Segunda Temporada cap 5

Conto de escritor da noite como (Seguir)

Parte da série Promessa

Oi Galerinha, estou aqui de volta. Bora responder os comentários, que quebraram recorde de novo. Uhuuuuuu, chupa Jô kkkkkk. Sou muito engraçado, pqp.

Jpli: ah, não é pra tanto kkkkkk. Obrigado pelo comentário, espero que não me mate.

Ryan: eu também sofro com eles, pode não parecer, mas eu sofro. É tipo, como se eles tivessem me contando o que aconteceu. Quanto a surpreendê-los, não sei se consigo kkkkkkk, vou tentar, dar o meu... máximo Obrigado pelo comentário, beijo.

Nicksme: engraçado, vc pede pro Davi não morrer e fica com dó do Thiago. Vc ainda não percebeu que sempre vai acontecer uma desgraça? Kkkkkkkkkkkkk zoas. Pois é, será que o Davi vai mesmo voltar pros braços do Léo? E o Leandro? Afinal, quem salvou Davi foi ele...

Hugo: kkkkkk obrigado pelo comentário. Será que o Léo vai surtar? Acho que ele vai ter um infarto e morrer, que tal? Kkkkk que bom saber que estou consigo passar um pouco de emoção pra vcs, fico muito feliz mesmo. Beijo.

Legal: acredito que seja um conto kkkkk. Ok, entendi o recado, vou parar de postar as músicas. Obrigado pelo comentário e por ter lido tantas músicas em todos os capítulos.

Yooko: quanto ao Leandro e ao André, aguarde, tem algumas coisas os esperando. Sério que vc leu em dois dias? Como aguentou tanto drama? Kkkkkkk muito obrigado mesmo. Davi e Léo juntos? Sei não. Acho que não. Kkkkkkkkk. Sinta-se em casa e reclame a vontade do que achou ruim.

Lino: sério? Você também? kkkkkkkk gente, é muito drama pra engolir em tão pouco tempo kkkkk. Sério que chorou? Ooown que fofo. Prometo te fazer sorrir, um dia kkkkk. Obrigado pelo post e o que disse para Yooko também digo pra vc, sinta-se à vontade.

Drikita: tá aqui a resposta para seu comentário. Estou amando falar contigo. Te admiro demais. O Thiago não foi egoísta, tipo, ele só queria poder viver um amor que ele não teve a chance, entende? É, o Léo ama muito o Davi, vc está certa, mas não acredito que seja mais que o Thiago. Bom, agora é ver o que vai acontecer.

Galerinha, por que vocês sentem tanta pena pelo Léo e não pelo Davi? O cara quase morreu tadinho kkkkkkkk. E o Leandro que cometeu um puta erro? Ninguém tem pena? Zoas gente, tem que morrer mesmo, e que só o Léo se dê bem nessa merda.

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[Léo]

Eu arranhava a parede de vidro como se pudesse fazer alguma coisa. Tentava gritar por Davi, mas algo abafava minha voz. Eu tinha que ajudá-lo, mas não podia. Agora eu já batia na parede. Em vão. Ele não me escutava, ele não podia me escutar, Davi estava morrendo.

Choque. Duas vezes, três, quatro. Via o meu amor pulando sobre a maca, mas após o choque, sua situação voltava à mesma. A cena se repetia e meu coração se quebrava, despedaçando-se naquele maldito corredor. Eu queria poder ao menos dizer que o amo uma última vez. Davi se ia, e ia brigado comigo. Eu não me perdoaria nunca.

Olhei para o lado e via Leandro estático, como se estivesse em transe. Ele não movia um músculo, que não fosse seus olhos que piscavam e deixavam cair uma gota de lágrima. Leandro nem respirava. Parecia que se a mesma faltasse a Davi não teria utilidade para ele. Ele estava com os braços cruzados, postura firme e encarando a cena à frente. Caso meu amor sobrevivesse, eu o havia deixado em boas mãos.

Voltei minha atenção para a sala de cirurgia e mais uma vez o doutor tentava reanimar Davi. Uma sucessão de choques. Enfim um som de bip acalmou os ânimos no quarto. A apreensão subiu em mim e em Leandro que finalmente se moveu, como se fosse atravessar a parede. O alívio veio quando a enfermeira sorriu pra nós dois. Davi estava salvo. Eu sorri, mais lágrimas caíram sobre meu rosto. Meu amor era forte, ele voltou, Davi estava vivo. Agora era minha vez de cuidar dele, como eu havia prometido, afastando-me dele.

