Sanduíche, Suco de Laranja e Confusão (2x07)

Conto de escritor xXx como (Seguir)

Parte da série Entrando de "Cabeça"

- Eu já liguei para o Daniel, mas ele não atende – a Bianca disse enquanto encarava o time de futebol, era como se ela procurasse pelo amigo mesmo sabendo que não o encontraria lá. – Ele nunca falta um treino.

Eu também estava assustado, a última vez que o vi faltar um treino foi o dia em que a sua avó morreu. Mas não era só ele que estava evitando a todos, a Andreia também havia faltado.

- A Andreia também faltou.

A Bianca balançou a cabeça e disse: - Eu não devia ter contado o segredo dela. Eu fiquei com tanta raiva que nem pensei... Eu sou uma droga de amiga.

- Nós dois somos – eu olhei para o Patrick enquanto dizia. – Eu deixei que o Patrick contasse o segredo do Daniel.

- Ele contaria de qualquer forma... O que me lembra da bissexualidade dele.

Não havia passado nem três dias desde que eu descobri que o meu namorado era bissexual. Eu revirei os olhos.

- Como você está lidando com isso?

- Eu ainda não sei como me sinto, esse é o problema – respondi ainda encarando o meu namorado. – Às vezes, eu acho que já superei, e outras, não.

O Patrick saiu da quadra e veio em nossa direção. Mas a Bianca não percebeu, ela estava concentrada demais encarando o meu rosto.

- Eu nunca namoraria um bissexual – ela passou a mão pelas madeixas douradas com os olhos fixos em mim. – Como é que eu vou saber que ele não iria sentir vontade de estar com um homem enquanto estivesse comigo?

Eu fazia careta para tentar dizer que o Patrick estava bem atrás dela, mas não adiantava, a Bianca continuava tagarelando.

- Para mim, namorar um bissexual é pedir para ser traído... Mas ai é com você – completou ela.

Quando a Bianca finalmente analisou a expressão do meu rosto já era tarde demais. Ela fez uma careta e disse: - Ele está bem atrás de mim, não está?

Eu assenti.

Ela se virou e encarou o Patrick.

- Ei Patrick, você está diferente hoje, não? Acho que é o perfume... Mas a sua pele está ótima também. Então, eu tenho que ir para a sala, mas encontro vocês depois – disse ela antes de marchar ruma à saída da quadra.

Eu sabia muito bem pra que sala a Bianca estava indo... Sem dúvidas o PEDOWOLF esperava por ela em algum canto da escola.

O Patrick me encarou como se fosse eu que tivesse dito todas aquelas coisas sobre ele, eu levantei as mãos dizendo: - ei, eu não tenho culpa, O.K? Eu estou bem com isso. Mas os meus amigos...

- Bem, o importante é o que você pensa – ele respondeu. – Mas você sabe que eu nunca vou pensar em mais ninguém enquanto estiver com você, não é?

Eu balancei a cabeça em um sinal positivo enquanto forçava um sorriso. Era claro que não estava tudo bem. Eu não tinha preconceito contra bissexuais, esse não era o problema. O real problema era as vinte e tantas meninas. Eu me sentia ameaçado por elas, ameaçado pelo medo de ser trocado a qualquer momento.

- Você quer comer algo? – Eu perguntei ao Patrick.

- Um sanduíche natural e um suco de laranja.

Eu me levantei e fui para a cantina. Eu teria que entrar na droga da fila gigante e torcer para que quando eu chegasse lá na frente ainda tivesse algo.

Eu avistei um garoto entrando no refeitório. Era o Rodrigo, ao vê-lo, eu saí da fila e o segui, ele foi para uma sala no canto esquerdo do salão. Eu o espiei pela porta entreaberta. Ele estava comprando o lanche ali dentro, ou seja, furando a fila.

Eu entrei na sala.

- Pensei que você gostasse de diversão – eu disse o encarando. – Por que não espera na fila como todo mundo?

- Porque comprar por aqui é muito mais fácil... E furar a fila é muito mais divertido.

A verdade é que eu era muito mais cara de pau que o Rodrigo.

- Eu quero um sanduíche natural e um suco de laranja...

O Rodrigo encarou a mulher que fabricava os lanches, ela assentiu e foi buscar o meu pedido.

- Como você faz pra ter esse privilégio?

- Ela gosta muito de dinheiro, então, foi fácil.

Quando aquela mulher se aproximou, eu peguei o dinheiro dentro do meu bolso. Mas o Rodrigo levantou a mão dizendo: - é por conta da casa.

Eu não insisti em pagar. Se ele queria me dar o sanduíche e o suco de graça, então, eu aceitaria feliz.

- Legal.

Eu peguei o lanche do Patrick e saí da sala. E para o meu azar acabei batendo de frente com o Thiago. O mesmo garoto que me convidou para “brincar na casa dele” há algumas semanas.

- Ei, não vai nem dar um “oi”?

- Não.

Ele segurou o meu pulso. O simples fato de senti-lo me tocar já me irritava. Mas eu me contive.

- O que você quer?

- Alguém que me acompanhe até o banheiro... Algo assim.

Eu olhei em direção a saída do refeitório em uma tentativa de calcular a distância que teria que correr para me livrar daquele garoto. Eu vi o Carlos parado próximo à saída.

Eu ainda estava com raiva dele. Ele me fez sair do time de futebol para preservar a imagem do Patrick... A imagem daquele galinha do meu namorado. Ele também devia saber que o Patrick era bissexual, mais ainda sim, o Carlos me disse que ele era gay.

Eu voltei o meu olhar para o Thiago.

- Pensando bem – eu disse passando os dedos pelo peito dele. – Por que você não me espera lá no banheiro? Eu te encontro lá em cinco minutos, O.K?

Ele sorriu, encarou-me uma vez mais e partiu em direção ao banheiro. Ele era muito iludido.

Eu marchei rumo à saída do refeitório e me coloquei em frente ao Carlos. Ele me encarou.

- Eu não gosto de fofocas, mas...

- O que? Fale logo!

Eu respirei fundo.

- Você é gay? – Eu perguntei a ele.

- Não! De onde você tirou essa ideia ridícula?

Eu mordi o lábio inferior para aparentar desconforto.

- Então, eu estou esperando...

- O Thiago está dizendo para todo mundo que... Ele disse que te pegou, na verdade, ele me disse que você deu em cima dele e acabou rolando...

- Ele o que?

- Eu acho que ele quer, sei lá, ganhar mais popularidade.

O Carlos estava exalando raiva. Eu sorria tanto pro dentro... Ele merecia tudo isso. Ele me enganou e agora eu estava o enganando também, estávamos quites.

- Onde esse desgraçado está?

Eu olhei para o chão.

- Eu não vou dizer... Você está muito nervoso agora.

- Tilcon, onde ele está?

- Você promete que vai conversar sem violência? – Eu perguntei a ele.

O Carlos assentiu. Eu tinha certeza que ele não iria cumprir essa promessa, eu esperava por isso.

- Ele está no banheiro, mas não...

O Carlos nem esperou eu terminar a frase e foi disparado em direção ao banheiro.

Galera, acessem o conto pelo Wattpad e me sigam lá. Por lá - baixando o aplicativo Wattpad - vocês podem ler o conto pelo celular. Enfim...

Comentários

Há 1 comentários.

Por LittleDreamer em 2014-07-24 18:29:38
rsrs Tilcon mal...adoro