Capitulo 16

Parte da série O Seu Assistente

-Oi Linda! -Falou todo animado, eu olhei torto, mas não disse nada.

-...

-Também to morrendo de saudades, tava pensado em você hoje! -Whats? Me perguntei.

-...

-Eu não sei, mas será breve, tenho muitas novidades.

-...

-É sim, terminei com a vadia, mas já to namorando de novo. -Ai eu percebi que não era uma paquera rs, ciuminhos.

-...

-A novidade é aí, nesse ponto, não é uma mulher, é um homem, meu garoto rs. -Ele disse e apertou minha bochecha, eu ouvi um gritinho do telefone.

-...

-Tá bom mãe, acho que ainda esse mês eu levo ele pra vocês conhecerem, rs mãe, agente vai almoçar agora, te conto os detalhes quando estivermos juntos pode ser? -Era a mãe dele, dãrr!

-...

-Também te amo, tchau. -Ele desligou.

-Minha mãe! Tá louca pra te conhecer, agente pode ir mês que vem, tiramos umas férias do consultório, ainda bem que eu sou o chefe né? -Ele falou rindo.

-Pois é hehe, mas você não falou onde eles moram.

-Ah, eles moram em Santa Catarina!

-Como assim? E o que você faz aqui? Nordeste, climas totalmente opostos. -Falei surpreso.

-Ah amor, eu queria desafios, não sei se você sabe, mas minha família é rica e eu tinha tudo de mão beijada, e longe deles eu teria que me virar sabe, além do mais eu gosto do clima do nordeste, já tava cansado de sentir frio. -Taí, eu não imaginava que ele era tão responsável e cabeça centrada assim, e desde novo, muito lindo e surpreendente meu homem.

-Nossa, você é muito surpreendente sabia. -Eu dei um beijo nele.

-Ei, seu aniversario é esse mês certo?

-Certo, dia 28 de abril. -Disse sorrindo, estávamos começando abril ainda.

-Então esse vai ser meu presente de aniversario pra você, uma viagem pra Santa Catarina.

-André, eu não quero que você gaste dinheiro comigo.

-Ihh, nem vem com essa, já falei que minha família tem grana, eu também tenho grana investida por aí Bruno, não vai fazer a mínima falta, além do mais você merece e você é meu, tem que ter todos os mimos. -Ele disse me apertando.

-Você é cabeça dura! -Eu disse rindo.

-Ah sou mesmo, as duas! -Ele riu.

-Safado! -Eu dei um tapinha no braço dele, depois o interfone tocou, o André pediu pra mim atender que provavelmente seria a comida, o restaurante era perto por isso ficava tudo pronto muito rápido, atendi o interfone e autorizei a subida do entregador, como estava apenas com uma cueca box branca, coloquei um shorts relativamente curto, de tecido mole, era de dormir, sem camisa mesmo, a campainha tocou e eu fui atender.

Abri a porta e o rapaz que entregava babou no meu corpo seminu, eu nem era tão gostoso assim e ele olhou mesmo rs, mas acho que o que chamou mesmo atenção foram as marcas que eu só fui ver depois, tipo, um monte de chupão no pescoço kkk, deve ter pensado que eu era um devasso.

-Quanto é? -Perguntei tirando ele do transe.

-Humm..são ***. - Não lembro o preço.

-Toma, fica com o troco, obrigado. -Peguei a comida que veio em caixas e entreguei o dinheiro a ele, ele agradeceu e me olhou uma ultima vez e se foi, entrei e coloquei tudo na mesa da cozinha, o André veio em seguida, nos servimos e comemos, sempre conversando, o papo com ele nunca acabava, o que é ótimo.

-Você tem vontade de cursar alguma coisa? -Me perguntou ele.

-Na verdade eu sempre quis fazer alguma coisa relacionada a desenhos, designe gráfico, desenho industrial, até designe de moda, mas sem chances. -Esse sempre foi o meu sonho, que eu matei porque “mainha” dizia que desenho era coisa de vagabundo.

