04. Amigo
Parte da série O Sol Não é Para Todos
~ Edu: Amo a Jout Jout, inclusive eu fui ao encontro de fãs que teve aqui em Niteroi.
~ChrisDiamond: Que bom que gostou, espero que goste desse ep.
~Felex11: Obrigado por acompanhar a série.
Eae pessoal, blz? Segue o terceiro capitulo da série, a partir de agora as coisas começam a ficar mais interessantes. Não esqueçam de comentar para eu saber o que vocês estão achando. Bjs de luz e boa leitura ;)
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fico mudo, não acreditando no que aconteceu.
– Ei te perguntei alguma coisa cara – pergunta meu irmão de novo.
– Tenho um E-N-C-O-N-T-R-O – respondo pausadamente a última palavra.
– O QUE? Mas já? Mal saiu do armário. – diz meu irmão rindo.
– Ridículo, não é bem um encontro – digo rindo.
– Hmmm sei – diz Miguel num tom de sarcasmo.
– É que entrou um garoto novo no colégio, e ele mora no nosso prédio, nós nos conhecemos do dia da “conversa” – digo a última palavra fazendo aspas com a mão.
– Então se não é um encontro, o que é então? – pergunta meu irmão concentrado no trânsito.
– Ele só me pediu para descer com ele, para mostrar o bairro – digo isso com um sorriso no rosto e olhando para o lado de fora do carro.
– E mais uma coisa, de quem é esse casaco? – pergunta Miguel.
– Ah meu Deus, é dele – digo isso notando que o casaco de Gustavo estava em mim.
– E por que o casaco dele está com você? Você não tem o seu? – pergunta meu irmão.
– Tenho sim, mas é que eu esqueci o meu em casa, ai eu reclamei que estava um pouco frio na sala de aula e ele me emprestou o seu casaco – respondo isso saindo do carro.
Chego em casa e vou direto para o meu notebook, procuro ver se Victor está online no Skype. E ele está, mando uma chamada para ele, não demora uns 30 segundos e ele aceita a solicitação.
–Quem é vivo sempre aparece – diz Victor.
– Vih, você nem te conto – digo isso fazendo a cara mais feliz que já fiz na vida.
– Já vi que o babado é forte, pode contando migo –diz Victor se debruçando sobre sua escrivaninha.
– Vou sair com um boy que MEU DEUS, ele é tudo. Conheci-o no colégio hoje, ele é da nossa sala e mora no meu prédio – digo.
– Aluno novo? – pergunta Victor.
– Sim – respondo.
– RRASOU VIADO. Mal saiu de Nárnia e já da o bote tsc tsc – diz Victor rindo.
– Ah não precisa ter ciúmes de mim Vih, eu te amo, só não caso com você porque você é quase uma Lady – digo rindo.
– Querida sou operada – diz Victor fazendo cara de sínico.
– E mas uma coisa antes de você ir, porque sei que a senhora vai estar ocupada se arrumando pro seu boy. PORQUE DIABOS VOCÊ NÃO ME MANDOU MENSAGEM NAQUELE DIA – dz Victor com raiva.
– Bom você já sabe o que aconteceu aqui em casa, já que Miguel te contou tudo, mas é que meu celular quebrou, mas é que assim que eu desliguei o celular quando estava falando com você, eu fui abrir a porta do elevador, só que o Gustavo, o menino que eu vou sair hoje, abriu primeiro, daí a porta veio na minha cara e eu caio, e foi ai que eu quebrei meu celular – respondo a Victor.
– Ele deve ser maravilhoso para você não ter armado o barraco com ele – diz Victor rindo.
– E é, mas é que eu só vi que o celular quebrou quando eu fui trocar de roupa – digo.
– E em falar em roupa, vá simples, nada de se papagaiar, se não você tá dizendo já pro boy que você quer dar para ele, o que eu duvido que seja verdade também – diz Victor.
–Victor Hugo, vou indo, tchau – digo sorrindo e balançando a cabeça.
– Vai lá, arrasaney – diz Victor desligando a chamada.
