Casa Comigo? (2x06)

Conto de escritor xXx como (Seguir)

Parte da série Entrando de "Cabeça"

Meus olhos se abriram. O rosto do Rodrigo estava acima do meu, ele pressionava a minha barriga com força. Eu comecei a cuspir água enquanto tossia.

As minhas lembranças estavam um pouco mais claras. Havia uma única certeza que pairava em minha mente, depois de cair na água com o Rodrigo, eu me afoguei. E ao que tudo indicava, ele é quem estava me socorrendo.

O Patrick estava lado dele, após me ver desperto ele sorriu, se eu não tivesse tossindo água, sem dúvida, eu estaria sorrindo também.

O sorriso do Patrick era contagiante.

- Eu ainda acho que é melhor chamar uma ambulância, ele precisa ser examinado por um médico – comentou o Rodrigo.

- Eu concordo – consegui ouvir o meu pai dizer. – Então, alguém chame uma ambulância.

- Não! – Eu disse com esforço. – E... Estou bem.

- Você mal consegue falar – argumentou o garoto que me socorria. – Eu ainda ach...

- Não precisa – tornei a dizer o interrompendo. – Eu estou bem.

Eu me levantei, se o Patrick - que se aproximou rapidamente - não tivesse me segurado, eu teria caído.

O Rodrigo se ofereceu para ajudar, eu recusei, mas, infelizmente, o Patrick aceitou. Eles me levaram para dentro da casa, para o quarto do Rodrigo, o que era ainda pior. Como eu poderia odiar alguém que estava me ajudando tanto? Se bem que ele estava concertando os próprios erros.

Resolvi parar de pensar sobre isso.

Eu convenci os dois de que conseguia tomar um banho sozinho. E mesmo que eu não conseguisse, obviamente, eu não diria a eles. Eu me sentei no chão do banheiro, que era maior que o meu quarto. Para não me sentir mais inútil e pobre, resolvi não reparar nos detalhes.

Eu era tão azarado. Eu acabei me afogando e fui socorrido pela pessoa que eu tentei atacar antes de cair na piscina? Que coisa mais ridícula.

Quando saí do banheiro vestindo um roupão deixado pelo Rodrigo, fui pego de surpresa ao ver uma pilha de roupas em cima da cama. Havia até uma cueca.

O Rodrigo entrou no quarto de repente, eu me assustei. E se eu estivesse sem o roupão? Preferi nem pensar na possibilidade.

- Você está um pouco melhor? – Ele perguntou.

- Então, não é hoje que você fará com que eu use a sua cueca – eu disse ignorando a sua pergunta enquanto encarava as roupas sobre a cama. – Desculpe, mas...

- É nova, eu nunca usei, acredite.

- E se eu não quiser acreditar? Você vai fazer o que?

- Então, eu direi para que você acredite na etiqueta junto com ela.

Eu olhei para a etiqueta presa a cueca e forcei um sorriso dizendo um “legal”.

Eu deveria deixar para depois, mas não consegui evitar dizer tudo o que eu pensava sobre ele. Eu poderia estar sendo ingrato, mas ainda sim, eu comecei a dizer tudo que vinha a minha mente.

- Por que você não me convidou? E por que convidou os meus pais? Você planejou tudo desde o início?

Ele levantou as mãos dizendo: - calma! Uma pergunta de cada vez.

- Eu não te convidei porque queria testar até onde você estava disposto a ir para entrar na festa – ele riu pensativo. – Acredita que os seguranças me ligaram dizendo que o meu irmão os dispensou? E sabe o que é mais engraçado? Eu não tenho irmão.

Eu sorri. Eu era o culpado por isso.

- Como você sabia que os seguranças não trabalhavam em tempo integral? Como você soube que eu só os contratei para esta noite?

- Eu não sabia, foi tudo no improviso – respondi. – Acho que levei sorte.

- Talvez.

- Mas e quanto aos meus pais? – Questionei. – Por que você os convidou?

- Para te envergonhar – ele disse sem me encarar. – Mas o tiro saiu pela culatra. Todos na festa adoraram eles, os seus pais deixou você ainda mais popular.

- Exatamente como eu já havia pensado. Você planejou tudo, mas eu ainda não consigo encontrar o porquê de fazer tudo isso para me destruir – disse a ele. – Por quê?

- Eu não quero te destruir. Eu não sou o vilão da história, eu só... Eu quero me divertir – ele se aproximou. – E você parece render muita diversão.

- Então, você fez tudo isso porque estava entediado?

- Basicamente.

- Você é um imbecil!

O sorriso ainda estava estampado nos lábios do Rodrigo, nós dois estávamos próximos demais. O Patrick entrou no quarto de repente e me salvou daquela conversa.

