VERDADES... MALDITAS VERDADES... 01X18

Conto de escritor.sincero como (Seguir)

Parte da série Gotas de Júpiter

# Gente. Antes de começar o capítulo quero pedir desculpa pela ordem em que as histórias estão sendo colocadas. É falta de atenção mesmo. Me desculpem! Curtam:

Quando eu era pequeno adorava ficar doente. A minha mãe sempre fazia coisas gostosas para eu comer. Meu pai por mais que tentasse não conseguia suprir aquele lugar, e eu me sentia muito mal. Por mim, por ele. A cirurgia foi um sucesso... quer dizer fiquei com uma pequena cicatriz, mas nada demais.

Thiago: - Doutor quando vou poder ir para casa?

Médico: - Thiago teu pai pediu três dias. Para verificarmos se nada deu errado e até a própria cirurgia ficar mais presa. Então nada de movimentos bruscos ou agitação.

Thiago: - Ok. Obrigado.

Médico: - Tenha uma boa tarde. (saindo)

Thiago: - O senhor também. (pegando um copo d’água e tomando)

Cristovão: - Então. Cadê? Quantos centímetros?

Thiago: (cuspindo a água) – O que? Quantos...

Cristovão: - Quantos centímetros a tua cirurgia?

Thiago: - Ahhh. Não sei. Tá com curativo. E o senhor? Não deveria estar na quimio?

Cristovão: - Os médicos me deram folga hoje. Eles disseram que estão confiantes.

Thiago: - Que bom.

Cristovão: - Eu não acho. Toda vez que eles falam isso quer dizer apenas mais quimioterapia.

Thiago: - Sinto muito. Eu... eu...

Cristovão: - Tudo bem. (olhando para cima) – Ahhh... eiiii... quer ver um vídeo da minha banda preferida?

Thiago: - Claro. Quero sim.

Cristovão: - Pera aí. (correndo até a cama e voltando ofegante)

Thiago: - Devagar rapazinho. Devagar. (tentando sentar na cama, se sucesso) – Desculpa. Não consigo.

Cristovão: - Devagar rapazinho. Devagar. (com um sorriso nos lábios)

Thiago: - E qual é a banda? Carrossel? Patati e Patata? Balão Mágico?

Cristovão: (revirando os olhos) – Coldplay! Dãã!!!

Thiago: - Ganhou cinco pontos comigo.

Cristovão deu play e Cris Martins apareceu no palco. Deveria ser em algum show internacional, pois, havia muita gente. A primeira música foi ‘Magic’. Cristovão não tirava o olho do computador.

Cristovão: - Essa é a minha favorita. Presta atenção.

Em seguida tocou a música ‘Yellow’. Enquanto lia a tradução não consegui evitar as lágrimas. Mas fui esperto o suficiente para disfarçar. A música acabou e ele levou o notebook para a cama.

Thiago: - E porque você gosta tanto dessa música.

Cristovão: - Quando eu me for... quero virar uma estrela... ver todos vocês lá de cima.

Thiago: (engolindo seco) – Não tenho dúvidas que você vai ser a estrela mais linda de todas.

Cesar: - Que agitação é essa? (entrando com um copo de suco nas mãos)

Cristovão: - O Thiago sobreviveu. Ele tá vivo.

Thiago: - Ebaaa!! (levantando as mãos e sentindo dor) – Aiii.

Cesar: (olhando para Thiago)

Thiago: - Que foi?

Cesar: - Tem algo diferente em você.

Thiago: - Tem? (arrumando o cabelo e a camiseta)

Cesar: - Ahh é verdade. Você tá sem o apêndice. Fica melhor assim.

Thiago: - Nossa. Vou morrer de rir.

Cesar: - (se aproximando) – Pera ai. Deixa eu arrumar o teu cabelo.

Gustavo: - Thiago? (segurando um buque de rosas)

Thiago: - Gustavo?

Gustavo: - Oi?

Cesar: - Vem guri. Você precisa tomar banho. (pegando uma bolsa e levando Cristovão)

Thiago: - Até depois.

Gustavo: - Atrapalhei alguma coisa?

Thiago: - Não. Claro que não.

Gustavo: - Vim aqui em nome dos alunos da escola. Não poderia vir todo mundo... então... eles... mandaram esse buque de rosas.

