01x16 - O PEDIDO DA MINHA VIDA

Conto de escritor.sincero como (Seguir)

Parte da série Felipe e Guilherme - Amor em Londres

As coisas não ficaram boas para Guilherme após voltar de sua viagem ao Brasil e Estados Unidos. O jovem iniciou o tratamento que colocaria ao fim seu sofrimento, mas, na verdade, aquele seria o sofrimento maior. Dor extrema, calafrios e muita sede, esses foram os primeiros sintomas que Guilherme precisou enfrentar durante o tratamento. As injeções deixam o jovem muito debilitado, mas de acordo com os médicos o tumor havia diminuído, não muito, mas o suficiente para dar esperança para os Thompons.

Felipe: (entrando no quarto do hospital) – Cadê o namorado mais corajoso?

Guilherme: (falando baixo) – Aqui. (tentando rir sem sucesso)

Felipe: (sentando perto de Guilherme e pegando na sua mão) – Eu te amo.

Guilherme: - Também te amo. (fechando os olhos)

Felipe: - Ei. (pegando o celular e mostrando um vídeo) – Olha o que o Tchubirubas aprontou lá no dormitório. (rindo)

Guilherme: (rindo forçado) – Ele é um pestinha, né? Só tem essa cara de bonzinho.

Felipe: - Ele tá de castigo. Tirei todos os brinquedos.

Guilherme: - Tadinho. Não faz isso com ele.

Felipe: (guardando o celular)

Guilherme: (tossindo)

Felipe: (percebendo o desanimo do namorado) – Posso deitar do seu lado?

Guilherme: - Pode sim.

Felipe: (tirando o casaco e deitando ao lado do namorado) – Você tá cansado amor. Tenta dormir um pouco. Estarei aqui.

Guilherme: (colocando a cabeça encostada no peito de Felipe e dormindo)

Felipe: (pensando) – Te amo tanto. Aguenta firme.

Kaity ainda não conseguia engolir a gravidez de Rebecca, a jovem por diversas vezes tentou fazer amizade com a ex-de-seu-atual, mas não conseguiu nenhum resultado. Dylan conseguiu alugar um apartamento maior, ele queria dar privacidade para Rebecca e não queria dormir mais no sofá, isso estava afetando seu desempenho na faculdade.

Kaity: - Amor. O sofá vai ficar ótimo naquele canto da sala, não acha?

Dylan: - Sim. Acho que vai sim.

Rebecca: - Não concordo. A janela vai atrapalhar bastante, principalmente no verão. Toda a claridade vai entrar e…

Dylan: - Vamos deixar desse jeito. (ficando ao lado de sua namorada)

Rebecca: - Vocês que sabem. Eu vou voltar em breve para os Estados Unidos.

Dylan: - Por falar nisso, quando vou acompanhar uma ultrasonografia.

Rebecca: - Na próxima vez que eu for ao médico, confesso que detesto os médicos de Londres. Não entendo nada o que eles falam. (rindo e indo em direção a cozinha)

Dylan: (empurrando o sofá) – Ficou lindo amor. Você sempre arrasa.

Kaity: - Sim. (torcendo a boca) – Mas sabia que ele tem razão?

Dylan: - Sério? (estranhando)

Kaity: - Sim. A luz do sol vai atrapalhar quando você for assistir TV.

Dylan: - Quer que eu troque?

Kaity: - Não. Eu vou te dar de presente uma cortina maravilhosa.

Rebecca: (ouvindo a conversa e fazendo cara de poucos amigos) – Vadia.

Nariko recebeu um telefonema que a deixou muito animada, porém os momentos de alegria duraram pouco. Ela escondia um segredo de seus amigos, na verdade não era um segredo, apenas uma informação que não havia compartilhado. A mãe de Nariko na verdade era transexual, e a jovem foi adotada por seus pais.

Nariko: - E agora? (falando sozinha)

Felipe: - Tá tudo bem?

Nariko: - Que susto.

Felipe: - Nossa calma. Não tive a intenção. (sentando ao lado de Nariko) – Você está bem?

Nariko: - Sim, digo, não. Na verdade não sei Felipe, sabe, a vida pode ser muito complicada, e Deus sabe, que eu tento não ser tanto, mas às vezes é mais forte que eu e… (olhando para o lado) – Felipe?

Felipe: (cochilando)

Nariko: - Felipe?! Acorda.

Felipe: - Opa. Desculpa. A minha vida tá uma correria.

Nariko: - Desculpa amigo, eu aqui tagarelando… e o Guilherme? Segurando firme?

Felipe: - Mais do que eu pensei… ele é tão corajoso. Tá enfrentando isso de cabeça erguida.

Nariko: - Sim. O Guilherme é uma inspiração.

Felipe: - Mas me conta… o que tá te preocupando?

Nariko: - Meus pais estão vindo para Londres. A minha mãe vai trazer uma linha de roupa para a Londres Fashion Week.

Felipe: - Sério?! Que legal Nariko. Você deve estar bastante animada, né?

Nariko: - Um pouco.

Felipe: - Que animação, hein?

Nariko: - Felipe… (respirando fundo) – Você é meu melhor amigo aqui nessa cidade. E…

Felipe: - E…

Nariko: (Falando em japonês) – Minha mãe é transexual… ela era homem e virou mulher.

Felipe: (fazendo uma careta) – Pode apertar a tecla sap?

Nariko: - Tá bom. Felipe, a minha mãe é uma transexual.

Felipe: - Mentira? (Tirando o celular do bolso e entrando no perfil de Nariko) – Gente. Eu não diria isso… na verdade, não imaginaria isso. Que loucura.

Nariko: - É. Eu a amo como se fosse minha mãe de verdade, eu sou adotada e…

Felipe: - O fato de você ser adotada não te faz menos filha dela, você sabe disso, né?

Nariko: - Sei, mas é que… você é gay… você sabe como as pessoas agem quando veem algo diferente delas. A minha mãe sofreu com o preconceito todos esses anos.

Felipe: - O mundo está mudando… em passos lentos… muito… muito lentos, mas um dia o preconceito será uma bobagem.

Nariko: - Sim. (encostando a cabeça no ombro de Felipe) – Você é um rapaz bem peculiar, Felipe.

Felipe: - Vou aceitar isso como um elogio. Ah… você fez o dever? Eu não tive tempo.

Nariko: - (tirando um papel da mochila) – Pode ficar. Fiz dois. Suspeitei que você não estaria com cabeça para um trabalho.

Felipe: - Obrigado mesmo. (abraçando Nariko)

Leopold Thompson era um homem de pensamentos rápidos, ele era uma fera no mundo dos negócios, mas nos últimos dias andava completamente no mundo das nuvens. Anualmente, ele fazia um evento para arrecadar fundos para um hospital na África. O pai de Guilherme havia esquecido completamente do evento.

John: - Senhor? Aqui estão os papéis.

Leopold: (olhando pela janela)

John: - Senhor?

Leopold: (virando) – John. O que houve?

John: - A lista com os convidados da Fundação Thompson.

Leopold: (pegando os papéis) – Eu… eu não consigo, John. (chorando)

John: (fechando a porta do escritório) – Senhor?

Leopold: - Eu tento ser forte… o tratamento está dando certo, mas o Guilherme parece um zumbi. Eu estou vendo o meu filho definhar naquela cama e não posso fazer nada.

John: (pegando no ombro de Leopold) – Ele é forte.

Leopold: - Eu errei tanto com relação a ele. Eu perdi tanto tempo com raiva e… e…

John: - O importante é que você deu a volta por cima e está ao lado dele nesse momento tão crucial.

Leopold: - Quando você ia me contar?

John: - Contar o que?

Leopold: - Que namorou por um bom tempo com o meu filho?

John: - (ficando vermelho) – Senhor… eu… posso… posso explicar e…. (ficando nervoso e gaguejando) – Sinto muito… não foi bem….

Leopold: - John. (pegando no ombro do rapaz) – Respira. Eu entendo que na época você deve ter ficado com medo. Eu digo… pra você deve ser difícil ver o Guilherme nessa situação.

John: - Confesso que quando o Guilherme começou a namorar com o Felipe… eu fiquei com muita raiva… e… fiz muitas coisas da qual não me orgulho para tentar reparar isso…

Leopold: - Como se aliar com aquele rapaz que nos roubou e…

John: - Senhor… (Ficando visivelmente vermelho) – Eu… lamento por esse episódio.

