Capítulo 8

Conto de escritor da noite como (Seguir)

Parte da série Promessa

Olá galera. Muito obrigado pelos comentários de todos e perdão pelo tamanho do último capítulo, prometo compensá-los. Separei o fim de semana passado pra me atualizar nas séries, já que tinha viajado, e acabei não conseguindo escrever.

Anderson P.: que bom que a história está despertando curiosidade em vc. Pq vc não escreve uma, hein? Cacei algum conto seu, mas, não achei. VC escreve?

Fran: por favor, me diga que VC superou essa barra. De qualquer forma, Tamo junto brow! E é claro que gostei. Tô pensando em escrever algo paranormal também, mas pra bem longe.

Hugo: desculpa não ter comentado seu comentário anterior. Deixa o Léo sofrer um pouco. Juro que depois eu recompenso kkkkkk.

Meus queridinhos, se alguém quiser falar alguma coisa, me xingar, ou sei lá, sobre esse conto oi outros, fica aí meu email: ricardo_mz14@outlook.com , não é o meu nome verdadeiro, pra não causar desconfiança daqui de casa e tal. Se quiserem deixar algum contato, fiquem à vontade. Vamos ao conto? Hoje a música é Cartas pra você- NX zero.

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[Leandro]

Se eu não me segurasse, teria me atirado em cima daquele garoto e o abraçado. Eu havia achado Davi. Três meses de procura, trabalho árduo e aflição se passaram e agora ele estava bem na minha frente. Alguns passos de mim, com sua mão entrelaçada a minha.

Por dentro, eu estava eufórico, meu coração sambava ao invés de bater. Meus olhos tremiam, não acreditando naquela aparição. Meu corpo transpirava com sua presença. Eu irradiava alegria. Demonstrava-a através de meus lábios sorridentes que permitiam-lhe ver meus dentes esbranquiçados.

O rapaz tentava sorrir, mas via em seus olhos a preocupação com minha presença e também cansaço misturado à fadiga e tristeza. Meus olhos procuravam uma explicação nos dele, que se intimidavam e escondiam a resposta de seu estado. Junto a seus glóbulos oculares, sua mão retroagiu, saindo da minha e me trazendo de volta à realidade.

Davi se afastou um pouco de mim, dando dois ou três passos para trás, cruzou seus braços e focalizou o chão. Era nítida sua vontade de sair correndo dali e se abrigar em outro lugar que lhe trouxesse segurança. Eu precisava conquistar sua simpatia. Não poderia perdê-lo depois de tanta procura. Mesmo que não tivesse sido eu encontrá-lo, mas o destino a pô-lo em meu caminho, não me permitiria perder a chance se conhecê-lo e cumprir minha promessa. Nada mais naquele momento me importava.

Tranquila e harmoniosamente, eu virei de costas, sem revelar meu coldre que portava meu revólver, e fui em direção à cozinha, tentando puxar assunto.

-Você deve estar com fome, não é?

-olhei-o ainda andando, que concordou com a cabeça-. Deixa eu ver se encontro alguma coisa aqui que ainda sirva -senta aí, ou aqui na cozinha -ele sentou-se no sofá.

Abri a geladeira e não encontrei nada. Armários: biscoitos -não seriam suficientes para ele pelo visto.

-Vou pedir um café da manhã no bar aqui ao lado. Promete que não vai sair daqui.

Davi não respondeu.

Caminhei até o sofá e dei o biscoito em sua mão.

-É só o que achei. Vou na padaria ver se acho algo melhor. Me espera, preciso conversar com você - nenhuma resposta.

Atravessei a sala rumo à porta. Tinha que arriscar. Girei a maçaneta, apenas por costume, abri-a me preparando para sair. Eis que escuto uma voz:

-Como vocês se conheceram?

Rapidamente me virei e o indaguei:

-O que disse?

-Perguntei como você conheceu Thiago.

Ainda parado na porta, respondi-lhe:

-Nós fomos criados juntos.

-E por que se separaram?

-Eu tive que seguir o meu caminho e ele o dele.

-Então porque voltou?

-Eu lhe devo um favor. E vou cumprir minha palavra, nem que seja a última coisa que eu faça.

Notei que ele estava mais cabisbaixo que antes. O biscoito não fazia a menor diferença. Seu corpo estava imóvel, movendo apenas o necessário para respirar. Suas pálpebras ficaram estáticas, fitando o nada, só voltando a se moverem segundos depois, quando uma lágrima fugiu-lhe os olhos.

Mais que depressa me aproximei de Davi, entreguei-lhe um lenço para que se recomposse e fiquei agachado a sua frente o observando com compaixão. Algum tempo depois ele me devolveu o lenço sem tê-lo usado -imagino que por causa da sujeira de seu rosto-. Eu o guardei e com receio de machucá-lo perguntei:

-Ele era muito importante pra você, não é?