Thiago: - Obrigado. São lindas. (pegando o buquê das mãos de Gustavo)

Gustavo: - A cirurgia foi boa? Digo... você está bem?

Thiago: - Estou ótimo.

Gustavo: - Eu... eu sinto muito Thiago. Por tudo. Queria ser essa pessoa forte que você espera, mas... queria que você me entendesse.

Thiago: - Eu também gostaria de ser compreendido. Afinal quem está recebendo ameaças sou eu.

Gustavo: - Entendi. Você seguiu em frente né?

Thiago: - Gustavo. Eu não quero brigar agora. Preciso ficar sozinho.

Gustavo: - Seu desejo é uma ordem. (saindo do quarto)

Chorei e fechei os olhos. Mil coisas passaram pela minha cabeça. Até que tive um estalo e sai correndo pelos corredores. Procurei o Gustavo e o encontrei entrando no elevador.

Thiago: - Gustavo!!!

Gustavo: - Thiago?!

Corri ao encontro dele e o beijei fortemente. Procuramos uma sala vazia e começamos a nos pegar.

Gustavo: - Thiago. Thiago. Sua cirurgia.

Thiago: - Não me importo. Eu quero você. Quero você agora. (tirando a blusa dele)

Gustavo: - Eu te amo. Te amo muito. (beijando Thiago)

Eu estava sentindo somente amor naquele momento. Fiquei pelado e o Gustavo teve todo cuidado para eu não sentir dor. Ele me penetrou de lado. Lágrimas escorriam de nossos olhos. De repente ele começou a meter forte e a me machucar. Olhei para trás e era um homem desconhecido.

Pessoa: - Assim que tu gosta né viadinho? Vou te fazer sangrar.

Thiago: (acorda assustado) – Nããooo!!!

Elizabeth: - Thiago? Tá tudo bem.

Thiago: (chorando) – Não. (abraçando Elizabeth)

Elizabeth: - Tudo bem meu querido. Estou aqui. Vai ficar tudo bem. Estou aqui.

Naquela tarde os meninos foram até o hospital. Era impossível não escutar esse povo chegando. As coisas estavam meio estranhas entre Kim e Bruno, mas mesmo assim eles foram me visitar.

Suzana: - Thiago. Menino. Você está horrível. Ainda bem que eu trouxe meu primer e algumas maquiagens.

Ludmila: - Ele acabou de sair de uma cirurgia. (pensando um pouco) – Usa a paleta número quinze.

Bruno: - Doeu muito?

Thiago: - Não muito. Eu estava dormindo. E me contem... o meu admirador secreto ainda na ativa?

Kim: - Não. Sumiu.

Suzana: - Fecha os olhos baby.... querem saber de uma coisa. Acho que essa pessoa é um viado incubado. E tem raiva de pessoas bonitas como... como... eu.

Bruno: - Porque agora você é viado. Tá certo.

Suzana: - Bruno. Pessoas iguais a mim são desejadas por essa sociedade. (passando uma esponja no rosto de Thiago). É a lei natural das coisas.

Alison: - Mas não descobriram nada até agora?

Thiago: - Nada.

Cristovão: (entrando no quarto) - Olha. Festa no apê. E quantas gatinhas. (piscando para Suzana que faz cara de nojo)

Suzana: - Olha. Os gremlins realmente existem.

Todos: - Suzana!!!

Thiago: - Gente. Esse é o Cristovão, meu companheiro de quarto e o irmão dele Cesar.

Suzana: (errando a maquiagem e fazendo um rastro no rosto de Thiago) – Cesar? (levantando) – Encantada. (estendendo a mão)

Kim: (olhando para Ludmila, esconde o sorrido com as mãos)

Cesar: - Prazer.

Thiago: - Gente. Esses dois são os meus companheiros desde quando cheguei aqui. Tratem eles bem.

Cristovão: (perto da Suzana) – Ei gatinha. Se importa com diferença de idade.

Suzana: - Oh querido. Se eu tivesse dois anos a menos. Seriamos da mesma idade e...

Ludmila: - Acho que você se enganou nessa matemática. Não seriam uns 30 anos a menos.

Suzana: - Hunf. Minha cútis é de bebê. Invejosa. AAAHHHH (olhando para o rosto de Thiago)

Thiago: - Tá vendo. Essa tua maquiagem...

