02X09 - UM DIA VOU PRECISAR IR

Conto de escritor.sincero como (Seguir)

Parte da série AMOR DE PESO - SEGUNDA TEMPORADA

Pai e mãe,

Não dormi muito bem, tive alguns pesadelos. Sonhei com a noite que vocês morreram. Por que isso teve que acontecer comigo? Não consigo entender.

Zedu acordou e não havia ninguém no meu quarto. Eu desci cedo para fazer café, afinal, saco vazio não para em pé. Ele tomou banho, desceu e sentou na mesa. A minha família tentou ser a mais discreta possível. Chegamos na escola e o tempo parecia não passar, Zedu, queria encontrar seu pai. Eles mal puderam conversar na noite anterior. Ramona, Brutus e Letícia, tentaram sem sucesso fazer o meu namorado rir.

Zedu: - Desculpa gente, mas estou realmente preocupado.

Ramona: - Não precisa se desculpar. A gente entende.

Letícia: - Importante agora é manter o pensamento positivo, né?

Brutus: - Com certeza. A minha mãe disse que vai mandar rezar uma missa.

Yuri: (pegando no ombro de Zedu) – Estamos aqui, todos nós, por você. Não vamos te deixar cair.

Zedu: - Eu tenho os melhores amigos do mundo. (recebendo um abraço coletivo)

A primeira aula foi de matemática, eu já tinha visto esse assunto na minha escola interior, então, não tive nenhuma dificuldade. Ao contrário de Brutus e Mundico, eles realmente precisavam de ajudar nessa matéria. O dever consegui matar em minutos, tive um tempo livre para auxiliar meus amigos, principalmente, o meu namorado.

Zedu: - Você é tão inteligente.

Yuri: - Estudei isso na minha antiga escola.

Zedu: - Nerd. Te amo. (jogando um beijo para o namorado)

A minha tia ia ter que organizar um encontro de todos os líderes da empresa onde trabalhava. Ela contou com ajuda dos responsáveis do marketing e assessoria de comunicação. Afinal, ela não sabia o que era necessário para fazer esses eventos.

Olívia: - A reunião encerra aqui. Gente, obrigado pela atenção. Estão todos liberados.

Carlos: - Olha só quem é a garota propagando da empresa?

Olívia: - Queria eu ser a garota propaganda.

Carlos: - Você é do meu coração. (entregando quatro bilhetes para Olívia)

Olívia: - O que é isso? (olhando os convites)

Carlos: - São os convites para a minha colação de grau.

Olívia: - Ah, que legal bebê.

Carlos: - Para você e seus sobrinhos.

Olívia: - Eles vão adorar. Parabéns, estou tão orgulhosa de você. (abraçando Carlos)

Carlos: - Obrigado. E você vai ter a oportunidade de conhecer minha família.

Olívia: - Vou conhecer minha sogra?

Carlos: - Sim. Ela é meio biruta, mas você vai gostar dela.

Olívia: - Espero que sim. A minha última sogra era uma bruxa.

Carlos: - Tenho certeza que vocês duas se darão bem.

Olívia: - Ei, hoje não vou para casa, pode ir de uber?

Carlos: - Vai passar no hospital?

Olívia: - Sim, creio que sim.

Carlos: - Entendi. Tudo bem. Eu pego um Uber.

Olívia: (beijando Carlos)

Carlos: - Pensei que beijos fossem proibidos no escritório.

Olívia: - Hoje você tá merecendo. Só hoje, tá?

Mundico foi ao hospital, finalmente, ele se livraria do gesso. Ele sempre ficava nervoso quando ia ao médico, suas mãos geladas e suadas começavam a tremer de tanto medo. Diana, sua irmã, acompanhou todo o processo. Ela era mais velha que Mundico e gostava de tratar o irmão como filho.

Mundico: - Espero que o médico tire logo isso… (coçando a perna)

Diana: - Depois disso… (olhando no papel) – Vou ter que te levar no fisioterapeuta. (olhando no relógio) – Espero que dê tempo.

Mundico: - Vai pro trabalho. Eu fico aqui. Vou sair andando.

Diana: - Não. Vai dar tempo sim. Agora é focar na fisioterapia. Você vai voltar a dançar, eu tenho certeza.

