07. O Filme
Parte da série O Sol Não é Para Todos
Olá genteney, desculpa por andar meio sumido, mas agora que eu fui me recuperar do ENEM e retomar a criatividade. Espero que gostem do capítulo de hoje, esse capítulo vai ser bem importante para o que vai acontecer no próximo.
Um pedido antes da leitura, gostaria muito que vocês dessem uma olhadinha na minha página do Facebook, ela não tem a ver com a série, é uma página de Humor, está no comecinho, mas ficaria muito feliz se vocês dessem uma passadinha por lá e curtissem: https://www.facebook.com/miga.seje/
Bjs de luz e boa leitura.
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– E que filme vamos assistir? – pergunta Rebeca, enquanto eu ligava o notebook na TV.
– Vamos assistir A Pequena Sereia– digo rindo e indo apagar as luzes.
– Ah sério isso?! Vamos assistir a um filme de verdade, que tal O Jogo da Imitação?– disse Bruno.
– Até que eu gosto da Pequena Sereia, mas tenho que concordar com o Bruno, mas por que a gente não assiste um de terror, que tal Gritos Mortais? – diz Nathália olhando para Gustavo.
–Ah não gente, terror não – diz Rebeca indignada.
Depois de muita discussão, resolvemos que iriamos assistir A Pequena Sereia. Logo todos foram se sentar, e a disposição dos lugares ficou a seguinte; Victor na ponta do sofá e eu ao seu lado, do meu lado estávamos sentados Gustavo e Nathália, no sofá de dois lugares sentaram Rebeca e Guilherme, e do outro lado da sala sentou Michele numa cadeira e Bruno no chão encostado em suas pernas. Dei play e logo o filme começou, parece que no decorrer do filme o efeito do álcool foi fazendo efeito e deixando todos mais alegres, arriscamos cantar junto com Ariel e Sebastião algumas músicas, e rimos muito com o Victor imitando a bruxa do mar. Dava uma olhada de vez em quando no Gustavo e Nathália, e percebi que durante uma parte do filme ela estava com a cabeça sobre o ombro dele, só que Victor vem ao meu ouvido e comenta.
– Não é hora pra você se preocupar com isso.
Logo fico pensando no que irei dizer. Finalmente o filme acaba e me levanto , vou ao centro da sala e começo a tentar falar meu discurso.
– Gente... Bom é hmmm... Eu sei que o filme pra vocês foi uma escolha meio infantil, mas ela tem relação com a história que vou contar agora. Quando eu era criança, eu e minha família costumávamos ir a Cabo Frio nas férias, e desde sempre eu gostei desse filme, porém durante umas férias resolvemos ir à praia, eu deveria ter uns três anos, chegando lá subi numa pedra e falei olha papai eu era uma sereia. Bom... No caso ele me deu uma bronca e mandou-me descer de lá. E o que eu quero dizer com isso é que.... Eu sou gay. Queria dizer também que não vim pedir pra que vocês se tornem militantes da causa gay, muito menos que levantem a bandeira, mas peço pra que vocês respeitem, pois se não concordarem com meu jeito de ser, então acho melhor vocês se afastarem de mim. – digo isso gaguejando no começo, suando frio e com as pernas bambas.
– Ah isso já tava na cara – disse Luana supernormal.
– Cara todos nós já havíamos percebido que você era “diferente” – disse Guilherme.
– Se aceitamos a mais afeminada do grupo, você achou mesmo que iriamos te criticar – disse Michele fazendo Victor girar.
– Awnt, vocês são uns fofos, não vejo meu dia sem vocês, esse carnaval promete, vem abraço em grupo – digo eu segurando algumas lagrimas que ameaçavam cair. Todos vieram e se abraçaram menos Gustavo.
– Vem Gustavo, você já faz parte do grupo – digo sendo espremido por milhares de braços.
