O AMOR NASCE - 01X01
Parte da série Romeu e Julius - Amor em Framon
Oi, sou o Escritor Sincero, também conhecido como Diego. Iria publicar o romance apenas no dia 19, mas lembrei de alguns compromissos e decidi postar agora.
Escrevi o romance 'Gotas de Júpiter' que terá em breve uma segunda temporada, mas tive a ideia de criar essa história que tive durante um sonho. Vou publicar semanalmente, pois, já tenho alguns episódios escritos. Conto com a sua participação. Leia, me siga e comente os capítulos.
A homofobia é uma palavra relativamente nova para a humanidade, mas antes ninguém poderia imaginar algo sobre o assunto. Antigamente o homossexualismo era considerado um ato de sadomia, ou seja, pecado mortal. Nossa história se passa em Framon, lugar bucólico e pacato onde um feiticeiro maligno busca vingança.
Naquela manhã era festa na casa dos Mazzaro. Eles eram uma influente família de uma vila próxima ao castelo real de Framon. O patriarca Celdo Mazzaro parecia estar nervoso, pois, sua esposa dava luz ao seu terceiro filho. A movimentação era grande no salão do palácio. Empregados, amigos e a família esperavam impaciente o nascimento da criança. O pequeno Romeu de quatro anos brincava e nem percebia a agitação em sua volta.
Seu brinquedo caiu no chão e foi rolando até uma grande porta. O menino pegou o objeto e ouviu o choro do outro lado. Ele entrou e encontrou a madame Melody segurando um pequeno bebê.
Melody: - Se chamara Julius Assunção Mazzaro. (chorando)
Romeu: - Ele tá sujo de sangue por quê?
Melody: - Oh. Pequeno Romeu. Venha ver o seu novo amiguinho. Ele se chama Julius.
Romeu: (se aproximando) – Oi. Julius. (pegando na mão do bebê)
Melody: - Espero que sejam bons amigos no futuro.
Mulher: - O que fazes neste cômodo menino? (pegando Romeu pelo braço)
Romeu: - Espere. Espere. (conseguindo se soltar e entregando o brinquedo para Melody) – O meu presente para ele.
Melody: - O primeiro presente do Julius. Obrigada.
Os anos passaram e a previsão de Melody se concretizou. Romeu e Julius tornaram-se grandes amigos. Eles faziam tudo juntos. Brincavam, dormiam e tomavam banho. A diferença de idade não atrapalhava.
16 anos depois
Julius: - Romeu? Romeu? (entrando no celeiro)
Romeu: (saltando de uma viga e jogando uma espada para Julius) – Em guarda!
Julius: - (pegando a espada) - AAAHH!!! Devagar. (se defendendo dos ataques de Romeu)
Romeu: - Nunca dê as costas para o seu inimigo Julius.
Julius: - Jamais. (rindo e atacando Romeu)
Romeu: - Devagar rapaz.
Julius: - Estás com medo? Em guarda.
Julius aproveitou um deslize de Romeu, conseguiu andar sobre a espada do amigo e contra atacou caindo no chão. Romeu se desequilibrou e caiu em cima dele. Os rostos dos dois ficaram bem próximos e a respiração de um era sentida de perto pelo outro.
Julius: - Penseis que estava indo para o centro de batalha.
Romeu: - Teu pai me deu folga hoje.
Julius: - Claro. Você é o preferido dele. (se levantando e ajudando Romeu)
Romeu: - Eu estou velho para essas coisas.
Julius: - Fazes 20 quando?
Romeu: - Um dia depois de você, ou seja, acabei de completar. (pegando a espada de Juliano) – Nossa o teu ataque quase quebrou a minha espada.
Julius: - Improvisar faz bem em algumas situações.
Romeu: - Claro. O elemento surpresa é primordial em qualquer guerra.
Julius: - Espero que chegue o dia de ser a minha vez no centro de batalha.
Romeu: - Você não vai durar uma semana.
Juliano: - Será? Eu posso te surpreender de várias maneiras.
