Capitulo 10

Parte da série O Seu Assistente

Mais ou menos às 11 da manhã eu despertei, resolvi mexer na cozinha dele, abri a geladeira (parecia de casa haha) peguei uns frios, tinha pão de forma, fiz café, peguei leite, e botei uma mesa bem bacana, daí fui no quarto dele acordá-lo pra tomar um café, depois ele voltava a dormir caso quisesse, mas era bom ele se alimentar, pra não ficar tão mal assim, afinal no dia seguinte ele teria que voltar ao trabalho, e eu também necessito dele pra trabalhar.

-André, levanta aí cara! -Disse sacudindo de ele de leve no ombro, ombros largos, costas musculosas!

-Mmmm... -Ele gemeu kkk.

-André, você precisa se alimentar, vem, preparei um café bem forte pra você, bora levanta aí! -Disse um pouco alto dessa vez, ele sentou na cama, com os cabelos todos bagunçados, lindo, apesar da cara amassada.

-To esperando você na sua cozinha kkk. -Eu disse saindo do quarto, peguei pão e frios e fiz um sanduíche pra mim e um pro André, botei café numa xícara pra mim e esperei já comendo o meu.

André entrou na cozinha com a cara já lavada, porem triste, estava nítida essa tristeza.

-Obrigado por me trazer pra casa. -Disse ele pondo café em uma xícara pra ele.

-Não tem de que. Quer conversar sobre o que aconteceu ontem? -Perguntei sondando ele.

-Eu não sei se quero falar.

-Só fala.

-Peguei a Aline trepando feito puta no AP dela. -Ele simplesmente cuspiu essas palavras em mim.

-Whats? -Perguntei incrédulo.

-Isso que você ouviu, aquela vadia me traia nem sei a quanto tempo. -Disse ele triste.

-Pow André, sinto muito cara, mas pensa assim, ela não merecia você e você se livrou de uma muito boa, imagina se você se casasse com ela, talvez ela continuasse te traindo, e você me tem aqui pro que der e vier, como você me ajudou eu vou te ajudar também. -Disse segurando a mão dele em cima da mesa, ele me olhou com carinho, os olhos cheios de lagrimas, ownnque vontade de por no colo e ninar.

-Obrigado, eu vou superar, eu vou conseguir, mas me fala,você tá bem espalhado já né? -Disse ele sorrindo, esfregando os olhos.

-Você não tem noção de como, kkk. Seu AP é bem legal, mas eu tive que dormir no sofá por que o outro quarto tava trancado.

-Ah, foi mal, é porque nunca vem visitas aqui, minha família mora em outro estado sabe.

-Não, tudo bem kkk.

-Nossa! O consultório agente nem abriu. -Disse ele assustado.

-Pois é, eu tive que vir as 5 da manhã, nem teve como avisar os pacientes, mas pedi pra minha irmã botar uma plaquinha lá na frente dizendo que amanhã agente abriria, assim eles não ficam totalmente avulsos né?

-Valeu, mas quem te avisou que eu tava naquele bar?

-O Toni, o gerente de lá.

-Humm, Toni é? Que intimidade né? -Disse ele mordendo uma torrada com geleia.

-Nem é, mas eu tenho que admitir, ele é um quarentão muito gato e parece que me deu mole, perguntou até quando agente ia se ver de novo. -Falei sorrindo.

-Nossa, mas é isso, bola pra frente né? Kkk. – Ele ficou meio estranho, mas visando que ele pegou a namorada trepando com outro, nem era de se estranhar.

Depois de tomarmos café fomos assistir qualquer coisa que se passava na TV, ficamos nisso o dia todo, eu que fiz o almoço pra gente, com o André me atrapalhando, é isso gente, eu também sei cozinhar, tive que aprender por que quando era pré-adolescente minha mãe trabalhava o dia todo e só voltava as 5 da tarde, então eu que tinha que alimentar minha irmã, ela ainda era criança, por isso me sentia responsável por ela, eu meio que ocupei o lugar de pai na vida dela, ela já me falou isso.

Umas 16 horas disse pro André que iria embora, mas ele meio que implorou pra mim ficar, fiz o que? Fiquei, óbvio, resolvi com o André que não iríamos sair, fomos a uma locadora e escolhemos bastante filmes, fiz questão de alugar um monte de filmes com temática romance gay, deixa eu fazer uma listinha pra vocês, é recomendação viu!