Ficamos abraçados durante pouco tempo, pois logo a social voltou a esquentar, coloquei de volta a música e a bebedeira voltou. Ficamos “alegres” e começamos a dançar, eu e Luana dançávamos de qualquer jeito, mas Victor insistia em nós ensinar a coreografia de Flawless, Bruno ficou conversando num cantinho com Michele, sentados na escada estavam Guilherme e Rebeca conversando, acho que o Carnaval promete para eles, porem Nathália e Gustavo estavam sentados no sofá conversando.
– Migo olha lá – disse pra Victor, nem importei com Luana do meu lado.
– Deixa que eu resolvo isso – disse Victor indo até os dois.
– Não me diga que você... – disse Luana.
– Sim, depois conversamos, aqui não é o lugar – disse olhando para ver o que Victor ia fazer.
– Desculpa estar atrapalhando a conversa, mas que tal vocês irem lá e dançarem também, com a gente é lógico – disse Victor apontando para mim e Luana.
– Acho que não estamos muito afim não, não é Gustavo – disse Nathália.
–Na verdade não, eu estou muito afim, vamos – disse Gustavo se levantando e indo junto com Victor até a gente.
Começamos a dançar, eu achava que era o pior dançando até o momento, mas não tinha visto Gustavo ainda, era de dar risada.
– Ah para de rir de mim – disse Gustavo rindo para mim.
– Não da HAHAHAHA, você tá muito engraçado – quando eu e Gustavo começamos a conversar Victor e Luana foram se afastando e foram na cozinha, provavelmente fofocar.
Conversa vai conversa vem, Gustavo diz que tem uma coisa pra me contar, e que tinha que ser em particular.
– Ei gente aonde vocês vão? – pergunta Nathália vindo em nossa direção.
– Eu quero conversar com o Otávio, mas é em particular desculpa – diz Gustavo.
– Acho que o Victor e a Luana estão na cozinha, vai lá conversar com eles – disse isso e Gustavo pegou na minha mãe e estava me levando até o meu quarto.
– Juízo vocês dois ein – disse para Guilherme e Rebeca.
– Vocês também – disse Guilherme rindo.
Chegamos no quarto, tranco a porta e pergunto o que era que ele tinha pra falar.
– Não sei nem como começar – disse Gustavo coçando a cabeça.
– Ué começa pelo inicio – digo já ficando vermelho.
– Bom primeiramente eu queria te dar os parabéns, foi de muita coragem o que você fez agora pouco, admiro isso muito nas pessoas, e também queria umas dicas suas, porque eu to começando a gostar de uma pessoa, e bem é que... Eu não estou sabendo me expressar bem, daí como você é meu melhor amigo queria que você me desse uma dica – disse Gustavo, nessa hora minha cara foi no chão.
– Ah slá...que tal tocar uma música pra ela... Realmente não sei, agora vamos voltar lá pra festa – digo saindo do quarto e indo pra cozinha.
– Foi mal – digo isso atrapalhando Guilherme e Rebeca que estavam ficando.
– Que houve? – pergunta Luana.
Então contei tudo para Victor e Luana, ela ficou sem entender muito, então tive que explicar desde o princípio. Quando Victor ia falar alguma coisa aparece Michele lá na cozinha.
– Gente a festa está ótima, mas eu já vou indo, amanhã acordamos cedo pra não pegarmos transito – diz Michele se despedindo de cada um.
– Bom eu vou acompanhar ela e aproveitar pra ir pra casa também – diz Bruno aparecendo na cozinha logo em seguida.
Levei os dois até a porta, logo em segui Guilherme e Rebeca aparecem atrás para irem em bora.
– Juízo ein – brinco com os dois.
Olho para trás e vejo Gustavo e Nathália no sofá conversando. Vou para cozinha e Luana diz.
– Ih gente, minha mãe acabou de me mandar uma mensagem, ela já tá aqui em baixa pra me buscar, olha se cuida, conversamos no privado, tchau, cuida bem dele Vih – disse Luana indo embora.
– Você não acha que você está se precipitando um pouco em relação a tudo isso? – pergunta Victor.
– Vem me ajuda a limpar tudo. Não sei, não quero me preocupar com isso agora, amanhã o dia vai ser longo – disse isso indo para sala junto com Victor.
