O Despertar [5]
Parte da série O Despertar
Mesmo depois de tudo aquilo, ainda não acreditava que tinha beijado ele, ainda não acreditava que ele tinha se declarado pra mim, será que todo o tratamento estúpido dele comigo foi realmente por que ele gostava de mim e não sabia lidar com isso? Creio que sim, pois um cara com fama de pegador, bonitão e ricão de uma hora para outra se apaixonar por um magricela, nerd e sem sal como eu, não é todo dia que acontece.
Depois das declarações e do tão aclamado beijo resolvemos entrar na sala de novo, o Sr. Gladison tentava convencer meu pai de que meu verdadeiro talento era a música, só que para meu pai eu tenho que ser um Eng. Civil por livre e espontânea pressão.
• Pai, irei dar uma volta pela cidade com o Paulo- Disse Gleyzzer ao seu pai.
• Mas meu filho você ainda não está em condições de dirigir.- Ele rebate.
• O Paulo sabe dirigir.
• Sabe?- Pergunta o Sr. Gladison
• Sim, aprendi logo cedo. Tenho uma grande paixão por carros.- Digo.
• Poxa garoto temos que conversar mais, pois temos os mesmos hobbys- Diz o Sr. Gladison
• Com certeza!- Retribuo
Sigo para o carro ajudando Gleyzzer a andar ele ainda mancava da perna esquerda, o coloco no carro e começamos a passear pela cidade. Eu não sabia o que dizer para ele, não sabia como agir e pelo que estava percebendo ele também não.
• O Sogrão gostou de você, nunca o vi falar com um amigo meu daquele jeito. Você realmente é muito especial para todos lá em casa- Diz Gleyzzer com uma cara linda me olhando fixamente enquanto eu dirigia.
• Realmente percebi isto. Ele tem os mesmos gostos que eu, iremos nos dar bem. Tenho certeza disto.
• Olha vai direto nesta avenida e dobra a esquerda. - Ele ordena.
Assim fiz só que começamos a sair da cidade até entrarmos em uma pequena reserva da Serra do Mar, Gleyzzer foi me ensinando o caminho até chegarmos a um lago, lindo e deserto parecia uma represa na verdade. O lugar era de tirar o fôlego.
• Pronto, chegamos. Aqui podemos conversar melhor- Disse ele.
• Humm... - Digo mordendo os lábios e fazendo uma cara de safado.
• Olha sabe aquela primeira vez que te vi na sala, quando eu tirei sarro da sua cara na frente de todos? Foi desde ali que eu me apaixonei por você. Cara eu adoro o seu jeito, adoro tudo o que tu faz mano, não sei nem explicar. E tipo quando ti vi no hospital indo me ver, me deu raiva por que eu fiquei mais confuso ainda em relação aos meus sentimentos, mas cara eu te amo como nunca amei outro alguém. – Desabafa ele, agora sim estava tudo explicado tudo esclarecido.
• Que bom que você me disse, sabe? Esse tempo inteiro eu pensava que você tinha ódio de mim, mas não sabia o motivo. – Nossa conversa foi interrompida pelo meu telefone que tocava. Atendo.
“ Alô Paulo?” Diz uma voz grossa e familiar
“Sim, quem fala?”- Pergunto.
“ O Mike porra, eu acabei de ver o carro de Gleyzzer entrando em uma reserva aqui perto, mas parecia que era você quem dirigia, onde você está?”- Dou uma gargalhada nervosa e agora o que faço? Fiz uma cara feia para Gleyzze que não entendia nada o que estava acontecendo. Então respondi.
“ Como é que você sabe que era o carro de Gleyzzer? Existem milhões de carros desse modelo véy”
“ Quando vocês estavam entrando na reserva eu vi a placa e era o carro dele.”
“Bem eu peguei o carro dele emprestado e fui resolver uns negócios que não é da conta. “ Me estressei com Mike, pois ele era muito fissurado por Gleyzzer tudo o que ele fazia era pro Gleyzzer e saber até a placa do carro? Idiota! Ao mesmo tempo desligo o telefone e ligo o carro fazendo a meia volta.
• O que houve, pra onde estamos indo? – Pergunta Gleyzzer assustado enquando eu acelerava o carro que saiu em uma arrancada rápida.
• O idiota do Mike nos viu entrando aqui, você sabia que ele tem gravado na memória a placa do seu carro? Que cara imbecil pra quê isso?
• Não! Que estranho isso. Por que será?
• Não tenho a mínima ideia, mas estou pensando em algo.
• O quê?
• Acho que Mike nos seguiu, vi um carro preto quase sempre na nossa cola desde a avenida e só sumiu depois que entramos na reserva. Era ele! Acho melhor voltarmos para tua casa.
• Concordo, mas encosta aí rápido preciso fazer algo. - Encosto o carro perto de algumas árvores ainda estávamos dentro da reserva.
• Beije-me! - Diz ele com a voz falha e rouca.
Encosto suavemente meus lábios no dele, sinto uma adrenalina incrível subindo pelo meu corpo e tomando conta dos meus sentidos, sua língua quente encontra-se com a minha e como em um surto ele se solta do cinto de segurança e me puxa de encontro ao seu corpo.
• Eu preciso de você, não me abandone nunca- Diz ele com uma cara franca e sincera.
