Três é de Mais (02x12)
Parte da série Três é de Mais
Gente desculpa a demora, eu estava com um maldito bloqueio e não tinha ideia do que escrever, por isso fiquei enchendo linguiça nesse, espero que vcs gostem. Beijos meus queridos.
Vamos aos comentários.
fran - Pois é, pensei bem antes de da uma chance ao Xande, mas eu acho que se o Rodrigo é capaz de ser modelo sem ao menos ter experiencia, Xande também tem essa chance. Sobre o Brandon e o Xande eu ainda não coloquei um ponto final nessa historia, acho que os dois tem muitas coisas para resolver e muitos assuntos pendentes. Espero que vc goste desse. Beijão coração.
BielRock - Eu ainda tenho que ver o que vou fazer referente ao Alexandre e o Rodrigo, assim como os meus leitores eu também estou divido entre os dois, mas não faz sentido algum eu coloca-los como um triangulo já que isso é uma coisa exclusiva do nosso trio. Já era para Muriel ter morrido, mas eu acabei me esquecendo dela e tive que dar um fim - infelizmente - mas essa morte dela vai fazer um reviravolta na Historia, eu espero que goste desse querido. Beijão.
Ryan Benson - Tenho que arrumar mesmo uma paixão para o Ethan, mas vai demorar, o coitado infelizmente ainda pensa muito muito no Bruno, quando se ama de verdade assim como ele é muito difícil de esquecer, mesmo quando o desgraçado pisa na bola, mas é como dizem "QUEM AMA SE FODE", eu não sou muito bom no assunto amor, mas espero não passar por isso. Sobre o Xande, ainda estou pensando sobre ele e o Rodrigo, mas eu posso dizer que o Rodrigo vai saber respeitar o espaço do mesmo e esperar o tempo que for. Espero que goste desse. Beijão querido.
Fleur - Desculpa a demora, como eu disse estava com um bloqueio e quando isso acontece eu adio a máximo possível escrever para não fazer merda, entende? Esse mesmo eu acabei enchendo linguiça porque não sabia o que escrever, mas espero que fique bom. Sobre o Brandon e Alexandre, eu acho que a historia dos dois ainda não teve um ponto final, ainda tem muita coisa para acontecer e Rodrigo vai estar no meio dos dois mas acho que ele não vai fazer nada que possa prejudica-lo. Sobre a morte da Muriel, era para acontecer antes, mas isso meio que iria estragar o enredo que eu estou fazendo na minha cabeça kkk. Algumas coisas vão fazer nosso triangulo ficar meio abalado, mas nada que o tempo não cure. Continue acompanhando. BEIJÃO.
kaduNascimento - Calma meu querido, não precisa ser tão radical, nada de chifres kkkkkkk, mas muitas coisas irão acontecer em relação ao Rodrigo, Xande e Brandon, então não posso aformar que os dois vão ficar juntos, ainda mais porque eu vou escrevendo e nem vejo o que fiz kkkk. Espero que goste. Beijão.
E fiquem ligados, vou postar o primeiro capitulo de #OCONTRATO daqui a pouco e depois atualizar #UMAMORNASESTRELAS.
Beijos meus queridos.
-ooOoo-
CÁSSIO.
Eu estava com o meu telefone no ouvido enquanto ouvia o Ricardo falar comigo, ouvir que a mãe do Lucas morreu realmente mexeu comigo, e estando longe dele nesse momento tão importante me fazia querer morrer.
- Como ele está?
- Muito triste, hoje atarde é o velório. Amanha o enterro.
- Se eu pudesse pegava um avião e ia para aí agora.
- Tem uma coisa que eu preciso falar.
- O que aconteceu? Mais tragedias.
- Eu prefiro esperar isso tudo passar e depois conversamos com mais calma.
- Tudo bem, fala para o Lucas que mais tarde eu ligo para ele.
- Tudo bem, eu te amo.
- Também te amo.
Eu disse e desliguei o telefone.
