Capitulo 21

Conto de B Vic Victorini como (Seguir)

Parte da série O Seu Assistente

Ao estacionar vimos que o carro do Anderson já estava lá, entramos e ele estava rodeado de crianças, era até cômico de ver, ele segurava alguns pirulitos, o que era meio contraditório pra um dentista fazer, o André riu e balançou a cabeça pros lados em sinal de negação.

-Bom dia! Vocês são os outros dentistas? –Perguntou uma jovem senhora, em torno dos 40 anos.

-Eu sou, ele veio voluntariar, já foi meu assistente e é ótimo com crianças. –Disse o André se referindo a mim. –Prazer, André, ele é o Bruno. –Prazer! –apertei a mão da mulher e ela sorriu, ficamos conversando até os pirulitos do Anderson acabar e ele vir até nós com um sorriso de orelha a orelha.

-Bruno, você veio! –Disse ele me dando um abraço. –O Pedro e o Vitor ainda não chegaram? –Perguntou ele abraçando o André também, nosso amigos héteros ficaram mais carinhosos depois de eu e o André assumirmos uma relação e, cá entre nós, eu preferia esses héteros a aqueles na mesa de um bar de um hotel falando bobagens.

-Já devem estar chegando, e você já dando doce pras crianças né safado? –Disse o André sorrindo.

-Deixa só a Ale crescer pra você ver eu entupir ela de doce. –Disse ele rindo.

-Por cima do meu corpo desfalecido, e isso é meio contraditório pra um dentista né? –Falei rindo. Ele deu de ombros, a mulher que se apresentou pra gente como Soraia, contou um pouco da historia daquele lar, ela resolveu criá-lo quando perdeu o filho de três anos de idade vitima de bala perdida, ela era uma guerreira e considerada pelas crianças como uma verdadeira mãe, eu resolvi dar uma volta pra conhecer, então a Soraia chamou uma mulher que era cuidadora pra me acompanhar, ela tinha cara de antipática, disse pros Meninos me chamarem quando fossem começar e eles assentiram, ela me mostrou onde se faziam as refeições, onde as poucas que ficavam dormiam, uma sala de brinquedos, onde a maioria era quebrado, enfim, me mostrou todo o lar, que era de boa estrutura devo admitir, ao longe eu vi um menino sentado sozinho em lugar afastado das outras crianças, ele me chamou atenção.

-Quem é aquele menino ali? –Perguntei pra mulher, que virou os olhos em sinal de impaciência.

-Hmm, aquele é o, o... Eu não lembro o nome dele, ele vive assim pelos cantos, os outros mechem com ele e ele não faz nada. –Olhei pra cara dela com desgosto.

-Pode deixar que eu sei voltar sozinho, obrigado por me acompanhar. –Ela deu de ombros e saiu.

Me virei em direção ao menino e vi uns maiores se aproximarem dele, eles riam um pouco, enquanto o menino só ficava de cabeça baixa, me aproximei e os meninos saíram correndo.

-Oi, tudo bem? –Perguntei ao me aproximar, ele se assustou e me olhou com os olhinhos azuis meio avermelhados em volta.

-Tu-Tudo! –Falou nervoso.

-Posso sentar? –Perguntei apontando pro lugar vazio ao seu lado.

-Pode! –Falou me dando mais espaço.

-Qual seu nome?

-Meu nome é, meu nome é Luca. –Disse num tom mais baixo, ele não me olhava, olhava pra baixo.

-Luca, sem o s no final?

-Aham, a tia Soraia disse que meu pai era italiano ele que me deu esse nome.

-É um nome muito bonito, a minha filha se chama Alessa, também é italiano sabia? (Alessa significa Protetora da Humanidade)

-Sério, você tem uma filha? –Dessa vez ele me olhou.

-É serio, você pode conhecer ela qualquer dia desses. –Ele balançou a cabeça em afirmativa sorrindo.

-Você é dentista? –Perguntou curioso.

-Não, mas meus amigos são, mas eu já fui assistente do André, tá vendo aquele cara grande ali? –Falei apontando pro André, ele balançou a cabeça. –Ele é o André, o outro é o Anderson, e eu me chamo Bruno.

-Você veio ajudar Bruno?

