02X04 - O ACIDENTE DE MUNDICO

Conto de escritor.sincero como (Seguir)

Parte da série AMOR DE PESO - SEGUNDA TEMPORADA

Pai e Mãe,

Vocês adorariam a cidade. O lugar está bastante agitado. Posso assegurar que eu estou tendo uma experiência maravilhosa.

O lado positivo do festival de Parintins é que várias celebridades visitam a ilha para conhecer a festa. Naquela edição, convidaram vários artistas, mas descobri que a Lilian Nóbrega havia sido convidada, ela era a minha escritora favorita. Recebemos uma dica de um homem que falou o hotel onde eles estavam. Seguimos para o hotel, eu, Letícia e Ramona. Já Brutus e Zedu, foram passear por outros lugares.

Zedu: - Olha. Adorei essa camisa. (olhando o preço e se assustando) – Jesus. Compro cinco em Manaus com esse valor.

Brutus: - Ei. E como estão as coisas entre você e o grandão?

Zedu: (mostrando a pulseira) – Estamos namorando.

Brutus: - Pensei que já estavam.

Zedu: - Não.

(silêncio)

Zedu: (rindo)

Brutus: - O que foi?

Zedu: - Nunca imaginei conversar sobre meus namorados com você.

Brutus: - Isso é de boas. Vacilei muito com vocês. Mas não tenho problemas, cê sabe. (pegando no ombro do Zedu)

Zedu: - Eu sei. Você é meu melhor amigo. Agora, vamos falar de romance hétero? Fala sobre você e a Ramona?

Brutus: - Você já transou com o Yuri?

Zedu: (ficando mega vermelho e engasgando ao tentar falar)

Brutus: - Calma.

Zedu: - Porque você perguntou isso?

Brutus: - É que a Ramona… ela é linda… e...e…

Zedu: - Nada de ação para o pequeno Brutus?

Brutus: - Mais ou menos isso.

Zedu: - Que merda, hein?

Brutus: (se tocando) – Como assim pequeno Brutus?

Zedu: - Vai dizer que é grande?

Brutus: - Claro que é.

Zedu: - Quero provas.

Brutus: (fazendo menção que vai baixar a calça)

Zedu: (segurando Brutus) – Aqui não, gênio. Quer ser preso?

Brutus: - Quer apostar?

Zedu: - O que?

Brutus: - Quem tiver o maior pau ganha.

Zedu: - Ganha o que?

Brutus: - Dois meses de lanche na escola.

Zedu: - Fechado. (apartando na mão de Brutus)

Não muito longe dali, Juarez ajudava Mundico. Eles ensaiaram durante três horas direto. Os dois caíram no chão exaustos pela correria. Mundico queria impressionar, aquela oportunidade era única para ele seguir a carreira de dançarino. Juarez buscava o mesmo objetivo, por isso, passou a entender melhor o colega. No início, Juarez ficou com ódio de Mundico, mas aquele ensaio de alguma forma mudou aquele sentimento.

Juarez: - Preciso me desculpar.

Mundico: - Qual seria o motivo?

Juarez: - Meu comportamento.

Mundico: - Não precisa se preocupar.

Juarez: - Sei lá. A minha família me acostumou a ser assim, um babaca. Todos são assim. E vendo você e seus amigos, sei lá. (rindo)

Mundico: - Tudo bem.

No hotel, eu e as meninas, parecíamos aqueles fãs lunáticos. Consegui fotos com a Gretchen, Luana Piovani, e uma ex-BBB que eu nem lembro o nome. Até que eu a vi, infelizmente estava sem meus livros, mas corri para encontrá-la. Ela prontamente me atendeu, aparentava ser tudo aquilo que eu imaginava. Cheguei falando várias coisas, pelo menos na minha cabeça faziam sentido, porém a realidade era dura, a coitada da Lilian não entendeu nada.

Lilian: - Calma. (rindo) – Vamos começar de novo? Olá meu jovem, como vai?

Yuri: - (respirando fundo) - Quero dizer que você é uma grande inspiração para mim. Eu leio todos os seus livros. Todos. E estou ótimo, e você? (colocando a mão na cintura, um pouco ofegante)

Lilian: - Eu estou com calor, mas bem. Sério, que você lê meus livros? Fico muito feliz com isso.