-Sim. Ele era, sem dúvida, meu melhor amigo.

-O meu também. Me lembro até hoje do dia em que eu quebrei o braço e o Thiago me carregou no colo até posto. Ele mais me machucou que me ajudou, mas valeu a intenção -ele sorriu-. Consegui te fazer rir. Lembro que eu mandava ele me pôr no chão, afinal, eu tinha quebrado o braço, não a perna, mas não tinha como convencer aquele mamute.

-Eu sei como é.

-Você o conhecia desde quando?

-Meio ano atrás.

-Ah tá. Você mora por aqui?

-Não.

-E como você conhece essa casa? Ninguém mais conhece.

Davi me olhou assustado e num impulso, levantou-se do sofá e já ia saindo. Instantaneamente, percebi minha mancada e fui tentar impedi-lo. Ele estava passando pela entrada da sala, no momento em que pego em seu braço, me desculpando.

-Ei, ei, calma. Desculpa se falei alguma coisa errada. Eu só queria te conhecer e saber como Thiago estava nesses últimos tempos. Por favor, não vai embora.

-Me solta.

-Eu vou te soltar, mas não vai embora. Preciso saber do Thiago, pelo menos matar a saudade das histórias dele. Por favor -soltei-o.

Voltei para o centro da sala e ele permaneceu parado na porta.

-Que tal você tomar um banho, enquanto compro a comida?

Ele assentiu com a cabeça e subiu as escadas.

Eu fiquei o vigiando até ele entrar no quarto de Thiago e fui comprar seu café da manhã.

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[Davi]

A primeira coisa que vi no quarto de Thiago foi sua cama. Dirigi-me a ela e sentei na beirada, passando a mão sobre o restante do colchão. A princípio, os movimentos eram pequeninos, fracos, tímidos. Mas, ao passar dos instantes fui explorando o restante do móvel. Centenas de lembranças percorriam meu cérebro, não mais chorava, apenas dava pequenos sorrisos no canto da boca. Como era bom estar ali. Como seria melhor estar ali com ele.

Depois de refletir o passado, eu adentrei o box e peça por peça retirei meus retalhos que chamava de roupa. Completamente nú, todavia imundo, posicionei-me de baixo do chuveiro, liguei-o e esperei que a corrente de água que me atingia limpasse toda aquela impureza com ajuda da esponja ensaboada, que esfregava minha pele caracachenta.

À medida que a água caía e a sujeira descia, minha mente voltava a raciocinar. Era como se aquele ato me libertasse daquelas malditas amarras. Como podia estar acabando com minha vida daquele jeito? Por que não me dava uma chance de viver? Por que culpar todos por um problema meu? Por que não conseguia sair daquele maldito poço? Ao tempo que minha mente era invadida por essas perguntas, uma voz bem conhecida minha surge ao longe "Pare de se machucar" e o volume foi aumentando "Pare de se machucar", e ainda mais alto "Pare de se machucar". Uma terceira voz ganha força em meus ouvidos e percebo que não era imaginação. Leandro havia batido na porta e dito:

-Seu café está na mesa.

Terminei meu banho, vesti uma roupa que havia esquecido na casa de Thiago e desci para me alimentar.

-Tudo bem com você? -perguntou Leandro.

-Uhum.

-Nada como um bom banho para recarregar as energias, não é?

-É.

-Tem pão de sal, de doce, presunto e queijo, manteiga e comprei suco de caju e manga, não sabia qual você gostava.

-Obrigado.

Eu lanchei enquanto ele me vasculhava com os olhos, querendo descobrir alguma coisa, ou esperando eu deixar uma informação escapar.

-Você tem celular? Me adiciona nl whatsapp -eu o encarei desconfiado e ele completou-. Pra gente marcar de sair, conversar sobre o Thiago, falar com a mãe dele, sei lá.

-Tudo bem.

Passei o número e ele me adicionou.

-Vou na varanda -disse ele passando por mim e seguindo a rota.

Eu estava sentado na cozinha, de modo que podia ver a varanda. Estava de frente para ele. Foi inevitável não repará-lo. Leandro era muito bonito, moreno, alto, cabelo aparadinho, musculoso -muito musculoso- e tinha uma postura muito sedutora, mesmo que agisse da maneira mais rude possível. Fiquei o escaneando por alguns segundos, talvez minutos, até ele se virar e dirigir seus olhos a mim. Eu, rapidamente, desviei meu olhar para a TV, que estava desligada na sala.

Terminado meu café, fui lavar as vasilhas. Leandro, insistiu em me ajudar e acabei aceitando.

-O que eu posso saber sobre você? -disse ele enxugando um prato.

-Por que o interesse em mim? -retruquei, sem olhá-lo.

-O amigo do meu amigo, é meu amigo. Queria conhecê-lo um pouco, nada mais.

"O ficante do meu amigo é meu ficante, então?", pensei e acabei por deixar escapar um sorriso.

