01x00 - Prólogo

Conto de Dougglas como (Seguir)

Parte da série Same Old Love

Há tantas palavras que eu nunca disse e que ficaram guardadas no meu peito. Há tantas que eu disse mas ficaram presas na garganta no momento em que eu tinha que pronunciá-las. E eu fui perdendo. Assim como um punhado de areia escapa de nossas mãos se deixamos os dedos abertos. E eu fui perdendo. Assim como a água escorre através de um tecido se depositado nele. E eu fui perdendo. Assim como as lágrimas que correm enquanto essas palavras são registradas.

Eu não quero mais perder. Sei que ainda existem grãos de areia em minha mão, o tecido ainda está úmido e ainda há lágrimas para serem derramadas. Espero que ainda haja sentimento por mim dentro de você. Eu sempre me afastei por medo de que a vida te tirasse completamente de mim, assim eu ainda conseguia guardar comigo um pouco de ti. O grão de areia. A gota d'água. As lágrimas. E era isso que me ajudava a achar o caminho de volta a você.

E se eu puder ter tudo de novo, se eu tiver a chance de reconquistar, eu irei me agarrar a isso. Eu me permitirei ter essa esperança. E assim como eu espero que o sol nasça e traga um novo dia. Assim como eu espero o sono enquanto penso em você. Eu espero...

...Por ti.

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- Então Guilherme, como eu te expliquei pelo telefone, antes das sessões de regressão que você solicitou fazer, eu preciso agir como psicólogo e teremos que ter as sessões normais primeiros. Tudo bem?

O consultório do Dr. Andrade era bem amplo. As paredes eram pintadas de azul claro, o que passava uma calma imensa aos pacientes. Acho que isso era intencional. Logo à frente da porta estava a sua mesa, com o notebook e alguns papéis um pouco bagunçados. Tá bom, eu amenizei. Tinha uma pilha enorme de papel na mesa dele. Tudo desorganizado.

Mas desconsiderando isso, o resto do espaço da sala, que não era pouco, era decorada como uma sala de estar super confortável. Sério. Tinha duas poltronas, um sofá de três lugares, vários puffs, e aquele tradicional divã. Ele sempre perguntava onde eu queria deitar, e pedia pra eu escolher qual fosse mais confortável. Ele havia me sugerido o tapete, que confesso, era muito bom de ficar deitado, mas eu preferi o divã. Um som tocava baixinho algumas músicas de jazz. Ele tinha uma playlist bem relaxante.

- Tudo bem, Dr. Andrade. - respondi me endireitando no divã.

- Não precisa me chamar assim. Use apenas Ricardo, tudo bem?

Ele pegou uma prancheta e um lápis, sentando-se de frente pra mim e curvando o corpo em minha direção, ficou me encarando com aqueles olhos castanho-claro por alguns segundos. Acho que minha expressão não foi das melhores, porque logo em seguida ele começou a gargalhar.

- Estou brincando. - ele falou jogando a prancheta no lado escritório da sala. - Tem certeza que quer o divã?

- Sim, estou bem nele. - respondi, com um resquício de incômodo da brincadeira.

- Não sei porque as pessoas nunca escolhem o tapete. - ele disse, deitando de forma relaxada nele. - Ele é ótimo de se deitar. Mas é bom que ninguém escolha porque assim eu fico deitado nele. Bom, as primeiras sessões não vão ser nada demais. A gente vai conversar sobre a sua vida. Eu sei que você tem passado por diversas situações ruins, e que ficar relembrando-as é um saco. Mas precisamos compreender tudo o que não está certo pra criar um caminho na regressão. E desabafar as vezes é ótimo, não acha?

- Sim, eu concordo.

- Você não está nada relaxado. - ele falou e puxou minha perna, me fazendo rolar e cair no tapete e começamos a rir. - Pronto, acho que isso ajuda. Você pode escolher um ponto da sua vida em que as coisas começaram a dar errado pra começar.

- Bom, eu lembro que eu estava dentro de uma barriga, sai por uma vagina, uma enorme luz me cegou. - Falei, mas comecei a rir logo em seguida. - Bom, foi a partir daí que as coisas começaram a desandar.

- Engraçadinho. Vejo que já está confortável demais. Mas não vamos ser tão exagerados. Pense em um momento que tudo parecia estar certo mas que se provou ao contrário.

- Huum. Acho que foi quando começou o último ano do ensino médio...

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Bom, por enquanto é o que o prólogo tem a oferecer. Nunca tinha escrito uma história inteiramente voltada ao drama e ao romance, então vai ser um desafio legal. A partir do primeiro capítulo começa uma história que pelo que tudo indica vai render vários capítulos, e vou me esforçar pra não demorar a postar. Vou deixar esse prólogo uns dias e ver se alguém acha ele perdido aí no site kkkkkkkkkkkkkk.

P.S.: O título da fanfic é por causa do amigo que me deu uma dica pro enredo da história. Quis deixar esse Easter Egg, embora a história tenha a ver só com o título e não com a música.

Cheiro no cangote de vocês. Até mais.

Comentários

Há 5 comentários.

Por Cesar Neto em 2016-02-10 23:45:58
Ai Ai Ai... acho que já li o primeiro texto em algum lugar hahaha só não lembro aonde <3<3<3
Por Dougglas em 2016-02-05 17:30:56
Gente, passando só pra avisar que o cap 1 já foi postado =D
Por ThersonD em 2016-01-30 16:01:08
Eu pensei que ia ter haver com a música (desculpa k). A história é boa, não demora muito pra postar o próximo!
Por Jeff Hovac em 2016-01-30 15:48:33
Já deixo você postar o próximo capítulo! rs A história está ótima, gostei muito desse ínicio. Vou esperar anciosamente o capítulo 1.
Por luan silva em 2016-01-30 00:20:12
eu curti bastante e estou ansioso pelo próximo!! :)