Invadindo uma Festa (2x04)

Conto de escritor xXx como (Seguir)

Parte da série Entrando de "Cabeça"

Eu coloquei a minha camisa de flanela e apanhei o meu celular em cima da cama. Aproximei-me da porta e espiei o movimento do lado de fora do quarto. Meus pais continuavam lá em baixo, provavelmente, assistindo o pornô deles.

- Então, como nós saímos? – Perguntei ao Patrick.

- Não é você a pessoa dos planos?

– Você desce primeiro e me pega lá em baixo? - Sugeri.

- É claro.

Ele riu.

- Você confia tanto assim em mim? É sério que você se jogaria do segundo andar confiando que por um milagre eu conseguiria te pegar?

Eu pensei um pouco. Era bem patético o meu plano. O máximo que conseguiria seria quebrar a nós dois juntos, o que era um pouco romântico, não é?

- É impossível eu descer pela escada, meus pais vão me ver e eu não vou conseguir escalar igual você faz – meus olhos estavam fixos na janela. Eu nunca conseguiria descer daquele modo. – Você vai ter que descer sozinho.

- Mas e você?

- Eu vou descer, mas de uma maneira mais segura. E eu tenho um ótimo plano.

Eu disse ao Patrick para ir até a casa do Daniel e obrigá-lo a pegar uma das escadas do pai dele para que eu pudesse descer em segurança. O Patrick e o Daniel, apesar de estarem no mesmo time de futebol, não se gostavam. O Daniel odiava o Patrick desde a época em que a Bianca começou a gostar dele e depois que ele descobriu que aquele “amor” era só uma fachada para que ela pudesse se divertir com o professor de educação física, infelizmente, nada mudou. O ódio ainda era o mesmo. Já o Patrick só retribuía o ódio gratuito que o meu amigo descarregava em cima dele.

Não demorou muito para que o Patrick voltasse com um garoto mal humorado ao lado, pelo menos ele estava com a escada nas mãos. Após posicionar a escada um pouco abaixo da minha janela eu comecei a descer.

Eu nunca tive muito medo de altura, mas, naquele momento, a única coisa que eu pensava era “cair”, “cair” e “cair”. Ao perceber o meu medo o Patrick começou a dizer palavras encorajadoras.

- Você está indo bem – dizia ele. – Falta pouco. Eu estou vendo a sua bunda daqui. Você é um pouco estranho de costas.

Bem, nem todas as palavras eram encorajadoras.

Quando eu comecei a ficar um pouco mais confiante a escada balançou. Eu prometi a mim mesmo que não olharia para baixo e assim fiz. O Daniel ria abaixo de mim e tornava a balançar a escada.

- Pare agora, seu desgraçado! Filho do demo.

Ele não dava atenção para o que eu dizia. Eu temia a queda enquanto a escada balançava sem parar. O que mais me irritou foi perceber que o meu namorado estava se divertindo com a situação, assistindo a cena ao invés de esmurrar o Daniel.

- Cansei disso, eu não vou mais descer – eu disse decidido a ficar parado naquela escada. – Ou vocês param ou...

Os dois riam sem parar.

- Tilcon... Só faltam dois degraus – revelou o Patrick. – Seu medroso.

Eu olhei para baixo e desci os dois degraus de uma forma rápida. O Daniel pegou a escada e a guardou na casa dele. Eu não sabia o que era mais patético o barulho que estávamos fazendo ao “fugir” da minha casa ou o fato dos meus pais não nos ouvirem.

Era tão óbvio que eles estavam transando.

- E Daniel – eu disse antes que ele se retirasse. – Você pode vir também, se você quiser.

- E porque eu iria a uma droga de festa da qual eu não fui convidado? – Ele fez a minha atitude soar tão patética. – Desculpe, eu não estou tão desesperado assim.

- A Bianca vai – eu disse dando de ombros.

- Vamos logo então.

Ele já nem disfarçava.

Eu ainda não sabia se a Bianca iria ir. Então, mandei um SMS para ela e a Andreia. E eu me surpreendi com dois “Sim”. A Bianca eu já desconfiava que fosse, mas a Andreia? Bem, isso era novo.

