Capitulo 7

Conto de B Vic Victorini como (Seguir)

Parte da série O Seu Assistente

No outro dia acordei com o despertador do André, ele se levantou primeiro e disse pra mim que quando terminasse de se arrumar me avisava, concordei, virei de lado e dormi de novo, fui acordado quase no mesmo instante, o André estava de terno completo, incluindo gravata e todo perfumado.

-Já? -Perguntei surpreso.

-Faz mais de meia hora que eu to me arrumando rs.-Vai logo pra gente não se atrasar.

Eu levantei peguei a roupa que usaria naquele dia, a qual eu já descrevi aqui, e rumei pra o banheiro, tomei um banho rápido me higienizei perfeitamente e sai já arrumado, faltando apenas os sapatos, borrifei perfume e peguei o tablet, saímos e fomos de carro até onde seria a conferência, dentro de uns minutos chegamos ao local, era amplo, com várias cadeiras um grande telão na frente, onde seriam apresentados alguns tipos de projetos e oque há de mais novo para tratamento bucal, enfim, coisinhas chatas, foi bem legal apesar de cansativo, aprendi bastante também, anotava o que o André me pedia, e outras coisas que achava importante lembrar, depois fomos a um bifê organizado pelos organizadores (Nãooo, pelos astronautas ¬¬) lá o André reencontrou amigos dentistas que não via há alguns meses e eles nos convidaram pra sentar com eles, eram dois, um moreno muito bonito, o Pedro e um branquinho de cabelos arrepiados bonito também, o Anderson,só um tinha assistente, era o Pedro, o carinha era loiro, beleza jovial, esse me deu uma secada dos pés a cabeça quando nos aproximávamos “esse curte” pensei, se chamava Vitor. André me apresentou e nos sentamos à mesa com eles, eles engataram uma conversa de hétero, cês já sabem como é, futebol, bebida e... Mulher! E o pior depois disso tudo...

-Eu não consigo entender como tem homem que curte uma rola no meio do rabo? Hahahaha.-Disse o moreno, o Pedro. Todos riram, menos eu, aí já fiquei com um aperto no peito.

-Pow, deve ser horrível sentir uma pica rasgar teu cu, eu fico com pena das mulheres que tem que me aguentar. -Disse o André rindo alto, fazendo minha admiração por ele se perder aos poucos com aqueles comentários.

-A verdade é que veado tem tudo que morrer, serve pra nada, você nem pode ir no banheiro que os baitola ficam manjando tua pica, ahh não dá, tem tudo que tomar no cu no inferno! -Com aquela eu morri, o que se chama Anderson que falou dessa vez.

-Tanta mulher gostosa, com a bunda linda pronta pra você montar em cima e os caras que preferem ser montados, ninguém entende não mano. -Disse o loirinho assistente, e continuou. -Parece que o Bruno não curtiu nossos comentários, que foi Bruno, joga no outro time? -Com aquela eu me inflamei, mas não ia dar pinta no meio de tanto hétero né? Eu acho...

-Meu negocio é skate, curto futebol pra jogar em outro time não mano, eu só to calado aqui porque é meio chocante ver vocês falarem de mulher feito um pedaço de carne que está na banca pronta pra ser vendida, esse tipo de comentário me dá nojo sabe? E o pior é que vocês falando assim de mulher desrespeitam até suas mães, visando que elas são mulheres, ou não? -Todos me encararam sério, dois abaixaram a cabeça certamente com vergonha, a verdade é que eu queria falar muito mais, sobre aquele preconceito idiota que eles têm com gays, mas me contive, porém o Pedro que agora estava cada vez mais feio sobe meus olhos continuou.

-Pela carinha dele ele curte mesmo, só pode ser isso! Senta na piroca que eu sei. -Todos riram, até o André, cara, que idiota ele estava sendo, indo na onda dos amiguinhos fodões.

Encanto quebrado, eu que estava começando a sentir algo por ele, não!Agora mesmo que eu tinha que sufocar isso. Não suportei essa e meio que explodi.

-Eu nunca me importei com o que os outros pensam de mim, eu aprendi que tenho que seguir meus próprios conceitos, não ir na onda de caras preconceituosos idiotas (olhei para o André que me encarou sério, sabia que era com ele) e sabe o que é pior? É que muitos desses caras héteros convictos que vivem atacando gays, adoram foder cuzinho de veadinho bem afeminado! -Dessa vez eu ri, sozinho, o loirinho abaixou a cabeça e percebi que ele ficou vermelho, peguei, ele curte foder os “veadinhos” que tanto ataca.-E sim, eu curto homens, e não, gays não são uma doença que tem que ser dizimada da face da terra, esse tipo de gente preconceituosa é que tem que ser engolido pela terra. -Disse apontando o dedo pra todos eles. Todos ficaram sérios novamente, ninguém falou nada, surpreendidos. -Gente vocês me dão licença que eu preciso ir no banheiro, acho que eu vou vomitar. -Falei ironicamente. -Ah, o Vitinho também curte viu, a secada que ele me deu quando entrei não deixa duvida. -Deixei eles pra trás e fui em direção ao banheiro, tirei água do joelho, lavei meu rosto, ainda estava nervoso, tremendo um pouco, aqueles caras me tiraram do serio de verdade, idiotas ao quadrado.

