Capítulo II

Conto de Drexler como (Seguir)

Parte da série O destino de Bruno

Finalmente, depois de quase 3 horas de viagem, eu e o Felipe chegamos a São Paulo, era por volta das 16 horas da tarde. Felipe morava em uma cidade mais próxima a capital, e eu fui de ônibus até lá, pois seguiríamos de em seu carro até nosso destino onde ele me deixou no meu apartamento. Os rapazes com quem dividiam comigo o AP já estavam lá, menos meu companheiro de cela (era assim que chamávamos nosso quarto, pois vivianos trancado lá nos finais de semana), Guilherme que só chegaria na quarta-feira de sua casa (ele morava em São Paulo mesmo, porem muito longe da faculdade)

Com a ausência do Guilherme, e por, eu e o Felipe, termos chegado um pouco tarde, ele ficaria no meu quarto e iriamos juntos para a universidade no dia seguinte.

- Cheguei cambada de preguiçosos! Vamos por ordem aqui, pois eu cheguei! - Cheguei já batendo nas portas e chamando atenção do Carlinos e do Pedro que estavam no quarto e na cozinha, respectivamente.

- Saiba que tem gente dormindo. Na próxima faça silêncio. - Falou o José Carlos com a cara toda amassada e com a voz roca saindo do quarto - Trouxe algo pra mim nesse ruma de bolsas?

- Pra você não, mas tem umas guloseimas que Dona Vitoria, minha mãe, mandou.

- Opa! Pois trais aí, que eu ia fazer comida, mas já desisti - gritou o Pedro da cozinha.

- Aqui, pelo visto só tem passa fome - comentou Felipe se jogando no sofá maior da sala.

- Cala boca, você é um intruso - falei tirando os pés dele de sima do sofá.

- Isso não é maneira de tratar visitas. - Se queixou Felipe passando-se por vitima.

Após comer quase tudo que minha mãe gentilmente mandou para eu comer por, sei lá, uma semana, de uma vez, e comentarmos superficialmente sobre nossas férias, eu e Felipe fomos para minha cela.

Por mais que eu não fosse tão íntimos dos rapazes, nós tínhamos uma vivencia bastante agradável. Muitas vezes eles obrigavam eu e o Guilherme a acompanha-los a bares e rodas de samba para divertimo-nos, e isso só acontecia porque, afinal, eu adorava samba. Meu avó Zé, pai do meu pai, era compositor de sambas, quando aos finais de semana eu visitava-o, sempre cantava e tocava com o seu cavaquinho suas canções. Era uma farra.

Era quase 19 horas quando a Beatriz nos ligou avisando que estava nos esperando as 20 horas em sua casa para irmos "comemorar" mais um inicio de semestre. Não foi bem um convite, mas sim uma intimação, que ao ser recusada, estaria sendo confirmado a morte minha e/ou de Felipe. Não teve como recusar tal "convite".

- Achei que não viriam. Estão atrasados 10 minutos! - Beatriz vinha descendo os batentes de sua casa assim que estacionamos. Ela, com seus cabelos negros encaracolados bem volumosos, vinha desfilando vestida com um vestido pouco acima do joelho.

- Boa noite para você também, Bia. - Ironizou Felipe.

- Sai Bruno, eu sou uma Dama, sento na frente. - Falou sem dá a minima importância ao que meu amigo falou.

- Não sei porque ainda esperava que mudasse alguma coisa em você nessas férias. - Falei saindo do carro e fechando após ela entre.

- Cala a boca e entra logo, estamos com pressa.

Entrei no carro já derrotado. Beatriz era sempre muito meiga, a não ser quando estava estressada, que era o caso.

- Posso pelo menos saber para onde vamos? - Perguntou Felipe.

- Qualquer canto que não seja minha casa ou do Bruno.

- Não entendi - Falei totalmente aleio sobre ela ter metido o meu apartamento no meio da conversa.

- Quando chegamos ao 'bazim' qualquer explico a vocês. Preciso relaxar. - Falou um pouco mais calma - Agora pisa nesse acelerador de uma vez, vamos logo, Lipe. - Bravejou. A calma durou pouco.

Já no bar, próximo de sua casa, Beatriz pediu uma dose de gim e Felipe apenas uma coca-cola, já que era o nosso motorista, e eu o acompanhei, já que não sou fã de bebidas alcoólicas.

