Capítulo V

Conto de Drexler como (Seguir)

Parte da série O destino de Bruno

Ainda meio zonzo pela festa da noite passada, acordei com meu celular tocando, mas não atendi, fui direto para o banheiro me aliviar e voltei para a cama na tentativa de mais uma vez deitar nos braços de Morfeu, mas alguém continuava insistindo em me ligar. Resolvi atender sem ao menos olhar o identificar de chamada e de mal humor.

- Alô? Bruno? – devido o sono, não reconheci a voz, mas era de um homem.

- Sou eu. – respondi ainda zonzo e sem paciência.

- Cadê meu carro?

- Nem sei quem é você, vou saber do se carro...

- É o Felipe. Tá dopado?

- Tô dormindo. Isso não é hora de me perturbar.

- Cara, são 13 horas da tarde. A festa na casa do Alex já tá rolando. Preciso do meu carro para ir pra lá, e você vai comigo.

- Não tô afim. – Antes que ele falasse algo, lembrei-me que havia ficado com a Alice e que ela certamente iria para a tal festa. – Ou melhor, vou me arrumar.

- Eh, já vi que tem alguém no meio. Quem é ele? – falou rindo

- Não é ele, é ela. Alice.

- Sério? Achei que fosse gay.

- Já falei. Gosto do ser humano. E quem vê falando assim, acha que já fiquei com um monte de cara.

- Vai saber, não ando atrás de você. Enfim, cadê meu carro?

- Está aqui na minha casa, você estava muito zoado, não teve condição de nos trazer para casa, então te deixei no seu ap e trouxe para cá, afinal eu não voltaria andando com os meninos.

- Ok, ok. Vou relevar dessa vez. – bufei – Agora vá se ajeitar, estou te esperando. E anda rápido, a Bia mandou uma mensagem avisando que nós a levaria. Não tô a fim de escuta-la reclamando pela sua demora.

- Ok. Até mais tarde.

Após terminar de falar com o Felipe, mandei uma mensagem para Alice desejando um bom dia e fui para o banheiro tomar uma ducha e pensar um pouco sobre a noite passada. Logo que terminei, desci, tomei um café rápido para despertar de uma vez vendo a mensagem que a Alice havia respondido e perguntando se eu iria à casa do Alex para aplicar o trote aos calouros. Respondi que já estava de saída e que a encontraria lá.

Sai de casa por volta das 14:30 horas no carro do Felipe junto do Guilherme em destino a casa da Beatriz, pois era mais próxima e depois de ouvir um bom sermão, segui para a residência do meu amigo, e de lá para o bendito churrasco.

Ao longe já ouvíamos funk tocando a todas as alturas. Estacionei o carro em frente à casa vizinha e seguimos à casa do Alex. Era bem grande, com certeza ele teria muito dinheiro. Ao entrar percebemos que havia uma churrasqueira já liga com muita carne assando, uma piscina com algumas pessoas já nadando e conversando na borda, outras em mesas bebendo, entre veteranos e calouros, incluindo Fernando que logo veio falar conosco.

- E aí, galerinha. – falou ele dando um soquinho na mãe de cada um e um abraço com troca de beijos nas bochechas em Beatriz.

- Diz aí cara – cumprimentou Felipe.

- Como tá as coisas por aqui? – Perguntou Guilherme.

- Tá para melhorar.

- Por quê? – falei pela primeira vez.

- Tá faltando bebida e eu tô indo buscar agora a pedido do dono da casa. Você pode ir comigo compra, Bruno?

- Claro, bora lá. – Antes de sair vi Alice conversando com amigas que eu não conhecia, mas que estavam com ela no dia da primeira aula. Fui falar com ela. – Oi.

- Oi, Bruno – Nos abraçamos e dei um selinho.

- Faz tempo que chegou?

- Alguns minutos. E você?

- Também, mas já vou saindo. – Falei com um sorriso torto.

- Por quê? Aconteceu alguma coisa? – Indagou aparentemente preocupada.