Meu pai foi com Gustavo a delegacia de Crianças e Adolescentes. Elizabeth correu do hospital até lá. E ficou observando de longe. Eles assinaram os papeis e meu pai passou a se tornar o tutor legal de Gustavo. Isso fazia dele quase um irmão.

Dentro de uma sala escura. Os meus dois seguidores favoritos preparam aquele que estava destinado a ser o meu destino ‘final’. Eles capricharam em cada toque.

Pessoa2: - A gente podia raptar ele do hospital.

Pessoa1: - Você é um gênio. Claro. E ser pego pelas câmeras? A gente tem que usar o dia do baile. Esse viado vai pagar. Bem caro.

Pessoa2: - Adoro quando você fica bravinho. Pena que você não vale nada.

Pessoa1: - Como se você valesse alguma coisa.

Papai e Gustavo vinham conversando casualidades no carro. Até que ele viu uma mulher deitada na sarjeta. Ele imediatamente pediu para o meu pai encostar na esquina. O meu ‘irmão’ andou até ela e ficou horrorizado.

Gustavo: - Marta?

Marta: - Gustavo? Sai daqui seu peste.

Gustavo: - O que aconteceu? O que você fez?

Marta: - Deveria ter te matado quanto tive chance. Quando te roubei daquele hospital.

Gustavo: - Como assim? Que história é essa? (se aproximando)

Marta: - Isso mesmo. Te roubei. E deveria ter te matado. Mas não. Fui te criar. Te alimentar. Te dar amor.

Gustavo: - Como assim eu não sou teu filho? (chorando) – E de onde você me roubou?

Marta: - Sai de perto de mim!!! (correndo no meu da rua)

Gustavo: - Não. Mããe!!!

Marta: - Eu não sou tua mãe criatura!! Nunca fui. Eu sempre te odiei. Te usei para tentar seduzir uma pessoa, mas foi inútil. Eu te odeio. Eu quero que você e a tua mãe no inferno.

Gustavo: - Marta. Vem pra cá. Olha os carros. Mãe. Por favor... podemos pedir ajuda. Vem. (oferecendo a mão)

Marta: - Eu não tenho nada seu filho da puta. Culpa da vadia da tua mãe.

Hélio: (saindo do carro) – Gustavo.

Gustavo: - (Olhando para os carros em direção de Marta) – Por favor... (se aproximando dela). – Vem pra cá.

Marta: (agarrando a mão de Gustavo) – Não!! E você vem comigo.

Hélio: (agarrando a jaqueta de Gustavo) – Nãããooooo!!!

Marta se desequilibrou e caiu na rua. Não demorou muito para ser atropelada. Meu pai abraçou Gustavo com toda força e o impediu de ver o atropelamento de sua ‘mãe’.

Gustavo: - Não. Não. Mãe.

Hélio: - Calma filho.

Gustavo: - Eu não tenho ninguém seu Hélio.

Hélio: - Para de bobagem. Você tem a mim, tem aos meus filhos, seus amigos da escola. Essa mulher não te merecia filho. Ela tentou... Deus... ela tentou...

Meu pai acionou a polícia e precisou passar quase toda a noite resolvendo a situação. A mulher poderia ser louca, mas pelo Gustavo ele fez um esforço. Elizabeth chegou alguns minutos depois.

Elizabeth: - Gustavo.

Gustavo: - Professora. O que a senhora está fazendo aqui. (enxugando as lágrimas)

Elizabeth: - Preciso conversar com você.

Hélio: - Elizabeth. Esse não é o momento. E nem o lugar.

Elizabeth: (com lágrimas nos olhos) – Eu preciso Hélio. Não aguento mais. Está preso na minha garganta.

Hélio: Elizabeth. (pegando no ombro dela e fazendo sinal de positivo com a cabeça) – Estou ao seu lado, você sabe disso, mas precisa fazer sozinha. (indo até a sala do delegado)

Gustavo: - O que está acontecendo aqui professora?

Elizabeth: - Preciso te contar uma coisa... mas... por favor... me escuta sem fazer julgamentos. (chorando)

Quando eu era pequeno adorava ficar doente. Sempre tinha atenção de todos. Era o menino dos olhos da minha família e amigos.

Cristovão: - Dança comigo senhorita?

Suzana: - Claro meu senhor, mas espero que tenha mais de quinze dígitos na sua conta bancária. (conduzindo a dança)

Cesar: - Esse menino puxou ao irmão.