Yuri: - Eu não trouxe nenhum dos meus para você autografar.

Lilian: - Que pena. Qual é o seu favorito?

Yuri: - “Sombras de uma noite ao luar”. Esse livro mudou a forma como eu enxergo a sociedade.

Lilian: (tirando um livro da bolsa) – Por sorte, eu tenho uma cópia desse livro. (pegando uma caneta e autografando para Yuri)

Yuri: - Não acredito.

Lilian: - Está aqui. (entregando para Yuri)

Yuri: - Obrigado. Posso te dar um abraço?

Lilian: - Claro.

Ela era magnífica. Uma mulher tão culta, que sem saber me ensinou tantas coisas. Quase desmaiei de tanta felicidade. A gente ainda ficou tietando outros artistas, haviam muitos jornalistas na frente do hotel também, mas ainda bem que quase ninguém conhecia a Lilian. Cheguei no barco completamente acabado e praticamente desmaiei na rede. Acordei um pouco antes do jantar, o Zedu me acordou na verdade, ele queria atenção.

Zedu: (deitando na rede junto comigo) – Afasta garoto.

Yuri: - Espera. (ficando apertado na rede) – E como foi o passeio com o Brutus? Muitas gatinhas na cidade?

Zedu: - Várias. (rindo e embalando a rede com o pé direito) – Você não vai acreditar, mas… (olhando em volta) – O Brutus ainda é virgem. (rindo)

Yuri: - Não? (parecendo surpreso) – Eu jurava que ele já tinha transado.

Zedu: - Pois é. Ele quer aproveitar a viagem para perder com a Ramona, mas ela não está cooperando.

Yuri: - Zedu. No que você está pensando?

Zedu: - Em dar uma forcinha para o Brutus.

Yuri: - Claro. Vai ser a fada madrinha da putaria? (rindo) – Você tem cada ideia.

Zedu: - Meu pequeno, Yuri. Homem de pouca fé. Tenha paciência. (encostando a cabeça no meu ombro)

Yuri: - Só não vai fazer nenhuma besteira.

O Festival estava se aproximando, realmente, todo mundo já estava sem paciência. A cidade era pequena, então a diversão parecia muito limitada. Afinal, a gente não podia ir para os bares, esses sim, viviam lotados. Richard fez amizade com alguns meninos que estavam no barco ao lado. Ele explicou que vinha de outra cidade, que morava com a tia e gostava de aprontar. Quem ficava de olho era a minha tia.

Olivia: - Quem são aqueles guris que estão com o Richard?

Carlos: - Relaxa, amor. São crianças.

Olivia: - Quero ver você relaxado quando ele trouxer várias cobras para o barco.

Carlos: (tossindo) – Pensando bem, deixa eu checar esse menino.

Ramona: (passando rápido) – Oi, Olivia.

Olivia: - Oi. Nossa que velocidade.

Ramona estava com problemas femininos, ela correu para pedir ajuda de Letícia, mas não a encontrou. A minha amiga achou Brutus do lado de fora da embarcação, e pediu para o namorado ir até a farmácia comprar absorvente. Brutus foi meio contra a vontade.

Kellen: - Olá?

Brutus: - Oi… (ficando com vergonha) – É você que atende?

Kellen: - É meu pai, mas ele está no estoque. Eu sou funcionária, se for algo simples, acho que posso te ajudar.

Brutus: - Eu preciso de… de… um… eer… abdjowdwihwpij.

Kellen: - O quê? (rindo)

Brutus: - Eu disse… sadashiijdijpwdjipvdihpcsjpic!

Kellen: - Você está bem? (ela disse arrumando o cabelo)

Brutus: (pegando um absorvente e colocando em cima da bancada) – Quero um desses.

Kellen: - Para a sua mãe? (registrando o produto) – R$ 10.

Brutus: - Na...na..morada. (rindo e entregando o dinheiro para Kellen)

Kellen: - Obrigada. E volte sempre. (piscando para Brutus)

Brutus: - Obrigado. (saindo da loja rapidamente)

Kellen: - Interessante. Espero ver esse gostoso de novo. (arrumando os peitos)

Ramona não sabia, mas teria um grande problema em suas mãos, na verdade, dois grandes problemas. A primeira noite do festival chegou, de repente, duas filas se formaram no Bumbódromo, equivalente ao Sambódromo do Rio de Janeiro. O caos se instaurou no barco, afinal, todos tinham que se arrumar, os meninos saíram mais cedo para participar da apresentação.