Leopold: - John. (abraçando o funcionário) – Você sempre foi o meu braço direito. Eu confio em você de olhos fechados.

John: (retribuindo o abraço de Leopold) – Obrigado senhor.

Leopold: (se afastado) – Porque você é tão formal?

John: - Eu lhe respeito. O Senhor é como o pai que eu nunca tive e… me ensina a cada dia a ser um homem de respeito.

Leopold: - Você é como um filho para mim. Eu lembro de como você chegou aqui na empresa…. Um jovem assustado e inexperiente. Durante todos esses anos você evoluiu tanto.

John: - Eu só quero lhe orgulhar. E tenha certeza que o Guilherme tem orgulho do senhor…

Leopold: - Espero que ele tenha.

John: - E senhor? Faça o evento. Pense em quantos jovens precisam dessas doações. Já imaginou quantas vidas salvou com a Fundação Thompson?

Leopold: - John. Quero que você fique a frente desse projeto. Quero uma festa inesquecível.

John: - Eu?

Leopold: - Você. (pegando no ombro de Leopold)

John: - Pode deixar. (sorrindo)

Semanas se passaram e Guilherme ficava mais debilitado com o tratamento. Ele não conseguia mais andar, e por muitas vezes, sofria com alucinações. Felipe não conseguia mais dormir direito, ele passava que quase 14 horas de seu dia no hospital. O comportamento de Guilherme começou a ficar mais agressivo.

Guilherme: (tentando comer) – Eu não quero mais.

Felipe: - Amor. Você precisa disso. Pra ficar fortinho. (sorrindo)

Guilherme: - Eu tô sem fome.

Celestina: (entrando no quarto) – Nossa essa chuva tá muito forte. (olhando para o prato de Guilherme) – Ainda não comeu nem a metade.

Guilherme: - Eu não quero… tô sem fome.

Celestina: - Não é questão de querer… é questão de precisar.

Guilherme: (afastando a bandeja) – Não vou mais comer.

Felipe: - Amor. Tenta pelo menos a gelatina… vai… (pegando a colher)

Guilherme: (ficando ofegante) – Eu não quero Felipe.

Felipe: (colocando gelatina na colher e levando até a boca de Guilherme) – Só um pouco.

Celestina: - Meu amor… come vai.

Guilherme: - Gente… eu… eu….

Felipe: - Só essa colherada.

Guilherme: (jogando a bandeja longe) – Eu já disse que não quero essa porra. (visivelmente nervoso)

Felipe e Celestina: (se olham)

Felipe: (levanta e começa a juntar as coisas do chão)

Celestina: - Isso são modos? Você viu que quase me acertava?

Guilherme: - Eu… (colocando a mão no rosto e começa a chorar) – Desculpa, Celestina… Felipe… (chorando)

Felipe: (colocando as coisas em cima da mesa e indo em direção a Guilherme) – Não precisa se desculpar. (pegando na mão de Guilherme) – Tá tudo bem.

Celestina: - Guilherme. Você quer parar o tratamento?

Guilherme: - Essa é a minha única chance. Eu não quero morrer. (Chorando)

Celestina: - Eu sei, mas esse tratamento só está te deixando debilitado. Eu não consigo mais. (se emocionando)

Felipe: - Amor. Eu sei que você está fazendo isso por nossa causa. Se isso tá te machucando de algum jeito… por favor… eu não quero te perder, mas também não quero te ver sofrer. Toda noite você tem febre, eu já te peguei chorando várias vezes com dor e problemas para respirar. Ontem vi você conversando sozinho. Seus pais também estão preocupados….

Guilherme: - Eu quero continuar. O tumor diminuiu três centímetros. Ainda tem tempo.

Felipe: - Eu te amo. (beijando Guilherme)

Celestina: (limpando o chão)

Guilherme: - Desculpa…

Paris e Steve decidiram se casar. Ela contou a novidade para as amigas que ficaram muito animadas com a notícia. Nariko e Kaity foram até uma loja de alianças com Paris. Elas ficaram impressionadas com os preços.

Nariko: - Gente. 150 mil euros em uma aliança.

Paris: - Enquanto vocês veem os preços, eu vejo beleza e durabilidade. Pena que esse está fora do meu orçamento.

Kaity: - O Steve já sabe que você está fazendo isso?

Paris: - Quero surpreender ele. Vou colocar o anel na sobremesa.

Nariko: - Não é muito arriscado? Já vi histórias na internet de pessoas que engoliram a aliança.

Paris: - Eu acho que vai dar certo. (Tirando uma linha da bolsa)

Nariko: - Que linha é essa?

Paris: - É a medida do dedo de Steve. Vou mostrar para a vendedora.

Kaity: - Pelo menos uma boa notícia na minha vida.

Nariko: - Aquela Rebecca ainda no teu pé?

Kaity: - Sim. O Dylan tá muito feliz, mas tem algo estranho nessa história. Ela é cheia de restrições. Tentei ir com ela até a aula de yoga, mas ela foi super grossa.

Nariko: - Nossa.

Kaity: - Acredita que ela não deixa o Dylan acompanhar os exames?

Nariko: - Kaity? Será que essa menina tá realmente grávida?

Kaity: (arregalando os olhos)

Para Nariko, o grande dia estava chegando. A sua mãe já cruzava o Oceano para aterrizar em Londres. A jovem ficou ansiosa, mas queria acima de tudo causar uma boa impressão para a mãe. Ela ainda não havia contado um detalhe para Wong, mas ela sabia que nada disso seria um grande problema para seu namorado.

Kasuku: - Minha filha linda. (falando em japonês)

Nariko: (cumprimentando a mãe)

Kasuku: - A limosine está nos esperando?

Nariko: - Mamãe. A senhora disse que não usaríamos carros chamativos.

Kasuku: - É a semana de moda, querida. (em inglês) – Acha que eu não chegaria arrasando?

Nariko: - Mãe! Please.

Fotografo: (Tirando várias fotos de Nariko e sua mãe)

Nariko: - Acho que já deu, né?

Kasuku: - Onde estão Biongui e Tsuku?!

Tsuku: - Aqui senhora.

Kasuku: - Preciso do meu celular.

Tsuku: - Está aqui senhora. (entregando o celular)

Kasuku: - Ótimo. Tsuku certifique-se que as roupas vão chegar sãs e salvas no hotel. Marque manicure para 18h.

Tsuku: - Pode chegar.

Sim. A mãe de Nariko estava ao seu lado, mas será que isso era pra valer? Desde de quando se lembra, Nariko nunca teve a companhia da mãe. Elas eram unidas, mas o trabalho dificultava muito a relação entre mãe e filha. Nariko era muito agradecida por seus pais terem a colhido e feito de tudo para ela se sentir querida, mas sempre faltava algo.

Kasuku: - E o seu amigo? Está melhor?

Nariko: - O tratamento tá deixando ele muito debilitado. A senhora falou com o tio Chin?

Kasuku: - Mandei todos os exames para o meu irmão, mas querida, ele disse que é impossível.

Nariko: (deitando a cabeça no ombro da mãe) – Porque as coisas precisam ser assim?

Kasuku: - Não sei querida. Eu quero muito conhecer essas pessoas que te acolheram. Você sabe que isso é importante para mim.

Nariko: - Que bom mãe.

Kasuku: (celular tocando) – Com licença. (atendendo) – O que? Não. Falei rosas brancas Tsuku. E não me venha com aquela iluminação brega. A nossa marca está crescendo, o desfile precisa ser impecável. Sim. Não. Ela disse que as roupas precisam ser fotografadas. Avise apenas o horário. Obrigada. (desligando) – Desculpa filha. Semana ocupada para a mamãe.

Nariko: - Mãe. (respirando fundo) – A senhora falou com o papai sobre a possibilidade de eu estudar fotografia em Londres?

Kasuku: - Isso é por causa do Wong, não é?

Nariko: - Parte sim, mas quero ficar com o Guilherme. Ele vai precisar de toda ajuda. E o curso vai acabar logo.

Kasuku: - Conversei sim. Sabe como o seu pai é turrão, mas… ele deixou.

Nariko: - Sério?

Kasuku: - Claro que vamos passar uma temporada com você aqui. Essa minha visita também é para comprar um apartamento.