Resolvi não continuar na confraternização, peguei meu celular e mandei uma mensagem pro André já de dentro do táxi que eu peguei pra ir pro hotel: “Tô no hotel” apenas isso, desliguei meu celular, talvez ele fosse ligar.

Cheguei, tirei toda minha roupa vesti uma mais leve e arrumei minha mala, é claro que eu não continuaria trabalhando pro André, o cara se mostrou super preconceituoso, nem ele iria querer a mim, o cara que confirmou que era gay, como assistente.

Assim que eu colocava umas ultimas peças na mala o André entra pela porta.

-Não se preocupa o veadinho aqui, já está indo embora, tem ônibus ainda, dá tempo de pegar um pra minha cidade, e não se preocupa que eu vou pagar por essas roupas. -Nem olhei na cara dele.

-Como assim, você vai embora? Cara não faz isso, não precisa ser assim, desculpa os comentários, eu pensava que você não era via... gay, pensei que éramos todos héteros na mesa e que você não ia se incomodar.-Ele estava nervoso, eu estava mais.

-Eu apenas não tenho preferência André, homem, mulher, o importante é ser feliz com o que te faz feliz. E todos aqueles comentários mostraram que você não era quem eu pensava ser, porra o jeito que o Vitor me olhou deixou claro que ele curtia, e ainda assim vem falar dos gays?E você lá, nem me defendeu quando o Pedro me ofendeu, pelo contrario, riu. -Falei o olhando nos olhos, eu estava nervoso, a ponto de cair, minha pressão baixa quando estou alterado.

-Se acalma, você está tremendo, não fica nervoso pra não ter uma coisa, eu... Eu te peço mil perdões, não vai embora assim.

Eu meio que não dei ouvidos e sai pela porta do quarto, não ouvia quase nada, apenas um zumbido no meu ouvido, sentia meu corpo tremer, eu arrastando aquela mala pelos corredores e o André atrás de mim, quando cheguei próximo ao elevador minha vista escureceu, meu corpo ficou leve e eu fui ao chão, um barulho oco, minha cabeça contra o chão, apaguei.

** ** **

Narrado por André

Acordei cedo naquela sexta, bem, o despertador me acordou né? O Bruno também acordou, olhou pra todos os lados desorientado, era engraçado de ver, disse pra ele continuar dormindo em quanto me arrumava, foi o que eu fiz, demorei mais de meia hora pra me arrumar então fui acordar o Bruno, ele acordou com os cabelos bagunçados e disse “já?” achei engraçado, ele não tinha noção de tempo, ele acordava bonitinho “eu hein, pensamento doido” chacoalhei a cabeça pra tirar esses pensamentos, depois que ele se arrumou nós fomos a conferencia, que eu achei muito proveitosa, adorei cada detalhe, acho que o Bruno não gostou tanto.

Depois fomos pra confraternização, lá encontrei o Pedro e o Anderson, amigos dentistas que não via há algum tempo, e o assistente do Pedro que se chama Vitor, bebemos algumas doses de wisk pra calibrar e já ficamos alegrinhos, acho que o Bruno não bebeu...

Como sabemos Homem quando se junta é pra falar de mulher e futebol, depois de falar de mulher feito mercadoria (algumas são piores vai!), o Pedro veio com um papo de como tem homem que curte trepar com outro, percebi que o Bruno ficou meio deslocado, mas não liguei, ele deu uma lição de moral na gente por falar de mulher feito fala de um objeto, mas pra não ficar por baixo chamaram ele de veado, e eu ao invés de defender,ri, me a arrependo até hoje, pra minha surpresa o Bruno disse que era gay, e deu outra lição de moral na gente, se levantou e foi ao banheiro, disse que ia vomitar, com sarcasmo, deixou claro que ficou com nojo da gente.

-Acho que agente pegou pesado né? -Disse Pedro envergonhado.

-Eu não sabia André, desculpa cara! -Disse Anderson.

-Cara, nem eu sabia, mas ele tem razão, somos preconceituosos. -Eu disse com mais vergonha de mim ainda.

-É verdade que você curte Vitor? -Perguntou Pedro ao Vitor.

