O PRIMEIRO ATAQUE - 01X02

Parte da série Romeu e Julius - Amor em Framon

Gente,

Muito obrigado. Fico feliz que vocês vão acompanhar essa nova jornada. Quero agradecer vocês. São os melhores!!!!!

Lady Malody era um exemplo de classe. Ela tentava passar para os filhos tudo que havia aprendido com o passar dos anos. Sem dúvidas seu favorito era Julius. Durante o chá da tarde, ela tentava manter uma conversa com o filho, mas ele viajava nos pensamentos.

Malody: - E ontem tive que fazer a vontade dela. Já imaginou Julius? (rindo)

Julius: - Hum rum. (olhando para o jardim)

Malody: - Meu filho? Você está bem?

Julius: - Estou ótimo. (sem prestar muita atenção)

Malody: - Julius... olhe para mim.

Julius: - Estou bem mãe. (levantando da mesa)

Malody: - O que deu nesse menino?

O jovem Julius fazia de tudo para não pensar em Romeu. Ele decidiu sair para passear com as amigas. E por alguns momentos esqueceu o que havia acontecido.

Clarissa: - Imita ela Julius. Imita a dona Ivone.

Julius: (ajoelhando no chão) – Meninos. Vou bater em vocês. (abrindo os braços e derrubando um homem)

Homem: - Cuidado garoto! (levantando do chão)

Julius: - Perdão senhor. (levantando)

Homem: - Por isso que as pessoas tem razão ao seu respeito.

Celdo: - Razão de que?

Homem: - Nada.

Celdo: - Razão de que? (se aproximando do homem)

Homem: - Ele é um pouco... digo... de...desastrado. Isso. Ele me derrubou no chão e sempre faz essas coisas. (desviando de Celdo e saindo correndo)

Celdo: - Vocês estão bem?

Clarissa e Cássia: - Sim.

Celdo: - Vamos.

Julius não conseguiu pregar o olho naquela noite e fazia de tudo para evitar Romeu. Até mesmo na missa, os dois que sempre sentavam juntos, dessa vez ficaram em lados opostos. Após o padre terminar de ler a palavra algumas pessoas e o próprio Rei Nilo, governante supremo de Framon, foram convidados para a casa dos Mazzaro.

Rei Nilo: - Você tem sorte, Celdo. Os seus filhos são muito focados no que fazem. Soube do que aconteceu com o Julius.

Celdo: - Sim. Esses meninos de hoje pensam que podem tudo.

Rei Nilo: - Eu sei que o jovem Romeu pode. Ele e Bartolomeu juntos são imbatíveis. (pegando no ombro de Romeu que riu)

Celdo: - Eu treino os melhores. Por esse motivo que tudo aqui em Framon é prospero. Temos uma boa linha de batalha.

Rei Nilo: - Queria que o Mitty fosse parecido com Romeu e Bartolomeu. Mas infelizmente ele só faz o que dá em sua cabeça...

Celdo: - O Julius é igual. Impulsivo.

Rei Nilo: - Jovens. Vocês nos dão licença. (levando Celdo para o escritório)

Celdo: - Meu rei. Está tudo bem?

Rei Nilo: - Não. Fontes fidedignas garantem que o Cen está vivo.

Celdo: - Impossível. (batendo na mesa) – Aquele desgraçado. Ele não pode...

Rei Nilo: - Acho melhor a gente averiguar essa história.

Celdo: - Vou mandar alguns soldados. Não se preocupe.

Julius pegou um prato de comida e sentou-se distante de todos. Ele brincava com os alimentos quando Romeu chegou de surpresa e o assustou.

Julius: (derrubando o prato no chão)

Romeu: - Desculpa. (colocando a mão no rosto e rindo)

Julius: (falando rápido) - Isso não é engraçado. Você podia ter feito algo pior... poderia ter me machucado... ou me cortado... é algo muito ruim de se fazer... deveria ter mais cuidado e prestar atenção no que as pessoas estão fazendo... e se fosse uma arma?

Romeu: - Relaxa.

Julius: (falando rápido) - Como posso relaxar? Depois do que fizemos ontem? Oh céus. Se o meu pai descobrir ele vai nos matar... me matar... isso é mal... muito mal. A gente não pode contar para ninguém. Se o Bartolomeu desconfiar... ele vai.... cortar a tua cabeça fora. Oh não.