-Aham, vim sim, olha, chegaram os outros, o Moreno é o Pedro e o loiro é o Vitor, vamos lá? Acho que vão começar! –Ele me olhou assustado.

-Você tem medo? –Ele nem respondeu.

-Olha não precisa ter medo, eu vou estar lá, vamos? –Dei minha mão e ele segurou, um calor aqueceu meu coração, ai Deus, esse menino é um amorzinho.

Fomos de mãos dadas até os meninos que já preparavam os equipamentos pra começarem os trabalhos.

-Quem é seu amiguinho? –Perguntou o André pra mim, o Luca se encolheu e agarrou meu braço.

-Esse é o Luca, Luca, dá oi pros meninos, o André, o Anderson, o Pedro e o Vitor. –Disse apontando pra cada um. Ele deu um oi bem tímido, o André se abaixou perto dele e conversou um pouquinho perguntando coisas que se pergunta a uma criança,depois perguntou se ele queria começar, ele olhou pra mim e eu balancei a cabeça então ele aceitou, o André o examinou enquanto os outros já examinavam algumas outras crianças, o André disse que ele não tinha nem uma cárie, o que era muito bom, deu os parabéns pra ele e só ensinou como se escova os dentes perfeitamente, o Luca ficou super feliz e o André ainda ganhou um abraço dele kkk.

Depois ele examinou varias outras crianças, as que precisavam eu fazia uma ficha, além de acalmar algumas mais medrosas, os que precisavam de ficha iriam pra o consultório onde o tratamento seria feito melhor com todos os aparelhos necessários, foi assim a manhã inteira, a Soraia disse que os levaria, na hora de ir embora me deu uma perto no peito de deixar o Luca sozinho, eu perguntei se alguém o viria buscar, mas ela disse que ele morava lá, junto a outras 7 crianças, meu coração apertou ainda mais, eu disse que viria visitá-lo sempre, ele só balançou a cabeça e nós fomos embora.

-Amor você tá quieto, aconteceu alguma coisa? –O André me perguntou enquanto saímos do seu carro na nossa garagem, eu tinha vindo a viagem toda calado, pensando no Luca.

-Só pensando em umas coisas.

-Eu sei no que você tá pensando, é naquele garotinho né? –Perguntou ele olhando pra mim.

-Dá pra esconder alguma coisa de você? –Disse sorrindo enquanto sentava no sofá.

-Ele é super educado né? Simpático, adorei aquele moleque. –O André me fez por as pernas no seu colo.

-É sim, eu acho que to apaixonado por ele André, você viu como ele fica afastado dos outros, todo mundo lá zoa com ele. –Falei num tom mais triste depois dei um suspiro, o André ficou calado uns minutos enquanto eu ficava com a cabeça apoiada no peito dele e ele me fazia cafuné.

-Quer adotar ele? –Perguntou me tirando dos meus pensamentos, eu levantei a cabeça rapidamente o olhando nos olhos pra saber se o que ele falava era verdade.

-Você, você tá falando sério, adotar o Luca, você faria isso mesmo? –Perguntei entusiasmado.

-Claro, eu sempre quis ter um menino, agente já tem a Ale, que tal fazer um casal? Ia adorar jogar bola com ele. –Disse sorrindo.

-Bola nada, Skate, ele vai ser Skatista. Obrigado André, obrigado mesmo amor! -Dei vários selinhos no seu rosto enquanto ele ria.

-Tudo bem, mas depois agente conversa sobre isso de Skate e Futebol. –Sorrimos mais e fomos a procura da Maria e Alessa, Maria terminava o almoço enquanto Ana brincava com Alessa, falamos com elas e fomos tomar um banho, tomamos banho juntos, claro com direito a muitos amassos, me permitia pegar naquela bundona dura dele, ele nem ligava, quem sabe?

Eu já vesti pronto pro trabalho, calça Skinny preta, coturno de couro, camisa regata branca com o rosto do Kurtin Cobain na frente e uma toca listrada de tons de verde, arrumei minha bolsa carteiro com minhas coisas (isso mesmo, arrumava todo dia, colégio/trabalho, então nem era tanta ostentação assim kkk) e coloquei na sala, o André colocou bermuda e camisa cinza de algodão, tudo básico pra ficar em casa mesmo, ele não trabalharia na parte da tarde, fomos almoçar, comemos e ainda teve sobremesa, o pavê da Maria é coisa de doido, depois dei um beijo nos meus amores e fui de carro até a agencia, que ficava uns 40 minutos com transito bom e pra sorte da criança aqui estava ótimo.