-E por que não tentar? Faz um vestibular amor, você consegue.

-Eu até podia tentar a federal, mesmo assim tem os materiais, apostilas, livros, e pro curso de designe isso sai quase o preço de uma mensalidade, ou seja, mesmo ganhando bolsa integral, eu ainda não teria dinheiro pros materiais. -Expliquei pra ele, ele me pagava bem com o trabalho do consultório, mas mesmo assim era pouco sabe, imagina pegar ônibus todos os dias e pagar uma fortuna e ainda por cima ir na “subaqueira”, né pra mim não gente.

-Entendo. -Ele disse e ficou pensativo.

Depois de comermos ficamos jogados sem fazer nada, a noite ele me chamou pra sair, e pra minha surpresa ele me levou no bar onde o Toni era gerente, acho que ele queria mostrar pra ele que eu tinha dono ahuehaueh.

-Sério? Justo aqui? Rs. -Perguntei enquanto ele estacionava o carro.

-Claro meu amor, ele nos convidou lembra? -Perguntou ele com um sorriso divertido no rosto.

-Bom, ele convidou a mim, mas tudo bem, somos um só agora né? -Puxei ele ainda rindo e nos beijamos.

Depois saímos do carro e entramos no bar, agora estava bem movimentado, diferente de quando fui buscar o André no outro dia “Claro né? Já tava fechando aquele dia seu retardado” minha cabeça falou comigo.

Rumamos para o fundo do bar, onde ficava o balcão, sentamos em um daqueles bancos altos, que vocês manguaceiros devem saber (risos) e pedimos nossas bebidas, o André pediu um Dry Martine puro, e eu pedi uma caipirinha mesmo, sou fraco pra bebidas, porém caipirinha engana, eu já fiquei de ressaca por causa dela haha, o garçom era simpático e bonito, nos serviu rapidinho, ao longe eu vi o Toni dando umas ordens pra uns garçons que serviam as mesas, ele tava gato, devo admitir né?! Tava com uma camisa social preta de mangas compridas e uma calça jeans meio justa, pernas grossas, (Fixação por pernas e coxas grossas hehe), e um sapato social preto, ele nos viu e abriu um sorriso e veio em nossa direção, acho que ele viu mais a mim que qualquer outra coisa ali, mas enfim.

-Bruno! Você veio! -Eu me levantei e o abracei, ele também falou com o André e o cumprimentou com um aperto de mão.

-Pois é! Você convidou, cá estou eu! -Falei com meu melhor sorriso, embora ainda de aparelho rsrs.

-Fico muito feliz, esse bar é muito bem frequentado, eu sou sócio com meu amigo, agente tem mais dois em outras cidades. –Será que ele queria me impressionar?

-Nossa que bacana Toni, realmente o bar é muito legal, meio clássico né?-Realmente era, tinha um ar europeu, embora nessa época eu nem tenha ido pra Europa ainda, nessa época, hihi.

-Você pegou bem a proposta do que agente queria passar. –E ele ria como se tivesse ganhando alguma coisa.

-E vocês conseguiram passar esse olhar, eu já fui em bares europeus, e realmente tá bem característico, parabéns. -O André falou, se fazendo entrar na conversa, ele tava com uma carinha amarrada, “Deus queira que teu macho não seja do tipo ciumento explosivo”, disse uma voz na minha cabeça, é tipo assim, eu falo comigo mesmo e eu mesmo me respondo, agente conversa pacas, é super legal conversar comigo, serio mesmo... caramba, onde estávamos? Sim... ali em baixo Ó!

-Obrigado André. -Disse o Toni sendo cordial, fechando um pouco o sorrisão dele kkk.

-Amor, que tal depois daqui agente pegar um cineminha? -O André falou como se fosse a coisa mais natural do mundo, realmente era, mas tadinho do Toni kkk, ficou mais murcho que saco de esquimó Hahaha!