Nariko: - Te amo, mãezinha. (abraçando Kasuku)

John estava muito nervoso, ele nunca acreditou que ficaria daquele jeito apenas por organizar uma festa, mas aquilo realmente o deixava com medo. Ele poderia decepcionar seu chefe. John decidiu correr em um parque, mas acabou escorregando.

Wallace: - Precisa de ajuda?

John: - Walllace? (se levantando)

Wallace: - Pois é.

John: - Pensei que estava na Alemanha.

Wallace: - Eu também. (acompanhando John que sentou em um banco)

John: - Estava tão distraído… nem vi o sorvete no chão.

Wallace: - Você não me ligou de volta.

John: (Ficando vermelho) – Eu…

Wallace: - Não gostou de ficar comigo?

John: - Gostei. Claro que gostei. Você é o primeiro cara que eu fico depois de quase sete meses. (soltando um riso abafado) – É que a minha vida não tá fácil. Um turbilhão de acontecimentos.

Wallace: - Seria mais fácil se você dividisse esse turbilhão com outra pessoa.

John: - Você é um cara legal, mas sou eu que….

Wallace: - Conheço essa história… (levantando) – Bem… de qualquer jeito. Foi um prazer. (andando e falando baixinho) – Não deixa eu ir, não deixa eu ir.

John: (ofegante) – Wallace.

Wallace: (voltando) – Oi?

John: (respirando fundo) – Estou organizando um evento beneficente. Gostaria de ser meu acompanhante?

Wallace: - E a questão do turbilhão de emoções?

John: - Você está certo. Preciso de alguém para dividir isso. Você aceitar?

Wallace: - Então de certa forma isso é um encontro?

John: (rindo) – Sim. É um encontro.

Sim. Algo mudou em dentro de John. Ele deixou o coração aberto para novas possibilidades. No hospital, Guilherme, sempre passeava entre os corredores, era uma forma dele aliviar a forte enxaqueca. Ele não contava para ninguém, mas conseguia ver desenhos animados passando por ele. Naquela tarde, ele conversou com Branca de Neve, cantou com a Pequena Sereia e segurou um filhote de dálmata no colo.

Guilherme: - Adoro essa ala. (olhando para os bebês) – Aqui que a vida começa.

Felipe: - Eles são tão fofos. Vamos ter vários.

Guilherme: - Eu… eu não acho que vou ter filhos.

Felipe: - Amor. Para. O tratamento tá funcionando. Temos uma esperança.

(Muitas pessoas comemoram)

Guilherme: - O que é? (se aproximando)

Rapaz: (se ajoelha no chão) – Amor. Agora que o fruto da nossa relação veio ao mundo. Você aceita casar comigo?

Mulher: (chorando) – Sim. Eu aceito. (beijando o rapaz)

(pessoas comemorando)

Guilherme: (ofegante e sai rápido do corredor)

Felipe: - Amor. Espera.

Guilherme: (entrando no quarto assustado)

Anastácia: - Amor? Tá tudo bem?

Felipe: (entrando) – Ele tá tendo um ataque de ansiedade. (chegando perto de Guilherme)

Leopold: - Filho?

Guilherme: (Falando várias coisas desconexas e andando de um lado para o outro)

Anastácia: - Guilherme?

Guilherme estava falando com várias pessoas ao mesmo tempo. Pessoas dizendo que ele nunca teria uma vida normal, que ele nunca casaria ou teria filhos. O jovem caiu no chão e começou a chorar. Todos ficaram desesperados com a cena. Leopold, se aproximou do filho e o abraçou. Ele também não escondeu a emoção.

Guilherme: - Pai… eu nunca vou casar… nunca vou formar uma família… nunca vou saber o que é ser casado com outra pessoa. Eu vou morrer. (ofegante)

Leopold: - Calma amor. Papai tá aqui. (abraçando e beijando o filho) – Papai tá aqui.

Felipe: (com os olhos vermelhos, consola Anastácia)

Guilherme: (chorando) – Eu nunca vou ter filhos… nunca. Não vou saber o que é crescer… evoluir… não… não…

Leopold: - Papai tá aqui. Ele tá aqui com você.

A mãe de Nariko ofereceu para a filha e suas amigas vestidos para o grande baile da Fundação Thompson. As meninas, claro, ficaram animadas e decidiram passar no hotel onde Kasuko estava hospedada para experimentar as roupas.

Kasuko: - Bem vindas ao meu humilde quarto.

Paris: - Humilde? Não sei o que é uma suíte de hotel há meses. Com licença. (deitando na cama e abraçando o travesseiro) – Penas de ganço. Que macias.

Nariko: (rindo) – Mãe. Essas são Paris e Kaity, minhas amigas.

Kasuku: - Vocês são mais lindas pessoalmente. Kaity que olhos lindos… (tocando no rosto de Kaity) – Você é muito linda mesmo.

Paris: - Ela é mesmo, né? Por isso que o Dylan é louco por ela. (rindo e dando um gritinho) – Sais de banho. (levantando da cama, indo até o banheiro) – Dona Kasuku… seria demais pedir para tomar banho no seu banheiro?

Kasuku: - E a Paris é mais doidinha do que eu imaginei. (rindo)

As meninas ficaram deslumbrantes. Elas aproveitaram a oportunidade para fazer a maquiagem e o cabelo com a equipe de Kasuku. Depois de muitas horas de espera, os rapazes foram pegar suas respectivas namoradas para o evento. Quem também se preparou foi John, ele era basicamente o anfitrião na noite, uma vez que Leopold não poderia comparecer.

John: (com dificuldade para colocar a gravata) – Droga.

Wallace: (ajudando John) – Calma. Você é mais especialista em gravatas do que eu… o nervosismo realmente tomou conta de você.

John: - Essa festa é muito importante. Significa muito para o Sr. Thompson.

Wallace: - O filho dele continua mal, né?

John: - Talvez não sobreviva.

Wallace: - Vocês são amigos?

John: - De uma certa forma somos sim.

Wallace: - Certa forma? Existe algo que deve me deixar preocupado?

John: - Não mais. Eu tive um namoro com ele. O Guilherme seguiu, eu fiquei no pé dele por um bom tempo e agora cá estou eu.

Wallace: - Você ficou no pé dele?

John: - Eu não deveria ter te dito isso, né?

Wallace: (terminando o nó na gravata borboleta de John) – Eu quero saber. O que você fez?

John: - Fiz uma burrada atrás da outra, na época eu pensava que tinha razão, mas nada como o tempo. Eu tentei separar ele do Felipe, que é o atual namorado dele. Fiz coisas das quais não me orgulho, mas como te disse aprendi com meus erros. Se você quer ir. Pode ir. Eu te entendo.

Wallace: (beijando John) – Isso é uma boa resposta para você?

John: - É uma ótima resposta. (retribuindo o beijo)

Felipe tentou alegrar Guilherme, o jovem estava triste porque perderia o evento do pai. Ele adorava essas causas humanitárias, e cada novo acontecimento só lembrava a Guilherme que ele não tinha muito tempo.

Felipe: - Trouxe o PS3. Quero ver quem é o mestre em Mortal Kombat.

Guilherme: - Não estou no clima amor. Podemos só ficar deitados mesmo?

Felipe: (deixando a mochila na mesa e tirando o casaco) – Claro amor. (deitando ao lado de Guilherme)

Guilherme: - Desculpa tá.

Felipe: - Por que?

Guilherme: - Por ser um namorado defeituoso.

Felipe: - Guilherme? Para de falar besteira. Você não é defeituoso.

Guilherme: - Felipe. A gente poderia estar na festa agora, mas você está preso comigo. Eu entendo se quiser terminar.

Felipe: - Guilherme. Para. Você tirou o dia para ficar falando essas coisas? Ficou chateado por causa do pedido de casamento?

Guilherme: - Eu pareço um idiota, né?

Felipe: - Não. Não parece. Me conta.

Guilherme: - Felipe. Eu sempre tive o sonho de casar, formar uma família e ter filhos. Quando eu te conheci, pensei, nossa esse é o cara que eu quero levar para o altar. E agora… (chorando) – Está tudo arruinado por causa desse tumor idiota. (abraçando Felipe)

Felipe: - Meu amor… sinto muito.