- Não, não. Só vou comprar algumas bebidas com o Fernando. Logo mais chego novamente.

- Ah, menos mal.

- Só vim dá um oi, já vou indo. Até mais. – Ela me abraçou e voltou sua atenção aos amigos enquanto eu me distanciava.

Guilherme já me esperava encostado em seu carro. Ao me aproximar ele deu a volta e entrou no carro, seguindo seus movimentos, entrei no bando do passageiro.

- Eu vou logo passa em casa, tudo bem? Não sabia que teria banho de piscina, então não me preparei. – Falou ligando o carro e eu apenas concordei com a cabeça.

Não fazia ideia do porque eu estar indo comprar bebida já que não bebo bebidas alcoólicas. Tão pouco sabia o porquê de ele me chamar para acompanha-lo já que iria de carro, não havia necessidade de outra pessoa. Mas eu queria me aproximar dele, havia algo que muito me chamava atenção. Não era seu rosto lindo ou seu corpo, não que ele tivesse um corpo de modelo, mas era ideal. Aqueles olhos que castanhos intensos, seus lábios rosado e fino. Sem falar naquela bunda arrebitada que ele tinha.

Eu estava perdido em meus pensamentos o encarando quando fui despertado por ele perguntando se tinha algo de errado com ele.

- Não, nada, me distraí.

- Com minha beleza? – falou rindo e reversando sua atenção entre mim e a estrada.

- “Sim, você fica tão bem com essa regata mostrando seus braços. E essa bermuda coladinha... nossa!” – Pensei – Hã? Claro que não, cara.

- Sei... – ele rio. – Então quer descer e esperar lá dentro? Posso demorar um pouco. – Falou quando chegamos a sua casa.

- Ok. – Respondi simplesmente.

Sem duvida ele tinha dinheiro. Ele estacionou o carro em frente a casa e seguimos por um jardim, muito bonito por sinal. Se a fachada era bonita, dentro destoava. Havia um sofá de couro preto de três lugares e duas poltronas da mesma cor, uma de cada lado do sofá. Logo na parede a frente, uma televisão normalmente grande. Ao canto da sala tinha uma bancada com muitas fotos, reconheci algumas dele com sua irmã, outras com um casal que imaginei serem sues pais.

Fernando seguiu por uma escada e pediu que o acompanhasse, meio receoso o segui e entramos em uma porta que descobri ser seu quarto. Uma cama de casal com cabeceira de madeira pura toda trabalhada, no centro de frente para a porta, ao seu lado outra porta que imaginei ser uma banheiro, e do outro uma escrivaninha. Ao canto do quarto, próximo a porta de entrada (e saída) havia uma poltrona reclinável de cor vermelha, onde me joguei para esperar por ele.

- Confortável esta poltrona. – brinquei.

- Aproveito muito nela. – percebi o duplo sentido, mas ignorei. – Já volto, vou pegar umas coisas lá em baixo. Se quiser usar o banheiro ou tomar um banho, pode usar o meu, é dentro do meu closet, naquela porta.

- Ok. – Agora que tinha percebido que não havia guarda-roupa no quarto.

- Quer que eu traga alguma coisa? Água, suco, sei lá?

- Não, valeu, vai logo, quero voltar para a casa do Alex logo. – começava a achar aquilo tudo muito estranho. Nós saímos para comprar bebida, mas ele pediu para passar logo em sua casa, que seria rápido, agora demoraria. Eu estava começando a sentir medo.

- Ok. Aguenta aí.

Ele me deixou sozinho no quarto e aproveitei para olhar uma prateleira que acabará de perceber com muitos livros e outra com CD’s. Ele tinha um ótimo gosto para literatura e música. Entre alguns autores brasileiros, encontrei Machado de Assis, Álvares de Azevedo, Clarice Lispector, de quem eu sou muito fã, Carlos Drummond, entre outros. Era possível encontrar vários gêneros, deste contos, poesia, romance etc.