• Eu te amo, Gleyzzer, meu playba.- Vou para cima dele e bato sem querer meu pé no rádio que liga e começa a tocar a música Diamonds da Rihanna.
• Puts, viu? Essa é nossa música. Que louco isso. Você encostou no rádio não foi?
• Hahaha... que louco, acho que bati. Adoro essa música.- Digo empolgado.
Ficamos ali por alguns minutos e decidimos voltar, pois como ele estava machucado não queria forçar nada, poderia prejudicar a recuperação dele. Chegando a sua casa novamente. Surpresa! Mike estava lá. Quando o vi fechei meus olhos em tom de raiva e apertei meus punhos para não socar a cara dele, sua expressão era de sacarmos.
• Oi garotos, sabia que era você naquele carro.- Diz Mike na frente de todos.
• Oi Mike- Diz Gleyzzer não muito animado
• Estava aqui explicando a todos como vi vocês, inclusive quando liguei estava aqui na frente de todos, viu Paulo?- Diz ele em um tom irônico.
• Vai se fuder idiota.- Digo bufando e dando dedo a ele, subo de imediato para o quarto.
• O que deu nele? Pergunta minha mãe a Gleyzzer.
• Pergunte ao Mike Sr. Irei falar com Paulo- Diz Gleyzzer em tom irônico.
Que idiota estava com muita raiva de Mike, com certeza ele deveria ter feito um maior teatro para meus pais e os pais de Gleyzzer, não era a primeira vez que Mike se intrometia em assuntos meus de Gleyzzer, que vontade de chorar. Escuto alguém bater a porta. Levanto-me e abro.
• Gleyzzer!- Digo.
• Oi meu estressadinho- Diz ele rindo.- Você precisava ver a cara de Mike quando você disse aqui e subiu, deixou ele na maior saia justa com todos lá em baixo, aparentemente ele não disse nada que estávamos na reserva a sós e tals... Vai com mais calma, ok? Meu pai quer que você toque hoje no jantar.
• Não sei se quero- Digo
• Ahhh Paulo, você não vai fazer isso com ele, vai?
• Droga! Claro que não, mas eu tinha planos pra hoje a noite.
• Tipo o quê?
• Ficar no quarto trancado, estou com ódio de Mike. Sinto que ele sabe mais do que deve.
• Amor, relaxa, ele não sabe de nada, irei falar com ele amanhã. Ta bem?
• Agora vai lá e toque a nossa música.
Assim faço, me arrumo e vou para sala, todos já estavam lá, inclusive uns garotos lindos amigos de Gleyzzer e ele... Mike. Desvio meu rosto do dele, todos olham pra mim enquanto desço as escadas, sinto meu rosto ficar vermelho. Gleyzzer me olhava com uma expressão perplexa, eu não sabia o por que. Porra por que todos estão me olhando? Caminho até meus pais.
• Paulo meu filho você está lindo! Onde comprou essa roupa?
• Hahaha para mãe, elogio de mãe não vale. Comprei na Oscar Freire e no seu cartão a fatura chega semana que vem- Digo rindo
• Mas... Mas...- Diz ela rindo também.
Gleyzzer faz um sinal pra mim, sem que ninguém veja claro, caminho até ele.
• Caramba Paulo, Meu você tem noção do quanto está bonito?- As meninas estão babando por você estou morrendo de raiva ver se não da bola pra elas, Ok?
• Armaria, a pessoa pode nem se vestir mai, nãm?!- Digo com meu sotaque nordestino. Ele ri
• Adoro seu sotaque, agora vamos, irei te apresentar aos meus amigos.
Depois de muitas apresentações e de algumas cutucadas e beliscões de Gleyzzer enquanto eu cumprimentada seus amigos o Sr. Gladisson desvia a atenção de todos. Com um discurso.
• Caros amigos e amigas, quero fazer um brinde nesta noite especial ao meu filho que está se recuperando como um vencedor do acidente sofrido, quero brindar a minha família linda que esta aqui reunida e aos novos amigos que aqui fiz, estou muito contente, agora, não obstante, queria que Paulo cantasse ao piano uma música, vocês têm que conhecer o talento desse garoto.
• Vai Paulo, agora é com você. - Me encoraja Gleyzzer.
Sento-me ao piano e vejo um homem estranho de terno entrar na sala e cumprimentar meus pais e o Sr. Gladison. Começo a dar os primeiros toques da música Diamonds como me pediu Gleyzzer. Como um surto de adrenalina em minhas veias começo a tocar era tão natural àquilo que não me sentia mais tímido, ao final da apresentação todos me aplaudiram de pé. Modéstia parte eu arrasei mesmo.
Sr. Gladison vem com o estranho homem em minha direção.
• Querido Paulo este é Robert produtor de uma gravadora e um grande amigo o chamei aqui para ver sua grande performance.
• Prazer Robert- Digo morto de vergonha.
• Prazer Paulo, olha você tem uma voz incrível e toca muito bem também, estou maravilhado com seu talento gostaria de te ensinar mais algumas coisas para te aperfeiçoar, caso queira seguir na carreira aqui está meu endereço e contato. – Ele me entrega um cartão.
• Ah Sim, claro irei entrar em contato com você, certamente- Digo sem acreditar naquilo.
Continua...