-Desculpa, sou um pouco neurótico. Eu estou no quarto período de engenharia civil.

-Faz faculdade? Que bom.

-E você? Não me falou nada ainda.

-Tenho 29 anos. E você?

-Vou fazer 20 daqui um mês e meio.

-Mora com os pais ou em república?

-Com minha mãe.

-E como faz pra pegar as gatinhas? Tu tem maior pinta de garanhão.

-Casa dos colegas -me referi ao passado.

-Tá cerestavauco tempo depois estava tudo arrumado e conversamos na sala. Não houve nenhuma revelação de ambas as partes, mas não notei falsidade em suas palavras.

-Preciso ir. Tenho que ver minha mãe.

-Vai lá. Vou ficar mais um pouco aqui.

-Ok. Prazer em conhecê-lo Leandro.

-Digo o mesmo. Te vejo outra vez?

-Você tem o meu número.

-Posso te ligar então?

-Fica a vontade.

-Falou, então.

-Até mais - e saí.

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[Léo]

Cheguei à casa de Davi, meia hora depois de ter saído. Estava me arriscando, mas tinha que fazer aquilo. Toquei a campainha e fiquei esperando apreensivo para vê-lo. No entanto, para minha surpresa, uma pessoa que nunca imaginei ver ali, abriu a porta. Bia.

Não podia ser verdade, eles haviam voltado, presumi na hora. Passei de um sorriso alegre por achar que veria Davi, para uma cara fechada, sem expressão, de quem se surpreende com a visão que está tendo.

Pensei naquele momento em André. Na verdade, pensei, nos poucos segundos que antecederam nossa prosa, como mataria André. "Ele é gay, será que você não percebe?" "Odeio gente burra" "E digo mais, ele acabou de terminar um relacionamento". Na minha mente, somente uma locução gritava: " Seu cu, sua passiva filha da puta. Vou te matar." Nem percebi se fiz gestos com a boca -espero que não, e se fiz, que a Bia não tenha percebido.

-Oi Léo. O que faz aqui? Entra.

-Oi... Eu..-entrando- eu... Eu vim chamar o Davi pra jogar. Ele tá aí?

-Não. Ele não aparece em casa a dias. Estamos muito preocupadas.

-Sério? Que barra. Faz tempo que não converso com ele também.

-Pois é. Aceita uma água?

-Não obrigado. Você tá sozinha aqui?

-Não, a mãe dele tá deitada.

-Ah sim. Eu vou nessa Bia, qualquer coisa eu te ligo, e se precisar, é só ligar.

-Tudo bem. Obrigada Léo -disse me abraçando.

-Liga mesmo e me dá notícias. Tchau -saí.

Entrei em meu carro, coloquei as mãos no volante e chorei. Minha esperança havia acabado.

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[Leandro]

Após a saída de Davi, eu voltei a procurar pistas na casa. Olhei quarto por quarto, nos banheiros, na academia e por fim, restou apenas um cômodo. A porta dele estava trancada. Tentei abrir de todas as formas, nada. Só me sobrou usar a força.

Tinha que arrombá-la. Tomei distância e corri em sua direção. O impacto foi tamanho, que eu caí de joelhos no chão do quarto, sem ainda olhar a minha volta. Demorei alguns instantes para me recompor e me pus de pé, dando tapas em minha calça para limpar a poeira daquele chão que parecia estar sem faxina a séculos .

Assim que acabei, concentrei-me naquele misterioso quarto. Não precisei observar muito para desvendar o que ocupava aquele espaço. Nunca imaginaria ver aquilo.

Taí, gostaram? O que tinha lá dentro? As aulas já vão começar, o que vem por aí? Bjos.

Comentários

Há 4 comentários.

Por Anderson P em 2014-10-23 21:47:19
Não sei o que vai ter nesse quarto mais acho que é lembranças dele junto do Davi. e não escrevo mais to pensando em escrever meu primeiro conto acho que vai ser algo sobrenatural ainda não sei, tenho ums 4 tipos de ideias, e ainda não sei com qual começar.
Por O tall em 2014-10-23 09:34:01
Q nada há... e ainda bem k ele è meio rico.........
Por fran em 2014-10-23 09:24:24
to amando... o quarto era onde Thiago guardava suas lembranças de Davi? tipo fotos e tudo mais? ou sera que eram coisas do seu modo de vida? fiquei em duvida.. não demora muito... e sim eu sai sim dessa barra, meus amigos me ajudaram e se não fosse eles eu não estaria aqui hoje. pensei em fazer besteira, mais como eles não me abandonaram ainda estou aqui. bjão até a proxima.
Por escritor da noite em 2014-10-23 03:49:05
O tal: se por um acaso vc ainda lê o conto, perdao. Não vi seu comentário no dia que fui postar. O Léo é da idade do Davi, e é meio rico kkk, desculpa msm cara