Romeu: - Então isso é uma coisa boa.

Julius: - O que? Isso é grave. É pecado.

Romeu: (colocando o dedo indicador nos lábios de Julius) – Você preocupado comigo. Tá com medo que cortem a minha cabeça. Isso é algo bom.

Julius: (tentando falar, mas é impedido pelo dedo de Romeu. Os olhos de Julius ficam de um lado para o outro, sem saber o que fazer)

Romeu: - Me encontra hoje. Meia noite no celeiro. (saindo)

Julius: - Mas....

Longe dali, Cen tramava a primeira investida contra Framon. Ele recuperou um esqueleto que havia jogado fora e iniciou um ritual de ressurreição. Klaudo observava tudo escondido, assustado, ele não entendia muito bem o que estava acontecendo, porém não gostava.

Cen: (pegando um pó preto e jogando em cima da caveira) – Ressurja das cinzas... volte para a terra. Você tem uma missão meu amiguinho.

A caveira começou a ganhar vida e levantou. Os olhos vermelhos de Cen brilhavam com a situação. Aquele era o sinal que os seus poderes começam a ganhar força. Ele foi até um globo e viu a pacata rotina de Framon.

Cen: - Idiotas. Em breve vocês receberão notícias minhas. (rindo alto) (trovões)

A meia-noite em ponto, Julius desceu pela janela de seu quarto. O celeiro estava escuro e a única coisa que o jovem ouvia eram as batidas de seu coração.

Julius: - Ro...Romeu? Tá um pouco escuro aqui né? (tropeçando) – Ai. Acho que você já... já pode aparecer.

Romeu: - Oi.

Julius: - (batendo no rosto de Romeu)

Romeu: - Aí.

Julius: (falando rápido) – Desculpa, mas você apareceu assim do nada. Foi um reflexo. Machucou? Tá feio? Na verdade eu nem sei onde você tá direito (tateando no escuro em busca de Romeu) - Porque tá escuro e quando está assim a gente não consegue ver nada mesmo e....

Romeu: (beijando Julius)

Julius: - (empurrando Romeu) – Para com isso.

Romeu: - Você não quer?

Julius: - Sim. Quer dizer... não... quer dizer... (beijando Romeu e caindo os dois no chão)

Romeu: - Nossa que selvagem.

Julius: - Cale-se. (beijando Romeu)

Romeu: (tirando a roupa de Julius)

Julius: - Não.

Romeu: - Porque não?

Julius: - Você tá me machucando. (tentando sair de baixo de Romeu)

Romeu: - Desculpa.

Julius: - Isso tá muito rápido. Eu não sei o que eu quero.

Romeu: - Me perdoa. Eu sinto muito.

Julius: - Acho melhor eu ir e...

Romeu: - Por favor. Fica. Só um pouco. (se deitando no feno) – Deita comigo. Vamos conversar.

Julius: - Ok. (deitando do lado de Romeu)

Um silêncio mortal ficou entre os dois. Eles podiam ouvir seus corações batendo forte. Julius espirra alto.

Romeu: - Saúde.

Julius: - Obrigado.... Romeu?

Romeu: - Oi?

Julius: - Quando... quando... você...

Romeu: - Comecei a gostar de homem? Desde sempre e você?

Julius: - O primeiro que eu gosto é você.

Romeu: - Sempre gostei muito de você. Fico com ciúmes quando está dando atenção para outra pessoa.

Julius: - Sério?

Romeu: - Sim. Sério.

Julius: - Eu estou com medo.

Romeu: - Eu também.

De repente a conversa entre os pombinhos é atrapalhada por um forte barulho de explosão. Eles saíram e viram um clarão vindo do centro de Fremon. Romeu pegou o cavalo e deu a mão para Julius subir. Eles correram em disparada até o local da explosão. Muitas pessoas correram de suas casas, algumas pisoteadas, o cenário era de caos total.

Julius: - Eu vou ajudar essas pessoas. (pulando cavalo) – Vá e descubra o que é isso?

Romeu: - Pode deixar.

Julius: - Senhora. (pegando no ombro de um velhinha) – Por aqui. Gente!!! Atenção!!! Todos por aqui. Vão para uma área segura.