- Eu vou deixar vocês a sós – disse o Rodrigo me encarando uma última vez.

O Patrick veio em minha direção dizendo: - como você está?

- Melhor.

- Você parece estressado... O que aquele cara te disse?

- Que tudo o que aconteceu hoje foi algo que ele bolou porque estava entediado. E a minha vida parece diverti-lo ao ponto de armar todo esse circo com os meus pais.

- Em outras palavras, ele estava cantando você? – Perguntou o Patrick sério.

- Não!

O Patrick sentou na cama enquanto eu vestia as roupas do Rodrigo. Eu só coloquei a cueca porque ela realmente era nova. Após terminar, eu gostei bastante do que cobria o meu corpo. As roupas eram bonitas, confortáveis, enfim, perfeitas.

- Ele te emprestou uma cueca?

- Está nova – eu argumentei.

- Como você sabe? Podem ser semi novas...

Eu apontei para a etiqueta na cama e disse: - Eu mesmo a tirei da cueca. Não se preocupe, não tem motivos para ciúmes.

- Eu não estou com ciúmes.

- Eu acho que ficaria se estivesse no seu lugar, mesmo que não exista motivos – confessei.

Sim, eu era inseguro.

- Por quê?

- Porque eu gosto de você, eu meio que... Que te amo – disse surpreendendo a mim mesmo com aquelas palavras.

Ele ficou paralisado, era a primeira vez que um de nós dizia aquelas palavras. Eu esperei pela resposta que não veio.

- Legal.

Eu poderia deixar passar, assim como em vários filmes, séries e livros. O mocinho diz que ama outro personagem e quando não ouve o “eu te amo também”, ele fica em silêncio, pois tem medo de confrontar a pessoa que ama com um “por que você não disse que me ama também?”, e depois se corroí por dentro pensado no meio da noite “por quê?”. Mas eu não era assim.

- Legal? Eu disse que TE AMO e você me responde com um “legal”? – Disse sem paciência. – Eu não vou nem te dizer aonde você deve enfiar esse “legal”.

Ele ficou pálido.

- Calma!

O Patrick tirou uma caixinha preta do bolso. Era uma caixinha com um anel, eu tinha certeza absoluta. Eu não estava acreditando que aquilo estava mesmo acontecendo. Ele iria me pedir em casamento? Meu deus.

- Não! – Eu gritei apavorado. – Eu te amo, mas acho que nós não devemos nos casar com essa idade. Meu pai vai te matar.

- Casar? Não... Não! Que droga.

Eu respirei totalmente aliviado após ouvi-lo.

- Eu iria te entregar na sua casa, mas você me arrastou pra cá – disse ele abrindo a caixinha. – É só um anel de compromisso.

Eu peguei o anel de prata e vi que no meu, estava gravado as palavras “Eu Amo Você”.

- Eu não sou bom com as palavras, então, achei que esse seria um ótimo jeito de dizer... Só não achei que você diria primeiro. O que acabou com a surpresa. Você é um estraga prazeres, Tilcon.

Eu fui até o Patrick e o beijei com toda a minha força, ele retribuiu o beijo e me abraçou me prendendo ao corpo dele. Aquela surpresa havia sido tão incrível. Eu me sentia sortudo por ter alguém como ele ao meu lado.

A Bianca entrou no quarto e encarou a caixinha preta, no mesmo instante ela começou a gritar para os quatro cantos da casa.

- O Patrick pediu o Tilcon em casamento! – Berrava ela toda animada. – Gente, vocês acreditam nisso?

Todo mundo entrou no quarto e olhou para o Patrick e eu abraçados e também olhou para a caixinha preta aberta sobre a cama. Logo, todos começaram a comentar sobre o “casamento”.

O meu pai entrou no quarto possuído e avançou em direção ao Patrick que, até então, estava abraçado comigo.

- Seu desgraçado, eu vou matar você! – Gritava o meu pai empurrando o Patrick para longe de mim. – Você enlouqueceu, olha só a idade de vocês!

- NINGUÉM AQUI VAI SE CASAR! – Eu gritei com toda a minha força. – Calem a boca!

- Todos ficaram em silêncio.

Eu levantei a mão e mostrei a eles o anel de prata.

- É um anel de compromisso... Ele não me pediu em casamento.

O meu pai soltou o Patrick e todos ficaram olhando uns aos outros por alguns segundos. O clima era tenso e a situação beirava o ridículo.

- Fora! Todos! – Gritei.

Comentários

Há 2 comentários.

Por LittleDreamer em 2014-07-18 02:28:34
Adorei kkkk o Rodrigo é meio louco kkkk mas é muito legal. O Patrick é tão fofo *-----* continua...
Por dodo em 2014-07-17 21:25:04
Foooda cooontiiinuuuaaaaa mto show