Capítulo 14

Conto de escritor da noite como (Seguir)

Parte da série Promessa

Olá galera, dessa vez eu demorei por culpa do dinheiro. Não tinha crédito na droga do celular e não consegui enviar, me desculpem. Obrigado pelos comentários e aos que acompanham.

Anderson P.: obrigado pelo comentário. Já tem outro na fila, pra previnir atrasos kkkkk.

Fran: será que isso vai acontecer? Parabéns pela organização da premiação, vai ser um sucesso kkkkk.

BitchBarbieZ: sim, sim, sim, nem eu acreditei quando escrevi. Foi como se ele tivesse me confessando algo, muito obrigado pelo comentário.

Hugo: tava com saudades também, que bom que gostou da parte surreal, por que eu tive a ideia depois que você falou. Qualquer outra ideia, sou todo ouvidos kkkkkk.

[Leandro]

Não sabia o que estava acontecendo comigo. Desde o dia em que mostrei o quarto personalizado a Davi, não o tiro mais da cabeça. No começo pensei que fosse apenas preocupação, mas hoje eu o sinto que é algo completamente diferente de proteção. Quero sim protegê-lo, mas também estar com ele em suas horas alegres e tristes, fazê-lo rir ou o consolar, enfim, quero estar perto dele.

Pego-me às vezes desejando também seu toque, mesmo que um simples aperto de mão ou um abraço. Sinto vontade de acariciar seus cabelos e os deixar bagunçados. Alisar sua face com as costas da minha mão, percorrendo desde sua testa, à maça do rosto, ao queixo; parando em sua boca e a admirando.

E como faço isso. Ver aquela moldura avermelhada perfeitamente encaixada naquele rosto impecável passou a ser um de meus hobbies. Sempre me distraio pensando em como seria tocar aqueles lábios lindos. Contorná-los com meu dedo ou, melhor ainda com minha boca. Mas não posso. Sou casado e nunca traí minha esposa, não seria agora que eu faria isso. Entretanto, todavia, contudo, porém, não obstante, mas aquele garoto não me sai da cabeça e isso é horrível. Não consigo mais fazer nada sem pensar em Davi, em como seria beijá-lo, ou ainda ter seu corpo para mim. "Vou resistir", foi o que pensei em todos esses momentos. Mas Davi parecia saber minha fraqueza. Ele. Com apenas um movimento ele acabou com toda minha tática defensiva. Estava entregue a seu ataque. Ao seu beijo. Só me restava aproveitar aquele momento. E o fiz.

No entanto, no calor de nossos lábios eu me lembrei do que estava fazendo. Delicadamente me afastei dele e tratei de sutilmente não dá-lho esperança. Algum tempo mais tarde aquela cena se projetava outra vez. Estávamos abraçados e nos olhando fixamente. Davi parecia esboçar alguma atitude e meu corpo queria isso, mas me contive. Quando ele encaminhava seu rosto em direção ao meu, querendo chocar nossas bocas, eu voltei a abraçá-lo. Senti uma imensa vontade de chorar naquele momento por estar sufocando meu sentimento que só aumentava, contudo me segurei para não o dar esperança. Senti também, em sua respiração, que ele estava mal e isso me faz partir o coração.

Refizemos nossa compostura e deixamos a clínica. Levei-o a sua casa e fui-me embora. Já em casa, fui para o banheiro e desandei a chorar. Aproveitei que minha esposa não se encontrava, escrevi um bilhete e fui para o trabalho. Chegando lá, treinei incessantemente tiro ao alvo para desestressar, mas nem o barulho da arma, ou a necessidade de concentração para mirar me faziam esquecer aquele garoto. Eu estava ferrado. Eu estava lascado. Eu estava amando.

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[Davi]

Abraço. Atitude tão simples, aliás, é tão simples e comum que é considerado por muitos um cumprimento. Naquela hora em que vi minha mãe, eu a mais que cumprimentei, eu passei pra ela, naquele simples gesto, todo o sentimento que tinha dentro de mim. Amor. Gratidão. Carinho. Saudade. Liberdade. Gratidão. Afeto. Alegria. Superação. Gratidão.

Depois de um longo tempo colado a si, eu me despedi de Leandro e fiquei o resto da tarde agarrado à minha mãe, tinha que matar um pouco da saudade. Assistimos TV, cozinhamos qualquer besteira, comemos, brincamos e até dançamos. Mais tarde, já era seis horas, eu fui tomar banho pra ir à igreja com ela. Mal pisei o pé em meu quarto e um certo policial invadiu meus pensamentos. Fiquei me questionando o porquê de ele retribuir meu beijo e depois se afastar, também como eu tive coragem pra tomar iniciativa tão cedo, depois de seis meses; e por fim, se o que eu estava sentindo era real. Não consegui responder nada. Diante disso, fui agir. Entrei no banheiro e tomei um banho.