Romeu também pulou do cavalo e ficou investigando a área que estava em chamas. Ele foi atacado por um esqueleto que trajava uma armadura diferenciada. Romeu ficou petrificado. Ele não acreditava em coisas sobrenaturais, mas ali em sua frente havia uma caveira com armas.

Romeu: - Quem é você?

Caveira: (rindo e atacando Romeu)

Romeu: - É forte para quem está morto. (se defendendo dos ataques)

Caveira: (dá uma rasteira em Romeu que cai no chão, ele pega a espada e quase fura o jovem guerreiro)

Julius: - Agora não. (jogando uma lança que ficou presa no esqueleto)

Romeu: - Bem a tempo. (sendo ajudado por Julius)

Julius: - Que diabos é isso?

Romeu: - Sei tão pouco quanto você.

Os cavaleiros reais chegaram e cercaram o esqueleto. Ele ficou maior e assustou os cavalos. Alguns soldados caíram no chão inconsciente.

Romeu: - Precisamos fazer algo.

Juliu: - Ei. Magricela.

Caveira: (virou para Julius)

Julius: -Você mesmo. Que dieta é essa? Tem uma amiga que ficaria louca para ficar do teu tamanho.

Caveira: (atacando Julius)

Julius: - Para alguém em estado de decomposição você é bem fortinha. (lutando contra a caveira)

Romeu: - Traz ele pra cá. (apontando para uma estrutura de pedra.

Julius: - Claro. Ele é super receptivo. (chutando a caveira que cai para trás) – Vem cá bobão. (correndo na direção de Romeu)

O Rei Nilo via a cena horrorizado. Um dos soldados chegou próximo a ele e disse que os companheiros haviam sido derrubados por algum tipo de magia.

Rei Nilo: - Os dois jovens parecem estar dando conta da situação.

Celdo: - Senhor. O que está havendo? (ofegante)

Rei Nilo: - Seu filho. Está mostrando ser um grande guerreiro.

Celdo: - O Bartolomeu?

Rei Nilo: - O Julius.

Celdo: - Como? Esse menino. (indo em direção ao Julio)

Rei Nilo: - Espere.

Bartolomeu se juntou a Romeu e Julius. Ele nem precisou perguntar para saber o plano dos dois.

Julius: - Ei maninho. Ainda de pijama? (lutando contra o esqueleto)

Bartolomeu: - Me pegou de surpresa. (atacando o esqueleto por trás)

Romeu: - Eu não vou aguentar segurar por muito tempo. (segurando uma corda) – Rápido.

Bartolomeu: (desviando da espada do esqueleto) – Sabe que o papai vai te matar...

Julius: - Eu sei. Por isso tenho que fazer bonito. (correndo e saltando por cima do esqueleto) – Olha só. (chutando o esqueleto para o local marcado.

Romeu saltou a corda e uma pedra gigante esmaga o esqueleto. O local fica coberto de fumaça. Aos poucos as pessoas saem de suas casas e começam a celebrar. O Rei Nilo e Celdo se aproximam.

Rei Nilo: - Parabéns meus jovens. Fizeram o trabalho de um exército.

Celdo: - Julius. Romeu. O que vocês pensavam?

Rei Nilo: - Calma Celdo. São apenas jovens.

Julius: - Desculpa pai. Vimos a explosão e corremos pra cá.

Bartolomeu: - Pai. O meu irmão fez um grande trabalho hoje.

Celdo: - Eu sei disso. (abraçando Julius) – Eu sei disso.

Julius: - Obrigado por entender pai.

Celdo: - Mais uma semana de castigo.

Julius: - Paiiii.

Celdo: - Bartolomeu leve o seu irmão para casa.

Bartolomeu: - Vamos Julius. (saindo)

Julius: (tagarelando atrás do irmão) - Isso é muito injusto, eu derroto a criatura das trevas e ainda levo castigo. Você sai com suas roupas intimas e é considerado o herói da noite. Isso é muita injustiça!!!!

Rei Nilo: - Ele está aqui Celdo.

Celdo: - Eu sei. Agora precisamos contar com a ajuda dela.

Rei Nilo: - Tem certeza? Ela passou por mal bocados da última vez.