-Claro. -Me limitei a responder, com um sorriso no rosto, o Toni ficou meio sem graça mas não perdeu a compostura e ficou mais um pouco com agente.

-Bom, eu vou ali falar com os garçons, bom cinema pra vocês. -Me despedi dele com um abraço, depois nós fomos a um cinema.

No caminho o André disse que ele tava mesmo afim de mim, e a mandíbula dele tremia hehe, dei um beijo na sua bochecha e ele acalmou, aí ele falou: “Pelo menos ele sabe que tu agora tem homem, ele que vá procurar um pra ele” eu ri com esse comentário, deixei passar, primeiro ciúmes, era fofo de ver.

Bom, o resto da noite foi normal, claro agente não transou, eu tava ardidinho rs, agente ficou no sarro, enfim o outro dia chegou,nos arrumamos e fomos pro consultório, duas cidades depois da nossa, eu estava meio nervoso, mas nada alarmante, minutos depois chegamos ao consultório, a manha foi normal, porem bem agitada, tinha bastante paciente atrasado e agente fez o possível para que o maior numero fosse atendido a outra parte seria encaixada, antes de encerrarmos tudo, liguei pra Sami e pedi pra ela encontrar com agente no Restaurante/Pousada O Curral, ela topou e no horário combinado nós fomos pra lá.

-Agente vai contar que ta namorando?

-Você quem sabe, por mim tudo bem, afinal agente ta morando junto, somos maior de idade e não devemos nada a ninguém. -O André respondeu, enquanto virava uma esquina.

-Agente conta, Te amo. -Ele tirou uma mão do volante e pousou sobre minha coxa olhou pra mim e sorriu, pus minha mão sobre a sua e sorri de volta pra ele, em poucos minutos nós chegamos ao restaurante, escolhemos uma mesa mais afastada das outras e minutos depois a Samanta chegou, ela tinha um rosto preocupado, mas nem sei por que, eu já tinha dito que a perdoava, talvez ela soubesse que mesmo a perdoando eu teria magoas dela por um bom tempo, já disse que eu sou rancoroso? Enfim.

-Bruno! -Ela disse se aproximando da mesa e ficou em pé me olhando, eu levantei e a abracei, ela suspirou, acho que aliviada, viada, viada, viada. (eco)kkk.

-Senta, vamos pedir nosso almoço. -Ela se sentou ao meu lado, deu boa tarde pro André, depois perguntou se eu a tinha perdoado e blábláblá, disse que sim e que não perguntasse mais se não ia ficar chateado, conversamos meio que normalmente, perguntei sobre o vestibular, do Flavio, e ela disse que ele estava bem, foi a deixa pra entrar no papo namoro.

-Então Sami, você sabe agora da minha condição sexual, mas eu vou te explicar mesmo assim, bom, eu gosto de homens e mulheres, pra mim amar e se sentir amado é o essencial não importa se com homens ou mulheres, porem eu estou no momento amando e sendo amado por um homem, que é maravilhoso, e nesse meio tempo tá me fazendo um bem danado, ele taaqui na nossa mesa. -Disse olhando pro André, que estava meio apreensivo, a Sami nos olhou meio assustada, mas que se foda, eu pensei.

-Humm.. Tudo, tudo bem irmão, eu disse que te aceitava, e o André me parece um cara muito legal, se ele ta te fazendo bem isso que importa, só não imaginava que ele também gostasse de homens. -Ela disse olhando ele meio torto, é claro que ela era preconceituosa e queria esconder isso de mim, só pra não me perder.

-Mas eu não gosto de homenS (Falou enfatizando no S), eu gosto do Bruno e só, nenhum outro homem me atrai. -Ele disse dando um lindo sorrisinho de lado.

-OK, mas Bruno, você não disse se vai voltar pra casa. –Ela mudou de assunto

-Eu disse sim, eu não volto mais lá, quer dizer, eu tenho que pegar meu Skate e umas coisas menores, mas pra morar lá não, desculpa Sami.

