Capítulo 9

Conto de escritor da noite como (Seguir)

Parte da série Promessa

Olha eu aqui de novo. Obrigado pelos comentários de vocês e também, não menos importante aos que acompanham. Excepcionalmente hoje estou aqui, mas não se acostumem, não consigo postar todo dia.

O que vcs estão achando do tamanho do texto?

Fran: (o) uhuu, parabéns pela sua conquista e aos seus amigos também, nessas horas é que vemos quem está mesmo com a gente. Você quase acertou, quase mesmo...

O tall: obrigado pelo comentário, espero que goste desse capítulo. Vou fazer o Léo nadar na grana em sua homenagem kkkkkkkkkk

Anderson P.: vou ficar esperando então kkkkk obg pelo comentário e espero q goste.

Música de hoje: Love on top- Beyoncé, e qualquer música animada pq hj eu tô feliz kkkkk, p.s. eu não fumei kkkk.

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[Leandro]

O estado do quarto não era tão deplorável quanto o chão condenava. Na verdade, estava em perfeita arrumação. Continha apenas poeira, que se explicava pelo fato de ninguém conhecer esse local, presumi.

As paredes eram diversificadas, a que dava pra porta era uma aquarela, com rosas vermelhas esculpidas em si. O teto era branco, cheio com dois galhos que começavam das arestas opostas e pareciam se encontrar. A parede que dava pro banheiro da suíte, era de um azul escuro com um lindo luar que parecia brilhar, mesmo na claridão. E a parede oposta a esta, era uma miragem, uma paisagem savana com um fundo com cores quentes, representando o por do sol. Só não consegui observar a parede da janela, devido à cortina que a tampava e a minha imensa curiosidade em descobrir o resto do quarto.

A cama, como todas da casa, era de casal. Tinha um edredom azul claro, quase branco pra um daltônico- tipo eu, o escritor-, com listras brancas que fazia parecer água do mar límpida, as do Caribe, talvez. Ela estava escorada na parede escura, o que dava uma linda imagem, que deveria ser espetacular a noite.

O chão parecia ser composto por pedras, não pela sensação de estar pisando nelas, mas pela imagem que dava essa impressão. Era una pintura 3D. Depois de um tempo o analisando, percebi que ele era um cânion, onde ao fundo uma pequena listra verde-água representava um rio.

Para não estragar a obra arte, o decorador resolveu colocar o guarda-roupas em um closet, que eu notei quando percorri com minha mão, a pintura da savana.

O interessante da obra, era que tinham sido feitas em alto relevo, com excessão do chão, é claro. A lua e o sol, estavam destacadas e possuíam um brilho todo especial. Os galhos do teto pareciam quererem balançar e dançar, caso houvesse vento. Como nas obras famosas, eles davam ideia de movimento e que a qualquer momento se chocariam entrelaçando suas pontas. Fiquei fissurado naquela arquitetura o que despertou em mim o desejo de conhecer o restante do quarto, ou seja, o banheiro.

Lá, o artista resolveu fazer um cenário teatral, vai saber porque. Em todas as paredes havia uma listra de claquete que me fez perceber e reconhecer algumas das obras do cômodo. Iam de Star Wars, com um capacete do Darth Vader, o navio do Titanic, representado pela pia que era desse formato. Alguns heróis como o Homem Aranha -lembram?- e o Thor -só o martelo- também eram notados nele. Os ladrilhos que compunham a parede eram pequenas figuras de personagens de filmes, logo reconheci o Chaplin e o Batman, porém, eles ainda não estavam completos, o que me fez criar uma hipótese: Thiago quem criara aquilo tudo.

Fiquei paralisado quando minha ficha caiu e voltei ao dormitório. Sentei-me na cama e voltei a admirar o espaço.

Pouco tempo depois, já havia olhado e reolhado todas as características do quarto, fui pego olhando uma pequena escrivaninha que estava no corredor que a cama fazia com a parede aquarela rumo ao banheiro. "Como não te vi aqui?" pensei.

Levantei-me e andei até ela. Observei-a e notei que tinha duas gavetas nas extremidades e um "oco" no meio, que deveria ser usado para colocar uma cadeira. Abri cada uma das gavetas. Na primeira, estavam alguns doa materiais que Thiago teria usado para decorar o quarto. Na segunda também. Virei meu corpo na outra direção e abri a gaveta. Eram moldes enormes de...letras. Achei curioso. Explorei-a um pouco mais e encontrei um revólver, calibre 38. Tirei alguns papeis e os pus com cuidado na cama, não queria espalhá-los, para não dificultar as investigações que depois seriam feitas, e encontrei uma pasta preta, e dois bilhetes.