Olhei para o Darwin que estava escrevendo alguma matéria, em sentei ao seu lado e fiquei olhando para o nada e estava sentindo um aperto estranho no meu peito, como se nós fossemos nos separar e que não queria nem pensar nisso.
- Aconteceu alguma coisa moranguinho? - Perguntou Darwin e eu dei risada, só o Lucas me chamava assim.
- A mãe do Lucas infelizmente faleceu.
- Não acredito, e como aconteceu?
- Chega uma hora na vida que temos que ir para um outro plano.
- Eu sei como aconteceu. - Ele disse fazendo careta.
- Então não pergunta.
- É que vc me disse que ela estava bem.
- E estava, pensei que ela fosse aguentar, mas eu estava muito enganado.
- Mas como está o Lucas?
- Eu ainda não sei, não tive a chance de falar com ele.
- Entendo.
- Vou ver se o Rodrigo e o Ethan já falaram com a Gale.
- Vai lá, eu tenho que terminar essa matéria sobre sapatos.
- Espero que fique boa.
- Esse não é o seu trabalho, mas espero te agradar.
Eu dei um sorriso e fui ver os meninos.
Vi que Rodrigo estava sentando olhando para alguns papeis que estavam em sua mão, não vi Ethan, eu acho que ele estava na sala com a Gale. Soube que Alexandre tinha passado aqui mais cedo, mas eu nem cheguei a vê-lo, e tinha que falar com o Rodrigo sobre a Muriel, soube que ele a ajudou muito quando ela ficou sozinha, era como uma mãe para ele.
- Rodrigo preciso te falar uma coisa.
- Me diga. - Ele disse lendo o contrato.
- Tenha foco em mim. - Eu disse virando seu rosto pra mim.
- Desculpa.
- Aconteceu uma coisa muito ruim.
- Agora fala Cássio, não faz hora.
- Muriel não aguentou.
- O que? - Ele perguntou com os olhos arregalados.
- Foi tudo muito rápido, hoje de manha ela estava bem, mas do nada ela...
- Meu Deus, como isso é possível? Muriel era como uma mãe pra mim, a minha sempre trabalhando nunca teve tempo para mim e Muriel sempre me dava o que comer e me deixava na sua casa. - Ele já estava chorando.
- Sinto muito Rodrigo.
Ele me deu um abraço apertado.
Senti suas lagrimas molhando o meu ombro, se com ele já estava sendo difícil, imagine para o meu namorado que devia estar entrando em depressão. Ficamos abraçados por um bom tempo até que o Ethan saiu da sala todo sorridente, mas quando viu a situação em que nos encontrávamos seu sorriso desapareceu e ele ficou preocupado. Expliquei toda a situação para ele que ficou com dó de ver o Rodrigo naquela situação.
Disse para os dois irem para casa que eu iria terminar de fazer o meu trabalho, eles concordaram e foram.
Eu olhei para as caixas que estavam na minha mesa esperando serem levadas para o inferno e aquilo me deixou com vontade de chorar.
- Ao trabalho Cássio. - Eu disse e fui trabalhar.
***
ALEXANDRE.
Eu estava deitado na minha cama olhando para o teto, eu estava na depressão e ouvia musicas que não em ajudavam muito.
Amy Winehouse - Back To Black
We only said goodbye with words
I died a hundred times
You go back to her
And I go back to
We only said goodbye with words
I died a hundred times
You go back to her
And I go back to
Sei que ouvir esse tipo de musica quando se está na fossa não ajuda ninguém, mas vamos concordar que isso deixa as coisas mais depre e é sempre legal, mesmo fodendo com tudo. E no meu caso não era diferente, eu deitado, chorando, com uma garrafa de vinho pela metade e cantando junto com ela não era uma cena muito bonita, mas é o que tinha para aquele momento.
Sei que fui um filho da puta com ele por não ter contado sobre o Rodrigo desde o começo, mas eu nunca pensei que um dia tudo isso iria acontecer, nunca pensei que seria capa de uma revista famosa, que meu amor de infância iria ser meu par e que muito menos iria se declarar pra mim. E aquelas palavras dele ainda ecoavam na minha cabeça.