Olivia: - Você não quis ir mesmo?

Yuri: - Não. Eles vão ficar praticamente pelados.

Olivia: - A Giovanna está se arrumando, então acho que vamos esperar por mais duas horas.

Yuri: - E a senhora?

Olivia: - O que tem eu?

Yuri: - Quando vai começar aproveitar o festival? (tomando a prancheta de Olivia)

Olivia: - Ei, eu preciso disso para…

Yuri: - Não, hoje você vai se divertir.

Richard: - Tia. Quero ver os bois.

Giovanna: - Pronto. Podemos ir. (andando como se estivesse em câmera lenta)

Yuri, Olivia e Richard: (rindo de Giovanna)

Minha irmã parecia um papagaio rosa. Ela pegou todas as penas e brilhos rosas da ilha de Parintins, e jogou no corpo. A gente que ia ficar no camarote tínhamos que usar umas blusas da empresa de titia. A minha por pouco não ficou apertadinha. Chegamos no Bumbódromo e o lugar estava lotado. Era realmente muito lindo, a energia dos torcedores nos contagiava. Tiramos várias fotos. No backstage, os meus amigos se preparavam para entrar na arena.

Juarez: - Olha só. Zedu. Ficou um gato com essa tanguinha.

Zedu: - Obrigado.

Brutus: - Ficou mesmo. (batendo na bunda de Zedu) – Arrasou gatinho. (rindo)

Ramona: - Vocês são dois moleques. (olhando no espelho) – Essa maquiagem vai servir.

Letícia: - A casa está lotada.

Juarez: - Vocês sabem que vão ficar dentro de uma alegoria, né? Não vão ter destaque.

Mundico: - Gente. Tá tudo mundo preparado?

Ramona: - Olha. Mundico? É você?

Mundico: - Sim. Ganhei uma dança de destaque. Minha indumentária vai ser diferente. (ficando vermelho)

Juarez: (correndo para uma área atrás do bumbódromo) – Droga. Não vai dar tempo. Eu preciso avisar o Mundico. Merda. (correndo, mas sendo impedido por um segurança)

Segurança: - Esse portão só para alegorias. Você precisa dar a volta.

Juarez: - Você sabe com quem está falando?

Segurança: - Com alguém que está doido para ser banido de vez do festival.

Juarez: (correndo para a saída) – Droga. Isso não tá acontecendo.

Para Mundico, aquela oportunidade seria única. Ele sempre foi um bom garoto, com um enorme coração, ajudou quem precisava. Aquele era seu momento de brilhar. Ele começaria o Festival sendo uma verdadeira estrela. Ele tinha um corpo bonito, pelo menos, eu achava. Deixei a minha família nos camarotes e segui para a concentração, consegui com a Hélida uma permissão. Vi, o Mundico se preparar.

Mundico: - Acho que vou vomitar.

Yuri: - Qual é. Você vai arrasar. Eu tenho certeza.

Mundico: - Vê se tira fotos bonitas.

Yuri: - Vou ficar perto do fosso. (Fosso: lugar destinado para a imprensa registrar o festival)

Produtor: - Vamos Raimundo. Você vai ser erguido. (saindo)

Yuri: - Vai lá. Arrasa. Quebra a perna e merda.

Continuei o meu caminho, e encontrei o Richard com outras crianças. Como aquele peste havia entrado ali? Comecei a segui-lo. Ele entrou em uma grande estrutura de metal. “Pivete”, pensei. Com dificuldade consegui subir e entrar na tal estrutura. Mal entrei, alguém foi e fechou a entrada.

Yuri: - Richard!!!

Richard: - O que você está fazendo aqui? (ligando a lanterna do celular)

Yuri: - Eu que te pergunto. (pegando pelo braço do irmão) – Você vai sair agora.

Alana: - Quem é esse homem?

Richard: - É meu irmão, mas é adotado.

Yuri: (apertando o braço do irmão) – O adotado é ele. Vamos. (tentando sair, sem sucesso) – O que está acontecendo. (batendo na porta) – Socorro.