– O que vocês estão fazendo? – pergunta Nathália.
– Estamos arrumando as coisas, a festa acabou amanhã a gente acorda cedo – digo num tom seco.
– Bom então nesse caso vou indo, você me faz companhia Gus? – pergunta Nathália.
– Claro, mas antes deixa perguntar se eles precisam de ajuda – diz Gustavo.
– Não precisa, pode ir, eu e Victor ajeitamos tudo – digo.
–Sendo assim... Bom foi um prazer te conhecer Victor, tchau Otávio, até amanhã – diz Gustavo saindo com Nathalia.
Ficamos eu e Victor arrumando a casa. Mal acabamos de lavar a louça chegam meus pais, digo que Victor ia dormir aqui em casa para irmos cedo ao sito da família de Michele, ficamos conversando sobre coisas banais, até que chegou Miguel, Victor logo começou a fazer charme para ele, rimos um pouco e decidimos dormir. Trocamos de roupa e escovamos os dentes.
– Migo voltando ao “assunto”... – disse Victor fazendo aspas com as mãos.
–Com assunto você quer dizer o Gustavo né?! –digo isso pegando um travesseiro para Victor dormir.
– Sim, ele mesmo. Você não acha que está se precipitando demais? Quero dizer, você nem deixou o menino terminar de falar, vai que a pessoa que ele estava afim era você, vai que ele queria tirar de você uma dica pra te conquistar?! – disse Victor deitando no colchão ao lado da minha cama.
– Ah Vih eu não sei, bom você viu como ele e a Nathália estavam meio que íntimos hoje, vai que ele está na verdade afim dela. Eu não quero que minha primeira paixão acabe afundando junto com o Titanic – digo isso me cobrindo.
– Olha o não você já tem, o que você tem que fazer agora é correr atrás do sim. Pois pior do que você se frustrar agora vai ser o sentimento de arrependimento depois, pois você teve a chance de fazer algo mas não fez nada – diz Victor no tom de conselheiro que só ele tem.
– Ah quer saber, é muita coisa para eu ficar me preocupando agora, já está tarde e amanhã acordamos cedo, boa noite Vih, sonhe com um boy magia – digo isso na esperança de fugir do assunto.
– A senhora dessa vez conseguiu fugir do assunto, mas enfim, boa noite e Deus te ouça miga – diz Victor, e depois de alguns instantes um silêncio se instaurou no quarto.
Eu sabia que não conseguiria dormir direito, fiquei durante um bom tempo durante a madrugada. Milhões de probabilidades, e possibilidades invadiam a minha cabeça, só em pensar que tinha a chance de Nathália se tornar um empecilho entre eu e Gustavo já me deixa em pânico.
Resolvo pegar o celular que Gustavo tinha me dado e comecei a escutar música. Estava tocando Ink do Coldplay e meus olhos começaram a pesar, os últimos refrãos foram chegando e de repente... Dormi.
Dizem que as memórias dos nossos sonhos são apenas 10% dele, pois lembramos apenas aquilo que aconteceu perto de acordarmos.
Estou feliz, mas por quê? Olho para os lados, estou numa praia, sob uma tenda, a minha frente está Gustavo, um homem está ao centro de nós dois, mais aos fundos estão diversos rostos que eu conheço. O homem ao centro começa a falar coisas extremamente bonitas. E finalmente ele pergunta.
– Otávio Oliveira de Almeida aceita casar-se com Gustavo Figueiredo de Albuquerque, na saúde ou na doença, na tristeza ou na alegria, na riqueza ou na pobreza, ou até que a morte os separe? – pergunta o homem a mim.
– Sim – respondo aparentemente feliz.
– E você Gustavo Figueiredo de Albuquerque, aceitar casar-se com Otávio Oliveira de Almeida, na saúde ou na doença, na tristeza ou na alegria, na riqueza ou na pobreza, ou até que a morte os separe? – pergunta o homem a Gustavo.
–....
Continua.