Nós começamos a descer pela rua. O Daniel parou no meio do caminho e nos encarou dizendo: - O ponto de ônibus é pra lá.

- O Patrick vai nos levar com o carro do pai dele – eu disse sorrindo. – Incrível, não é?

- Maravilhoso – debochou meu amigo enquanto olhava para o meu namorado. – Mas porque você não o estacionou aqui, gênio?

O Patrick forçou um sorriso e colocou a mão em meu ombro direito. Talvez, o fato de estar com a mão ocupada em meu ombro o impedisse de golpear o Daniel no rosto.

- É que quando os pais do seu namorado o proíbe de visitar a casa deles, mas ainda sim, você vai... Bem, não estacione no portão deles.

Foi como um verdadeiro soco na cara do Daniel.

Eu sentei na frente, não queria que os dois se matassem. O Patrick encarava a estrada e algumas vezes comentava algo. O Daniel fingia estar fazendo algo superimportante com o celular. Eu sabia que ele só estava encarando a lista de reprodução.

- Então – tentei puxar assunto com eles. – Vocês sabiam que a Lívia da nossa turma engravidou?

- Eu fiquei sabendo – respondeu o Daniel. – Falaram por ai que ela nem sabe quem é o pai da criança.

- Mas ao menos ela não é uma virgem com dezesseis anos – comentou o Patrick.

Eu dei um olhar de reprovação para o Patrick. O que ele estava pensando quando disse aquilo? Droga.

- Isso foi pra mim?

- Eu não sei, tem outro virgem de dezesseis anos aqui? – Perguntou o Patrick. – Eu acho que não.

- Cara, como você sabe se eu sou mesmo virgem?

Eu queria interrompê-los, pois eu sabia onde tudo aquilo terminaria, em mais ódio. Mas o que eu poderia fazer para dar um fim naquela conversa?

- Porque eu que sou gay já comi mais garotas que você – respondeu o Patrick.

- Ei, já chega – eu disse encarando o Patrick. – O que deu em você?

Ele não respondeu, continuou dirigindo em silêncio até estarmos em frente à casa da Bianca.

A Bianca não demorou a sair, a Andreia estava com ela. As duas correram em direção ao carro. A loira estava vestida sexy demais. Ela usava uma saia jeans preta curtinha, uma camisa branca com uma cinta dourada. As madeixas loiras estavam trabalhadas no babyliss, as pontas estavam todas enroladas. Já a Andreia estava vestida de maneira normal, sem os exageros da amiga ao lado, ela trajava uma calça jeans clara sem muitos detalhes, uma jaquetinha de couro vermelha sobre uma blusinha azul. Seu cabelo estava igual há algumas horas antes na escola.

- Olá garotos – disse a Bianca entrando no carro. – Nossa, Patrick, você está gato hoje.

- Só hoje? – Respondeu ele.

Eu estava mais bem vestido e não ganhei elogio? Como isso era justo. Ah é, ela já teve um queda por ele. Aquele pensamento me desanimava, então, o tirei da minha mente.

A Bianca já gostou demais do Patrick, mas era tudo passado, afinal, ela estava com o PEDOWOLF agora.

Eu dei um tapa na cabeça do Patrick e em seguida encarei a Bianca dizendo: - Você está dando em cima do meu namorado ou entendi errado?

- Nunca deixe o seu namorado gostoso no mesmo carro que a sua amiga solteira.

Eu percebi que o Daniel não tirava os olhos da Bianca e, como sempre, ela nem mesmo percebia. Como ela podia ser tão desligada? E depois são os homens que não notam isso.

- Eu sou perigoso, então, cuidem-se, os dois - eu disse com um olhar psicopata. – Eu jogo ácido em vocês, queridos.

Nós fomos falando bobagens até chegarmos a uma mansão no centro da cidade. O lugar era de tirar o fôlego. A fachada parecia dizer “aqui não tem nada para você pé rapado”. Nossa, o Rodrigo devia ser bem rico. Mas porque ele estudava em escola de pobre?

- O GPS diz que é aqui. Casa legal – disse a Andreia. – Mas os seguranças ali no portão, não!