A festa estava bombando. Todos se divertindo. Menos uma mesa em particular. Os amigos de Guilherme e Felipe não conseguiam encontrar motivos para celebrar, além de ter um amigo doente, cada um lutava contra um sentimento. Quem também não encontrou motivos para se divertir foi John. Ele leu e releu várias vezes o discurso que faria para abrir o evento, ele foi convocado pela produção do evento e pediu para Wallace esperar.

Paris: (passando por Wallace e voltando) – Espera aí. Eu te conheço?

Wallace: - Tudo bem? Wallace Jones. (dando a mão para Paris)

Paris: - Sou Paris, amiga do John. Você está aqui com ele?

Wallace: - Sim.

Paris: - Ele vai fazer o discurso, né?

Wallace: - Vai sim.

Paris: (praticamente puxando Wallace) – Vem assistir conosco.

Nariko finalmente apresentou sua mãe para Wong. Ela gostava do namorado da filha e os dois tiveram uma conversa agradável. Wong era um verdadeiro cavalheiro. Para Nariko aquela primeira conversa era essencial para o futuro do casal.

Kasuku: - Vocês formam um casal tão bonitinho. Espero que tome dê conta da minha filhinha. Agora… com licença… vou fazer minha doação.

Nariko: - Até daqui a pouco.

Wong: - Sua mãe é uma figura.

Nariko: - Wong… antes que você saiba por outra pessoa. A minha mãe é transexual.

Wong: (calado)

Nariko: - Wong. Fala alguma coisa?

Wong: - O que?

Nariko: - Sei como os japoneses podem ser conservadores, mas ela é minha família e….

Wong: - Amor para. Ela é sua mãe. Não precisa dar justificativas para ninguém. Eu amo você e nada vai mudar isso.

Luzes, pessoas e o coração quase saindo pela boca. Era difícil alguma coisa abalar John, mas ele ficou pressionado com tanta responsabilidade, por um momento o rapaz até pensou em desistir, mas lembrou de Leopold e Guilherme, então respirou fundo e falou com o coração.

John: - Boa noite. Estou aqui hoje a noite para representar Leopold Thompson. Como muitos sabem, a família Thompson está passando por um momento conturbado, mas, mesmo assim, o meu chefe insistiu para que fizéssemos esse evento. O dinheiro que está sendo arrecadado aqui está noite é muito importante. Existem crianças ao redor do mundo que dependem do trabalho que fazemos aqui. São pessoas inocentes que não merecem estar nessa situação, e apesar de ser pouco, o nosso trabalho com a Fundação Thompson pode mudar vidas. O Senhor Thompson deu a primeira oferta da noite que foi no valor de Dois milhões de Euros, esse recurso será destinado ao Hospital Santa Clotilde que fica no Quênia. Então, senhoras e senhores, abram o coração e principalmente a carteira. Recebam agora o nosso mestre de cerimônia.

Público: (aplaudindo)

John desceu e procurou por Wallace, ele ficou nervoso, pois, imaginou que o rapaz havia ido embora. Depois de muito procurar, John encontrou o amigo ao lado de Paris e Steve. Ele se aproximou e imaginou mil situações embaraçosas. “Será que Paris contou tudo o que eu aprontei?”, pensou ele.

John: - Olá? Então, como eu me saí?

Paris: - Muito bem. Eu até acreditei que você é bonzinho.

Steve: - Paris? (repreendendo a namorada)

Paris: - Estou brincando. O John é um cara com muitas qualidade. Cuidado Wallace, não vai deixar ele fugir.

Nariko: - Gente. A festa tá muito legal, mas acho que eu e o Wong já vamos. Precisamos levar a minha mãe até o hotel.

Paris – Tá cedo. Fora que a sua mãe diva tá querendo se divertir.

Kasuku: - Oh, fiquem. Eu posso ir sozinha. Já fiz a doação.

John: - Já?

Kaity: - Eu e o Dylan também. Essa festa com tudo o que está acontecendo com o Guilherme… perde meio a graça.

Paris: - E se a gente fizer uma visita noturna ao Guilherme?

Nariko: - Será que pode?

Kasuku: - Guil...Gui… esse rapaz é seu amigo doente?

Nariko: - Sim. Os meus amigos querem visitá-lo.

Kasuku: - Eu também quero.

Nariko: - Eu pergunto mais uma vez. Será que poderemos entrar? Parece que estamos vestidos para o Oscar.

Paris: - A ala do hospital leva o nome do pai dele.

Kaity: - É uma boa. E o hospital fica do outro lado da rua praticamente. Vou avisar ao Dylan.

Nariko: - Vou pegar bebidas com o Wong e a minha mãe.

Paris: (olhando para John) – Vamos?

John: (gaguejando) – Er… eu… eu…

Paris: - John. É pelo Guilherme. Vamos?

John: - Vamos? (olhando para Wallace)

Wallace: - Claro.

Eu faço minha maquiagem no carro de outra pessoa

Nós pedimos bebidas diferentes nos mesmos bares

Eu sei sobre o que você fez e quero gritar a verdade

Ela acha que você ama a praia, mas você é um maldito mentiroso

Aqueles grandes tubarões brancos, eles têm dentes grandes

Oh, e eles mordem você

Pensei que você havia dito que continuaria apaixonado para sempre

Mas você não está apaixonado, não mais

Será que te assustou?

O jeito como nos beijamos naquela pista de dança iluminada

Na pista de dança iluminada

=======================

O grupo desceu as escadarias da casa de eventos com várias bebidas nas mãos. John foi meio contrariado, ele ficou com medo de que Wallace tivesse uma impressão errada a respeito dele. Os amigos de Guilherme chegaram no hospital e conversaram com a enfermeira responsável que os deixou passar, claro que eles esconderam as bebidas.

Kasuku: (em japonês) - Minha filha porque estamos invadindo esse hospital? (correndo com dificuldade e segurando o vestido)

Nariko: - Calma mãe. A senhora vai ver.

Wong: - Precisa de ajuda senhora Kasuku?

Kasuku: - Estou ótima querido. (ofegante)

Paris: - Que a festa comece. (entrando no quarto de Guilherme)

=======================

Mas eu ouço sons na minha mente

Novos sons na minha mente

Mas querido, eu continuarei te vendo onde quer que eu vá

Mas querido, eu continuarei te vendo ao longo de cada caminho

(Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero)

Porque querido, eu virei buscar minhas coisas, mas ainda não consigo me libertar

(Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero)

Oh, eu queria conseguir pegar minhas coisas e me libertar

(Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero)

==============

Leopold ficou sabendo sobre a visita dos amigos de Guilherme e decidiu dar uma conferida. Ele e Anastácia estavam tomando café em um restaurante perto dali. O pai de Guilherme ainda cabisbaixo, principalmente por causa do jeito que o filho reagia ao tratamento.

Anastácia: - Será que tomamos a decisão certa?

Leopold: - Se esse tratamento nos der mais tempo com o Guilherme. A gente precisa de tempo com ele.

Anastácia: (chorando) - Eu sei. Maldito tempo.

==============

Às vezes eu acordo em um quarto diferente

Eu sussurro coisas e a cidade as canta de volta pra você

Todos estes rumores, eles têm dentes grandes

Oh, e eles mordem você

Pensei que você havia dito que continuaria apaixonado para sempre

Mas você não está apaixonado, não mais

Será que te assustou?

O jeito como nos beijamos naquela pista de dança iluminada

Na pista de dança iluminada

===============

Paris conseguiu com os enfermeiros enfeites de Natal que se transformaram em luzes de balada. Guilherme ficou muito feliz com a visita dos amigos que por algum tempo esqueceu a doença. Os jovens ficaram rindo e conversando sobre várias coisas.

Guilherme: - E esse é o teu namorado John?

John: (ficando vermelho)

Wallace: - Estamos caminhando para isso. (sorrindo)

Guilherme: (sorrindo para John) - Eu fico feliz por isso.

Felipe: - Vamos dançar?

Guilherme: (senta aqui na cadeira) - Eu conduzo essa dança.

Paris: (Dançando com Steve) - Vem John. Mexe um pouco esse esqueleto.

Wallace: - Aceita dançar comigo?