-Bom dia! Bom Dia! –Disse indo pra minha mesa, os meus colegas de trabalho responderam animadamente.

-Tá animado hoje hein? –Falou a Patrícia, colega de trabalho.

-To mesmo, animadasso! –Disse sorrindo, peguei meu notebook, abri e vi uns e-mails e trabalhos que deviria fazer, eu era da criação e tinha algumas coisas acumuladas, como estava muito animado conclui rapidinho e ficou perfeito, fiz uns cartazes pra uma festa tradicional que tinha em Olinda entre outras coisas.

Lá na agência tinha um cara que dava em cima de mim na cara dura, era o Fernando, sempre que tinha oportunidade ele soltava umas de suas pérolas, eu nem ligava, mas começou a ficar mais frequente depois de um tempo e isso já me desconcentrava um pouco, não a ponto de comprometer meu trabalho, que eu tinha que manter até por que era só um estagiário, embora minhas criações fossem melhores do que muitos ali, enfim, nada a declarar.

Depois de um tempo apertado levantei e fui ao banheiro, usei uma cabine e me aliviei, abri a porta do banheiro e dei cara com o Fernando.

-Oi! –Disse ele pra mim. Desviei dele e fui pra uma pia lavar as mãos. –Oi! –Disse seco.

-Eaí, topa sair comigo depois do trabalho? –Olhei pra ele e dei um sorrisinho irônico.

-Fernando, por que você ainda tenta? Não sabe que eu tenho marido? Uma filha? Nunca vai rolar nada entre a gente. –Dei as costas e fui saindo, mas a criatura agarra meu braço, o meu lindo braço que todo mundo adora segurar.

-Você ainda vai ficar comigo. –Disse ele com um sorriso safado, dei um puxão no meu braço me largando dele.

-Só nos seus sonhos! –Sai e fui pra minha mesa, que cara idiota, abomino traição, não ia ser justamente com um coitado que só por que é todo bombado acha que fica com quem quer, comigo não João.

Ele quase conseguia estragar meu dia, mas a felicidade em saber que entraríamos com um pedido de adoção do Luca era tão grande que conseguiu ofuscar aquele ser insignificante do Fernando.

O Dia foi proveitoso e depois de tudo arrumado na minha mesa segui pra minha casa, já anoitecia quando cheguei, entrei e na sala vi a Alessa deitada sobre o peito do André que também dormia, achei a cena tão linda que não resisti e tirei uma foto, depois tirei a Alessa com cuidado dos braços do André e a coloquei no berço, voltei pra sala e desferi vários beijos no rosto do André que acordou aos poucos.

-Voltou? CADÊ A ALESSA? –Perguntou assustado.

-Relaxa mor, coloquei ela no berço, já jantou? –Perguntei sentando no seu colo enquanto ele esfregava os olhos.

-Não, vamos jantar agora? (ele olhou no relógio) Não são nem 6 direito.

-A Maria não tá hoje, pensei em prepararmos alguma coisa sei lá, quando acabarmos já tá na hora de jantar. –Beijei sua bochecha.

-Vamos então, faz tempo que chegou? –Perguntou enquanto íamos pra cozinha, ele agarrado as minhas costas como um carrapato kkk.

-Não, coloquei a Alessa no berço e te acordei, uns 10 minutos.

Enquanto pegávamos ingredientes pra fazer uma massa, íamos conversando sobre tudo, já tinha contado pra ele do Fernando, ele ficou puto da primeira vez, então decidi não contar, achei desnecessário, fizemos o jantar e comemos, depois fomos jogar vídeo-game, e ele como era muito viciado me ganhava em todas hehe, lá pelas 9 Alessa acorda pra mamar fiz a mamadeira e o André que deu, depois de mais ou menos uma hora ela dorme de novo, ainda bem que ela dorme a noite toda, por que já ouvi falar de crianças que trocam o dia pela noite, não era o caso de nossa filha.