Não pude ficar ali por mais tempo. A mãe dele estava voltando. Dei meia volta e fui para a calçada. Sentei-me num banco de praça e agradeci por ele estar de volta, não acordado, mas fora de perigo. Só precisava de uma coisa para poder me afastar de uma vez. Um momento com ele.

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[Angélica]

Quando fiquei sabendo da parada cardíaca que meu filho sofreu, eu entrei em desespero. Davi poderia morrer a qualquer momento e eu nem teria a oportunidade de dizer adeus. Percebi o quão idiota estava sendo em relutar a vê-lo. Eu estava sendo uma péssima mãe deixando meu filho praticamente sozinho nessa terrível situação.

Depois de alguns minutos, quase uma hora, os médicos liberaram as visitas. Resolvi passar a noite com meu filho. Puxei uma cadeira ao lado de sua cama e fiz carinho em meu lindo a noite toda.

-Davi, meu lindo, meu filho. Perdoa a mamãe por não ter vindo antes. Eu estava com medo, muito medo de te perder. Eu não suportaria viver sem você meu filho. Cometi o pior erro da minha vida te expulsando de casa. Mamãe nunca mais vai fazer isso. Olha só, quando você sair desse quarto, nós vamos pra casa, a mamãe vai deixar seu quarto brilhando, vai fazer aquele bolo de chocolate que você adora. Ah, vou tirar uns dias de folga pra gente passear, que tal? Você sempre pediu pra 'mim' tirar um dia de folga, pra gente ir num restaurante, no shopping, no cinema, mas eu nunca faço isso. Desculpa meu amor, é que eu baralho pra tentar te dar tudo de melhor. Te amo meu filho. Olha, quando você acordar, a gente pode ver o jogo do seu Flamengo, que você tanto ama. Quem sabe ir no estádio? Mamãe vai estar aqui sempre meu amor. Te amo.

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[Outro dia]

[Matt]

Saí da faculdade e fui direto pro hospital. A dona Angélica estava ao lado da cama, seus cabelos estavam bagunçados, seus olhos vermelhos de tanto chorar e talvez um pouco de sono, seu rosto pálido e molhado, mas mesmo assim, ela demonstrava total carinho, cuidado e alegria para Davi. Ela queria que ele soubesse que estava tudo bem. Que estavam todos felizes.

-Seu amigo chegou filho. É o Mateus. Lembra do quanto você aprontava com ele? Passavam várias noites em festas e eu morrendo de preocupação, chegava a dormir no sofá. Aí de manhã, você vinha todo carinhoso e me dava um beijo. -falava ela sorrindo e intercalando os olhares entre Davi e eu.

-Trouxe um sanduíche pra senhora, imagino que não tenha comido nada.

-Obrigada, mas só quero ficar aqui com meu filho. -sem tirar os olhos dele.

-Tia Angélica, a senhora tem que comer. Se o Davi acordar e te ver fraca ele pode sofrer.

-Eu fiquei muito tempo afastada dele, não quero deixar meu filho, nunca mais.

-Você não vai deixá-lo. Toma, come um pouco, enquanto eu converso com ele. Depois ele será todo seu, prometo.

Ela enfim aceitou e foi lanchar no refeitório. Eu me sentei na cadeira dela e conversei um pouco com meu amigo.

-Você faz falta moleque. Um mundo gira ao seu redor. Que tal parar de descansar e voltar a cuidar da gente, mestre Odin? -dei um sorriso- Você é a peça fundamental de tudo. Volta pra gente...

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[Leandro]

Depois de sair do hospital eu fui direto pra casa da tia Lúcia. Ela me esperava sentada no sofá com uma foto do Thiago nas mãos. Ela acariciava de um jeito diferente. Com certeza ela sentia falta do filho, mas aquele carinho era pra outra pessoa.

Ao me ver, ela bateu duas vezes na poltrona e me fez deitar a cabeça em seu colo. Eu chorei tudo que tinha para chorar naquele momento. Dessa vez não foi um simples choro, eu praticamente gritava ao lembrar do estado de Davi naquele carro. Não sei de onde tirei forças para tirá-lo de lá. O que importava era que ele sobreviveu. Depois de um tempo eu me recompus e fui para meu quarto. Minha tia voltou a acariciar a foto de Thiago, agora dividindo os sentimentos.