John: (revirando os olhos) - Não tem outra opção mesmo... (dançando com Wallace)

===============

Mas eu ouço sons na minha mente

Novos sons na minha mente

Mas querido, eu continuarei te vendo onde quer que eu vá

Mas querido, eu continuarei te vendo ao longo de cada caminho

(Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero)

Porque querido, eu virei buscar minhas coisas, mas ainda não consigo me libertar

(Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero)

Oh, querido, eu virei buscar minhas coisas, mas ainda não consigo me libertar

(Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero)

==================

Dylan: - O teu curso tá acabando, né?

Kaity: - Sim.

Dylan: - Já falou com os teus pais?

Kaity: - Sim. Só preciso escolher a faculdade.

Dylan: - Sério? (beijando Kaity) - Eu te amo.

Kaity: - Também te amo.

Mesmo com dúvidas, Kaity optou por não contar nada para Dylan. Ela queria investigar para ter certeza do que faria para descobrir se a gravidez de Rebecca era real ou apenas papo. Os pais de Guilherme chegaram no hospital e ficaram emocionados com a cena. O filho dançando com Felipe na cadeira de rodas.

Leopold: - Ele está em boas mãos, né?

Anastácia: - Eu não sei o quanto terei que agradecer ao Felipe. Ele é a rocha do Guilherme.

Leopold: - Ele é. Igual você é pra mim. (Beijando a esposa)

Kasuku: - Com licença. Odeio atrapalhar. Eu sou Kasuko, a mãe de Nariko. Pensei que não haveriam adultos aqui. (rindo)

Leopold: - Sou Leopold e essa é minha esposa Anastácia, somos pai do Guilherme.

Kasuku: - Um garoto tão valente. Estão de parabéns.

==================

Sim, querido, eu virei buscar minhas coisas, mas ainda não consigo me libertar

(Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero)

Oh, eu queria conseguir pegar minhas coisas e me libertar

(Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero)

Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero

Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero

Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero

Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero

================

Guilherme e Felipe se beijaram muito naquele dia. Felipe adorava ver o sorriso do namorado e aqueles momentos estavam ficando cada vez mais raros. A noite terminou com todos dançando. Até os pais dos jovens. Wallace realmente começou a ver John com outros olhos, mas de uma forma completamente positiva. Até Felipe começou a observar as mudanças em John.

Felipe: - Ei sei que eu não posso te oferecer tudo Guilherme, mas saiba que o meu amor é verdadeiro. Eu quero ter um futuro com você.

Guilherme: - Desculpa... eu sei que a forma que eu tenho agido nos últimos dias é ridícula. Eu não quero colocar nenhum peso em seus ombros.

Felipe: - Eu sei. (beijando o namorado) - As coisas vão melhorar. (abraçando o namorado, sorrindo)

===============

Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero

Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero

Felipe acordou cedo naquele sábado e foi até o Centro de Londres. Ele decidiu ver preços de alianças, mas nada que ele viu se encaixava em seu orçamento. Felipe decidiu então comprar as alianças pela internet. “Vai ser provisório”, pensava ele. O jovem procurou então Paris para tentar ajudá-lo.

Paris: - Você vai pedir o Guilherme em que?

Felipe: - Vou propor a mão dele. Quero casar com o Guilherme.

Paris: - Mas porque?!

Felipe: - Ele quer. Ele teve um ataque de ansiedade por causa disso. Ele acha que não vai ter oportunidade de casar, ter uma família, filhos… eu só quero dar o que ele precisa.

Paris: - E você já falou com os pais dele?

Felipe: - Vou conversar hoje. Eu só não sabia que aliança custava tão caro.

Paris: - Pode acreditar. Custam.

Felipe: - E queria que você me ajudasse no pedido.

Paris: - Quer que eu peça ele em casamento?

Felipe: - Não Paris. Quero que você me ajuda a pensar em algo. Bonito e que seja o nível do Guilherme.

Paris: (indo até uma mesa e pegando papel e caneta) – Ideias pulam da minha cabeça agora.

Felipe: (rindo) – Eu lembro que ele perguntou quando eu faria uma serenata para ele…

Paris: - E o que você respondeu.

Felipe: - Eu disse que não dançava ou cantava.

Paris: - Bingo!!

Kaity decidiu seguir Rebecca para arrancar alguma informação sobre a tal gravidez. Rebecca entrou em um trem e seguiu para uma rua comercial de Londres. Em seguida, ela entrou em uma loja de gestantes. Kaity acompanhou cada passo da rival.

Kaity: - Puxa. Será que ela tá grávida mesmo?

Rebecca: (olhando algumas roupinhas de criança)

Kaity: - Como eu sou idiota. Claro que ela tá grávida. (encostando a cabeça na parede) – Merda.

Vendedora: - Precisa de alguma coisa?

Rebecca: - Não. Estou apanas olhando, obrigada.

Kaity: (olhando para Rebecca) – Vai ver ela é apenas chata… ou são os hormônios.

Rebecca: (tirando o enchimento da barriga de um manequim) – Esse vai servir. (entrando em um provador)

Kaity: - Como assim? (colocando a mão na boca e indo até o provador)

Rebecca: (colocando a barriga falsa) – Vai ficar perfeita. Agora aquele idiota do Dylan vai acreditar em mim. Onde já se viu… me trocar por causa daquela russa estranha.

Kaity: (colocando a mão na boca e pensando) – Não pode ser.

Celestina levou alguns álbuns para Guilherme. Como Felipe precisava fazer o curso, a babá de Guilherme, revesava com Anastácia o turno da manhã. Eles riram bastante lembrando de como a vida era simples e única. Guilherme agradeceu a babá por sempre estar presente em sua vida, e sempre o apoiá-lo mesmo nos momentos de dificuldade.

Guilherme: - Lembra quando eu te chamava de mãe?

Celestina: - Bons tempos. A melhor época da minha vida. Você era uma criança muito comportada Guilherme. Sempre nos obedecia.

Guilherme: (pegando na mão de Celestina) – Eu sempre vou te amar, não importa o que aconteça.

Celestina: - Para. Você fala como se fosse uma despedida. Não gosto disso.

Guilherme: - Celestina. Me promete uma coisa?

Celestina: - Qualquer coisa. (apertando a mão de Guilherme)

Guilherme: - Cuida do Felipe para mim. Ele é tão desastrado. (rindo) – Eu quero que ele se forme, tenha oportunidades na vida. Seja alguém. Eu me preocupado tanto com ele.

Celestina: - Você tem que se preocupar com você. O Felipe já é grandinho.

Guilherme: - Celestina. O Felipe passou por muitas coisas difíceis. Eu conversei com um advogado. Fiz um testamento.

Celestina: - Não. (se emocionando) – Eu não quero saber… (levantando da cadeira e indo pegar um copo de água) – Você não tem idade para fazer um testamento.

Guilherme: - Se eu morrer… eu não quero deixar as pessoas que eu amo desamparadas. Você e o Felipe.

Celestina: - Nem tudo se trata de dinheiro, Guilherme. O Felipe te ama independente do dinheiro. Ele quer te ver vivo e saudável.

Guilherme: - Eu sei disso. O testamento é uma precaução.

Médico: (entrando) – Com licença. Vamos Guilherme?

Guilherme: (respirando fundo) – Vamos.

O tratamento de Guilherme era dolorido. Os médicos injetavam uma soro em seu corpo para que o tumor em seu cérebro fosse diminuindo, mas isso acarretava uma série de consequências doloridas. A primeira era as fortes dores de cabeça, Guilherme tentava aguentar, mas às vezes, a dor era indescritível.

Guilherme: (gritando)

Celestina: - Façam alguma coisa.

Médico: - Acho que podemos dopá-lo. Aumente a dosagem. (pedindo a enfermeira)

Enfermeira: - Pode deixar, senhor.

Anastácia: (entrando assustada) – O que aconteceu? (pegando na cabeça de Guilherme) – Ele está quente.

Celestina: - Acabaram de aplicar mais uma dose do soro.

Médico: - Ele vai dormir por algumas horas. Depois volto para verificar o Guilherme. (saindo junto com a enfermeira)

Celestina: - Será o que estamos fazendo com ele é a coisa certa?

Anastácia: - Precisamos de tempo. Ele precisa de tempo.

Celestina: - Ele precisa… ou… ou… nós precisamos?