Depois de tomarmos um banho fomos dormir, rolou um sexo gostosinho, bem calmo sem hora pra acabar, delicia quando ele faz assim. Acordei disposto e o dia foi normal, facul, trabalho, casa, isso rolou até no sábado.

-Ei o que acha de irmos visitar o Luca, eu prometi que ia e até agora nem fui, vamos? –Perguntei pro André enquanto tomávamos café da manhã.

-Eu acho legal, quer ir agora de manhã?

-Ahan, assim perguntamos a Soraia se podemos passear com ele, agente pode almoçar no shopping caso ela libere.

-Legal, vamos nos arrumar então, vamos levar a Ale né? –Disse que sim então fomos nos arrumar, pedi pra Ana arrumar a Alessa, eu coloquei uma bermuda jeans que terminava antes do joelho, valorizava minha bunda, o André tinha ciúmes, mas eu sei que ele gostava de ver, botei um coturno preto e uma camisa regata também preta com a caveira do Misfits na frente, peguei óculos escuros e esperei o André se arrumar, ele colocou bermuda jeans também, camisa polo branca e tênis com amortecedor, ele gosta fazer o que? Pegamos carteira, chaves e claro, a Alessa e fomos no seu carro, ela ia brincando com um bichinho de pelúcia na cadeirinha, toda fofa minha filhota, acho que não disse mas agora com quase um ano ela já balbuciava algumas palavras, se é que podemos dizer que aqueles ruídos eram palavras, ela falava, “papa” bem fofinha, André e eu brigávamos dizendo “É comigo” “Quem disse, é claro que é comigo” rs, é o que dá ter dois pais, enfim, acho que o dia ia ser bem legal, tava doido pra rever o Luca, a Alessa ia ganhar um irmão mais velho, que lindo cara!

***

Adoro essa parte aiii... enfim. comentem!

Gente como falei lá atras eu tenho outros contos e especialmente um que está entrando na segunda temporada precisa de personagens, jájá eu postarei a sinopse pra vocês e lá eu quero que comentem se querem participar como personagem. OK, não me abandonem, só tenham paciência... beijoss!

Comentários

Há 9 comentários.

Por kleb em 2014-11-27 23:38:41
Eu li a série td! To amando, posta logo o próxima... :3
Por dfc em 2014-11-26 09:23:05
Amoooooo essaaaa serriiieeee
Por Ryan Benson em 2014-11-22 23:21:01
Perfeito cara, perfeito! Adoro a Alessa, ela é tão fofinha, penso todos os dias em ter uma filha (e olha que eu só tenho 16). Continue logo, esse conto é incrível! Um abraço.
Por Amandinha066.05 em 2014-11-20 02:17:01
serio estou emocionada pacas. amooo essa historia. ela é perfeita de mais. agradeço a deus por você existir. te adoro. continua logo. beijinho seu lindo.
Por indieboy em 2014-11-19 22:26:14
Mais uma capítulo lindo, tbm penso em adotar uma criança algum dia, parabéns e não demore! beijos
Por Fagner em 2014-11-19 20:20:14
Mais uma vez você arrasou, sua série mostra que é possível sim enfrentar barreiras, que talvez pudessem nos impedir de encontrar a felicidade... Considero demais a adoção de crianças, por um casal homossexual...essa barreira de preconceitos já ultrapassou todos os limites... Bom, mais uma vez somos surpreendidos, pois vejo que é possível sim, sermos felizes sem levar em conta a opinião e o pessimismo de pessoas que sentem inveja, por não terem a chance da felicidade... Aguardo ansioso o próximo capítulo.. Um abraço.... Fica com Deus e felicidades ..haha 😊😊😊
Por gfdm em 2014-11-19 19:39:16
Olha eu aqui de novo!! Cara, lembro que quando vi que vc nao tinha respondido meu comentário fiquei chateado, mas relaxa já superei e te perdôo tá? Kkkkk como não votar na sua história? É incrível, uma das melhores que tem aqui! Ae, adorei saber que sou seu novo xodó *-* bjss
Por BielRock em 2014-11-19 19:28:05
Ótimooooo continua . Vocês são fofos . Me manda seu email
Por Anderson P em 2014-11-19 19:05:28
Muito bom, continua logo.