Capítulo 13

Parte da série Promessa

Oi galera. Finalmente voltei. Vamos aos comentários:

Angellix: que bom que gostou. Seja muito bem vinda, a casa é sua. Se tiver uma bosta me fala que eu resolvo, pelo menos tento. Espero que goste.

BitchBarbZ: cá estou eu. O mesmo que digo a Angellix digo a você. Não vou demorar mais, Ok?

Fran: não vou dar nenhuma pista agora, pq VC é muito perspicaz e descobre fácil as coisas. Já prendeu o Adriano? Kkkkk

Anderson P: não vai ser agora, mas esse momento vai chegar. Tá tudo no cocoroco -cabeça- já. Vamos a mais um?

Qual seu número da sorte? O meu é 13. Mas por que 13? Não sei. Acho que por que não tenho sorte nos outros dias. E como eu sei que tenho sorte nesse dia? Tenho tanto azar que se o 13 não fosse meu número da sorte não sobreviveria a ele.

Esse sou eu, Leonardo, mais conhecido como Léo. Vida financeira boa. Consideram-me bonito. E cadê meu azar? Sou gay. Reprimido. HIV positivo. Quer mais? Me apaixonei. Quer mais? Perdi minha chance. Por que? Vacilei. Por que? Tinha que cuidar da minha saúde. Como eu odeio aquele cara.

Se tem uma coisa que eu sou bom nessa vida é reconhecer que eu perdi. Depois de ver a cena do beijo entre Davi e um outro cara eu fui embora. Passei pela recepção e nem percebi os cumprimentos da secretária. Fui pra casa de André, ele me consolou, tomei um banho e fui descansar. Um pouco mais tarde sinto uma mão percorrendo meu corpo e abro um sorriso. Logo após tomo um tapa na coxa que me faz acordar assustado.

-André? O que você tá fazendo aqui?

-Safado! Gosta de uma alisada né? -ele ria como uma criança.

-Besta.

-Você sentiu tesão?

-Que?

-Sentiu, danado.

-Para de ser retardado.

-Coisa feia ter tesão pelo irmão.

-Vou comer alguma coisa porque com você não tem como discutir.

-Claro, o certo sempre vence.

-O chato sempre vence, você quis dizer.

-Chato que te dá tesão.

-Escroto.

-Você sabe o que é escroto?

-Boa tarde André.

Tomei meu café mais calmo, mas meus pensamentos ainda estavam naquela clínica. Como eu queria ser aquele cara. Não é possível, vou perder o Davi pela quarta vez. Primeira foi pra Bia, depois para esse tal que o André diz que existiu, depois pra mim mesmo porque tive que me tratar e agora para esse sujeito. O que eu faço para tê-lo comigo ao menos uma vez, mostrar a ele meu amor, que eu posso fazê-lo feliz e o quanto ele me faz feliz.

-Seja um amigo íntimo dele -disse André, sentando à mesa e comendo um biscoite, com a maior cara de "é muito simples". Eu olhei pasmo para a cara dele, como ele percebeu tudo o que eu estava pensando? - Eu te conheço num olhar só meu bem. Seja um amigo íntimo dele, já que mesmo longe você não para de pensar nele, vamos tentar de perto. Caso se machuque, eu faço questão de tirar de perto dele.

-Você é estranho. Tem certeza que tá no curso certo? -disse saindo de perto dele, eu estava realmente assustado.

Já em meu quarto, fiquei refletindo nas loucas palavras de André. Quem sabe não daria certo? Ainda mais seria um jeito de eu poder cuidar dele. Amadurecia a ideia, quando fui invadido pela passiva que me convidava para sair.

-Hoje não. Acabei de chegar de un tratamento intenso e nem me ajeitei ainda.

-Hoje você me escapa, mas eu volto.

-Vai curtir sua noite.

-Cuidado com a mão de certas pessoas.

-Idiota.

-Te amo.

-Também.

André era como um irmão que eu nunca tive. Ele era a minha família agora. Ele era tudo de concreto que eu tinha. Não trocaria ele por nada. Essa passiva carniceira, amo ele. Foi com esse pensamento que fui levado a um lugar que não queria. O lugar que diziam ser meu lar. Senti meu peito se encher de amargura por lembrar que não tinha mais casa. Estava a mercê da vida, se não fosse o Dé não sei o que seria de mim agora. Devo muito a ele. Foi assim que eu chorei. Não sei se era de agradecimento pela acolhida, ou de tristeza pelo abandono. Só sei que chorei.

Acabei cochilando um pouco e me veio em sonho uma voz longínqua que dizia: eu preciso de você. Cuida de mim.

Poderia reconhecer essa voz em qualquer lugar, mesmo que fosse ao lado de uma britadeira ou numa mecânica, eu saberia. Era Davi. Acordei ciente que aquilo era uma confirmação que André estava certo. Eu tinha que estar com Davi.

--------------[Bia]

Nunca pensei em passar tanto tempo sem ver Davi. Foram os cinco meses mais vazios de toda a minha vida. Isso porque o Matt tentava de todas as formas me fazer esquecê-lo. Mas mesmo que eu não o amasse mais, o que não acontece, ninguém nunca preencheria o espaço que ele tem em meu coração, por seu caráter, sua amizade, sua vontade de fazer todos se sentirem bem e o amor como trata as pessoas. Acho que foi isso que me fez apaixonar por ele. Seu jeito. Ele poderia ser o que quisesse na faculdade, um pegador, mas ele prefiriu a mim, pelo menos por um tempo, e nunca sequer olhou para outra garota ou garoto quando estava comigo. Eu aprendi a amá-lo e agora não sabia como seguir em frente.