Mundico: - Queria que fosse mais fácil, o médico falou que seria doloroso.

Diana: - Mas que com muito tratamento e dedicação… você… conseguiria dançar de novo.

Mundico: - Pois é.

Juarez: (entrando)

Mundico: - Oi?

Diana: - Oi?

Mundico: - O que você está fazendo aqui?

Juarez: - Não sei, pensei que você ia gostar de uma companhia.

Diana: - Bem, meninos. Já que vocês vão ficar aqui, eu, eu vou para o trabalho. Me manda uma mensagem assim que terminar, e por favor, vá direto para casa. (saindo)

Acordei Zedu com um beijo. O meu namorado estava dormindo lá em casa, principalmente, para evitar qualquer atrito com seu irmão. Fred sempre que podia ia visitar Zedu. Os dois eram unidos realmente, Fred era uma referência para o seu irmão mais novo. Eles queriam presentear o pai, mas não tinham nenhuma ideia, claro, que a minha família tinha que se meter.

Giovanna: - Vocês poderiam comprar um taco de golfe, gente velha adora, ou uma bolsa da Mônica Abreu, um tipo de necessaire, eu amaria uma, fica a dica, Yuri.

Fred: (rindo sem graça) – Acho que o meu pai não gostaria de algo desse tipo, mas obrigado, obrigado pela dica.

Zedu: - Acho que a gente podia dar um instrumento para ele.

Yuri: - Sei pai toca?

Zedu: - Sim, ele sabe tocar mais de 15 instrumentos. Antes dele virar empresário, ele era músico. Aí, o Fred nasceu e viramos essa bagunça ambulante,

Fred: - Nem foi assim. (tacando um travesseiro em Zedu)

Yuri: - Que tal um violão? Tipo, um violão único.

Fred: - Pode ser. Lembro que ele vendeu a maioria dos violões, acho que seria uma forma de agradecer.

Zedu: - Por isso que eu te amo. (beijando Yuri na bochecha, mas ficando sem graça ao ver o irmão e os irmãos de Yuri na sala)

Richard: - Eu sabia que vocês eram namorados. (levantando e pulando no sofá) – Eu sabia.

Fred: (rindo) – Não se preocupa maninho. Tá tudo bem.

Giovanna: - Só um cego que não percebe a química entre os dois. Agora eu, loira, linda e uma verdadeira dama, estou sozinha na vida.

Yuri: - E espero que fique pelo menos até completar 16 anos.

Giovanna: - Credo. Para de ser assim, precisa me desejar sorte. Quero um marido rico.

Fred: - Bem, Yuri e Zedu, preciso ir. Acordo cedo para o estágio amanhã. Vou começar a pesquisar os violões. (levantando)

Zedu: - Eu te levo até a porta.

Fred: - Gente, boa noite. Yuri, a janta estava realmente gostosa.

Yuri: - De nada. Você é sempre bem-vindo aqui.

Giovanna: - Pensa na necessaire.

Fred: - Vou pensar. Prometo. Vamos? (indo com Zedu até a porta)

Zedu: - E o JL?

Fred: - Mandou uma mensagem. Tá na casa de um amigo, se ele te procurar ou falar alguma merda… me avisa, por favor.

Zedu: - Isso é um problema meu com ele. Desculpa decepcionar vocês.

Fred: - Zedu. Não tem nada de errado com você, eu que fiquei surpreso com a reação do JL.

Zedu: - Ele fez algo que eu deveria fazer. Estou tão puto com ele.

Fred: - Não esquenta a cabeça. O papai precisa de nós.

Sim. Zedu se assumiu para a família, mas a notícia não agradou a todos. Longe dali, João Lucas, lembrou das palavras de seu pai, ele estava muito bravo. Ele chorou durante uma hora, então, decidiu deixar a história para trás, pelo menos até o pai ficar curado, depois ele sairia de casa e nunca mais olharia na cara de Zedu.

Ritinha: - Tá calado.

João Lucas: - Me deixa.

Ritinha: - Me deixa, eu te dou um teto, e é assim que você me trata?

João Lucas: (beijando a namorada) – Desculpa paixão. Tive um dia ruim.