No outro dia eu ajudei dona Lúcia com as coisas da casa, mas sem tirar o pensamento dele. Tomei um banho e fui ao hospital. Mateus estava com a namorada na recepção e dona Angélica permanecia na sala com ele. Pedi licença e entrei.

-Tudo bem com vocês?

-Tudo sim. Filho, o moço que nos ajudou naquela fase difícil chegou. Seu amigo Leandro.

-Ele está bem?

-Sim, tranquilo. Não é meu amor?

-Posso conversar um pouco com ele?

-Por favor, ele vai adorar. Eu vou, eu vou tomar um café.

-Ok.

Dona Angélica o beijou na testa e saiu. Eu me aproximei dele, passei minha mão sobre seu rosto e fiquei contornando-o por um bom tempo. Uma lágrima abriu porteira para outras dezenas gotas que não pediam licença e saíam sem parar de meus olhos. Passei a mão pelo seu cabelo, como continuava lindo.

-Te amo. Acho que nunca disse isso pra você. Te amo. Eu sei que você não me ama, mas ter a certeza de que você está bem já basta pra mim. Eu sou muito burro. Deveria ter te beijado quando pude. Queria passar horas curtindo você, te abraçando. Ah Davi, por que você tinha que ser tão fofo? Por que tinha que me fazer apaixonar assim? Volta, por favor, me dá a chance de falar isso olhando em seus olhos...

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[Léo]

-Alô!

-Oi Léo? Tudo bem?

-Bia, eu preciso de sua ajuda. Por favor.

-Calma Léo, respira. Agora fala.

-Eu preciso ficar um tempo a sós com o Davi. Mas mãe dele não me dá trégua, me proibiu de vê-lo.

-Ai Léo, a dona Angélica tá meio alterada, calma um pouco.

-Bia, por favor. Se eu não ver o Davi eu acho que vou morrer. É sério.

-Tá bom.

-Obrigado Bia.

-Olha só, você vai ter pouco tempo, a dona Angélica no máximo vai tomar um banho e depois voltar.

-Tudo bem. Muito obrigado. Você é demais.

-te ligo quando ajeitar tudo.

Quando desliguei o telefone eu sorri. Tomei um banho, pus minha melhor roupa. Ia ver o amor da minha vida, não poderia estar como um desmantelado, mesmo que fosse numa despedida. Passei o perfume que ele tanto gostava, coloquei um tênis lindo que eu tinha e ele adorava. Penteei o cabelo deixando ondinhas, do jeitinho que ele pedia para que eu fizesse. Tomei meu remédio, ele ficaria feliz se soubesse disso e fui.

No hospital, vi de longe Bia saindo com a mãe dele. Era a minha hora. Mateus estava no quarto, me cumprimentou e saiu. Estávamos apenas nós agora. A primeira a coisa que fiz foi ajeitar sua coberta. Deveria estar sentido frio, a temperatura do hospital era por volta dos 22 graus. Depois comecei a arrumar seu cabelo. Queria que ele estivesse arrumadinho quando acordasse. Pus uma mecha de cabelo atrás de sua orelha, notei alguns pontos nela. Passei de leve meus dedos sobre ela. Aproveitei a deixa e comecei a acariciar seus outros hematomas.

-Tava com saudades de por te tocar meu amor. Sua pele continua macia como uma pluma. Que viadagem, não é? -soltei um riso.

Notei que a ponta de seu pé estava pro lado de fora da coberta. Tratei de passar toda a coberta para debaixo de seus pés, de forma que eles a travassem.