Eu encarei dois homens barrando pessoas. Perfeito, a festa tinha seguranças, ou seja, era antipenetra. Ou seja, antitilcon.

- Bem, eu conheço um ótimo restaurante – começou o Patrick. – Posso levar a gente até lá.

- Não, a gente não vai morrer na praia. Você não dirigiu sem carteira para a gente não entrar – eu consegui dizer. – Eu vou nos colocar lá dentro.

Eu não conseguiria bolar um bom plano. Então, só poderia ser no improviso mesmo.

Fui até os dois cães de guarda. Os seguranças me encaravam desconfiados. Eu acenei para que o Patrick e os outros se aproximassem.

O segurança moreno me encarou e dizendo: - Nome?

- Só pode ser brincadeira – eu disse voltando o meu olhar para os meus amigos. – Vocês ouviram isso?

- Nome? – Tornou a perguntar o segurança. – Qual o seu nome?

Eu comecei a rir, um riso tão sarcástico quanto os que o Rodrigo costumava a fazer.

- Eu sou o dono da casa – eu disse ainda rindo. – Então, vão me deixar entrar na minha própria casa ou...

O cara ao lado dele me encarou. Ele era mais assustador que o segurança moreno ao lado.

- Cara, qual a droga do seu nome?

Os meus amigos já estavam prontos para dar no pé. Confesso que fiquei com um pouco de medo do tom grosso da voz do segurança, mas me contive.

- Meu nome não está ai – eu disse em um tom severo. – O idiota do meu irmão fez uma festa enquanto os meus pais estão viajando... E ele pensou que eu voltaria só na segunda.

Os seguranças não aparentavam estar caindo na minha conversa. Eu precisava melhorar aquilo.

- Minha mãe vai ter um surto quando souber desta festa – eu disse enquanto andava de um lado para o outro com a mão na testa. – Ah, droga, droga, droga!

Eu encarei a Bianca e disse: - Eu te disse que ele ia fazer uma droga de festa.

- Eu... Eu pensei que ele tivesse um pingo de inteligência – respondeu a Bianca. – E eu não tenho culpa se o seu irmão é um idiota.

- Idiota ou não – voltei o meu olhar para os seguranças. – Adivinha quem vai levar a culpa?

- Eu – completei.

A expressão deles denunciava que estavam começando a acreditar no meu papo furado.

- Mas e vocês? – Perguntei levantando as mãos. – Eu creio que devem saber que ali dentro tem drogas, bebidas alcoólicas... E que também só tem menor de idade nesta festa. Eu presumo que vocês saibam disso.

Eles se olharam por alguns segundos.

- Eu não sei quanto o meu irmão está pagando – deixei escapar um riso irônico. – Mas eu espero que valha a pena, pois quando a polícia chegar, vocês é que responderão.

E depois daquelas palavras eles largaram a pose séria. Passaram a me olhar com respeito, como se eu fosse o dono daquela casa. Eles se olharam pelo que pareceu ser um minuto e, então, seus olhares vieram em minha direção novamente.

- O que a gente pode fazer? – Perguntou o segurança moreno.

- Nada... Vocês já fizeram demais.

- Mas...

- Vocês estão liberados, chega – eu o interrompi. – Meu irmão já deve ter pago a vocês. Obrigado.]

Eles continuaram parados.

- Vocês já podem ir.

Eles não esperaram nem mais um segundo, simplesmente, desceram a rua e se foram em um carro preto.

Então galera, eu quero dar um aviso rápido. O conto está disponível no Wattpad. Agora vocês podem lê-lo direto do celular de vocês. O meu nome lá é escritorxxx / L.S Não Sei. O conto tem o mesmo nome, só que sem as aspas em cabeça. Obrigado pelos comentários... É isso.

Comentários

Há 3 comentários.

Por dodo em 2014-07-11 22:19:57
Foooda show.... continua assim
Por ThiagoAraújo&Didico445 em 2014-07-11 19:11:20
Muito Bom cara, eu caio na risada com esse Tilcon.
Por LittleDreamer em 2014-07-11 18:54:57
kkkkkkk o Tilcon não presta, mas adoro ele <3