-Eu curto pegar uns veados de vez quando.-Disse o Vitor vermelho.

-Mas zoa com eles, exatamente como o Bruno falou, to com nojo de mim mesmo cara. -Eu falei arrependido de cada palavra que foi dita naquela mesa.

Recebi uma mensagem do Bruno dizendo que estava no hotel, ele foi embora sem falar comigo, me martirizei ainda mais, tentei ligar, mas dava caixa postal.

-Ele foi pro hotel, eu tenho que ir falar com ele, me desculpar. -Disse me levantando da mesa.

-André, fala pra ele que agente sente muito, não queríamos ofender, de verdade, pede desculpa em nome de todos. -Disse o Anderson. Eu assenti e fui pegar meu carro no estacionamento, rumei pro hotel e subi rapidamente pro quarto onde estávamos hospedados.

Quando abri a porta ele terminava de colocar umas ultimas peças na mala, ele ia embora, nem deixou eu falar e já foi falando antes de mim.

-Não se preocupa o veadinho aqui, já está indo embora, tem ônibus ainda, dá tempo de pegar um pra minha cidade, e não se preocupa que eu vou pagar por essas roupas. -Doeu meu coração ouvir aquilo, ele estava daquela forma por minha causa.

-Como assim, você vai embora? Cara não faz isso, não precisa ser assim, desculpa os comentários, eu pensava que você não era via... gay, pensei que éramos todos héteros na mesa e que você não ia se incomodar. -Eu fiquei bastante nervoso, percebi que ele tremia, não podia deixar ele ir daquele jeito.

-Eu apenas não tenho preferência André, homem, mulher, o importante é ser feliz com o que te faz feliz. E todos aqueles comentários mostraram que você não era quem eu pensava ser, porra o jeito que o Vitor me olhou deixou claro que ele curtia, e ainda assim vem falar dos gays? E você lá, nem me defendeu quando o Pedro me ofendeu, pelo contrario, riu. -Ele estava cada vez mais alterado, e por culpa minha, se ele tivesse um troço não sei o que faria.

-Se acalma, você está tremendo, não fica nervoso pra não ter uma coisa, eu... Eu te peço mil perdões, não vai embora assim.-Falei meio desesperado.

Ele não me deu ouvidos e saiu pela porta do quarto, percebi que ele não estava bem e fui atrás, chamando pelo nome, mas ele parecia não ouvir, quando chegou próximo ao elevador simplesmente desmaiou, ainda bateu forte a cabeça no chão, ali sim, eu me desesperei.

Abaixei rápido perto dele levantando a cabeça e pondo no meu colo, onde a cabeça bateu rapidamente se formou um calo, chamei ele pelo nome e batia de leve no seu rosto pra ele acordar e nada, voltei ao quarto correndo e liguei pra recepção pedindo uma ambulância, voltei pra onde ele estava e ele continuava desacordado, se algo acontecesse eu não me perdoaria.

Logo depois chegou alguém da recepção indicando ao socorrista onde ele estava, expliquei o que havia acontecido e levaram ele pra o hospital.

Fiquei ao lado dele o tempo todo, no hospital levaram ele pra fazer exames, fiquei esperando por noticias, o Pedro me ligou perguntando se eu tinha conversado com ele, e eu disse onde estava, ele meio que desesperou, disse que vinha pro hospital o mais rápido possível, não liguei pra família dele sem antes saber como ele estava.

Minutos depois chega Anderson, Pedro e Vitor, perguntando como ele estava, eu disse que não sabia, expliquei como aconteceu e todos se culpavam um tempo depois o medico veio nos avisar como ele estava.

-Vocês que estão com o jovem Bruno Toledo? -Perguntou o medico.

-Sim! -Respondemos todos, o que seria engraçado se não fosse tão serio.

-Bem, ele está bem, só teve uma queda de pressão, acredito eu, devido a algum estresse, ele bateu a cabeça mais só foi uma luxação, está dormindo agora, quando acordar já poderá ter alta se vocês quiserem ver ele podem ir, mas só um pode ficar no quarto até ele acordar. -Disse o medico, nós concordamos, eu ficaria no quarto até ele acordar.

Fomos ao quarto e ele dormia, aparentemente bem, depois os meninos se despediram e foram embora, eu fiquei na poltrona ao lado da cama dele esperando ele acordar.

***

Obrigado Lucas& Xará kkk, valeu Anderson P e obrigado Dfc, leiam logo isso aqui! kkk

Comentários

Há 2 comentários.

Por dfc em 2014-10-01 21:20:24
Caraça mega bommmmmmmmmm...
Por Lucas&Bruno em 2014-10-01 21:09:58
Ótimo, em deixa seu whats please...