*Shelter – De repente California *O segredo de Brocaback Mountain *Hoje eu quero voltar sozinho * Teus olhos meus *Do começo ao fim *Praia do Futuro *Além da Fronteira *Tom Boy (esse é lésbico) *A cor mais quente é o azul (também lésbico). Se souberem mais algum nessa temática me avisem ;)

Escolhemos também outros tantos de comedia ação e tal nem assistiríamos, mas enfim.

O primeiro foi Shelter, muito fofinho esse filme, e o André ficou vidrado, era engraçado, nas partes mais quentes ele ficava inquieto, colocou até uma almofada no colo, por que será né? Aí vocês devem pensar assim “Olha lá, ele querendo corromper o hétero” Hahaha nem foi isso, foi só pra ele ver que pode sim existir amor entre iguais.

Pedimos uma pizza mais ou menos umas 21 horas, comemos é claro, daí assistimos mais uma porrada de filmes e mais ou menos a 1 da manhã resolvemos dormir, ele abriu a porta do quarto de hóspedes e me disse pra ficar a vontade “mais?” eu pensei, escovei os dentes com uma escova nova que ele tinha lá, o cara é dentista, tem essas coisas aos montes, e me preparei pra dormir, na cama fiquei pensando como foi legal esse tempo com o André, pra ele deve ter sido bom também, distrair a cabeça, parar de pensar naquela vaca, eu também consegui esquecer um pouco do Mau, como ela teve coragem de trair um cara como o André? Não dá pra entender, tudo que eu mais odeio é traição, e eu nem conheci a peça pessoalmente, mas já tinha pegado ódio, o André é um cara incrível, parceiro, amigo, além de gato, gostoso, e que instrumento, que eu nem vi ao vivo, foi através de um pedaço de pano molhado! My God! E com esses pensamentos nada castos eu adormeci.

Na quinta feira umas 7 da manhã acordo com alguém me chamando, pensei até que era sonho, vocês já devem ter passado por isso, mas era o André, que já estava de banho tomado e cheirosinho, eu estava de cueca (A que eu peguei dele) deitado de bruços sem nenhum lençol por cima, havia feito calor de madrugada, então minha bunda levemente arrebitada ficou a mostra, com a cueca preta em contraste com minha pele branca devo ter ficado uma delicia, pensei assim por que vi o André olhando, kkkk.

-Toma um banho que eu te espero pra tomar café da manhã. -Disse ele pra mim. -Essa cueca, eu tenho igual!-Ele completou.

-Tinha! Peguei na sua gaveta, você me deixou todo molhado no banho, não ia ficar sem cueca né? -Respondi rindo.

-Humm safadinho! Pegou minha cueca nova! Mas ficou bem em você! Agora vamos, levanta pra gente ir. -Ele disse isso e corou, saiu do quarto e eu fui tomar banho, vesti a mesma roupa, Urgh!

Tomamos café normalmente, conversando é claro, realmente esse tempinho com o André foi ótimo, quem dera o Mauricio fosse igual a ele, já tinha casado, mas nem todos são perfeitos né?

Ele pegou as coisas dele, eu peguei as minhas e fomos pro elevador.

-Obrigado mesmo por me ajudar. -Ele disse me olhando, dentro do elevador, olhos nos olhos, climão, eu hein.

-De nada, foi bom pra mim também, estamos no mesmo barco amigo. -De repente o elevador dá um tranco, me desequilibro um pouco e quase caio, sorte o André me segurar.

-Droga! Logo agora?

-E agora, será que vai demorar pra tirar agente daqui? -Perguntei com medo.

-Não, fica tranquilo, nunca demora, mas você ta ficando pálido, algum problema? -Disse ele preocupado.

-Eu tenho claustrofobia. -Disse já sentindo a falta de ar.

-Calma, calma! Olha pra mim! -Ele segurou meu rosto com as duas mãos me fazendo olhar dentro dos seus olhos. -Vai ficar tudo bem, eu to aqui, agente já vai sair, fica tranquilo, respira! -Eu fui respirando intercaladamente, e me acalmando, ele ainda segurava meu rosto, ele começou a assoprar meu rosto, e o hálito dele era incrível, de menta, fui olhando sua boca linda, desenhada, e fui me aproximando, ele olhando também pra minha boca, quando faltava centímetros, o elevador volta a funcionar. Droga! Caramba o que eu quase ia fazendo? Droga, droga, droga!

-Desculpa! Desculpa, o que eu ia fazer? Desculpa André. -Disse me afastando dele.