Peguei-os e me sentei na cama para vê-los. Ambos os cartões estavam lacrados, mas tinham remetentes: Davi Gomes. Resolvi não os abrir. Voltei meus olhos para a pasta e a abri. Era um álbum com fotos. Fotos dele com o jovem que ele me pedira para cuidar.

Agora tudo fazia sentido. O porquê de Thiago querer que eu o proteja. Os motivos de ele muitas vezes estar cabisbaixo. O sofrimento daquele rapaz ao falar sobre ele.

Não senti nenhuma repulsa pelo meu melhor amigo no momento em que descobri sua sexualidade, mas senti por mim, de não tê-lo ajudado quando certamente precisou de meus ouvidos para escutá-lo. Criei em minha mente várias teses sobre a minha falta. Talvez Thiago entrou para o mundo das drogas por causa da não presença de alguém que o compreendesse.

Resolvi ir à janela, para tomar um ar fresco e respirar. Tentar aliviar a pressão que meu cérebro exercia sobre meu coração, ou vice-versa. Abri as cortinas e mais uma surpresa se revelou.

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[Davi]

Quando cheguei em casa, fui correndo abraçar minha mãe que estava deitada em seu quarto. Nós ficamos mudos, apenas nos abraçamos forte, como se nunca quiséssemos nos separar. E eu realmente não queria.

Senti a presença de mais alguém naquele quarto e vi que Bia estava escorada na porta do quarto, com os olhos cheios d'água ao ver nossa cena. Chamei-a para o abraço e ela sorridentemente se juntou conosco.

Depois desse momento família, vieram as ponderações. Durante exatos, vinte e sete minutos e quarenta e dois segundos, minha mãe me deu sermão. Logo após, Bia começou sua fala, mas durou pouco tempo, por que minha mãe voltou a falar e, pra ser sincero, repitiu tudo o que tinha dito.

Encerrado os aconselhamentos, Bia se despediu e foi embora. Dona Angélica se arrumou para ir à igreja, me chamou, mas disse que estava cansado. E como. Esperei ela sair, que antes me fez prometer que não sairia dali, e fui para meu quarto.

Estava tão arrebentado que não demorei dois minutos para cair no sono. Acordei eram mais de quatro horas. Comi alguma coisa na cozinha e retornei para meu quarto. Peguei meu celular e comecei a responder as mensagens.

Bia: Galera chamou a gente pra sair amanhã, que tal?

Eu: Em plena segunda? O que vai ter de bom?

Bia: A gente kkkkkkk

Eu: Sei não

Bia: Vamos Davi, é a última semana de férias.

Eu: Ok, vai ser que horas?

Bia: Cinco e meia e vai varar a madruga... Kkk

Eu: Depois você fala com minha mãe, acho bom ela saber pra não ficar preocupada.

Bia: Deixa comigo gatinho. Bjo.

Eu: bjo.

Depois foi a vez do Léo. Tinha só DEZOITO mensagens dele. A maioria é, "onde você tá?" "tá todo mundo te procurando" "dá notícias logo" "quer que eu vá te buscar".

Eu: Já estou em casa. Obrigado pela preocupação.

Instantaneamente ele respondeu, parecia estar com o celular na mão esperando minha resposta.

Léo: Que bom, você deu um susto na gente.

Eu: Foi mal, só não começa com ladainha, pq eu eu tive de sobra aqui kkkkk

Léo: Relaxa, eu sou o mais vagabundo kkk

Eu: kkkkkkkkkk Aqui,como você sabia que eu tinha sumido?

Ele demorou um pouco.

Léo: Eu fui na sua casa te chamar pra jogar, aí a Bia me contou... E eu me senti culpado por que você saiu mal da festa aqui de casa.

Eu: Fica tranquilo, tem nada a ver com você não. Eu que to passando uma barra.

Léo: Que chato cara, tamo sempre junto brow.

Eu: Valeu.

Léo: Partiu bater uma pelada hoje à noite?

Eu: Não vai dar, fiquei muito tempo longe da minha velha.

Léo: Entendo, manda um abraço pra ela.