Ia começar a olhar os CD’s quando ele voltou sem camisa. Que corpo. Não imaginei que ele tivesse uma barriga tão bem definida. Pressupus que ele fazia academia.

- Pronto, vou tomar um banho e a gente sai. – afirmei com a cabeça.

Voltei minha atenção para os CD’s, quase desmaio vendo que ele também curtia samba. Ele possuía uma coleção de discos dos melhores artistas de samba: Cartola, Elis Regina, Jackson do Pandeiro, Beth Carvalho, Bezerra da Silva e outros. Entre os discos internacionais, encontrei toda a discografia dos The Beathes.

- Ei! – Fernando me chamou, mas não pude acreditar quando me virei. Ele estava completamente nu e tentei fixar meu olhar em seus olhos.

- Desculpa, achei que não havia problema dá uma olhada...

- E não tem – ele me interrompeu. – Eu tava pensando... – Ele deu um passo a frente e começou a acaricia seu pênis, estimulando-o – A gente poderia ficar aqui mesmo, o que acha?

- Quê? Não! – Eu estava atordoado, não podia acreditar no que ele estava sugerindo.

- Não seja tímido, Bruno. – Ele já estava com uma leve ereção e deu mais um passo em minha direção.

- Não, eu não gosto disso. – Falei levantando a mão, mandando ele para.

- Eu sei que você gosta sim. Eu vejo como me olha, sei que você me quer. – Continuou andando, ignorando meu sinal.

Permaneci calado e fui em direção a porta para abrir, mas ela estava trancada. Eu estava nervoso, tremia muito, meu coração estava a mil.

- Vem, vamos tomar um banho.

- Abra esta porta! – Falei serio, na tentativa de esconder meu nervosismo e medo. – Eu não estou curtindo essa brincadeira. – Ele abriu um sorriso de lado. – Se não abri agora, eu vou gritar. – Ele já tinha o pênis totalmente ereto, apontado para mim.

- Não tem ninguém em casa, fica calma, vamos aproveitar ao máximo!. – Ele veio em minha direção mais uma vez. – Eu sei que você é gay e apenas ilude a aquela menina.

- Cala a boca! – gritei – Nunca disse que era hétero, nunca neguei que sentia atração por homens, mas isso não quer dizer que eu saia com qualquer um.

- Mas eu não sou qualquer um. Sei que você me deseja. Só quero facilitar as coisas para nós dois. Eu também quero.

- Então vai atrás de outro. Babaca! – Dei um murro na porta – Abre esta merda! – Gritei.

- Calma!

- Agora! – Gritei e dei outro murro.

- Ok... – ele pegou a chave no bolso da bermuda e abriu a porta. O empurrei e sai pelo corredor, mas logo parei e voltei até a porta do quarto onde o encontrei sentado na cama com o rosto entre as mãos.

- Nunca mais chegue perto de mim. E pense duas vezes antes de tentar algo com uma pessoa, elas podem não ser tão boas quanto eu. – dei as costas.

-Desculpa! Eu nunca faria nada que você não quisesse. – Parei no corredor ao ouvi-lo. – Eu achei que você queria também... achei que curtiria ficarmos a sós aqui... – virei-me para ele mais uma vez.

- Você inventou toda aquela história de bebida, não foi? Só para me trazer para cá.

- Não! O Alex me pediu mesmo para comprar bebida. Quer dizer, ele pediu par alguém ir comprar, mas quando te vi chegar, me ofereci na expectativa de te levar comigo. – permaneci calado o encarando e ele continuou – a parte da roupa é mentira. Eu já sabia que teria banho de piscina, mas inventei para te trazer até aqui.

- Babaca! – Desci as escada o deixando nu no corredor.

Comentários

Há 1 comentários.

Por Cass em 2015-04-24 22:23:12
Cara, acho que o Fernando foi muito idiota! Pareceu um tarado desesperado. Mas espero que ele consiga reparar seu erro