Alison: (no ouvido de Ludmila) – Quem diria que a Suzana tem coração?

Ludmila: - Quando ela quer... ninguém segura ela. Por isso que ela vai ser a nossa rainha.

Adorava a sopa que a minha mãe fazia. Ela me embrulhava e me sentia seguro, pois, sabia que ela faria qualquer coisa para me fazer sentir bem.

Thiago: - Obrigado pelas rosas.

Kim: - Que rosas?

Thiago: - A que vocês mandaram. Ali. Coloquei num vaso.

Kim: - Não sei do que está falando amigo. Não mandamos nenhum buquê.

Thiago: - Humm. Ok. (com um sorriso nos lábios)

E apesar das dores, do sentimento de derrota. A minha mãe sempre escolhia as palavras certas para me dizer, porém sempre chorava. Eu não entendia muito bem, mas depois percebi. Ela sofria junto comigo.

Gustavo: - Mentira. É tudo mentira.

Elizabeth: - Gustavo. Espera. Filho.

Gustavo: - Não me chama de filho. Minha mãe morreu. (correndo)

Elizabeth: - Gustavo!!!

Hélio: - Deixa ele. É muita informação para um único dia.

Sim. Ela sofria comigo, mas no final das contas, a minha mãe era o meu universo. No final da noite, depois da sopa de letrinhas, ela arrumava um espaço na minha cama e apenas deitava ao meu lado. Me vigiando enquanto eu dormia. E uma vez ou outra, escorria uma lágrima dos seus olhos, pois, ela preferia estar ali no meu lugar. Ter a minha doença.

Thiago: - Gustavo.

Gustavo: - (escorado na porta e chorando) – Eu preciso de você.

Thiago: - Meu pai contou. (abrindo um espaço entre as cobertas)

Gustavo: - (Chorando) – Me desculpa.

Thiago: - Tudo bem. Eu estou aqui. Eu estou aqui.

Cesar: (olhando Thiago e Gustavo)

Cristovão: - Quem está aí?

Cesar: - Ninguém. Vamos dormir.

Comentários

Há 7 comentários.

Por Theu em 2014-12-03 19:45:06
Sua serie é otima, virei fã! Quero saber quem são caras que estão infernizando o Tiago! Será que rola uma dica? Ou você vai deixar os seus lindos leitores na curiosidade?
Por fran em 2014-12-03 12:10:50
minha nossa senhora do chuveiro elétrico passada chapinha rosa pink no mar de tulipas violeta.... so não choro por que não sou muito sentimental. adorei essas cenas múltiplas com frequente alternação. parece ate um filme. pelo menos para mim. ler a historio com atenção aos mínimos detalhes nas entrelinhas, sentir a emoção dos personagens, escutar seus risos, seus choros, seu desespero, sua angustia, sentir sua tristeza sua alegria... nossa eh quase de de me fazer ficar desidratado de tanta lágrima. Amei. perfeito. foi a cena o capitulo que mais senti realidade ate agora.
Por BielRock em 2014-12-03 10:48:35
Nossa esse foi o melhor capítulo que eu li . Teve alegria com Cristóvão e a Suzana , teve tristeza na morte de Marta , teve raiva dos caras que estão fazendo coisas horríveis com o Thiago . Mas a melhor foi a Suzana e o Cristóvão . “Cristovão: (entrando no quarto) -Olha. Festa no apê. E quantas gatinhas. (piscando para Suzana que faz cara de nojo)“ . Morri de rir com essa parte .
Por Fagner em 2014-12-03 08:25:00
Nossa garoto... Vejo que de agora em diante, tudo vai se complicar..... Gente que dó do Gustavo, coitado gente que barra hein... Bom, eu estou amando os irmãos Cristóvão e Cesar, espero que tudo dê certo para eles e que Thiago continue visitando Cristóvão no hospital.... Eu também estou ansiosíssimo para saber o que vai acontecer com eles.... Um abraço e não demore......😊
Por Léo Allen em 2014-12-03 08:15:56
Ansiedade atingindo o topo dos meus pensamentos! Haha abçs
Por escritor da noite em 2014-12-03 02:28:45
Muito ansioso pelo próximo capítulo, vai ser de uma Fofura astronomica, igual a você, seu perfeito. Muito, muito, muito bom. Não demora!
Por Anderson P em 2014-12-03 01:18:12
Muito bom, ansioso para ver o que vai acontecer.