Ritinha: - Entendi. Vem, vamos para a cama. (pegando na mão do namorado)

Brutus adorava receber sexo oral de Ramona, mas aquela rotina ficava no mínimo cansativa. A minha amiga se esforçava, porém naquela tarde, o pequeno Brutus não subiu. Eles ficaram deitados na cama, a frustração, era o terceiro integrante daquele relacionamento. O namorado de Ramona não conseguia entender o motivo de não ter relações com ela.

Brutus: - Sou eu….

Ramona: - Como assim?

Brutus: - Eu… sou feio… sei lá…

Ramona: - Amor, você é lindo. O programa sou eu, não estou preparada.

Brutus: - Eu só queria saber o motivo, dessa forma, eu não ficaria tão grilado.

Ramona: - Eu juro que vou te contar. Só peço paciência.

Brutus: - Tudo bem.

O pai de Zedu ficava cada dia pior. Seu estômago estava todo comprometido por causa do câncer, e a doença começa a se espalhar para outros lugares. A médica chamou Teodora e pediu para a família se preparar para o pior. A mãe de Zedu reuniu os filhos e contou tudo de uma vez.

Fred: (chorando) – E os tratamentos?

Zedu: - Isso não tá acontecendo.

Teodora: - Temos que nos preparar. O seu pai queria falar com vocês, ele está fazendo um curativo agora.

João Lucas: (sentado em silêncio)

Teodora: - Querido. (pegando no ombro de João Lucas) – Quer conversar? Lá fora?

João Lucas: (saindo)

Teodora: (seguindo o filho)

Zedu: (mandando uma mensagem para Zedu) – PRECISO DE VC. AGORA.

A perna de Mundico parecia a mesma, ele conseguia andar, chutar e mexer os dedos. Ele não conseguia entender como aquilo afetaria sua coordenação ao dançar. Juarez, o encorajou a fazer um passo de dança. Mundico tomou coragem e fez a performance. Ele até que conseguiu, mas sentiu uma dor horrível no seu calcanhar.

Mundico: (caindo) – Merda.

Juarez: (segurando Mundico) – Doeu?

Mundico: - Doeu muito. (chorando) – Eu… eu… não vou mais dançar.

Juarez: - Sinto muito. (com um semblante preocupado) – Eu… sinto muito, mesmo.

Arthur o namorado de Letícia viajava nas ideias, ele estava disposto a fazer um filme de zumbi na Amazônia. O jovem cineasta escreveu 39 roteiros, e no final, não gostou de nenhum. O seu amigo Bernardo e Letícia até tentaram ajudar, porém, Arthur não conseguia se decidir.

Bernardo: - Esse que o Teatro Amazonas explode é foda.

Letícia: (pegando um dos roteiros) – Eu prefiro esse… tem romance… aventura… e tripas.

Arthur: - Eu quero algo que não seja risível. E que a gente tenha livre acesso, a direção do Teatro nunca permitiria gravar lá. Romance e filme de zumbis não são atrativos.

Letícia: - E se fosse aquele da fábrica abandonada? A locação já está disponível, né?

Arthur: - Pode ser.

Bernardo: - Acho uma ótima ideia.

Arthur: - Decidimos?

Bernardo e Letícia: (se olhando e rindo) – Sim.

Arthur: - Agora só preciso ver a equipe técnica, de produção e atores.

Letícia: - Eu vou ser a principal, claro! (jogando os cabelos)

Corri para o hospital, acho que nunca tomei um banho tão rápido na minha vida. Encontrei Zedu chorando, em um dos corredores, não falei nada, apenas o abracei. As pessoas passavam por nós, alguns olhavam, outros não. Queria transmitir para o meu namorado que tudo ia ficar bem. Ele explicou o que a médica disse, era terminal, o pai do Zedu, que ele tanto amava morreria por causa de um câncer.

Zedu: - É injusto. Ele precisa de mais tempo.

Yuri: - Bebê, eu… nem posso imaginar sua dor…

Zedu: - Por que isso está acontecendo? Primeiro Deus me tira a minha avó, e agora o meu pai?

Yuri: - Zedu, Deus…

Zedu: - É por que eu sou gay? (chorando) – Será que o JL está certo?

Yuri: - Você está abalado amor. Vem. (levantando Zedu) – Vou pegar algo para você tomar.