Romeu: - Claro. Mas você não é o tipo de sujeito que vai para a guerra.
Julius: - Isso não tem nada haver. Posso derrotar qualquer um naquele centro de batalha. (saindo)
Realmente. A amizade de Romeu e Julius era bonita de se ver. Porém muitos na cidade viam com maus olhos.
Seu Patrick: - Viu. Esses dois gostam de andar juntos. Deveriam ir para Costa Estrela. Lá que moram os mariquinhas.
Ciro: - Deixe disso. Se o seu Celdo souber de seus comentários.
Julius: - Ela pegou a bola e tacou longe. (abrindo os braços e derrubando um homem) – Perdão. (ajudando o homem a levantar)
Romeu: (ajudando o homem) – Desculpe. Ele é desastrado por natureza.
Celdo: - Julius. Vamos para casa?
Julius: - Já? Tá bom. Romeu preciso ir. E desculpa pela surra hoje.
Romeu: - Na próxima não vou refrescar. Até mais.
No jantar Julius questionou do pai o motivo de não poder treinar no Centro de Batalha.
Melody: - Seu destino é estudar e tornar-se um brilhante médico.
Julius: - Não quero ser médico. Quero participar de batalhas e...
Celdo: - Deixe de ser tolo. O seu irmão Bartolomeu é o único com habilidades para tal. Você meu filho precisa focar em outra profissão.
Julius: - Acho isso injusto.
Catarine: - Pense pelo lado positivo meu irmão.
Julius: - Não consigo encontrar um que valha pena lutar.
Catarine: - Mudando de assunto. Ontem descobri que Lady Deodora está precisando de aulas de harpa. Ela está desesperada para aprender a tocar o instrumento.
Bartolomeu: - Deve ser para atrair novos amantes. Uma desculpa.
Melody: - Deixe de ser tolo. Lady Deodora é uma mulher de respeito.
Bartolomeu: - Só disse o que me passaram.
Melody: - As pessoas deveriam cuidar mais de suas vidas.
Naquela noite, o jovem Julius não conseguia tirar da cabeça a ideia de participar de um treinamento no Centro de Batalha. Ele procurou o irmão mais velho.
Julius: - Eu posso ir disfarçado. Que tal?
Bartolomeu: - O papai me castra se pelo menos eu pensar em te ajudar.
Julius: - Isso é injusto. Você pode fazer o que bem entender... e....
Bartolomeu: - Julius... o papai deu duro para conseguir se firmar neste ramo. Eu dou meu total apoio a ele...
Julius: - Eu sei disso. Claro que sei, mas...
Bartolomeu: - Vá com calma. Agora me deixe dormir. Tenho um dia longo amanhã.
Julius: - Tudo bem. Boa noite.
No dia seguinte, Julius procurou seu confidente Romeu para fazer uma revelação. Eles se encontraram na floresta, próximo a velha cabana.
Romeu: - Espero que tenha um bom motivo para me fazer vir até aqui.
Julius: - Quero entrar no Centro de Treinamento.
Romeu: (risos) – Você bateu a cabeça? Teu pai nunca permitiria uma asneira dessa.
Julius: - Ele não precisa saber.
Romeu: - E porque precisa tanto fazer isso?
Julius: - Quero ser igual a você e o Bartolomeu.
Romeu: - Julius. Você é um rapaz diferente. Não nasceu para essa vida.
Julius: - Diferente... diferente... estou cansado de todos falarem isso de mim. Sou muito bom com uma espada. Derroto até você e o Bartolomeu juntos e...
Romeu: - Tá bom. Eu te ajudo.
Julius: - Obrigado. (abraçando Romeu que retribui o gesto)
Longe dali. Nas montanhas geladas de Kinopla um malvado feiticeiro bolava um novo plano para conquistar o reino de Framon.
Cen: - Maldição. Esse Duque Celdo está acabando com as minhas investidas a Framon.
Klaudo: - Mestre... você precisa ter paciência...
Cen: - Paciência? (dando um tapa em Klaudo) – Estou esperando por esse momento há quarenta anos. E agora um mortal quer me desafiar.