- Garçom! - Gritei - Traz uma poção de batata frita, por favor.

- Bia, já pode nos contar o que aconteceu. - Iniciou Felipe.

- Estou ficando louca...

- Conta outra. Essa nós já sabemos. -Brinquei, mas logo me arrependi depois do tapa que levei no braço.

Continuando... - Ela me deu um olhar mortal - Minha mãe quer, porque quer que eu arranje um emprego. Passou as férias inteira reclamando que eu era uma vagabunda, claro que ela não usou esse termo. Que eu não ajudo em casa, que só durmo,que brigo demais com minha irmão e blá blá blá. Sem falar que quando eu saiu, escuto tudo em dobro. Será que eu não posso me divertir um pouco? Hoje mesmo, vocês ouviram ela reclamando quando saiamos? - negamos com a cabeça. - Não sei até quando vou aguentar. Qualquer dia foi explodir com ela e ir morar com meu pai.

- E ela não está com razão? - Perguntou Felipe. - Veja bem o que você falou: você não trabalha, dormi o dia todo e pede dinheiro a ela para sair.

- Ela é minha mãe, não é? Tem que me sustentar até começar a trabalhar - Eu e Felipe nos entreolhamos.

- E é por isso que ela manda você procurar um emprego. Faz sentido - Tentei. Fez-se silencio enquanto eramos servidos pelo garçom que trazia as bebidas e as batatas fritas.

- Achei que eram meus amigos. Que ficariam do meu lado.

- Estamos do lado da razão. - Disse Felipe servindo nossos copos.

- Eu vou matar vocês.Eu venho me abrir com vocês, e vocês ficam no lado da minha mãe. - Falou tomando sua dose quase toda de uma vez.

- Vai com calma, Bia. O que quero dizer, é que você não pode depender sempre de sua mãe... - Beatriz interrompeu Felipe.

- ... Porque ela não vai estar aqui para sempre". Esse discurso eu já conheço.

- Não era isso que eu diria, mas não deixa de estar certo. Bia, você já tem 22 anos, não pode depender de sua mãe para sempre. Isso chega a ser ridículo. Você é de maior, ela não tem mais a responsabilidade de te sustentar. Amadureça!

- Serio que estou ouvindo isso de alguém que não trabalha e, assim como eu, é sustentado pelos pais?

- Posso não trabalhar efetivamente, mas não tenho uma vida de lazer como a sua. Mesmo estando longe, meu pai manda tudo para eu organizar e arquivar do estoque de sua loja. Tudo passa por minha mãos. Com isso não tenho tempo para trabalhar fora, ou deixaria meu pai na mão.

- Que seja... - E assim continuou a discussão dos dois até irmos embora.

Após Felipe desistir de tentar por juízo em sua cabeça, começamos aquela velha conversa de pôr as novidades das férias em dias, mesmo que já tivéssemos contado tudo que vivenciávamos por telefone ou redes sociais. Já dentro do carro, me vei uma lembrança:

- Bia, agora que me ocorreu. Tudo bem não entrarmos na sua casa e sairmos apressados. Mas porque enfatizar não irmos ao meu apartamento? Mesmo que eu não fosse sugerir.

- Não é logico? - Voei completamente - Tem muita gente lé. Não queria que terceiros ouvissem meus problemas. - Falou tirando o sinto de segurança.

- Mas... Lá tinha mais gente... Ah, deixa pra lá. - eu tentei entender.

- Arrr, tinha mais gente, mas ninguém me conhecia. Raciocina, Bruno! - Continuei calado - Bom, boa noite para vocês. Vou entrar e ouvir um pouco mais de retalhações da minha mãe. É só o que me resta mesmo. Beijos, meninos.

- Boa noite bia! E pensa um pouco no que te falei. Beijos.

- Tchau Bia, até amanhã. E juízo! - Saído pando de trás do carro e gritei - Você tá precisando.

Após deixamos ela em casa, seguimos para meu apartamento conversando algumas banalidades. Ao chegarmos encontramos tudo muito silencioso, sinal que os rapazes haviam saído para beber ou que já estavam dormindo, o que era um pouco difícil de acreditar. Mas foi oque eu e o meu melhor amigo fizemos após um bom banho.

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