-Pronto amor, nada de frio. Você não faz ideia do quanto te amo meu lindo. Meu alicerce. Caramba amor, quem diria. Eu e você como namorados. Meus sonhos finalmente realizados, ficar ao seu lado. Tudo contigo é tão perfeito amor. Meu coronel lindo. Amor, obrigado por ter me convidado para aquela festa. Foi a melhor coisa que poderia ter acontecido a mim. Obrigado por não ter desistido de mim. Por ter me dado a chance de te conhecer de verdade, de ver o quanto você é lindo por dentro e por fora. Ah amor, por ter me feito feliz. Amor, obrigado por segurar meu braço e se entregar a mim. Por me entender. Por cuidar tão bem de mim, puxar minha orelha quando preciso, inclusive hoje tomei meus remédios. Amor, obrigado por me apoiar. Obrigado por não me excluir de sua vida. Ah amor, não sei se terei forças pra fazer isso, mas é necessário, só quero cuidar de ti. O melhor pra você. E, infelizmente, eu não o melhor pra você. Quando você acordar, que vai ser breve, eu farei de tudo para que você seja feliz. Acho que nós dois sabemos quem é essa pessoa. -chorando- Amor, esqueci de falar, a galera da faculdade mandou um abraço pra você e estão todos torcendo pra você. A Bia deve ter contado que muita gente tem falado com a gente. Você vai sair dessa já já. Tenho certeza. -peguei em sua mão e a beijei- Sabe o que eu queria agora? Deitar você em meu peito, passar minhas mãos sobre seu cabelo, beijar sua testa. Aí você vira pra mim e me dá um beijo calmo. Amor, que tal uma música? Qual você gostaria de ouvir? "Você é assim, um sonho pra mim e quando eu não te vejo..." Lembra amor? E quando eu cantei axé pra você? Amor, você precisava ver sua cara -rindo em meio ao choro- Você fez uma cara de "não acredito", mas depois gostou. Nunca vou esquecer aquele dia, você disse que me amava, pela primeira vez. Eu te amo, cada dia mais. -deitei minha cabeça na beirada da cama e o fiz passar a mão sobre ela- Queria tanto seus carinhos... Seu abraço.

Estava muito bom estar ali com ele. Porém, meu celular tocou. Olhei e era a Bia, já haviam outras seis perdidas. Não tinha mais tempo, não seria saudável pra Davi se eu e a mãe dele brigássemos ali.

-Amor, me perdoa por tudo. Por ter falado aquelas palavras contigo. Por tudo meu amor. Eu te amo. Eu nunca vou te abandonar meu amor, você sempre estará em meu coração, mas eu preciso ir. Não é justo fazer você sofrer mais. Eu não suporto te ver sofrer, só quero o seu bem. Eu te amo. Fica bem meu amor. Eu preciso ir. Vai ficar tudo bem. Te amo. Obrigado por me ensinar a viver e a me mostrar o que é amor. Você é o amor da minha vida, pra sempre, por mais que isso seja repetitivo, eu te amo.

Fiquei de pé, beijei sua mão, depois sua testa e, por fim, seus lábios. Era nosso último beijo. Fui andando de costas até a porta e saí. Na recepção, escorei minha cabeça contra a parede e desabei outra vez.

-O que você está fazendo aqui rapaz?

Virei para ver o que estava acontecendo e notei quem era.

-Não tem vergonha na cara não? Primeiro você causa o acidente, depois nem consegue tirar meu filho de dentro do carro. Ainda tem a cara de pau de vir aqui.

-Eu amo seu filho.

Fui surpreendido com uma bofetada.

-Cala a boca, você me dá nojo. Não existe amor entre dois homens. E se existisse, você não estaria amando meu filho. Que espécie de amor é essa que não cuida? Que vê a pessoa agonizando de dor e não faz nada. Isso não é amor. E isso que vocês tiveram nunca daria certo. Sai daqui e nunca mais volta.

Sabe aquele ditado 'chutando cachorro morto'? O meu era passando trator em cima. Eu tinha uma resposta para cada questionamento dela, mas só pioraria tudo. As respostas não eram a solução. Ela estava certa, eu só trouxe desgraça pra vida de Davi. Se eu o amo de verdade, vou deixá-lo viver sem sustos.

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[Davi]

Acordei sentindo algo segurando minha mão. Era uma mão que eu conheceria de longe. Movi a minha sobre e a passei o dedão sobre as costas da mão dela. Fazia carinho na pessoa que mais amo, tentando chamar sua atenção. Ela estava cansada, coitada. Devia ter estado ali por muito tempo. Lembrei de Thiago nessa hora, dizendo pra eu cuidar de nossas mães, era isso que eu faria.

Olhei em volta do quarto, me perguntando que quarto era aquele. Pelo que havia, desconfiei que fosse um hospital. Mas por que ru estava ali? O que havia acontecido comigo? Por não conseguia me lembrar? Será que eu havia desmaiado? Pelo jeito, de desmaiei, bati com a cabeça em algum lugar, pois a dor que sentia nela era muito forte. Senti um líquido quente escorrer pela minha boca, era meu sangue que escapava pelo meu nariz. Entendi que se forçasse o pensamento aquilo aconteceria. Tratei então de me concentrar em coisas simples, como a mesinha do hospital. No entanto, o sangue não parava de sair e estava me deixando assustado.

