2 capitulo
com um súbito gesto, ele levantou a cabeça e atirou a caneta e o livro pelo janelão da
baia, onde eles pularam inocentemente e cortaram o estofado da poltrona da janela.
Isto era tão completamente ridículo.
Desde quando ele, Eduardo Gilbert, tem estado assustado em conhecer pessoas? Desde
quando ele tem estado assustado com algo? Ele levantou e irritade impulsionou os braços
para dentro do Kimono vermelho de seda. Ele não deu nem mesmo uma olhadinha no
belo espelho vitoriano em cima da cômoda avermelhada; ele sabia o que veria.
Eduardo Gilbert, indiferente, loiro e bem baixo, a pessoa que dita a moda do último ano do
ensino médio, o garoto que alguns garotos querem e o garoto quer menino (gay)quer ser. Que agora tinha uma
carranca descontente no rosto e um beliscão na boca.
Um banho quente e café e eu irei me acalmar, ele pensou. O ritual matinal de lavar-se e
vestir-se estavam calmos, e ele selecionou lentamente toda sua nova coleção de roupas
de Paris Ele finalmente escolheu um blusa vermelha escuro e uma bermuda de linho branca, com
um penteado não muito chamativo. Bom o suficiente para
comer, ele pensou, o espelho então mostrou um garoto com um sorriso misterioso. Os
seus receios iniciais tinham se dissolvido, esquecidos.
“Eduardo! Cadê você? Você vai chegar atrasado na escola!” A voz soou perceptivamente do
andar de baixo.
Eduardo correu passando a escova mais uma vez no seu sedoso cabelo. Então ele pegou sua mochila e desceu as escadas.
Na cozinha, Margaret, 4 anos de idade, estava comendo cereal na mesa da cozinha e Tia
Judith estava queimando algo no fogão. Tia Judith era o tipo de mulher que sempre
parecia vagamente afobada; Ela tinha um rosto fino e pequeno, com um claro e
esvoaçaste cabelo puxado despenteado para trás. Eduardo beliscou sua bochecha.
“Bom dia, todo mundo. Desculpa, não tenho tempo para o café-da-manhã”.
“Mas, Eduardo, você não pode sair sem comer. Você precisa de proteín...”.
“Eu vou pegar um donut antes da escola”. Eduardo disse rapidamente, ele inclinou-se e
beijou a testa de Margaret e virou-se para sair.
“Mas, Eduardo...”
“E eu provavelmente vou voltar para casa com o Bonnie ou a Meredith, depois da escola.
Então não me esperem para o jantar. Tchau!”
“Eduardo...”
Eduardo já estava na porta da frente. Ele a fechou atrás de si, cortando os distantes protestos
de Tia Judith, deu um passo para a varanda.
Parou.
Todos os sentimentos ruins de manhã cedo, voltaram. A ansiedade, o medo e a certeza
que algo ruim estava para acontecer.
A Rua Maple estava deserta. As altas casas vitorianas pareciam estranhas e silenciosas.
Como se todas elas estivessem, talvez, vazias por dentro, como casas abandonadas de um
Set de filmagem. Elas pareciam vazias de pessoas, mas cheias de estranhos sentimentos
que o observavam. Que estavam lá. Algo que o observava.
O céu sobre sua cabeça não estava azul, mas sim branco e opaco, como uma gigante bacia
que virou e caiu. O ar estava sufocante e Eduardo tinha certeza que estavam olhando-o.
Ele viu algo escuro na bifurcação da antiga árvore na frente da casa.
Uma gralha estava quieta e rodeada por folhas tingidas de amarelo.