-Não foi nada! Fica tranquilo. -Ele se recompôs e se afastou de mim, o elevador abriu as portas no térreo, saímos em silêncio, o porteiro perguntou se estava tudo bem, dissemos que sim, fomos pro carro dele e entramos em silêncio, seguimos a viagem toda em silêncio, “acho que estraguei a minha amizade com o André, justo agora que estávamos mais íntimos, quê que eu tava pensando?” ele também estava pensativo, não sei em quê.

Chegamos ao consultório 7:40 mais ou menos, pedi pra ir em casa mudar de roupa, ele só fez que sim com a cabeça, caramba, eu não ia conseguir ser ignorado pelo André, não ia mesmo. Em casa já não tinha ninguém, entrei com minhas chaves, troquei rápido de roupa e voltei pro consultório, milhões de pensamentos me inundando a mente, o André já estava arrumando umas coisas, eu fui ajudar, e assim foi, ele falava o mínimo, estava monossilábico e aquilo estava me matando, com extrações, restaurações, suturas, entre tantos outros procedimentos a manhã se passou, estava claro a grande fenda entre agente, tomei uma decisão.

Ia me demitir, mas é claro que eu não ia ficar em um lugar onde eu era ignorado, ainda mais por um erro meu, não mesmo.

No fim das consultas, enquanto arrumávamos as coisas eu o chamei.

-André?

-Oi. -Ele falou sem me olhar, caralho! Puta consideração, era isso mesmo que eu ia fazer.

-Eu vou me demitir! -Disse na lata.

-O quê? Por que? -Ele falou assustado, agora me olhava, tinha desespero no olhar, sei lá.

-É isso, eu percebi que você ficou bastante incomodado com o que aconteceu no elevador, por um erro meu, e eu não vou ficar em lugar aonde eu sou ignorado, me machuca, ainda mais sabendo que a culpa é minha. -Disse com os olhos lacrimejados.

-Não, Não, não é isso, eu só fiquei assustado, não precisa, não precisa... -Ele não consegui completar a frase, estava com a voz embargada.

-Desculpa André, por tudo mesmo, tchau! -Eu me virei pra sair, mas ele segurou meu braço e me virou de frente pra ele me fazendo chocar contra seu peito.

-Não me abandona não! -Disse ele perto de mim, uma lágrima escapou do seu olho.

-André... -Ele não me deixou completar.

-Não Bruno, eu fiquei assustado por que eu também desejei beijar sua boca, sentir seu gosto, eu senti atração por cada fibra do seu corpo, isso me assustou por que eu nunca senti isso por ninguém, nem por mulheres. -Ele falou isso tudo passando o nariz pelo meu rosto, aspirando meu cheiro e caramba eu estava todo mole nos braços dele, saber que ele também me deseja foi incrível.

-André... –Sussurrei e mais uma vez ele não me deixou completar, dessa vez me calou com beijo, o melhor beijo da minha vida, havia pressa, desejo, tinha um fogo, eu nunca senti isso com nenhum outro beijo, sua língua me sugava, mordia de leve meus lábios, ele esmagava minha boca naquele beijo, arranhava meu rosto com sua barba por fazer, foi incrível, incrível.

Ele me puxava contra seu corpo, eu estava totalmente entregue, ah meu Deus que homem!

Terminamos o beijo por falta de fôlego, com muitos selinhos na minha boca, no meu rosto, no meu pescoço, eu estava de olhos fechados, apenas curtindo a sensação, ele apertava minha cintura em suas mãos grandes, me olhou nos olhos e começou a falar.

-Desculpa te ignorar, mas eu não estava sabendo como reagir, eu já te admirava, aí ontem você falou daquele cara que te deu mole e eu senti um aperto aqui no peito, ciúmes, agora eu sei o que era, foi ótimo passar o dia contigo, eu esqueci daquela vadia, aí no elevador eu senti uma vontade enorme de ter nos braços, quando voltou a funcionar eu fiquei com medo, de mim mesmo sabe? Eu nunca me imaginaria sentindo atração por um homem, mas agora quando eu vi que ia te perder eu joguei tudo pro alto e que se dane, eu quero você, só não me deixa, não me deixa! -Ele disse chorando me olhando nos olhos, eu também chorava, to emocionado só de escrever.

