquilo, quantas horas? –Eu perguntei por que quando eu arrumava minha mala e olhei no relógio eram 14 horas da tarde, acho que já estava de noite.

-São agora... (olhou no relógio) 1:30 da manhã!

-O que? Eu dormi isso tudo? -Perguntei surpreso.

-Mais ou menos 12 horas e meia. -Disse rindo.

-Caramba! Nunca dormi tanto, parece que eu to de ressaca.

-Vou falar pro médico que você acordou, ele disse que ia te dar alta. -Ele saiu pela porta e eu fiquei pensando, ele estava mesmo arrependido e eu perdoei quando vi a cara de arrependimento dele, mas claro, ainda doía um pouco pensar nas palavras deles.

O médico veio me examinou e me deu alta, dizendo apenas pra descansar e não me estressar. Fomos pro hotel e o André a todo tempo do meu lado, eu apenas tirei minha roupa e deitei na cama, apaguei legal, de sono agora, menos mal né?

No outro dia, acordei com o André me chamando, acordei e vi um carrinho com um café da manhã perfeito.

-Eu pedi pra gente. -Disse ele todo fofo.

Agradeci e comemos em silencio, quando acabamos ele me olhou.

-Bruno, você me perdoou mesmo?

-Perdoei André, fica tranquilo, também é tudo muito novo, só uns amigos meus que sabem que eu curto homem e mulher, e me abrir pra estranhos, daquele jeito ainda, foi de mais sabe?

-Entendo, e me desculpa mesmo.

-Tá, agora para de se desculpar, se não vou ficar chateado de novo. -Disse rindo.

Ele levantou e pegou minha mão me puxou e me deu um abraço apertado, sinto todos seus músculos ao redor do meu corpo, me senti num casulo, protegido.

-Eu gosto muito de você carinha. -Disse ele me soltando e riu, as covinhas apareceram e eu derreti.

-Eu também gosto de você André, me diz, hoje tem conferência, nós vamos? -Seria na parte da tarde desse vez.

-Tem, mas agente não vai, não importa tanto a de hoje, agente vai descansar.

-Tá legal.

-Me diz, você tem namorado, porque eu já te perguntei se tinha namorada e você desconversava e dizia estar conhecendo a pessoa ainda. -Perguntou ele curioso, resolvi dizer a verdade.

-Exatamente, tenho sim, comecei a namorar ele quando você me contratou. -Respondi lembrando do Mauricio, o que ele estava fazendo agora, nem uma ligação.

-Eu conheço?

-Conhece, vou te contar, mas se prometer não falar pra ninguém sobre agente.

-Prometo. -Ele fez sinal de x em cima do coração.

-É o Mauricio, filho do seu Toni, o vereador.

-Peraí, o Mauricio, mas... Euvi ele... Esquece. -Ele ia falar alguma coisa, percebi.

-Me diz André, não esconde não, eu sei que ele ta me traindo, eu estava desconfiado, aquele desgraçado! -Falei ficando nervoso.

-Ei, se acalma, não vai passar mal de novo, eu conto se você prometer ficar calmo. -Disse ele pegando na minha mão, me passou segurança, eu me acalmei.

-Olha, nem sei como dizer...

-Só conta, eu já desconfiava, só preciso que confirme. -Disse com meus olhos se enchendo de lágrimas.

-Eu vi ele agarrado com uma menina semana passada, e pelo jeito que ele agarrava ela não parecia que ele curtia homem. -Disse ele me olhando, deduzi na hora que era a Clara, ele fez, ele fodeu com tudo.

-Idiota eu fui, ele disse que me amava, fez eu me apaixonar por ele, pra que? Pra me dar um pé na bunda, não, pé na bunda não, pra me colocar um chifre, idota, idiota! -Falei chorando, compulsivamente.

O André me abraçou carinhosamente, me senti seguro nos seus braços, chorei muito ainda, molhei sua camisa, e ele ficou comigo até eu me acalmar.

-Obrigado! -Falei me recompondo. -Desculpa pela camisa. -Disse olhando a grande mancha molhada no ombro dele.

-Que isso, amigos são pra isso.

-Tenho que fazer uma ligação. -Disse pegando meu celular.

-Quer que eu saia?

-Não precisa, pode ficar se quiser! -Disse olhando pra ele, ele se sentou na cama dele e pegou o tablet.

-Alo, Pedro?

-Oi Bruno.

-Eu já sei que ele me trai, confirmei hoje.

-Bruno, eu ia esperar você chegar, pra não atrapalhar sua viagem, mas sim, a Clara me disse que faz quase um mês, ou seja, depois que ele ficou contigo ele já pegou a Clara. -Disse o Pedrinho num tom triste.

-Eu sou mesmo um idiota. Pedrinho agente se fala quando eu chegar ok?

-Tudo bem amigo, fica bem, e ele não merece você.

-Valeu amigo, tchau. -Desliguei e fiquei encarando o nada.

Lembro que aquela noite foi bem punk, eu mal dormi, e chorei muito, muito mesmo, o Mauricio não tinha o direito não mesmo.

Só sei que o André ficou comigo, não me encheu de perguntas, nem tentou me confortar, mas só a presença dele já era o suficiente, só consegui dormi mesmo lá pelas 3:00 da manhã.