Eu não fui no centro de reabilitação enquanto Davi estava se tratando. Achei que poderia atrapalhar ou não suportaria ver seu estado. Mas me comunicava com ele através das cartas. Como um lord, ele respondia a todas e dizia que quando saísse iria me visitar, que iria me fazer ter orgulho dele, assim como sua mãe e todos nossos amigos.

Uma vez ele me perguntou como estava o Matt e eu estranhei. Só depois de uma longa conversa com Mateus eu soube que eles haviam brigado. Mesmo assim, Davi dava um jeito de dizer que o havia perdoado, ao me pedir para que nosso amigo fosse lá. Ele nunca foi, mas via em seus olhos o desejo de ver Davi e dá-lhe um abraço apertado e esquecer o passado.

No aniversário de Mateus, que foi duas semanas antes da alta médica, o Matt recebeu uma carta muito linda e um ingresso para o show do Rock'n'Rio.

Dava pra não me apaixonar por essa criatura? Cogitei a ideia de não passar naquele semestre, mas quando caiu nos ouvidos de Davi, eu recebi uma bronca e tanto. Encolhi-me entra as pernas e fui estudar. Agora, eu estava no quarto semestre e ele no terceiro. Não passaríamos muito tempo juntos, contudo ele estaria ali. Não sabia mais o que fazer. Eu ainda sou apaixonada pelo garoto mais gato da escola.

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[Mateus]

Brigar com Davi foi a maior burrada que fiz em toda minha vida. Na verdade, ele não brigou comigo, eu que o humilhei, o que aumenta ainda mais minha culpa. O que me consolava era o fato de ter Bia comigo, mesmo sendo apenas amizade. Eu queria que ela me olhasse com outros pensamentos, mas todas minhas investidas eram em vão. Ela ainda o amava. E isso me doía. Afetava meus pensamentos de tal forma que eu não fui ver meu melhor amigo para não agir feito um imbecil outra vez e culpá-lo pela meu insucesso.

Porém, quando recebi o bilhete de aniversário, tudo veio a baixo. Eu não ligava mais pra nada, só queria dar um abraço apertado no meu irmão e pedir perdão se joelhos a ele pela minha falta e insensatez. Tentei visitá-lo duas ou três vezes, mas não consegui chegar no horário devido meu trabalho que tomava um puta tempo. Pelo menos fiquei sabendo que ele teria alta em poucos dias e resolvi me planejar para recebê-lo de volta.

Chegado o dia eu fui ao consultório, falei com os enfermeiros, médico e fui procurá-lo. Avistei-o num campo caminhando com alguém. De repente eles pararam e conversaram. Do nada, Davi se atracou àquele rapaz e o beijou. Não estava acostumado a ver isso, tive um embrulho no estômago e meus olhos começaram a lacrimejar. Acho que havia caído na real.

Com medo de fazer algo agressivo, por não saber meus limites eu resolvi ir embora, mas antes de sair vir uma coisa que me encabulou.

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[Davi]

-Desculpa eu não sei o que deu em mim. Acho que foi excesso de alegria -disse com um sorriso envergonhado me afastando de Leandro.

-Eu nem sei o que dizer.. -sem reação- Vamos esquecer o que houve aqui.

-Tudo bem -meio cabisbaixo.

-Ei, não precisa ficar com vergonha, eu não estou bravo. Continuamos amigos?

-Sim -disfarçando a tristeza.

-Que tal arrumar suas coisas para sair desse lugar?

-Não vejo a hora.

-Vai lá então. Corre. Não perca mais nenhum minuto. Eu vou andar mais um pouco.

-Então eu vou -alegre de verdade.

Saí de fininho, ainda triste e com vergonha e fui para o quarto. Enquanto arrumava minhas coisas, pensava no beijo que aconteceu. Foi calmo, suave, tranquilo, apaixonado. Eu estava apaixonado. Talvez fosse o modo como ele me tratou todo esse tempo. Carinhoso e sempre cuidadoso. Era disso que eu precisava no momento, alguém que cuidasse de mim. E Leandro era perfeito nisso. Ele não faltou a uma visita que seja, me motivava o quanto podia, visitava minha mãe e a mãe de Thiago regularmente, cuidava de tudo pra mim. Descobri que ele sabia cantar e abusava de seu talento nas tardes que conversávamos juntos, jogava bola, enfim, ele passou a ser minha rotina. Uma rotina que eu não queria mais largar.

-Pronto pra voltar a viver? Isso aqui foi só um descanso -disse entrando no quarto.

-Pronto. Já estava passando da hora.

Ele me olhava com um olhar de orgulho, por mim e por ele mesmo. Parecia que eu era a missão dele. Encarei-o por um instante pensando em tudo que passei a seu lado, fazendo meu coração acelerar, minhas pernas tremerem, não de medo ou vergonha, mas sim de vontade de correr até ele e o agarrar novamente, e ficando extremamente arrepiado.

-Thiago ficaria orgulhoso de você -disse Leandro me tirando do transe.

-E de você também, por não ter desistido de mim -ele sorriu, eu me aproximei -. Obrigado por tudo.

-Não precisa agradecer.

-Posso te dar um abraço?

-Que isso? -ele me puxou pelo braço e meu deu um abraço apertado. Chorei um pouco no ombro dele e depois o encarei.

-Obrigado.

-Me agradeça sendo feliz.

Que dilema. Percebi naquele momento que parte da minha felicidade estava nele. Resolvi o obedecer. Estávamos colados, olhando nos olhos do outro, foi tudo instantâneo, fui me aproximando de seus lábios novamente...

Taí mais um. Espero que tenham gostado. Perdoaram o Mateus? Kkkk música, "Você não me ensinou a te esquecer" Caetano. Bjocas pra vocês.