"Eu sempre te amei, desde que vc era aquele garoto solitário na escola. Te achava lindo, ficava esperando praticamente uma aula só para ver um sorriso estampado no seu rosto. Lembra quando o Bruno te bateu? Minha vontade era de matar ele, te ver no chão cortou meu coração... Posso te contar um segredo?"
Ver o Brando com aquele modelo escroto de meia tigela não era fácil e ter o Rodrigo no quarto ao lado também não era nenhum pouco fácil, na verdade minha vida não estava fácil, eu queria mesmo era comprar uma passagem para uma ilha deserta e começar e viver lá com os animais, eles são mais da hora que os humanos.
Quando acabou minha musica eu ouvi alguém batendo na porta do meu quarto.
- Quem bate? - Eu perguntei do outro lado apenas com uma cueca do Super Man.
- Sou eu Rodrigo, eu preciso muito de vc. - Eu ouvi a sua voz estranha e aquilo me deixou preocupado.
- Aconteceu alguma coisa? - Eu perguntei olhando para ele que estava com os olhos vermelhos.
- Muriel morreu.
- O que?
- Cássio me disse que o Ricardo ligou para ele mais cedo, me parece que ela não aguentou... Nossa, vc não sabe como eu estou sofrendo, Muriel sempre foi como uma mãe pra mim e agora saber que ele está morta acaba comigo e eu nem tenho como ir ao enterro dela.
Eu peguei em sua mão e o coloquei para dentro, fechei a porta e o deitei na minha cama com a cabeça no meu peito.
- Sei que é difícil, mas pense que ela está em um lugar melhor, longe de sofrimento e coisas ruins. Muriel vai deixar saudades e respeito por onde passou. Ela teve a capacidade de perdoar e pedir perdão, esqueceu o passado e foi embora com a consciência limpa e de bem com todos, ela não poderia ter ido de outra forma.
- Vc tem razão. - Ele limpou as lagrimas - ter vc aqui comigo me deixa forte para aguentar tudo isso sabe.
- Fico feliz que posso te ajudar.
- Aconteceu alguma coisa? - Ele perguntou limpando seus olhos.
- Nada de importante.
- Tudo o que te diz respeito é importante pra mim. - Ele disse passando a mão no meu rosto.
- Hoje eu encontrei o Brandon e tive um desagradável surpresa.
- O que aconteceu?
- Ele terminou comigo acho que faz uns três dias e ele já começou a sair com um modelo da Vogue.
- Sinto muito, saiba que isso não me deixa feliz. Quando eu disse que queria estar perto de vc não era para vc estar triste, era para vc estar sorrindo e feliz.
- Como vc pode ter mudado tanto?
- Acho que eu não mudei muito, acho que esse Rodrigo sempre esteve aqui dentro, mas nunca teve coragem de sair. - Ele disse batendo no seu peito - e estar com vc me torna uma pessoa melhor.
- Fico feliz que vc ache isso. Quer um pouco de vinho.
- Eu não bebo. - Ele disse sorrindo - não mais, passei por situações ruins e tive que excluir o álcool do meu cardápio.
- Essa é a minha ultima garrafa, eu também não posso beber por ser modelo, mas mesmo assim as vezes eu bebo para afogar as minhas magoas.
- Sabe eu estava pensando e quero fazer um tatuagem.
- Nossa que menino corajoso. - Eu disse sorrindo.
- Não sou o único. - Ele disse passando a mão em cima do meu tribal, como eu estava de cueca ele ficava bem visível.
- Eu nem sei porque fiz isso, acho que estava bêbado, mas não posso fazer mais por causa da profissão.
- Eu quero escrever liberdade bem pequeno em qualquer parte do meu corpo, nada para me amostrar e sim para eu me sentir bem.
- Perfeito, conheço um cara que pode te ajudar com isso.
- Obrigado. - Ele disse animado - mesmo estando triste vc me parece feliz.