Anastácia: - Oh, Celestina. (abraçando Celestina e chorando)

Celestina: (abraçando Anastácia forte)

Maravilhoso. Era isso que John pensava toda vez que transava com Wallace. O lance entre eles crescia a cada dia, o advogado estava praticamente morando com o funcionário de Leopold. Eles faziam de tudo um pouco, namoravam, cozinhavam e conversavam sobre os fatos da vida.

Wallace: - E como foi quando os teus pais descobriram sua opção.

John: - Minha família é simples. Eles não sabem quase nada sobre mim. Para eles, enquanto eu continuar mandando dinheiro tá tudo certo. E a tua?

Wallace: - Família religiosa, tradicional. Digamos que fui o filho renegado. E pior que eu não tenho raiva dos meus pais. Acho que por causa disso que cheguei onde estou. Tudo o que eu ganhei na vida foi com muito esforço.

John: - Eu te entendo. O que está acontecendo conosco?

Wallace: - Como assim?

John: - Digo. Somos amigos coloridos? Namorados?

Wallace: - Somos o que você quiser. Eu adoro estar com você, John. És um cara inteligente, solidário, sabe cozinhar e quando quer sabe ser engraçado. Você tem muitas qualidades que eu admiro… claro que não pode faltar o sexo.

John: (ficando vermelho) – Eu… eu não sei o que eu quero.

Wallace: - Isso é bom ou ruim?

John: - Isso é ótimo. (beijando Wallace)

Wallace: - Vamos num Karaokê? Chama os teus amigos.

John: - Que amigos?

Wallace: - A Paris e os outros.

John: - Eles não são meus amigos.

Wallace: - Claro que são. Eu vi naquele dia. Você interage bem com eles.

John: - É. Isso é verdade. Aquela noite no hospital foi divertida.

Wallace: - Quero te mostrar meus talentos vocais.

John: - Por enquanto apenas um talento seu me interessa. (descendo até a virilha de Wallace)

Nariko decidiu ajudar sua mãe no desfile. Kasuku ficou amedrontada com a possibilidade de algo dar errado. Ela e sua equipe foram até o local do desfile e decidiram olhar a passarela. Eles mediram as entradas, e cronometraram o tempo de desfile.

Nariko: - Mãe. Acha que eu e meus amigos podemos ajudar?

Kasuku: - Bem. Acho suas amigas bonitas… será que vocês não topariam desfilar?

Nariko: - Desfilar? Mãe. Não levo jeito para a passarela. Eu não tenho o perfil de uma modelo.

Kasuku: - Filha. Você é linda. Ficaria deslumbrante na passarela. Acho que é o sonho de toda pessoa. Se sentir bonita… desfilar… muita gente morreria por isso.

Nariko: - Mãe. (abraçando a mãe) – A senhora é um gênio. (saindo)

Kasuku: - Eu sou? (parecendo confusa)

Felipe respirou fundo e decidiu ter uma conversa série com Leopold. Ele convidou o pai de Guilherme para almoçar, em um lugar que Felipe pudesse pagar claro. Então, eles decidiram ir ao McDonald's e fizeram seus pedidos. Felipe comeu menos que o normal o que preocupou Leopold.

Leopold: - Está tudo bem?

Felipe: - Sim. Estou ótimo.

Leopold: - Você está parecendo nervoso… aconteceu algo?

Felipe: - Eu vou pedir o Guilherme em casamento?

Lepold: - (se engasgando com o suco)

Felipe: - Seu Leopold?! O senhor está bem?

Leopold: (se recompondo) – Estou. Você disse que gostaria de casar com o meu filho?

Felipe: - Senhor. O Guilherme está muito debilitado, recentemente ele teve aquele ataque de pânico e disse que nunca vai casar… que vai morrer antes de se sentir realizado.

Leopold: - Mas você é muito novo e…

Felipe: - Eu sei. Eu sei disso, mas eu amo o seu filho, amo do fundo do meu coração e quero dar tudo o que ele merece. Tudo o que estiver ao meu alcance. Eu sei que sou pobre e já estive preso, mas eu o amo. E o senhor não se preocupa que eu não quero dinheiro, e nem nada disso, inclusive posso ir até um advogado e pedir para que eu não tenha direito a nada.

Leopold: - Felipe. Eu não estou duvidando da sua honestidade é que… eu…. Eu…. (saindo apressado)

Felipe: - Droga.

Leopold tinha um problema, apesar de parecer tudo bem Guilherme ter um namorado, ele ainda abominava a ideia do filho ser homossexual. Ele foi para o terraço de seu prédio e começou a chorar. Ele amava o filho, mas não aceitava a ideia dele ser gay. Leopold lembrou da primeira vez que viu Guilherme na maternidade.

LONDRES – 18 ANOS ANTES

Enfermeira: - O seu é aquele mocinho de azul.

Leopold: - Eu posso pegá-lo no colo?

Enfermeira: - Claro. Mas precisamos ser rápidos. (rindo e entrando com Leopold no berçário)

Leopold: (nervoso e emocionado)

Enfermeira: (tirando Guilherme do berço) – Agora precisa ter cuidado. (entregando Guilherme para Leopold)

Leopold: (chorando) – Meu filho. Sangue do meu sangue. (beijando Guilherme) – Eu prometo que você vai ser a criança mais feliz desse mundo. Papai pode te oferecer tudo. Eu vou errar muito também, eu não tenho muitas referências sobre ser um bom pai, mas eu prometo que vou tentar muito. Vou te ensinar tudo, e o principal, vou te ensinar a ser feliz. A viver uma vida plena. Se depender de mim… você só vai rir.

Enfermeira: - Que lindo. Ele realmente tem um bom pai.

Leopold: - Eu vou ser. Vou ser o melhor do pai do mundo.

LONDRES – ATUALMENTE

Leopold: (chorando) – Eu vou ser o melhor pai do mundo. (vento batendo no rosto de Leopold)

Nariko ficou passada quando soube que Rebecca não estava grávida. Ela pediu para Kaity ter paciência, porque tinha um plano para que o pedido de casamento de Guilherme fosse épico. Nariko reuniu todos os amigos e eles adoraram a ideia.

Paris: - Acho que devemos chamar o John.

Nariko: - Você acha? Depois de tudo o que ele fez?

Paris: - As pessoas mudam, e eu gosto dele, apesar de tudo. E vamos combinar… ele sabe que fez merda e tentou corrigir boa parte.

Kaity: - Isso é verdade. Mas será que ele vai querer participar do pedido de casamento do ex?

Dylan: - Se fosse com a Kaity eu não iria.

Wong: - Com você também. (pegando no ombro de Nariko)

Nariko: - A minha mãe adorou a ideia. E de quebra ainda vamos desfilar para a marca dela.

Wong: - Eu tenho ou não tenho a melhor sogra do mundo?

Paris: - A estreia de Paris nas passarelas.

Steve: - Eu vou adorar ajudar, mas tenho um caso muito importante sobre uma empresa que está jogando água no mar. Vou ter que viajar.

Paris: - Tudo bem amor. Eu desfilo por nós dois. (rindo)

Naquela tarde, Felipe teve uma outra conversa, mas dessa vez com Anastácia. Ele explicou novamente tudo o que havia falado para o pai de Guilherme, a mulher foi até a janela, contemplou as pessoas que passavam na rua, voltou e deu um abraço forte em Felipe.

Anastácia: - Você não tem noção do que está fazendo pelo meu filho.

Felipe: - Eu só sei que eu o amo. E se for pra perder o Guilherme… eu… eu quero faze-lo feliz. (chorando)

Anastácia: - Oh meu amor. Vem cá. Isso acaba com a gente, né? (abraçando Guilherme)

Felipe: - Eu nunca… nem nos meus maiores sonhos… imaginaria que perdi a oportunidade de passar mais tempo com o amor da minha vida. No Brasil, a gente mora na mesma cidade…. (abraçando forte Anastácia)

Anastácia: - E quando você vai propor a mão dele? E os anéis?

Felipe: - Eu já comprei os anéis. São simples, mas…

Anastácia: - Isso é um detalhe. Eu posso vê-los?

Felipe: (tirando os anéis do bolso e mostrando para Anastácia)

Anastácia: - Eu posso guardá-los para você?

Felipe: - Claro. Tava com medo de perder eles. (rindo nervoso)

Leopold: - Eu….