A minha tia não demorou a chegar, ela ficou muito triste quando soube da notícia. Ela foi muito prestativa para a família de Zedu. Fred chegou um pouco tempo depois com um violão, ele havia comprado em um antiquário e queria presentear o pai. A família autografou todo o violão e escreveram mensagens de carinho para Ulisses.

Teodora: - Ele quer ver vocês. Por favor, não chorem. Deve ser um momento para tranquilizá-lo.

Fred, Zedu e JL: (entram)

Teodora: - Gente, vocês também podem entrar.

Olívia: - A gente não quer atrapalhar… é um momento de família.

Teodora: - Todos vocês fazem parte da nossa família. Não tem problema.

Olivia e Yuri: (entrando)

O pai do Zedu estava muito diferente, abatido e magro. Tentei não manter contato visual, mas era praticamente impossível. Os filhos deram o presente e o abraçaram. Ulisses agradeceu e pediu que todos ficassem unidos, que ele havia criado os filhos juntos, e por isso, não deveria haver brigas ou discórdia.

Ulisses: - Então, quer dizer que você é meu genro?

Yuri: (ficando vermelho e rindo sem graça) – Er… eu…

Zedu: - O Yuri é meu namorado. (pegando na mão de Yuri)

Yuri: (tremendo) – Eu… sinto muito.

Olívia: - Sentimos mesmo, Ulisses. Estamos aqui para apoiar a sua família.

Ulisses: - Obrigado. Vocês todos. (olhando para o violão) – Saudades.

Fred: - O senhor ainda lembra como se toca?

Ulisses: (fazendo cara de dor)

Fred: - Pai?

Ulisses: - Assim você até me ofende. (brincando com todos)

Teodoro: - Não faz isso, homem. (sentando)

Ulisses: (dedilhando algumas notas)

Zedu: - Eu lembro dessa canção, o senhor sempre tocava para mim.

Ulisses:

Não é tempo de mudar

Apenas relaxe, vá com calma

Você ainda é jovem, esse é seu erro

Há muita coisa que você tem que saber

Encontre uma garota, se afirme

Se você quiser, pode se casar

Olhe pra mim, estou velho

Mas sou feliz

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Teodora: - Amor. Sinto muito. (deitando ao lado de Ulisses)

Ulisses: - Vivemos uma ótima vida. Sou pai de três meninos lindos e saudáveis.

Teodora: - Pensei que viveria para sempre ao seu lado.

Ulisses: - O que me consola é que vocês não ficarão desamparados. Já falei com o meu irmão. Ele vai deixar vocês a par de tudo. Você receberá uma quantia razoavél. Deixei alguns documentos com todas as orientações para você e os meninos.

Teodora: - Eu não me importo com dinheiro. Eu quero você ao meu lado.

Ulisses: - Amor. (abraçando e sentido o cheiro da esposa) - Eu sempre vou lembrar de você, sempre.

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Eu já fui como você é agora

E eu sei que não é fácil

Ficar calmo quando você

Percebeu algo acontecendo

Mas vá com calma, pense muito

Penso em tudo que você já conseguiu

Para você vai estar aqui amanhã,

Mas seus sonhos talvez não estejam.

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Fred: - Pai? (entrando e sentando ao lado da cama de Ulisses)

Ulisses: - Meu primogenito. Tão especial para mim, não que os outros não sejam, mas vejo muito de mim, em você.

Fred: - Oh, pai. (chorando e pegando na mão do pai)

Ulisses: - Você tem uma missão agora. Proteger a sua mãe e seus irmãos. Vai ser o homem da casa. Quero que tenha um cuidado extra com o...

Fred: - Zedu...

Ulisses: - Não. Quero que você tome de conta do JL. Ele é genioso. O Zedu é um garoto extraodinário, ele tem amigos e você. Deixei uma carta para você, o seu tio vai te ajudar em tudo.

Fred: (abraçando o pai)

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Como eu poderia tentar explicar

Quando eu tento ele ignora

É sempre a mesma coisa

A mesma velha história

Desde o momento em que eu pude falar

Fui obrigado a ouvir

Agora há um caminho, e eu sei

Que eu tenho que ir embora

Eu sei que tenho que ir

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JL: - (entrando e sentando ao lado do pai)

Ulisses: - (pegando na mão do filho) - Eu te amo. E quero que você seja feliz.