A única coisa que consegui fazer, foi apertar a mão de minha mãe, que num assustada, acordou, me encarou e sorriu. Ao ver o sangue escorrendo em meu rosto ela chamou a enfermeira, que em pouco tempo estava cuidado da secreção. E essa foi a última coisa que vi.

Acordei de novo no meio da tarde, na sala estavam minha mãe e mais algumas pessoas. O médico também estava e assim que acordei, tratou de examinar meu estado.

-Você é forte hein rapaz. Bem vindo de volta. Nada de esforço agora hein, você ainda está um tanto fraco. -disse terminando a checagem- Não o estressem agora. Acho melhor uma pessoa de cada vez pra falar com ele.

Como era de se esperar, minha mãe ficou comigo. Ela não dizia nada, apenas sorria e deixava as lágrimas caírem em seu rosto.

-Quem veio me ver?

-Seus amigos Mateus, a Bia e o Leandro.

-Quem é Leandro?

-Shhhiiii, não se esforce agora.

-Tudo bem. Posso saber como vim parar aqui?

-Meu lindo, você sofreu um acidente de carro.

-Estranho, não consigo me lembrar de nada.

-Tudo bem meu filho. Está tudo bem? Sentindo dor em algum lugar?

-Não mãe, eu estou bem. Me dá água?

-Claro meu filho.

...

Passaram-se alguns dias e eu finalmente tive alta. Nesse dia Bia e Matt tinham prova na faculdade, então apenas minha mãe me levaria para casa. Pra minha surpresa, o Leandro estava lá para me ajudar. Ele segurou em meu braço para que eu não me desiquilibrasse e nos levou até minha casa em seu carro. Eu fui no banco traseiro com minha mãe, que não parava de me fazer carinho e ele no banco da frente, a todo instante me olhando. Como eu sei disso? Simples, eu também o encarava. Não sei por que, mas aquele cara me atraía.

Chegamos em casa e ele ajudou minha mãe a me levar para cima.

-Filho, a mamãe já volta, vou só ajeitar algumas coisas e fazer comida. Fica conversando com o Leandro por enquanto.

-Tá bom mãe.

-Te amo meu filho.

-Também te amo mãe. -ela saiu.

-Não saiu do seu lado por um minuto. -falou o Leandro rindo.

-Ela é demais.

-Você quem é.

-Me conta de você, não sei por que não consigo me lembrar.

-Do que quer saber?

-Sei lá, qualquer coisa.

-Trabalho à noite, inclusive hoje é meu turno, estou morando com minha tia, perto do local onde você sofreu o acidente, amo você, tenho um metro e ...

-O quê?

-Um metro e oitenta e cinco.

-Não, a outra parte.

-Moro com minha tia.

-Você disse que me ama.

-Eu disse? Não, falei que somos muito amigos.

Cheguei perto dele e o perguntei:

-Então por que você está tremendo?

-Nada. -disse me dando as costas.

Fingi que nada aconteceu e voltei a perguntar:

-Como a gente se conheceu?

-Eu estava a procura de notícias do meu amigo que morreu, Thiago Souza...

Foi ele falar isso e muitas coisas se esclareceram em minha mente. Thiago, a morte dele, o casarão, a surpresa, as drogas, a clínica, o beijo. Ah, o beijo, eu havia beijado Leandro. E havia sido um ótimo beijo. Aquela lembrança parecia real. O choque de nossos lábios, a proximidade de nossos corpos, o desejo de minha parte e a retribuição dele. Era uma sensação maravilhosa, que eu queria repetir.

Leandro estava em pé, escorado a janela do meu quarto me contando um pouco sobre como a gente se conheceu. Eu estava deitado na minha cama, lembrando de todas aquelas coisas. Eu me levantei e fiquei do lado dele, que continuava a falar, calmamente.

-Me diz uma coisa.

Ele me olhou e disse:

-O que?

-Você falou de tanta coisa, por que não disse de quando a gente se beijou?

-Por que...

Pus a mão sobre rosto e me aproximei. Ele se uniu a mim e me beijou. Novamente calmo, suave e delicioso. A boca dele conquistava a minha a cada segundo que a descobria. Sua mão descobria de vagar minhas costas e apertava meu corpo junto ao dele, as minhas que estavam em seu rosto se encaminhavam para sua nuca. De repente ele me afasta gentilmente e sai do quarto sem dizer uma palavra. Novamente senti um aperto no coração, como se aquilo acontecido alguma vez.