Acordei moído no outro dia, sem animo pra nada, olhei o relógio e era 14 da tarde, André entra pela porta e me vê sentado.

-Já ia te acordar, tudo bem? Sente alguma coisa? -Disse ele preocupado.

-Só cansado, mas to legal. -Disse me espreguiçando.

-Desculpa perguntar, mais o que você vai fazer em relação ao Mauricio?

-Eu vou terminar, com o namoro e com a amizade, não vou sofrer por ele, não mesmo.

-Tá bem, só não pensa nisso agora, é segunda e agente tem que aproveitar por que é nosso ultimo dia aqui, se arruma que agente vai sair ok? -Disse ele sorrindo. -Ah, os meninos também vão, algum problema? Se quiser eu digo que você não quer.

-Pode deixar, eu te perdoei eu perdoo eles também.

Eu me arrumei, coloquei uma bermuda que ia uns dedos acima do joelho, valorizando minhas pernas pouco grossas, são bonitas tá?! Era de cor bege, coloquei uma polo meio justa toda preta, e meu coturno pra dar um ar mais Dark, arrumei meu cabelo UnderCut, que eu tinha cortado antes de ir pra Recife e coloquei meus óculos escuros, me olhei no espelho grande do banheiro e me achei lindo, qualquer mulher ou homem cairia aos meus pés.

-Nossa! Pra que isso tudo? -Disse André surpreso.

-Pra arrebatar corações, pegar uma gata ou gato, esquecer do Mal, Mal, Mauricio. -Disse repetindo a palavra “Mal”, depois ri. Meu melhor sorriso, porém superficial, aquele idiota ainda estava gravado no meu coração.

-Isso aí, vamos? -Disse ele me dando passagem pra sair pela porta, borrifei meu perfume, peguei celular e carteira e sai com ele.

Ele estava muito bonito por sinal, vestia uma bermuda jeans, lavagem mais clara, um tênis baixo, do tipo skatista da Adidas, e uma polo verde, que combinou perfeitamente com o tom de pele branco dele, também tinha os seus óculos escuros, saímos do hotel e ele ligou pros meninos, ele disse que agente ia no Marco Zero, ponto turístico de Recife, lugar lindo, de lá iriamos a Olinda antiga, conhecer alguns museus e suas famosas ladeiras, de lá íamos ao shopping e depois de lá resolveríamos.

Fomos a todos esses lugares e tiramos muitas fotos pra ficar de recordação, quando chegamos ao shopping já anoitecia, lá o André recebeu uma ligação do Anderson que disse estar esperando por nós numa lanchonete SubWay, adoro os lanches de lá.

Vi eles sentados em uma mesa e eles nos olharam aparentemente apreensivos enquanto nos aproximávamos, estavam com medo de eu não ter desculpados eles.

-Boa Noite! -Disse sério pegando a mão de cada um.

-Boa Noite. Bruno... Cara, desculpa por tudo, agente sente muito. -A cara que o Pedro fez foi engraçado.

-Relaxa, já até esqueci, sobre o que são essas desculpas mesmo? -Perguntei rindo, eles pareceram aliviar.

Foi muito bom conversar coisas sérias com eles sem ajuda de bebida alcoólica, eles são bem divertidos, depois eles quiseram estender e fomos a uma boate qualquer, que nem lembro o nome.

Ficamos até uma da manhã, varias meninas deram em cima do André que dispensou dizendo ter namorada, “existe gente fiel” pensei comigo, já nossos colegas pegaram em torno de três cada um, enfim, voltamos pro hotel, depois do almoço André me levaria em casa, nos acordamos mais ou menos 10 horas nem tomamos café da manhã, esperamos pelo almoço, depois do almoço arrumamos nossas coisas e fomos embora, ele morava duas cidades depois da minha, então seria caminho o que não atrapalharia em nada o André, foi legal a estadia no hotel, tirando a parte chata e o hospital.

Ele me deixou em casa, nada fora do normal, entrei falei com minha mãe que não deu a mínima, abracei muito minha irmã, e fui direto pro quarto, peguei meu celular e liguei pro Mauricio, que pra variar não atendeu, “Filho da Puta” esbravejei, liguei pro Alex, ele atendeu no segundo toque.

-Alex, o puto do teu primo ta aí? -Perguntei meio bravo.

-Nossa! Ele... Ele ta sim Bruno, quer que eu dê recado?

-Passa aí pra ele! Vai ser rápido. -Disse impaciente.

Ficou um pouco em silencio o celular, e eu escutei ao fundo “Diz que eu não tô”, “ele sabe que você ta!”. -Filho de um puta, perua que acha que é rica, porra nenhuma sua velha aguada. Voz na minha cabeça ‘-‘

-Oi Bruno, que saudade! -Mas que falso, espero que sua pica caia, tava muito puto com ele mesmo.

-Oww que amor! -Sarcasmo, uma das minhas melhores armas. KKK. -Me encontra na praça, hoje as 4 horas, tenho que falar contigo, é serio! -Ele ia falar alguma coisa, mas eu desliguei antes.

Dava pra puxar um ronco, e foi o que eu fiz, acordei com despertador as 15h30min, tomei um banho fiquei bem lindo, pra ele ver o que perdeu, e lá fui eu.

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Mais um, e domingo, votem consciente, claro, quem vota!