Vejo a hora, já são 13h30min, desço para almoçar, sozinho, pois Miguel conseguiu convencer Talita de ir almoçar com ele, termino e lavo a louça, e vou para meu quarto, já são 14h, escolho as roupas que vou usar, decido em ir com uma bermuda rosa que fica um pouco acima do meu joelho, uma camiseta branca, já que estava calor, e também minhas Havaianas, item indispensável para qualquer carioca. Vou tomar aquele senhor banho, demorei consideravelmente, saio e escovo os dentes. Volto para meu quarto e me visto, penteio meu cabelo, e coloco um perfume, fico na duvida de por um relógio, resolvo não por, procuro uma cartela de Tridents que tem no meu criado mudo, acho e masco um, quando eu vejo a hora já são 15h20min, resolvo não comentar sobre o casaco em quanto estivermos no prédio, pois vou usar esse motivo para ele vir pegar aqui em casa. Saio dos meus devaneios quando ouço a campainha tocar. Corro para abrir a porta.
– Eae Otávio, vamos? – diz Gustavo. E meu senhor ele está lindo, com uma bermuda escura acima do joelho, uma camiseta branca estampada e um usando um chinelo também.
– Meu Deus, mas quem é essa coisa linda – pergunto.
– Sou só eu ué – diz ele rindo.
– Não você besta, o cachorro – digo acompanhando-o para o elevador.
– Ah, esse aqui é o Almofadinhas – diz ele fazendo carinho na cabeça do seu Border Collie.
– Ele é a coisa mais linda que eu já vi, quantos aninhos ele tem – digo isso agachado fazendo carinho nele.
– Ele é novinho, tem nove meses – responde Gustavo entrando no elevador.
– E aproposito, belo nome para um cachorro – digo isso rindo.
– Hahaha, Valeu – diz Gustavo rindo.
Chegamos no calçadão e começamos a conversar, em quanto caminhávamos perguntei se ele conhecia o MAC ( Museu de Arte Contemporânea ), o cartão postal da cidade, ele disse que ainda não tinha ido, disse que ia ser uma caminha longo, mas ele respondeu que não se importaria de andar, fomos conversando até o museu, no percurso ele mostrou alguns truques que o Almofadinhas sabia fazer, e outros que ele supostamente sabia, pois ele não fez alguns para ficar correndo atrás dos outros cães que passavam. Finalmente chegamos.
– Porra meu, quando você disse que era um pouco longe não estava mesmo brincando – diz Gustavo um pouco ofegante.
– Mas valeu a pena, é lindo não? – digo isso olhando para o museu.
– Sim é lindo – diz Gustavo me olhando de canto de olho. Coro na hora.
– Só não podemos entrar, o Almofadinhas está com a gente – respondo.
– Não tem problema, ficamos aqui no pátio de entrada conversando – diz Gustavo.
Para aqueles que não conhecem, o MAC fica bem no alto de uma subida, que em baixo tem uma praia, a praia de Icarai, é uma vista linda, e o Museu também é lindo, com seu formato de disco voador. Ficamos conversando, e nem vimos à hora passar. Descobri que o pai de Gustavo havia sido transferido de agência no banco que trabalha então a família se mudou para cá, ele não tem irmãos, nem primos, tem uma família bem pequena, seu pai Heitor têm 43 anos, sua mãe Laura 39 anos.
– Nossa, a vista do por do sol vista daqui de cima é realmente linda – diz Gustavo maravilhado.
– Sim, eu adoro vir aqui no museu quando eu quero pensar – digo isso olhando para a paisagem encantadora, com o sol alaranjado batendo na água e dando um contraste á cidade do Rio que fica mais ao longe.
– Aqui também é um local bem romântico – diz Gustavo olhando para mim.
– Acho que já tá ficando tarde, não? – digo isso realmente vermelho e desconcentrado.
– Sim acho que sim – diz Gustavo rindo, e é o sorriso mais lindo que já ouvi na vida.
Voltamos para casa, mas antes paramos para tomar açaí. Gustavo pega um pote descartável de por sorvete e põe água para o Almofadinhas. Eu fico cuidando do cachorro em quanto ele foi pegar os nossos açaís.
– Gustavo antes que eu me esqueça, você esqueceu de pegar o casaco que você me emprestou na escola – digo limpando a boca.
– Passo na sua casa então para pega-lo – diz Gustavo se levantando.