Mesmo sem tocar no assunto, Leandro continuava a ir em minha casa para cuidar de mim, passava horas e horas da manhã comigo. Minha mãe já havia voltado ao trabalho, nós tínhamos todo o tempo e toda a oportunidade para isso, mas ele só cuidava de mim. Eu havia me lembrado de algumas coisas e o perguntei:

-Leandro, no dia que fui assaltado, foi você quem me levou pra casa da Bia?

-Assalto? Quando foi isso?

-Não sei, eu só me lembrei do dia que fui assaltado e você me tirava do meio da rua.

-Sério? Não fui eu não. Talvez tenha sido o Mateus, pergunta pra ele.

Não era o Mateus, eu sabia que não era ele e se não era Leandro, quem era? Meu coração começava a se apertar e me dava uma vontade de chorar. Saí do quarto e me tranquei no banheiro. A cada vez que chorava me lembrava de quem era. Seu rosto, que pude ver por segundos antes de apagar, seu jeito de andar, seu carinho comigo, daí lembrei dos momentos em que passamos juntos, a corrida no parque, o jogo de futebol, nossas festas juntos, quando o beijei, quando o beijei, quando o beijei. E não foi só uma vez. Eu o beijei mais vezes. Era ele. Leonardo. Léo. Léo. Era ele. Estava olhando no espelho e lembrei de minha conversa com Thiago. Meu coração estava a mil, minha cabeça começava a doer, eu sentia algo muito forte por aquele garoto, eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Eu acho que... Eu amava o Léo. Era ele, eu amava ele.

Saí do banheiro e procurei meu celular. Algo em minha mente dizia pra eu fingir que não ligaria pra ele, ainda mais por minha mãe estar chegando do trabalho.

-Vou ligar pra Bia, já volto.

-Ok.

Dei um beijo em minha mãe e fui para fora. Sentei-me na calçada e liguei para ele.

-Alô.

-Oi. -respondia ele com a voz chorosa.

-Tudo bem?

-Tu... Tudo.

-Está chorando?

-Não, não, estou meio gripado.

-Por que você não veio me ver?

-Não pude. To sem tempo.

-Fiquei sabendo que você foi me ver no hospital.

-Quem falou?

-Ninguém, sabia que você iria, só precisava ouvir de você.

-Bobo. Você tá bem?

-Estou sim. Por que não querem que eu te veja?

-Eles estão certos. Eu não faço bem a você.

-Minhas memórias não contam isso.

-Você não se lembrou de tudo então.

-Acho que não, por que você não me conta?

-Por que não posso mais te ver. Pra o seu bem.

-Por favor, me encontra, preciso te ver, uma última vez, que seja. Te amo.

Ouvi choro do outro lado da linha, Léo simplesmente desligou o telefone. Não entendia essa reação. Tinha que saber o que estava acontecendo.

-O Léo está bem? -perguntou Leandro, sentando ao meu lado.

-Quem é Léo?

-Você não sabe mentir. Foi ele quem te salvou no dia do assalto, só podia ter sido ele. Quer saber por que ele não está aqui?

-Por que?

-Por que ele quer cuidar de você.

-Não entendo.

-Eu falei com ele...

[Lembrança]

-Posso saber por que você não tentou nenhuma vez visitar o Davi?

-Parabéns.

-O que?

-Você venceu, parabéns. Só cuida dele e o faça feliz como ele merece.

-Não entendo. Por que você vai desistir de tudo agora?

-Eu não iria dar certo com ele.

-Por que diz isso? Por causa daquele beijo?

-Não.

-Por que então.

-Nada cara, pode me deixar em paz?

-Acha mesmo que ele vai ser feliz longe de você?

-O Mateus me disse que ele esqueceu muita coisa. Ele não deve nem se lembrar de mim.

-E quando se lembrar?

-Cara, eu estou desistindo do Davi e você vai ficar me questionando? Não era isso que você queria?

-Tudo bem. Eu só quero melhor para o Davi. Mas acho que estava errado, o melhor pra ele não é ao seu lado. Covarde. Escuta, por que não o tirou do carro naquele dia?

-Não te interessa.

-Não entendo como você consegue ser tão babaca. Ia vê-lo morrer, mas não o ajudaria.

-Você não sabe de nada.

-Não? E o que é então?