Dias depois, numa quinta feira de manhã...

Pela terceira vez seguida essa semana, sou acordado pela Bia, que passava delicadamente suas mãos em meus cabelos. Sorria toda vez, denunciando que ela havia conseguido.

-Só você mesmo pra me acordar assim- disse sorrindo.

-Não deixe sua mãe ouvir isso, senão eu tô morta.

-Ainda bem que você sabe.

-Vai fazer o que hoje?

-Deixa eu ver minha agenda... Não, não tenho nada.

-Que tal pegar um cineminha?

-Só se for de terror.

-E tem gênero melhor?

-Desde quando você gosta de filme de terror dona Bia?

-Que preconceito, só porque sou gostosa e meiga, não quer dizer que eu não possa assistir um filminho desses -ela fez uma pausa e mudando de uma expressão irônica para sincera completou- Nunca, já tô com medo antes de ir.

-Sabia.

-Mas vamos.

-Tá bom. Que sessão?

-Das três?

-Pode ser. Já que agora são meio dia e quinze.

-Nossa, tá cedo ainda -disse espreguiçando.

-O que você faz pra dormir tanto?

-Nem te conto -ri-. Tava atualizando meus jogos.

-Ah sim, como pude esquecer. Vai ao banheiro que sua mãe tá preparando o almoço.

-Ela não foi trabalhar?

-A patroa dela viajou, então ela só vai um dia sim outro não.

-Hum.

Fui ao banheiro enquanto Bia ia se encontrar com minha mãe na cozinha. Aproveitei para tomar banho, já que iríamos sair e depois fui ver minhas negas. Almoçamos, eu e Bia tentamos convencer minha mãe a ir, mas foi em vão. Enrolamos até dar o horário e em seguida fomos para o cinema, vimos um filme de ação e aventura, que eu mais achei comédia, por que a Bia xingava as personagens que morriam -segundo ela, eram burras-, lanchamos e por volta das sete, estávamos em casa.

Eu estava deitado no sofá, olhando meus contatos, até que paro no Léo.

-Bia, como tá o Léo?

-Caramba, ele tá sumido. Não foi na escola esse semestre.

-Sério?

-Uhum. Parece que ele tava internado e ainda saiu de casa.

-Vish, que horrível. Mas você sabe por quê? E o que ele tem?

-Parece que era grave o problema de saúde, mas um tempo desse aí disseram que ele tava melhor. Agora, o motivo de ele sair de casa não sei.

-Será que foi o que eu tive?

-Não, acho que não. Ele era o mais preocupado com você, depois de sua mãe e eu, claro.

-Sério?

-Tá lembrado não que ele pegou o carro dele e rodou o dia inteiro aquela vez que você sumiu?

-Não. Será que eu ligo pra ele?

-Qual o problema?

-Sei lá.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem pra ele.

-Acho que eu tô te devendo uma pelada kkkkkk -ele estava on line e me respondeu num instante.

-Pois é, e eu uma visita. Como você tá?

-Bem e vc.?

-Melhorando.

-Fiquei sabendo que você tava no hospital. Se soubesse antes, teria tentado te ver.

-Valeu. O mais importante é a sua saúde.

-Te digo o mesmo. E a partida?

-Tô indo pra lá agora, vamo?

-A Bia tá aqui em casa.

-Voltaram?

-Não. Ela veio me vigiar kkkkkk. Vou falar com a véia.

-Blz.

-Só não tem como eu subir o morro depois.

-Te levo. Se arruma aí que eu vou te buscar.

-Fechou então.

Quarenta minutos depois ele tava lá em casa. Chamei a Bia, mas ela preferiu ficar. Escutamos as ordens de minha mãe e fomos. Chegamos no lugar era umas 21:20 e jogamos até as 23. Às vezes eu sentia que o Léo ficava meio ofegante, mas achei que era o tempo que estávamos parados. Ele estava um pouco mais magro, mas continuava um galã.

Quando acabou o jogo eu liguei pra casa avisando onde estava e todo o protocolo. Léo e eu sentamos na arquibancada e botamos o papo em dia:

-Tá sem preparo -disse zoando ele.

-Seis meses.

-Nossa. O que você tinha?

Ele ficou acuado, decidi desistir da resposta.

-Não precisa falar, esquece. De quem é o carro?

-De um amigo.

-Bonito. É um HB20?

-Uhum.

-Desculpa se eu falei alguma coisa errada.

-Por que você tá falando isso?

-Você ficou triste de uma hora pra outra.

-Fica tranquilo -com os olhos marejados.