Richard: - Ele tá se mexendo.

Alana: (gritando)

Yuri: (segurando Richard e Alana) – O que é isso? Vocês sabem?

Richard e Alana: - Não.

O objeto que entramos começou a se mexer. A gente parecia estar dentro de um liquidificador, sem as lâminas, é claro. Tá, parecia uma grande máquina de lavar. Consegui fazer um furo na parede, na verdade era bem mole, e dei um grito. Estávamos dentro de uma das alegorias do Festival. Era um sapo gigante suspenso por um guindaste.

Yuri: (enforcando Richard) – Estamos dentro de uma alegoria.

Alana: - Moço para. (tentando afastar os irmãos)

Yuri: - Eu vou morrer antes de casar com o Zedu! Desgraçado!!

Richard: - Eu não tenho culpa. (chutando Yuri nas bolas)

Yuri: (caindo para o outro lado) – Aí. Essa foi baixa. (choramingando)

Zedu estava tentando me ligar. O meu namorado ficou de me encontrar na concentração e não conseguia falar comigo. Ele estava uma delicia. Um cocar na cabeça, um cordão feito com sementes de açaí, e uma tanguinha azul. Nem preciso dizer que usamos essa fantasia em outras ocasiões. Hélida, os direcionou para a alegria que eles ficariam, que eram pequenos barcos.

Ramona: - Nada do Yuri? E as minhas fotos… quer dizer… nossas fotos.

Letícia: - Estranho isso.

Brutus: (vamos lá garotos, beijando os músculos do braço)

Zedu: (guardando o celular) – Cadê você?

O Festival havia começado. O primeiro boi a se apresenta naquela noite era o Caprichoso. O negócio é o seguinte, a cada noite, as equipes dos bois se apresentam para os jurados que dão notas para os itens que representam esses bois. O primeiro a entrar na Arena do Bumbódromo foi o Apresentador, que contou um pouco sobre a lenda dos bumbás. Eu não vi nada, o motivo? Estava pendurado naquela droga de alegoria.

Chegou a vez do Mundico. Só que as cordas que o seguravam não estavam tão firmes como no ensaio. O vento começou a soprar, e a estrutura começou a cair. Mundico despencou e caiu em cima do sapo. Ouvimos o estrondo e o teto cedeu. Ele caiu praticamente nos meus braços.

Yuri: - Mundico? O que aconteceu?

Mundico: - Eu… eu… (desmaiando)

Todos ficaram horrorizados com o que aconteceu, mas ninguém parou. Eles não podem perder tempo com nada. Rapidamente, a estrutura do Sapo começou a se desfazer, e nós quatro quase caímos. Pedi ao Richard que se segurasse nas estruturas de ferro. Alana ficou perto de mim, ela segurava a lanterna do celular.

Alana: (chorando) – Vamos cair.

Yuri: - Não vamos. Eles vão começar a descer.

Richard: - Eu… eu… tô com medo.

Yuri: - Tá vendo. O que acontece quando você é mal criado.

Richard: - Perdão, Yuri. Não queria que nada disso acontecesse.

Yuri: - Droga, Mundico. Acorda.

A estrutura começou a ser movida. Por pouco, o Richard não caiu. Segurei Alana e Mundico. A minha tia quase infartou no camarote. Ela e Carlos foram atrás das autoridades. Finalmente, a equipe começou a baixar o grande sapo. Uma equipe médica já nos aguardava. Eles pegaram o Mundico, e o levaram ao hospital. Fomos levados para uma sala reservada, a polícia começou a fazer mil perguntas. Expliquei tudo mil vezes.

Olívia: - Meus filhos. (abraçando Yuri e Richard)

Carlos: - Como vocês subiram até lá?

Yuri: - Dá uma opinião? (olhando para Richard)

Olívia: - Eu não sei mais o que fazer. Eu juro que… (saindo da sala)

Yuri: - Você vacilou feio. (olhando para Richard e saindo da sala)

Alana: - Eu te disse que era perigoso. Você não acreditou. (saindo da sala)

Carlos: (sentando ao lado de Richard e o abraçando) – É cara. Essas merdas acontecem.

Juarez: - O que aconteceu? Cadê o Mundico?

Yuri: - Na ambulância. Estamos indo para o hospital… quer… quer… uma carona?