-Eu tenho AIDS. Não poderia tocar nele para não o infectar. Acha que eu estava tranquilo com isso? Eu queria morrer. Queria estar no ligar dele. Não posso cuidar dele. Então, é melhor que eu me afaste. Só cuida dele e o ame, por favor. -disse e saiu.

[Realidade]

-Foi por isso que quando você me beijou, eu saí do quarto correndo. Eu me lembrei dessa conversa e do que ele está sofrendo sem você. O Léo ama você, mas tem medo. E você o ama e tem a coragem que ele necessita. Que tal você sair dessa calçada e ir se aventurar a procura dele? Eu te dou cobertura.

-Obrigado. Por tudo -disse abraçando Leandro.

Entramos em casa e Leandro pediu minha mãe para me levar para passear. Minha mãe deixou meio que receosa, mas o Leandro tinha créditos com ela.

No caminho até a casa de Léo eu estava nervoso como se fosse meu primeiro beijo. Estômago se revirava, mãos tremiam, pele suava e nós nunca chegávamos, estava ficando louco.

Ao chegar, Leandro disse que iria sair pra me deixar mais confortável e que era pra eu ligar quando fosse a hora de ir me buscar.

Saí do carro, cambaleando, e segui até a porta. Bati várias vezes e uma voz disse pra eu esperar. O fiz. Quando a porta se abriu, revelou-se o moço da mesma altura da minha, lindo, de cabelos castanhos curtinhos, olhos verdes, nariz afilado, sorriso incomparável, da pele clara, do corpo perfeito, mesmo que mais magro, vestindo um short vermelho e uma camiseta de academia de cor preta, que marcava seu corpo. Ele estava lindo. Ele é lindo. Ele é meu.

-Oi, o que você faz aqui? -com voz de surpresa.

-Você desligou e eu fiquei preocupado, tive que vim conferir.

-Estou bem.

-Está bem mesmo amor? -falei passando a mão em seu rosto.

-Vai embora, por favor.

-Posso conversar com você um pouco? Eu juro que depois vou embora se você quiser. -alisando seu rosto que tremia com meu toque, seus olhos queriam lacrimejar, mas ele se segurava- Posso entrar amor?

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Queria fazer uma pergunta bem indiscreta pra vcs. Se eu dissesse que a história é real, o que você falaria ou perguntaria pra qualquer um dos personagens?

Ah, música, Stay, Rihanna (não mandei a letra Legal kkkkkkk)

Obrigado aos que comentam e aos que acompanham. Até a próxima, beijos.

Comentários

Há 5 comentários.

Por hugo em 2015-02-25 00:53:36
como sempre maravilhoso eles poderiam ter uma reconciliação super mega romântica com juras de amor e mto mtos detalhes sórdidos kkkkkk Leo poderia dar aquela pega em Davi kkkkk mata o Leo nao por favor
Por Yooko em 2015-02-23 21:08:53
Olá!!!!! Bom... Acho que com a dona Angélica.... Para de ser preconceituosa e deixe seu filho ser feliz poxa!! Ah menino quanta emoção neste conto!!!! Anciosa pela continuação.... Bjs fofo!!!!
Por Ryan Benson em 2015-02-21 23:47:19
Hum, 9-9 acho que eu perguntaria se o Leo estaria a fim de esquecer o Davi ficando comigo 😆 aquele fofo 9ω9 κκκκκκκκ Então, cara, eu preciso preciso preciso MUITO MESMO de um Leo na minha vida 😥eu preciso dele cara, tem como mandar ele por correio, sei lá? Se não eu venho correndo aí buscar κκκκκκκκκκκκκκκκ Adorei o capítulo, continuaaaa... Bjão!
Por Nicksme em 2015-02-21 10:59:09
Perguntaria a André Como e fazer uma DP, kkkkk que eh você que mandou perguntar, tenho culpa não, kkkk, e mais una vez ficou perfeito, finalmente parece que Davi e Leo vão se acertar, e eu já te disse o que farei se isso não acontecer neh, ja está avisado, depois não reclama, e o André sumiu o menino, e por fim amei o tamanho do cap, mas o próximo tem que ser maior u.u peço mesmo kkkk brincadeiras a parte, parabéns ficou muito bom... Agora não demora um século de novo viu. Vc sabe que eu sou chato e vou cobrar kkkk
Por jpli em 2015-02-21 09:49:40
Eu ia dizer pra escreverem um livro amoooo