Celdo: - Infelizmente é a nossa única saída. Vou falar com ela. Com licença meu rei. (saindo)

Príncipe Mitty: (tropeçando no balde) – Nossa. Quem colocou isso aqui?

Rei Nilo: - Voltou cedo hoje.

Príncipe Mitty: (levantando) – Olá meu pai? Como está o senhor?

Rei Nilo: - Melhor que você. Melhor que você.

Cen quase destruiu sua torre após a derrota do esqueleto. E quem sofreu as consequências foi o pobre Klaudo. O ódio de Cen era perceptível e de suas narinas sai fumaça.

Cen: - Malditos. Eu vou acabar com eles.

Klaudo: - Calma mestre.

Cen: - (usando seus poderes e jogando Klaudo contra a parede) – Não me mande ter calma!!! (trovões)

Klaudo: (chorando baixo)

Cen: (indo até a bola de cristal) – Então quer dizer que esses pivetes derrotaram o meu esqueleto? O que o orgulho papai faria se descobrisse o segredo de seu filho? (rindo)

Mais uma noite, o jovem Julius não conseguiu dormir. No dia seguinte recebeu a visita de suas melhores amigas: Cássia e Clarissa. Eles conversaram sobre vários assuntos e decidiram tomar banho no lago. Apesar de estar de castigo, Julius conseguiu convencer a mãe a deixá-lo ir.

Cássia: - Tua mãe é a melhor de todas. (mergulhando)

Clarissa: - E o teu irmão o mais lindo.

Julius: - O mais lindo, o mais forte, o mais esperto, o mais habilidoso. Meu pai também exalta essas qualidades do Bartolomeu.

Clarissa: - Credo Julius. Deveria ser mais legal com ele.

Julius: - E eu sou até por demais. Acredita que ontem o vilarejo foi atacado por uma criatura metade gente, metade esqueleto e quem levou os louros por matá-lo foi o Bartolomeu? Acredita?

Clarissa: - Ele é forte mesmo.

Julius: (caindo na areia) – Eu matei aquele mostro... e ele que recebe a recompensa.

Cássia: - Deram ouro pra ele?

Julius: - Eu quis dizer reconhecimento.

Romeu: - Oi meninas. Oi Julius.

Cássia e Clarissa: - Oi Romeu. (bem apaixonadas)

Julius: - Ah... oi Romeu. (sem olhar para Romeu)

Romeu: - Posso me juntar a vocês?

Clarissa: - Po...

Julius: - Na verdade a gente já estava de saída. (levantando e pegando suas roupas)

Cássia: - Já?

Julius: - Já!

Clarrisa: - Mas...

Julius: - A minha mãe pediu para a gente não demorar. Vamos. Vocês na frente.

Cássia: (pegando algumas roupas e andando) – Puxa.

Clarissa: - Não temos outra opção.

Romeu: - (pegando no braço de Julius)

Julius: - Hoje não. (saindo)

Romeu ficou sozinho, ouvindo o balançar da água. Ele havia passado dos limites com Julius e se arrependeu da atitude. De repente uma mulher aparece.

Mulher: - Coração partido?

Romeu: (levantando) – Nossa. Você me assustou.

Mulher: - Estou vagando pelas terras de Framon... e notei a sua tristeza. Problemas do coração?

Romeu: - Estou bem.

Mulher: - Não parece.

Romeu: - Estou. Não se preocupe.

Mulher: - Pode me dar um pouco de sua água?

Romeu: (pegando o cantil) – Claro. Pode ficar.

Mulher: (tomando a água) – Obrigada meu jovem. Só tome cuidado. Algumas vezes a gente precisa lutar muito mais do que esperamos por um grande amor. Pegue. (entregando para Romeu um talismã)

Romeu: - O que é isso?

Mulher: - O talismã do amor. Ele brilha se a gente entregar nas mãos da pessoa que está destinada a ser nosso verdadeiro amor.

Romeu: - Verdade? (olhando para o objeto) – Mas... Uê? Cadê a mulher?

Cen: (atrás de uma árvore) - Essa foi fácil. Eu poderia te destruir por ter ajudado a matar minha caveira, mas antes... quero destruir a família do Celdo. (rindo alto e sumindo)