Juarez: (Com os olhos vermelhos) – Não… eu… eu… vou ficar por aqui.

Hélida: - Juarez. Graças a Deus. Precisamos que você entre no lugar do Mundico.

Juarez: - Eu… eu…

Hélida: - Por favor… venha… (levando Juarez)

Os meninos se apresentaram e eu nem assisti. Acabei sendo expulso do Festival. Não poderia entrar nas outras noites. A titia tentou evitar conversar com o Richard, ele sentiu muito daquela vez. Zedu soube de toda a história e me abraçou forte. Como é bom ter alguém que nos ame. Seguimos para o hospital.

Olívia: - Ele está bem?

Médico: - Vai ficar. Está em observação.

Olívia: - Os ferimentos foram sérios?

Médico: - Ele fraturou uma perna, sorte que a outra estrutura amaciou a queda. Caso contrário… (balançando a cabeça negativamente)

Olívia: - Oh, Deus.

Yuri: (pegando no ombro de Olivia) – Tia. Está tudo bem? Como está o Mundico.

Olívia: - Ele vai receber os devidos cuidados.

Yuri: - Tia. Podemos conversa. (olhando para Carlos e Zedu) – Só nós dois.

Olívia: - Claro. (Indo com Yuri para uma parte mais reservada do hospital)

Yuri: – Olha. Eu sei que a senhora está furiosa com o Richard, mas ele ainda é uma criança.

Olívia: (respirando fundo) – Yuri. Você e a Giovanna não são desse jeito. A tua irmã pode ter o rei na barriga, mas ela possui um filtro. E nenhum de vocês já colocou o outro em risco.

Yuri: - Eu sei. Mas não quero que a senhora o trate com indiferença.

Olívia: - Estou pensando em levá-lo a um profissional. Você fez terapia, lembra?

Yuri: - Também não desconsiderei essa ideia, tia. Mas precisamos ir devagar com o Richard. Ele pode se rebelar.

Olívia: - Entendi. (respirando fundo mais uma vez) – Deixa eu ir falar com o monstrinho.

Quase não dormimos naquela noite. Todo mundo ficou preocupado com a saúde do Mundico. Fiquei na rede com Zedu, era muito bom ter com quem conversar, o meu namorado era meio na dele, mas sempre estava disposto a me ouvir. Letícia chegou um tempo depois, e deitou na rede ao nosso lado. Brutus levou Ramona para passear no porto.

Brutus: - Eu gosto muito de estar com você. (beijando a namorada)

Ramona: - Eu também.

Brutus: - Escuta. Amanhã vamos fazer algo diferente? Vamos pular um dia de festival e ficar juntos.

Ramona: - Será? Com tudo o que está acontecendo.

Brutus: - Bebê. A gente precisa aproveitar um tempo junto. Faz o seguinte, a Letícia vai no salão com a Giovanna amanhã. Você deveria ir. (entregando dinheiro para Ramona)

Ramona: - Claro que eu vou. (rindo) – Ainda mais quando o meu namorado paga. (rindo e beijando Brutus)

No dia seguinte, as coisas se acalmaram mais. A titia voltou a tratar o meu irmão bem, e ele até que se comportou. As meninas decidiram ir ao salão fazer penteados para a segunda noite do festival. Brutus nos chamou, e disse que precisava de nossa ajuda. Ele explicou todo o seu plano de uma noite romântica com a namorada.

Brutus: - Conseguiu?

Yuri: (mostrando um molho de chaves em sua mão) – Claro que consegui.

Zedu: - Tua tia não reparou?

Yuri: - Disse que o Juarez pediu para pegar algumas coisas, mas você deve ter cuidado.

Brutus: - Vou ter. Agora me ajudam a fazer as coisas?

Yuri: - Eu até que adoraria, mas preciso visitar o Mundico.

Zedu: - Mas você precisa ajudar a gente. Eu não entendo nada de decoração ou romantismo.

Yuri: (beijando Zedu) – Claro que entende meu amor, volto mais tarde. Boa sorte, Brutus… ah… e estou achando super fofo o que você está fazendo. Espero que o meu namorado faça algo parecido. (saindo)

Zedu: - Tô lascado. Tá vendo o que você fez?