Eu: pode deixar.

Léo: Posso marcar pro meio da semana?

Eu: Você não vai me deixar em paz né?

Léo: Uhum :p

Eu: Marca então.

Léo: Ae, até que enfim o melhor jogador da sala vai entrar em campo.

Eu: Olha quem fala.

Léo: Não sou eu quem está com a agenda lotada de segunda a segunda. Deve tá pegando geral.

Eu: Nem em sonho kkkkkk seca braba muleque.

Léo: kkkkk vamo estender a pelada então pra mais tarde, que tal?

Eu: Vou pensar. Que dia vai ser?

Léo: Quinta, pq quarta tem mengão.

Eu: kkkkk blz. Vou tomar banho.

Léo: flw.

Estava indo pro banheiro, quando meu celular tocou outra vez. Devia ser a Bia, confirmando o lugar que iríamos sair. Olhei e o número era diferente. Cliquei na foto e reconheci a pessoa.

Leandro: Oi, teria como você voltar aqui? Achei algumas coisas relacionadas a você.

Eu: Tem que ser agora?

Leandro: Se possível...

Eu: Em quarenta minutos chego aí, se tiver ônibus kkk

Leandro: Ok, me liga se achar.

Tomei um banho apressado , pus uma roupa fresca, avisei minha mãe que ia sair, prometi voltar cedo e saí. Cinquenta minutos depois estava lá.

- Era tão urgente assim?

-Era.

-E o que é?

-Vem comigo.

Subimos as escadas e fomos em direção ao quarto. Quando o vi aberto, fiquei espantado, parei e segurei o braço dele.

-Thiago me disse para nunca entrar lá. Não quero nem saber o que ele colocava ali -disse voltando.

-Espera.

-Eu não quero participar disso.

-Eu sei.

Eu estava na escada e parei para respondê-lo.

-Então, por que quer me mostrar isso? Ele nunca me forçou a seguir esse caminho, pelo contrário, disse que iria me espancar se eu fizesse isso. Não vai ser você quem vai me arrastar.

-E quem disse que vou fazer isso? Confia em mim.

Fiquei parado e ele insistiu fazendo sinais com a cabeça. Resolvi ir.

-Se prepara.

-Odeio surpresa.

Ele sorriu.

Parei ao lado da porta e ele me questionou:

-Não quer olhar?

-Não.

-Não tem curiosidade?

-Não. Sim.

-Então abre.

-Se eu me arrepender..

-Não vai. Abre.

Eu abri e fiquei boquiaberto com o quarto. Leandro me deixou olhar tudo, depois o banheiro e por fim me entregou dois bilhetes e uma pasta.

-Não olha agora. Quero te mostrar uma coisa antes.

Leandro se dirigiu a única parede que não tinha visto ainda, abriu as cortinas e me revelou o presente mais lindo que poderia receber. Na parte do lado esquerdo à janela, havia o desenho do rosto de Thiago, na outra parte era o meu. Completamente detalhado. Vi uma data que era a do meu aniversário. As lágrimas já se formavam em meus olhos e eu o agradeci baixinho, "obrigado". Continuei vendo aquela arte e na parte de baixo da parede estava meio inacabado mas eu conseguia ler "Namora comigo?"

O choro foi inevitável, os pertences que estavam em minhas mãos caíram sem que eu percebesse.

Ainda escrito a lapis, vi uma singela frase que me fez sorrir e chorar ao mesmo tempo : "Te amo".

Nem percebi que Leandro havia me deixado sozinho ali, apenas sussurrei em meio às lágrimas:

-Eu também.

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Comentários

Há 4 comentários.

Por hugo em 2014-10-25 22:52:13
nosssaa Mara *-* pena que o Davi nao teve tempo para aproveitar tudo isso !!!! depois desse capitulo acho mesmo que vc deveria fazer uma coisa surreal!!! pelo menos pro Davi sair desta vida ele esta se auto destruindo e isso nao ta certo !!!! a o Léo e um fofo !!!!
Por leopinheiro em 2014-10-24 13:44:04
Liiiiiiiindooo!!!!!
Por fran em 2014-10-24 12:13:41
que lindo... uma declaração assim e nem teve tempo para mostrar ao amado. to louco para ver o restante. posta o mais rapido possivel por favor. bjao abraços.
Por Anderson P em 2014-10-24 05:38:15
Que lindo, serio me fez até chorar.