Felipe e Anastácia: (viram e veem Leopold muito abalado)

Leopold: - Eu lembro do dia em que eu peguei o Guilherme nos braços. (sentando no sofá) – Ele era tão pequeno. E eu prometi não fazer nada com ele… nada do que os meus pais fizeram comigo. Não teria castigo… não teria surras… nada. Eu prometi fazer o Guilherme o menino mais feliz do mundo. (colocando a mão no rosto)

Anastácia: - Mas você faz querido. (abraçando e beijando Leopold) – Você já enfrentou tantos preconceitos teus. Você abraçou o seu filho. Mesmo indo contra os padrões da sua família.

Felipe: - E o Guilherme amo o senhor. Ele sabe o quanto o senhor mudou por causa dele.

Leopold: - Mas um casamento… imagina o que as pessoas vão dizer.

Anastácia: - As pessoas já dizem. Vamos ser realistas Leopold. O Guilherme pode morrer e o sonho dele é ter isso. (pegando na mão do esposo) – Isso que você me ensinou a ter. (pegando no rosto do marido) – Você não tem noção de como você me faz feliz, eu te amaria até se você fosse o homem mais pobre do mundo.

Leopold: - Para com isso. (soltando um riso abafado) – Nem eu me amaria sendo pobre. (olhando para Felipe) – Sem ofensas.

Felipe: (fazendo cara de paisagem) – Não me ofendeu senhor.

Leopold: - Bem… será que vamos ter que chamar a minha mãe? Será que ela vai querer vir para o casamento?

Felipe: (rindo) – Podemos mandar um convite.

Leopold: - E a sua família? Eles gostariam de vir?

Felipe: - Eles podem participar via skype. A minha mãe amou o Guilherme. Ela vai aprovar essa ideia.

Leopold: - Bem. Temos um casamento para fazer.

Anastácia: - Você precisa saber qual é a ideia para o pedido. Senta aqui amor. (olhando para Felipe) – Conta para o teu sogro o que você planeja.

Felipe: (sentando e contando todo o plano)

Enquanto isso, Guilherme começava a se sentir melhor. Ele até comeu mais do que o normal. Quem ficou feliz com isso foi Celestina que viu a agonia que o jovem passou horas antes. Naquela tarde ele recebeu a visita de Nariko e Kasuku.

Guilherme: - Desculpa não ter lhe dado atenção na noite do baile dona Kasuku.

Kasuku: - Oh, tudo bem. Você é jovem e merece se divertir.

Naruko: - Guilherme, eu conversei com a mamãe e ela quer que a gente participe do desfile… na Semana de moda.

Guilherme: - Sério? E vocês vão?

Kasuku: - Todos vocês. (pegando no braço de Guilherme) – Criei uma peça exclusiva para você usar no desfile. Eu já conversei com teus médicos e eu posso te roubar por umas horinhas. (rindo)

Guilherme: - Nossa. Eu nem sei o que dizer.

Leopold: (entrando) – Apenas seja um bom menino, agradeça e aceite o convite. (cumprimentando Kasuku)

Guilherme: - Bem. Se for dessa forma eu aceito.

Naruko: - Que ótimo. Vai ser tão divertido.

Kasuku: - Então, eu vejo vocês na passarela. Filha… eu preciso ir. Eu mando minha assistente te ligar para você pegar as credenciais, ok? (pegando no ombro de Naruko.

Naruko: - Sim, mãe.

Kasuku: (pegando na mão de Guilherme) – Querido. Nos vemos em breve. (apertando a mão de Leopold) – Senhor Thompson. Sempre um prazer ver o senhor. (beijando Celestina) – Querida, beijos. Com licença. (saindo)

Leopold: - Você parece estar melhor. Tá até corado.

Celestina: - Ele comeu todo o almoço hoje.

Nariko: - Muito bem, Guilherme.

Guilherme: - Ah, pai. Acho melhor o senhor falar com os médicos. Para ver essa liberação, eu não quero criar expectativas para que na hora eu não possa ir.

Leopold: (fazendo um cumprimento militar) – Sim senhor. Com licença.

Celestina: - Vou aproveitar que a tua amiga japonesinha tá aqui e vou no banheiro. (falando em português com Guilherme) – Er… (pensando) – Minha querida… vou ao banheiro… com licença. (tentando falar em inglês, mas sem sucesso) – Com licença. (em português)

Nariko: (rindo)

Celestina: - Acho que falei com licença certo. (em português) – Voltou em 10 minutos. (saindo do quarto)

Nariko: - Ela é uma graça. Ela trabalha para vocês?

Guilherme: - Ela é minha segunda mãe. Trocou minhas fraldas e tudo mais. (rindo) – Ei, Nariko. Ainda bem que você veio. Ei. Quero te pedir um enorme favor e precisa ser segredo.

Nariko: - Claro qualquer coisa pra você.

O grande dia do desfile chegou. Guilherme, Felipe, Wong, Nariko, Kaity, Dylan, John e Paris, desfilariam para a marca de Kasuku. Eles estavam nervosos, mas felizes com a oportunidade, quer dizer, menos John.

John: - Qual o seu problema comigo?

Paris: - Oi? (se fazendo de desentendida)

John: - Para Paris. Eu não mereço a sua amizade.

Paris: - Somos amigos?

John: (bufando) – Achei uma sacanagem o que você fez. Tinha que me envolver nisso? Eu já não tô envolvido demais?

Paris: - Você não quer o bem do Guilherme?

John: (colocando a mão na cintura de um jeito bem gay) – Droga. Você sabe jogar baixo.

Paris: - E se eu te contar que o Wallace tá aí?

John: - Não. Você não… não… não… eu não acredito. (andando de um lado para o outro) – Paris… eu juro que…. Eu vou…

Kasuku: - Meninos. Vocês já podem ir para o camarim.

Paris: - Vamos meu melhor amigo.

John: - Tenho outra opção? (seguindo Paris)

O mundo glamoroso da moda estava deixando todos nervosos, principalmente Felipe que teria uma missão árdua naquela tarde. Ele foi para o provador e vestiu a roupa que Kasuku tinha feito. Ele sentiu um toque familiar em seu ombro.

Guilherme: - Oi?

Felipe: - Você… (olhando Guilherme dos pés até a cabeça) – Você está deslumbrante.

Guilherme: - Você está lindo. Agora confessa…. (abraçando o namorado)

Felipe: - Confessar o que?

Guilherme: - Que você está desfilando por minha causa…

Felipe: - Tá se achando, né? (beijando o namorado) – E sim. Estou desfilando por sua culpa. (rindo)

Guilherme: - Se quiser podemos correr daqui. (levantando a sobrancelha)

Felipe: - Não. Eu me desafiei hoje.

Guilherme: - Sério?

Felipe: - Me desafiei a atravessar a passarela sem tropeçar ou cair.

Guilherme: - Olha, então a aposta foi alta?

Felipe: - Altíssima. Você nem faz ideia de como…

Nariko: (tirando uma foto sem que os dois vissem) – Ei, vamos. A mamãe está nos chamando.

Felipe: (pegando na mão de Guilherme)

Kasuku: - Olá. Eu quero agradecer aos modelos. E também aos amigos da minha filha Nariko que toparam esse desafio. Gente. A minha linha de roupas é feita para todos, eu tenho a diversidade como a minha principal marca. Eu acho que a moda é democrática e existe espaço para tudo e todos. Os meus assistentes vão organizar todos vocês, eu quero apenas que vocês se divirtam bastante. Esperarei vocês aqui na entrada/saída. Vamos arrasar! Prometo pizza para todos.

(Todos aplaudindo)

Felipe: - Amor. Vou no banheiro. Volto em cinco minutos. (beijando Guilherme)

Guilherme: - Tá bom.

Felipe procurou desesperado por Anastácia, ele encontrou a sogra na primeira fileira do desfile. Ele pegou a caixinha com as alianças e correu para os bastidores. O desfile começou e a música começou a agitar as coisas. A primeira a subir na passarela foi Paris, a moça aproveitou seus poucos minutos de fama e arrancou palmas da plateia. Depois foram Dylan, Nariko, Kaity, Felipe, Paris e John, os outros modelos continuaram a rotação da passarela.