Cheguei no hospital, e encontrei Juarez. Ele parecia muito preocupado, andando de um lado para o outro. Pensei em conversar com ele, mas decidi ir direto com o Mundico. Ele estava muito triste, pois, acabará de perder uma oportunidade e tanto de mostrar o seu talento.

Yuri: - Ei, para com isso. Você perdeu uma chance, outras vão vir.

Mundico: - Será?

Yuri: - Tenho certeza. E você conseguiu avisar o teu pai?

Mundico: - Consegui, mas tem uma coisa.

Yuri: - O quê?

Mundico: - Ele não sabe que eu vim para Parintins. Ele pensa que estou na casa de uma tia.

Yuri: - Claro. (pegando na cabeça) – E agora? Você precisa falar com a tua tia. Diz que caiu e quebrou o pé.

Mundico: - Verdade. Ela vai ficar furiosa.

Yuri: - O seu pai é contra você dançar?

Mundico: - Ele enxerga a dança como bagunça, mas por parte eu entendo. O meu pai é um homem simples, que sempre trabalhou para conseguir as coisas. E ele quer um futuro melhor para mim.

Yuri: - Eu entendo. Espero que consiga resolver essa situação.

Ramona e as meninas voltaram do salão, Luciana e Giovanna foram se arrumar para o festival, mas Zedu interceptou a minha amiga e a levou para uma orla que ficava perto do barco. Lá, o Brutus, esperava minha amiga com várias flores na mão.

Zedu: - Com licença. (saindo)

Ramona: - O que significa tudo isso?

Brutus: - Uma demonstração de carinho para a minha namorada, não posso?

Ramona: - Pode, mas tem algum motivo especial?

Brutus: - Sim. Eu te amo. (beijando a namorada)

Ramona: - Obrigada. Você é tão lindo. (beijando Brutus)

Zedu e Yuri: (observam a cena do barco)

Yuri: - Tá feliz?

Zedu: - Hum rum.

Yuri: (rindo)

Zedu: - Qual é a graça?

Yuri: - Você. Que quando quer sabe ser romântico.

Zedu: - Ah, e eu tenho uma novidade.

Yuri: - Qual?

Zedu: - Vamos ganhar lanche na escola por um bom tempo.

Yuri: - Sério? Que economia, mas como? (desconfiado)

Zedu: - Fiz uma aposta e ganhei. (rindo sem graça) – Não se preocupa, um dinheiro justo e limpo.

Yuri: - Acho bom. (olhando para o pôr do sol) – Zedu…

Zedu: - Oi?

Yuri: - Na escola… digo… você está preparado para a escola?

Zedu: - Bem, não pensei nisso, mas te beijei no meio da escola, lembra? E todos devem estar sabendo.

Yuri: - Você não tá com medo?

Zedu: - Um pouco, mas vamos ter aula apenas semana que vem. Vamos pensar no agora? (pegando na mão de Yuri)

Lá fomos nós para a segunda noite do festival. Naquela noite, pude aproveitar mais a festa, afinal, não estava preso em uma alegoria. Estávamos suados, mas gostando de tudo o que via. No barco, Brutus e Ramona, jantavam e ouviam músicas românticas. Eles conseguiram um vinho, copos e seguiram para a cabine da embarcação.

Ramona: - Estou muito feliz, Brutus, de verdade.

Brutus: - Fico feliz em saber disso. (beijando a namorada)

Ramona: (retribuindo o beijo)

Brutus: (tirando a camiseta)

Ramona: - O que está fazendo?

Brutus: - Quero ficar mais confortável, não posso?

Ramona: Er… tá quente aqui… (tentando levantar e batendo a cabeça no beliche da cabine) – Aí.

Brutus: (levantando e deixando cair a camisinha e lubrificante)

Ramona: - O que significa isso?

Brutus: - Qual é… estamos namorando e ainda não falamos de sexo.

Ramona: - E assim que você avisa?

Brutus: - Não é um crime querer transar com a minha namorada.

Ramona: - Você é ridículo. (com a mão na cabeça)

Brutus: - Você está sangrando. Deixa eu ver isso. (verificando) – Vou na farmácia comprar algo. (saindo)

Ramona: - Meu Deus. O que ele vai pensar quando descobrir? (Chorando) – O que eu faço?

Para mais informações basta acessar meu email escrevoamor@gmail.com

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