-Chora não hein. Eu e as gatinhas não queremos ver você triste -ele riu e eu continuei- . É sério, você é muito importante pra mim -passei a mão nas costas dele.

O lugar onde estávamos era meio distante da galera. Nesse momento ele começou a chorar, parecia que ele não ouvia algo parecido com aquilo há muito tempo. Eu me aproximei dele e o abracei, fazendo sua cabeça encostar em meu ombro e meu queixo sobre ela.

-Tudo bem, fica tranquilo -Ergui sua cabeça e olhei em seus olhos, que ainda deixavam escapar algumas lágrimas-. Eu nunca vou deixar você sozinho, entendeu? Pode contar comigo sempre -ele me abraçou novamente, porém dessa vez do jeito tradicional.

Depois de nos recompormos, começamos a sorrir do nada, tipo velhos amigos mesmo.

-Só você mesmo pra me fazer rir numa hora dessas -disse ele.

-Queria saber do que a gente tá rindo kkkkk.

-Acho que do mico que eu acabei de passar na sua frente, chorando igual um bebê.

-Fica tranquilo. Vai ficar só entre a gente.

Ficamos calados nos olhando, reparei que ele me olhava diferente, e eu gostava daquilo. Por fim, ele quebrou o gelo.

-E como tá indo a vida de volta?

-Liberdade cara. O ar poluído daqui de fora é mil vezes melhor que o de lá -brinquei.

-Concordo. Minhas costas não aguentavam mais.

-Dois ferrados -falei batendo na coxa dele, que fique claro que foi perto do joelho.

-Dois ferrados -ele me olhou. Tentava decifrar o que queriam dizer seus olhos, mas não conseguia. Ou não queria entender. Nesse momento, meu celular toca, era Leandro.

-Desculpa, vou atender.

-Vai lá -disse ele meio triste.

-E aí.

-Tudo bem? -disse Leandro.

-Tô sim. Até joguei hoje.

-Não sabia que você jogava.

-CR7, meu filho.

-Nem exagerou.

-Humildade reina.

-Com certeza.

-Tá jogando ainda?

-Descansando, tava meio enferrujado, mas aos poucos eu volto.

-É assim que se fala.

-Tá onde?

-No trabalho.

-Vish, noite vai ser longa.

-Sempre é.

-Arruma um serviço ao dia. À noite prejudica sua saúde.

-Gosto daqui, é meu sonho.

-Sonhos não se discutem.

-Verdade.

-Tenho que ir agora, só liguei pra dá um alô.

-Beleza então, vai lá.

-Falou.

Desliguei.

Virei para Léo que estava pensativo e o provoquei.

-Ainda aguenta correr?

-Não mesmo -riu.

-Ainda bem, por que eu também não -fui no embalo.

-Vamo beber uma então?

-Aceito um lanche, quero ficar um pouco de coisas viciantes -RI.

-Tá certo -disse e fomos para a lanchonete. Ficamos lá por uma hora e depois fui embora, minha mãe devia estar uma arara em casa. Quando chegamos ele não quis entrar, pois estava tarde.

-Ok então. Manda um abraço pro seu amigo e diz que ele tem um carrão.

-Mando sim.

-Tem certeza que não quer entrar. A gente bate papo o resto da noite, aposto que a Bia tem muita novidade pra nos contar.

-Deixa pra uma outra ocasião.

-Então tá. Valeu pela noite. Tava precisando.

-Valeu por não esquecer da pelada.

-Eu nunca esqueço uma promessa.

-Promete então que nunca vai se afastar de mim?

-Só se você me prometer primeiro.

-Com toda certeza.

-Prometido então -abracei, perdi as contas de quantas vezes eu fiz isso (alguém sabe algum sinônimo de abraço? Fica meio cansativo)-. Boa noite.

-Boa noite. Te vejo na faculdade?

-Porra, só segunda? Que tal a gente ir num rock esse fim de semana?

-Só chamar.

-Beleza. Toma cuidado na volta mano.

-Pode deixar.

Fui pra casa e não sei porque me sentia mais feliz a cada minuto que se passava, acho que estava recuperando minha vida outra vez.

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E aí? Gostaram? Fiz essa fala da promessa pra entrar no tema da história, espero que entendam. Qual delas vai prevalecer? E me ajudem no vocabulário, eu preciso de um sinônimo para abraço kkkkkkk. Essa semana foi foda, teve campeonato na escola, e estou na final de hand, uhuuuu. Vcs praticam alguma coisa? Bjocas e até a próxima.

Comentários

Há 1 comentários.

Por Angellix em 2014-11-17 16:50:31
Muito bom seu conto, parabens. Tbm jogo hand um dos meus esportes favoritos. Bjaum