Klaudo: (levantando do chão) – O senhor ainda não tem poder o suficiente. Precisa guardar mais energias.
Cen: - Aquela Bruxa vai me pagar caro. Quando meus poderes estiverem estabilizados eu vou matar todos! (rindo)
Klaudo: - (rindo)
Cen: - Calado!!!!! (trovões) – Agora. Vamos ao meu plano para destruir por vez Framon e todos que nele vivem!!! (trovões)
Bartolomeu e Romeu conseguiram colocar Julius no Centro de Batalha. O local era muito agitado, muitas pessoas tentavam se inscrever, pois, aqueles que conseguiam sucesso entravam para a artilharia real.
Bartolomeu: - É o seguinte. Tem uma luta marcada. Vamos te colocar lá.
Julius: - Agora? Eu preciso aquecer antes. (pulando e socando o ar, acertando um homem que passava pelo local) – Desculpe, Senhor. (ajudando o homem a levantar).
Homem: - Olha por onde anda pivete! (saindo da sala)
Julius: - Não posso entrar assim dessa forma... cru... será que isso é um erro?
Romeu: - Pelo jeito que você derrubou o homem... está preparado.
Bartolomeu: - Erro ou não.. já estamos aqui. (colocando um capacete estilo gladiador em Julius)
Romeu: - (entrando) – Está tudo pronto. (olhando para Julius) – Uau. Você realmente parece um guerreiro.
Julius: - Essa roupa pinica. Como vocês conseguem se concentrar com tanta coisa em cima de vocês. Acho que o tecido utilizado deveria ser algo como couro...
Bartolomeu: - Ei. Te concentra. Se alguma coisa acontecer com você nessa arena o papai me mata. E eu morrerei com prazer.
Romeu: - Você não precisa provar nada para ninguém. (pegando na mão de Julius) – Não precisa.
Julius: (respirando forte) – Eu... (recuando e pegando a espada) – Eu quero fazer isso. Quero provar para o meu pai que eu posso fazer parte do mundo dele.
Bartolomeu: - É agora.
Julius: - É agora? (nervoso) – O que eu faço? (indo em direção ao portal da arena).
Romeu: - Apenas faça aquilo que você faz de melhor...
Julius: - Improvisar?
Romeu: - Isso. (batendo nas costas de Julius)
Homem: - E agora teremos o embate entre Pum Aghora... é isso mesmo? (olhando para o papel)
Romeu: - Pum? (olhando para Bartolomeu)
Bartolomeu: - Não sou bom nessas coisas.
Homem: - Continuemos. Pum Aghora contra Marco Angelos. Que comece a batalha.
Julius: (entrando na arena e quase ficando cego por causa do sol) – Calma. Respira. Lembra de tudo que você já sabe. Eu não vou morrer... o outro competidor nem parece tão agressivo...
Marco: - Eu vou quebrar o teu pescoço franguinho!!!! (partindo para cima de Julius)
Julius: - Céus! (se defendendo com o escudo) – Calma.
Marco: - Já está clamando por misericórdia? (atacando Julius simultaneamente com escudo e espada)
Julius: - Chega. (chutando o oponente) - Você quer brincar? Então vamos brincar. (rodando a espada na mão)
Julius desferiu vários golpes em Marco que recuou e ficou de joelhos. Ele pulou por cima do adversário e conseguiu tirar seu escudo. O homem queria a cabeça do jovem e correu em sua direção.
Julius: - Você sabia que a raiva é determinante para quem perde e ganha. (desviando)
Marco: - Cale a boca. E lute. (atacando Julius e cortando seu rosto)
Julius: (abaixado)
Bartolomeu: - Julius!!!
Julius: (pegando no rosto) – Você sabia que a agressividade é causado muito por um trauma que passamos em nossa vida? Sabe, se você controlasse isso talvez não fosse desse jeito... quem disse isso foi um médico, primo da Irmã de um conhecido do meu pai.
Marco: - O que?
Todos assistiam a luta atentamente. Quem também estava presente na plateia era Celdo Mazzaro que ouviu o grito de Bartolomeu.