Kasuku: - Sua vez. (pegando no ombro de Guilherme)

Guilherme: - Tudo bem. Respira. Fica tranquilo. (Coração batendo forte, indo em direção a passarela)

A forte luz quase deixou Guilherme cedo, mas ele continuou até o fim. Quando ele chega na frente da passarela, todas as luzes se apagam e a música para. Todos que acompanhavam o desfile ficaram sem entender, inclusive Guilherme que achou que tinha desligado algum cabo de energia.

Felipe: - Peço uma salva de palmas para o Guilherme Thompson. (entrando na passarela)

(Todos aplaudindo)

Guilherme: (rindo de nervoso) – O que está acontecendo?

Felipe: - Guilherme. Eu preciso te dizer uma coisa. (chegando perto de Guilherme e pegando em sua mão) – Eu sempre fui um garoto azarado, o desastrado e que sempre se metia em confusão. Mas no dia 22 de junho do ano passado a minha vida deu uma guinada de 360 graus, e a maio parte foi por sua causa. Por você eu enfrentei um atentado terrorista, quebrei conceitos e abri meu coração para todas as possibilidades. Uma vez… eu disse algo pra você que eu me arrependi muito… você perguntou quando eu faria uma serenata para você… lembra?

Guilherme: (com os olhos vermelhos) – Lembro.

Felipe: - E o que eu te respondi?

Guilherme: - Que você não cantava ou dançava.

Felipe: - Pois é. Naquele dia eu fui um babaca… eu quero te dizer hoje…. Aqui na frente de todas essas pessoas que você é a música que existe dentro de mim. (olhando para Nariko e fazendo sinal de positivo)

Guilherme: - Você vai cantar?!

Felipe: - Guilherme, você é a minha principal inspiração. Eu te amo. Você é o homem da minha vida. E espero que você não fuja depois disso.

Felipe (nervoso e muito desafinado):

Todo mundo precisa de inspiração

Todo mundo precisa de uma música

Uma linda melodia

Quando a noite é tão longa

Porque não há garantia

De que essa vida é fácil

============

Guilherme: (rindo e chorando ao mesmo tempo)

Paris: - A gente precisa ajudar ele. (puxando John)

John: - Eu estou ótimo. (rindo) - Vou ficar assistindo essa palhaçada daqui.

Paris: (puxando John) - Veeeem! Eu sei que você sabe essa música. (pedindo dois microfones dos operadores de som)

============

Yeah

Felipe, Paris e John:

Quando o meu mundo está desmoronando

Quando não há nenhuma luz para quebrar a escuridão

Corrigir

É aí quando eu

Eu... eu olho para você

Quando as ondas inundam a costa

E não consigo mais encontrar o meu caminho para casa

É aí quando eu

Eu... eu olho para você

============

Leopold: - Esse é o John cantando?

Anastácia: - É sim. Olha... (apontando para a passarela) - Ele e a Paris ajudando o Felipe.

Wallace: (sorrindo) - Nossa.

Felipe: - Essa é a razão porque eu não canto. Sou muito desafinado, mas uma coisa eu posso fazer. (pegando na mão de Guilherme e dançando com ele)

============

John e Paris:

Quando eu olho para você

Eu vejo perdão

Eu vejo a verdade

Você me ama por quem eu sou

Como as estrelas abraçam a lua

Bem ali onde elas devem estar

E eu sei que não estou sozinha

============

Guilherme lembrou de todos os momentos que passou ao lado de Felipe. A explosão no aeroporto, as brigas, as risadas. Ele se sentiu amado naquele momento e aproveitou cada minuto.

Felipe: (falando no microfone) - Agora. Eu quero te fazer uma pergunta Guilherme.

Paris e John: (parando de cantar)

Felipe: - Guilherme Thompson. Eu quero te perguntar na frente de todas essas pessoas, principalmente daqueles que nos amam. (respirando fundo e ficando de joelho)

Guilherme: (chorando) - Oh, Deus.

Felipe: - Guilherme. (Tirando as alianças do bolso e vendo que elas foram melhoradas, foram feitos detalhes com os nomes dos dois, cortesia de Anastácia) - Você aceita casar comigo?

Guilherme: (ofegante) - É... é... eu não sei... eu sempre sonhei em casar, principalmente depois que te conheci, mas e os meus pais... e....

Leopold: (gritando) - Aceita filho!

Anastácia: - Isso filhote. Aceita.

Celestina: - Aceita Guilherme... senão eu aceito!

Kaity, Dylan, Wong, Paris e Nariko: - Aceita, aceita, aceita!

Paris: (batendo em John)

John: (virando os olhos, respirando fundo e falando no microfone) - Guilherme. Aceita. Dentre todas as pessoas que estão aqui essa noite, acho que eu... bem... eu era o último que gostaria de ver uma resposta positiva, mas eu aprendi muito com o Felipe. Ele me mostrou que para ser homem de verdade é necessário enfrentar os problemas de frente e sem medo de ser feliz. Eu sei que eu errei bastante, com vocês dois, eu fui um completo idiota. Mas eu consigo ver o amor nos olhos do Felipe, amor por você. Eu também acho que estou descobrindo outras possibilidades e quero seguir a minha vida. (olhando para Wallace) - Eu só quero que você seja feliz, então vamos poupar tempo e suspense e apenas aceita o pedido do rapaz. (fazendo uma careta engraçada)

Guilherme: (chorando) - Isso tá mesmo acontecendo? Não é uma alucinação da minha cabeça?

Felipe: (beliscando Guilherme de leve) - Não. Só basta você deixar eu colocar esse anel no seu dedo. (pegando o microfone no chão e falando) - E então Guilherme? As pessoas estão ansiosas... você aceita ou não ser meu esposo?

Guilherme: - Aceito! Aceito sim. (se ajoelhando e beijando Felipe) - Te amo.

Felipe: (colocando o anel em Guilherme) - Você é o amor da minha vida.

Paris: - Solta o som DJ!!!!

===========

Paris: Yeah

Paris e John:

Quando o meu mundo está desmoronando

Quando não há nenhuma luz para quebrar a escuridão

É aí quando eu

Eu... eu olho para você

Quando as ondas inundam a costa

Corrigir

E não consigo mais encontrar o meu caminho para casa

É aí quando eu

Eu... eu olho para você

Você aparece como um sonho para mim

Como as cores de um caleidoscópio

Que provam para mim

Que tudo de que preciso

Cada suspiro que eu dou

Você não sabe

Que você é maravilhoso

==========

John: (olha para Wallace enquanto canta)

Wallace: (piscando e sorrindo)

Felipe: (dançando coladinho com Guilherme) - Então? Gostou?

Guilherme: - Gostei. Você é perfeito. Te amo. (beijando Felipe) - E como você conseguiu convencer o meu pai?

Felipe: - Ele só quer a tua alegria. Assim como todos nós.

Guilherme: - Obrigado.

=========

Paris e John:

eah yeah

Quando as ondas inundam a costa

E não consigo mais encontrar o meu caminho para casa

É aí quando eu

Eu... eu olho para você

Eu olho para você

Yeah yeah

OH oh

Você aparece como um sonho para mim

==================

Depois do pedido, Guilherme e Felipe voltaram para o hospital, afinal depois de toda a agitação, o rapaz merecia um descanso. E ele também não estava se sentido tão bem. As coisas podem ser engraçadas, né? Assim como Felipe se sentia sortudo por ter Guilherme, o sentimento era o mesmo vindo do filho de Leopold. Sim. A vida pode ser maravilhosa e nos dá presentes que seremos gratos pelo resto da vida, mas sempre existe aquele momento em que toda a alegria se transforma em tristeza e não vemos outra solução para o problema.

Guilherme: (acordando, vendo Felipe dormir ao seu lado e sorri) - Quero fazer xixi. (levantando e indo até o banheiro) - Que frio. (urinando e coçando a cabeça, vários tufos de cabelo de Guilherme caem no chão) - Mas o que é isso? (olhando no espelho e gritando)

Felipe: (acorda assustado e vai até o banheiro) - O que foi?

Guilherme: (Ajoelhado no chão) - Olha... meu cabelo.

Felipe: (olha a cabeça de Guilherme e percebe que o cabelo está caindo de forma fácil) - Oh, meu amor. (abraçando Guilherme)

Guilherme: (chorando) - Eu não quero... não quero...

Felipe: (abraçando Guilherme forte) - Vai tudo ficar bem. Vai tudo ficar bem.

Comentários

Há 0 comentários.