-Eu te entendo. -Ela baixou o olhar tristonha.

-Humm... Como ficou a...a mãe? -Perguntei meio receoso.

-Ela não conversou comigo, mas eu senti que ela ficou preocupada com você, afinal você saiu de noite sem rumo e lugar pra ficar, e nos outros dias ninguém na cidade soube de você, então ela ficou apreensiva. -Eu engoli meio em seco, saber que ela ficou preocupa. Bom, foi bom né? Ela pelo menos se importava, nem que fosse o mínimo, comigo.

Eu nada falei, depois nós fomos até minha casa, não entrei, a Sami foi e pegou meu Skate e mais umas roupas que tinham ficado pra lavar, e as coisas pequenas, coloquei tudo no carro, me despedi da minha irmã com um abraço ela se despediu do André também e nós fomos embora.

Fui o caminho todo em silencio, pensando na vida, o André respeitou meu silencio.

Em casa tomamos banho juntos, com muitos carinhos porem sexo propriamente dito não houve, ainda bem rs, depois a noite eu preparei alguma coisa pra gente comer e ele depois de comer foi resolver uns papeis e planilhas dele, coisa do consultório, eu aproveitei pra desenhar, claro, eu tinha dito a vocês que queria ser designe ou algo parecido, eu desenhava nas horas vagas, eu então fiquei um bom tempo desenhando que nem percebi as horas passar, eu estava inspirado, kkk, depois fomos dormir, e assim o mês passou, isso aí, nada de mais aconteceu nesse meio tempo, André e eu não discutíamos, ele sentia ciúmes assim como eu, mais era super controlado e agente conversava muito, como adultos, nada que um bom sexo selvagem não resolvesse, eu tinha dito a meus amigos que estava namorando o André e que ia viajar com ele pro sul, eles ficaram muito contentes por mim, nós decidimos não ir no inicio do mês pra lá, em vez disso deixamos pra ir no dia 30 mesmo, afinal meu niver era dia 28, desse modo reuni meus amigos no bar do Toni, que fechou o mesmo pra mim, ele se tornou um amigo da gente, claro, depois que o André viu que ele não representava mais ameaças, e eu acho que estava até de rolo com o garçom que me serviu aquele dia, foi por isso que o André desencanou hehe e eu teria confirmação disso mais tarde, o que dizer daquele dia... Foi épico, eu bebi pra cacete, todos se divertiram, até o Toni que era gerente caiu na farra com agente, os amigos do André também vieram, aqueles mesmos do hotel, e eles adoram saber que eu e André estávamos juntos, eles são nossos amigos até hoje, o Mauricio me procurou um tempinho depois daquele dia em que eu peguei minhas coisas em casa, resolvi conversar civilizadamente com ele e por os pingos nos i’s, depois ele não me procurou mais, graças a Deus que ele se deu conta. Eu estava descobrindo a vida naquela época, e com o André do lado foi muito mais fácil e leve fazer isso, os amigos também ajudaram muito nessa descoberta, hoje estou feliz e realizado, tenho uma linda família, os amo incondicionalmente e me sinto amado também, mas calma gente, isso não é o final ainda não.

***

Cap. novo galerinha. Obrigado pelos comentários:

Amandinha066.065: Voce é fofa sabia rs, olha, eu adoraria ler suas historias, manda pra esse e-mail aqui: bvic.victorini@outlook.com. Beijossss morrrrr.

IndieBoy: Eu adoro o seu conto também lindo, obrigado ^^

JJ: Nossa, eu causei isso em voce? haha, eu aposto que você tem sim um dentist, só não faz "coisas" com ele né? kkkkkk, e cá entre nós, "mergulhar de cabeça" é uma delicccccia! haha parei '-'

Dfc: você me deixa vermelho kkk <3

Anderson P: Pois é, Sami merecia chá de silencio por três anos né? kkkk beijos!

Cs são lindos sabia, sabiá... adoro essa ave! '-'