Celdo: (levantando) – Como assim?
Julius: (pegando no rosto) – Tá ardendo. Passou o que na tua espada? Pimenta?
Marco: - Neném fez dodói? (se aproximando de Julius)
Julius: - Isso vai deixar marca panaca! (golpeando Marco com o escudo) – Vai demorar para sair!!! (chutando Marco)
Marco: (com a boca sangrando) – E o que você falou sobre raiva?
Julius: - Faça o que eu digo, mas por favor... não faça o que eu faço. (batendo em Marco com o escudo)
Marco: (caindo no chão desmaiado)
Plateia: (gritando loucamente e batendo palmas)
Julius: - Eu ganhei? (deixando espada e escudo cair no chão) – Eu ganhei? Eu ganhei!!! (levantando as mãos e fazendo uma dancinha) Eu ganhei. Eu ganhei. (voltando correndo para a concentração)
Celdo: - Bartolomeu?!
Bartolomeu: - O que foi pai?
Romeu: - Eu não acredito!! Você conseguiu.
Julius: (correndo e abraçando Romeu) – Eu consegui! Eu consegui. Ele veio todo cheio de valentia e eu derrubei ele. Oh meu Deus. Eu derrubei um homem de 100 quilos. Eu sou tipo... um herói. Você viu como ele voou e caiu no chão como se fosse um saco de batatas!!
Romeu: (tirando o capacete de Julius)
Julius: - Eu... eu...
Romeu: (beijando Julius)
De longe, Celdo vinha trazendo Bartolomeu pela orelha e cortou o beijo entre Romeu e Julius. Eles se afastaram, o coração do jovem Julius parecia que ia sair pela boca, Romeu virou o rosto e se tivesse um buraco se jogaria.
Celdo: - Vocês querem me matar do coração? (indo até Julius e puxando a orelha dele)
Julius: - Ai... aí pai... eu não tive culpa... ele que...
Celdo: - Você também tem parte nisso Romeu?
Romeu: - Eu... eu.... eu... aju... ajudei senhor.
Celdo: - Que vergonha. Saia daqui. Deixe-me a sós com os meus filhos.
Romeu: (saindo e fechando a porta) – Eu... não fiz aquilo. (correndo para fora da arena)
Celdo: - Vocês estão malucos?
Bartolomeu: - Foi ideia do Julius... aí minha orelha pai.
Celdo: - Eu não acredito. Porque se arriscar dessa forma?
Julius: - Só queria provar que era um bom guerreiro... aí... e...e... que podia fazer igual ao Bartolomeu.
Celdo: (soltando os filhos) – Os dois de castigo... até... até... Sempre!!!!
Naquela noite, Julius não conseguiu comer, dormir e nem conversou direito com a mãe. Ficou pensando no beijo que recebeu de Romeu. Para sua surpresa o amigo decidiu visita-lo.
Romeu: - Julius!
Julius: - Romeu? Vá para casa. Estou cansando e de castigo.
Romeu: - Vou subir até aí. (escalando uma árvore e entrando no quarto de Julius) – Oi? Tudo bem?
Julius: - Papai me deixou de castigo.
Romeu: - O seu rosto está melhor?
Julius: - Sim... olha... eu... preciso dormir.
Romeu: - Queria te falar sobre o... beijo... me desculpe. Eu estava feliz por você e..
Julius: - Estou confuso com essa atitude... eu...
Romeu: - Desculpe. Fui um tolo. Não deveria.
Julius: - Eu...
Romeu: - Você gostou?
Julius: - Eu não sei... você gosta de meninos...
Romeu: - Por favor. Não conte a ninguém. Meus pais me matam.
Julius: - Tudo bem. Por favor... saia daqui.
Romeu: - Tudo bem. (saindo pela janela)
Julius passou a noite pensando em Romeu e no beijo. Ele se assustou com a possibilidade de se apaixonar pelo amigo. Aquilo seria o fim de sua vida. Porém, como muitos sabem não podemos mandar no coração.