-Eu também sinto algo por você, admiração, respeito, só que é mais, eu sei agora que é mais, eu também te quero André, desculpa... -Novamente ele me calou com beijos, nossa estava super excitado, nós dois, eu sentia seu falo enorme na altura da minha barriga, o meu esfregava sua cocha dura, ele pôs sua perna no meio das minhas me fazendo levantar, desceu as mãos pelas minhas costas e encheu a mão na minha bunda, me afastei rápido dele.

-Muito rápido, muito rápido. -Falei tentando retomar o fôlego.

-Desculpa, eu tenho pressa de você, eu preciso de você. -Ele me puxou de volta e dessa vez eu deixei ele me sacrificar, ele ‘É’ o que se pode chamar de macho alfa, me dominou de um jeito, aiii (suspiro).

Ficamos naquele amasso sei lá quanto tempo, ele me massacrava, de um jeito bom, minha nossa senhora!

-Agente precisa ir. -Disse mais uma vez me afastando dele, eu estava com a boca toda vermelha.

-Agente não comeu né? Nossa! Você ta passando mal? -Ele disse bastante preocupado chegando perto de mim.

-Não, não to passando mal, pelo contrario, to passando bem kkk.

-kkk ok, mas vamos almoçar, não quero esse bebezão passando mal, já percebeu que você é todo cheio de frescuras, desmaia sobe estresse, desmaia se passar da hora de comer, é claustrofóbico, nossa! Precisa de cuidados, eu me candidato a cuidar. -Ele disse tudo isso rindo, me fazendo pensar, “nossa, realmente eu sou todo não me toque”.

-Realmente (risos) sou todo cheio de problemas, agora vem você pra completar. -Disse rindo.

-Eu sou um problema? -Ele falou me puxando pra junto do corpo dele.

-É... É sim! -Disse gaguejando.

-Seu corpo não acha isso! -Ele falou mordendo minha orelha, e nós sabemos onde é meu ponto fraco.

-Hmmm André! (Gemi). -Vamos logo. -Completei.

-Tudo bem, mas promete que vai continuar aqui comigo, não vai me abandonar! -Falou olhando nos meus olhos.

-Eu prometo, agora vamos logo! -Me virei pra sair pela porta e ele me puxou pra mais um beijo, caraca, viciante os beijos dele.

Nós finalmente saímos e fomos pro restaurante, pedimos nosso almoço e começamos a comer, enquanto isso ele me olhava com olhos de predador, kkk, lindo, conversamos amenidades como sempre, depois fomos pro seu carro e ele me levou pra casa.

No carro em frente a minha casa eu perguntei:

-Como agente fica agora? -Sem olhar pra ele, tínhamos terminado os nossos relacionamentos a pouco tempo, ele mais que eu, e já estávamos quase engatados em outro, não sei se era hora, mas sentia que com ele podia ser diferente.

-Isso é novo pra mim, mas eu queria tentar, se você quiser me ajudar a descobrir eu vou ficar muito feliz. Topa? -Pegou na minha mão, e com a outra virou meu rosto pra olhar pra ele.

-OK. mas vamos com calma, tudo bem? -Disse com um pequeno sorriso nos lábios.

-Tudo bem garoto! -Ele deu um sorrisão e me puxou pra mais um caloroso beijo, derreti de novo.

-Seus lábios me fizeram dependente de você. -Ele falou com os lábios quase colados aos meus.

-Te digo o mesmo. -Saiu em um fio de voz, que logo ele tratou de calar com mais um de seus beijos massacrantes.

-Agente se vê depois? -Perguntou ele a mim.

-Claro, amanhã no trabalho, não vamos apressar as coisas, digamos que é um teste, tipo o meu.

-kkk como seu primeiro dia no trabalho, vamos ver se eu vou passar no primeiro dia que nem você.

-Pelo que eu to vendo, já passou! -Disse sorrindo. Ele também riu e me beijou mais um bocado, sorte o carro dele ter os vidros totalmente escuros.

Depois eu sai do carro e ele se foi, novamente não tinha ninguém em casa, minha irmã saiu e minha mãe ainda estava no trabalho, fui pro banheiro, tomei um banho relaxante e depois fui pro quarto processar tudo que estava acontecendo, e caramba, que surreal, fui traído, sofri muito, o André também foi traído, também sofreu, agora estávamos nos consolando, e ele disse algo que eu achei importante, sobre nunca ter sentido isso por ninguém mais além de mim, porra, IDEN, eu também nunca senti as sensações que ele me transmitiu através da sua companhia, do seu beijo, da sua pegada, e que pegada galera!É sério, eu poderia sim amar, isso era totalmente possível.

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