Voltamos para casa conversando, parece que a gente já se conhece há anos. Ele diz para passarmos na casa dele primeiro, para deixarmos o Almofadinhas. Chegamos em casa e subimos para o meu quarto para pegar o casaco. Entrego o casaco e ele diz.
– Adorei passar o dia hoje com você, me passa seu número para eu te adicionar no Whatsapp. – diz Gustavo
– É que eu estou sem celular, ele não sobreviveu ao nosso primeiro encontro – digo .
– Foi mal – diz Gustavo.
– Deixa pra lá – digo sorrindo
– Nossa! –diz Gustavo com um tom de exclamação.
– O que foi? – pergunto
– Seus olhos, estão lindos de baixo dessa luz – diz Gustavo se aproximando de mim.
– Obri... Obrigado – gaguejo.
Ele foi chegando mais perto, e mais perto, de repente eu ouço a porta abrir.
– Otávio você sabe... Desculpa, acho que atrapalhei vocês – diz minha mãe.
– Não foi nada, não estávamos fazendo nada – respondo envergonhado, e Gustavo com uma cara tão vermelha quanto a de um tomate.
– E quem é seu amigo? – pergunta minha mãe.
– Mãe esse é o Gustavo, Gustavo essa é Heloisa, minha mãe – digo para minha mãe.
– Ele é do colégio? – pergunta minha mãe.
– Sou sim, acabei de me mudar de São Paulo para esse prédio, e sou da mesma sala do Otávio – diz Gustavo bem envergonhado.
– Vai ficar para jantar querido – pergunta minha mãe.
– Não senhora, já estava de saída mesmo – responde Gustavo.
– Bom então vou te acompanhar até a porta – digo isso indo em direção a porta do meu quarto e Gustavo me acompanhando.
– Foi um prazer conhecer a senhora – diz Gustavo.
– O prazer foi meu querido – diz minha mãe nos seguindo e indo para a cozinha.
– Bom foi ótimo o dia, adorei conhecer a cidade com você, “Guia” – diz Gustavo rindo.
– Sim eu também adorei. Eu vou para o colégio com meu irmão, você vai querer carona? – pergunto para Gustavo. Por favor, diz que sim menino, penso.
– Claro, vou adorar – diz Gustavo.
– Pra quem eu vou ter que dar carona – diz Miguel aparecendo atrás de Gustavo, todo suado, provavelmente chegou da academia.
– Para meu amigo – digo.
– Gustavo, prazer – diz Gustavo apertando a mão de Miguel.
– Eae beleza, bom eu preciso de um banho, Tito marca ai direitinho com ele, porque eu preciso de um banho urgente – diz Miguel entrando.
– Vem aqui em casa 7:00, beleza? – pergunto.
– Tudo bem então, marcado – diz Gustavo vindo na minha direção e dando dois beijos na minhas bochechas e indo em direção ao elevador.
– Olha só já virou carioca mesmo, tá até dando dois beijos – digo isso rindo.
– Babaca HAHAHA, valeu – diz ele entrando no elevador.
Fecho a porta e fico pensando, não acreditando no meu dia, acho que um sentimento está crescendo dentro de mim. Resolvo ir beber água, com o maior sorriso do mundo.
– Nossa que sorriso é esse no seu rosto filho? – pergunta minha mãe.
– Não foi nada mãe – respondo bebendo água.
– É esse menino? O que vocês têm? – pergunta minha mãe.
Engasgo com a água – Não temos nada mãe, somos apenas amigos – digo isso limpando a boca molhada.
– Desculpa, mas é que eu cheguei lá no seu quarto e vocês estavam tão pertos, logo pensei que... –diz minha mãe.
– Não precisa nem completar a frase mãe, nós não fizemos nada, fique tranquilo – digo isso indo para meu quarto.
– Olha não demora ein, o jantar está quase pronto – diz minha mãe gritando lá de baixo.
Chego no meu quarto e deito na minha cama. Fico pensando no que eu disse, que realmente eu e Gustavo somos apenas amigos, AMIGOS, essa palavra fica ecoando na minha mente, mas falo para mim mesmo: “ Eu vou mudar isso”. Meus pensamentos são interrompidos com uma batida na porta.
– Posso entrar – perguntam.
Continua.
PS: Segue o link para vocês terem uma noção melhor de como é o MAC : http://bit.ly/1jS8Ttx
http://bit.ly/1W40Tao