JL: - Pai. (beijando a mão de Ulisses) - Eu estou com medo. Tenho mais a ver com você... do que com eles...

Ulisses: - Você vai precisar ser forte. E proteger seus irmãos e mãe. Eles te amam.

JL: - Eu não sei o que fazer.

Ulisses: - Apenas os ame, não esqueça que você pode contar com eles, principalmente com sua mãe.

JL: - Eu vou tentar, prometo. Pai... eu... te amo.

Ulisses: - Eu também. E sobre o Zedu...

JL: - Não quero falar sobre isso e...

Ulisses: - Precisamos. Você deve imaginar o quanto é difícil para ele, principalmente, com as pessoas fofocando. Você deve protege-lo.

JL: - Eu vou proteger o meu irmão, contra qualquer um, é uma promessa.

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Não é tempo de mudar

Apenas sente-se, vá devagar

Você continua jovem, esse é seu erro

Há muita coisa ainda que você tem que enfrentar

Encontre uma garota, se afirme

Se quiser, você pode se casar

Olhe pra mim, eu estou velho

Mas sou feliz

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Zedu: - Com licença. (entrando)

Ulisses: - Filhão. Senta aqui. (batendo na cama)

Zedu: - (sentando)

Ulisses: - O Yuri te faz feliz?

Zedu: (nervoso) - Hum...

Ulisses: - Eu quero saber se o Yuri te faz feliz?

Zedu: (meio envergonhado) - Sim. Ele faz. Tirando que vou te perder, eu não me sentia tão bem assim há muito tempo.

Ulisses: (abraçando o filho) - Meu caçulinha. (tossindo)

Zedu: - O senhor tá se sentindo bem?

Ulisses: - José Eduardo. Sempre preocupado com os outros. Você sabe que é um milagre, né?

Zedu: - Sou?

Ulisses: - Sim, é. Eu e sua mãe começamos a ter filhos muito tarde. Imagina, eu com 48 anos descobrindo que seria pai pela terceira vez. Não imagina como eu fiquei feliz.

Zedu: - E eu acabei te decepcionando.

Ulisses: - Jamais. Nunca mais deixe ninguém falar isso para você. (pegando no queixo do filho) - Você é um menino doce, inteligente, esforçado, amigo... nossa... são tantas qualidades que eu pergunto se você é realmente meu filho.

Zedu: - Não fala assim. (chorando) - O senhor foi o melhor pai do mundo, tirando o fato que é vascaíno... (chorando e rindo ao mesmo tempo)

Ulisses: - Filho... o fato de você ser gay eu aceito, mas flamenguista? (conseguindo fazer o filho rir mais uma vez) - É isso.

Zedu: - Pai. (rindo)

Ulisses: (tirnado uma foto imaginária com as mãos) - Quero lembrar de você sempre com esse sorriso bonito. Eu queria tanto ver as trapalhadas que você vai se meter. (rindo e chorando) - Você vai crecer, se formar, escolher uma carreira, casar... fico pensando em como o meu genro será? Enfim, eu não tenho vergonha de você, e nem você deve. Desculpa, desculpa por não ter visto essa tua luta interna, sei como deve ter sido difícil. Agora você pode tirar esse fardo das costas e ser feliz.

Zedu: - Eu vou ser feliz. E sempre vou lembrar desse momento, da forma como o senhor me acolheu quando soube que eu era gay. Não é qualquer pai que faz isso.

Ulisses: - Infelizmente. Eu só quero a tua felicidade. Não culpe Deus... ou... ou... fique revoltado quando eu morrer... apenas se apoie nas pessoas que você ama. O Yuri estará do teu lado, então, se apoie nele. Lembre que a sua mãe e irmãos precisarão de você.

Zedu: - Eu sei... eu sei... (abraçando o pai)

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Todas as vezes que eu chorei

Mantendo todas as coisas que eu sabia dentro

E é difícil, mas é mais difícil

Ignorá-las

Se eles estivessem certos, eu concordaria

Mas são eles que sabem, não sou eu

Agora há uma maneira

E eu sei que eu tenho que ir embora

Eu sei que tenho que ir

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