- Eu consegui um emprego fixo na Vogue. - Eu disse sorrindo e pulando na cama.
- Que demais cara. - Ele disse me dando um abraço.
Ele colocou sua mão na minha cintura e eu fiquei todo arrepiado, senti seu nariz aspirando no meu pescoço e aquilo me deixou com as pernas bambas, ele olhou nos meus olhos e ficou olhando para a minha boca. Eu estava com a minha mão apoiada no seu peito e a outra estava no seu ombro. Ele foi aproximando o seu rosto lentamente para perto do meu e eu senti seu halito quente com cheiro de menta, quando ele estava quase me beijando eu voltei a vida.
- Acho que temos que ir dormir, amanha vc tem que ir na faculdade fazer o vestibular e eu tenho que dar um jeito na minha professora.
- Vc tem razão. - Ele desceu da minha cama e me deu mais olhada - obrigado Alexandre.
- Eu que te agradeço.
Ele deu um beijo no meu rosto e saiu do quarto correndo.
Eu dei um pequeno sorriso e e fechei a minha porta.
***
RICARDO
Estávamos Lucas e eu sentados na frente de um lago que tinha no parque Ibirapuera, seus olhos estavam sem brilho, seu sorriso branco e sapeca não habitava mais o seu rosto e eu não sabia o que falar, sei ouvir, mas sou péssimo em dar conselhos.
- Semana que vem eu vou comprar as passagens de avião.
- Eu não vou com vc. - Ele disse olhando pra frente.
- O que? - Eu perguntei assustado.
- Ricardo eu não posso deixar o Maurílio sozinho com os meus irmãos. Eles precisam de mim.
- Mas não pode deixar Cássio e eu, nós somos um trio.
- Sei disso, mas o que eu posso fazer?
- ...
- Minha decisão já está tomada.
- Eu realmente não sei o que dizer.
- Não diga nada, apenas fique comigo.
Eu passei meu braço por cima dos seus ombros, ele encostou sua cabeça em mim. Fiquei pensando em como eu contaria aquilo para o Cássio, ele ficaria arrasado quando soubesse que Lucas não voltaria comigo. Depois de umas horas que ficamos sem fazer nada, eu decidi voltar para a casa do meu pai e Lucas disse que iria ver como estava seus irmãos.
Demos um beijo e cada um foi para um lado.
Fiquei pensando em como contaria para o Cássio referente ao Lucas, então decidi que não contaria nada para ele. Eu ia esperar chegar em Londres para dar a noticia, sei que ele ficaria puto e era capaz de terminar comigo, mas eu não podia dizer a ele e depois de umas horas ter ele batendo na porta da casa do Lucas, ia ser uma confusão desgraçada e eu não estava muito no clima de ficar separando briga.
Cheguei na casa do meu pai e vi que estava vazia, então sentei no sofá e fiquei olhando para uma foto em que estávamos felizes. Cássio, Lucas e eu. Tínhamos acabado de chegar em Londres e concordamos que aquele seria um novo começo para nós três, que iriamos esquecer do passado e das coisas ruins que tínhamos presenciado e vivido aqui no Brasil, mas agora estamos aqui, passando por coisas ruins novamente, só que muito pior.
Quando estava distraído eu ouvi um barulho estranho vindo da cozinha e fiquei assustado, então peguei um cabo de vassoura e fui andando em silencio, passei pela sala de jantar e quando estava entrando na cozinha eu ouvi meu pai:
- Isso que delicia, assim mesmo.
- Nossa, como vc é gostoso.
- Não como vc.
E minha ficha caiu.
Meu pai estava outra vez transando com um cara em cima da pia da cozinha.
Eu até tentei sair correndo sem fazer barulho, mas esbarrei no pequeno armário que tem na sala de jantar e derrubei os pratos de porcelana do meu pai. Ele se assustou e veio correndo me ver - pelado - e ficou chocado quando me viu no chão olhando pra ele com uma cara nada boa.
- Ricardo o que vc está fazendo aqui?
- O que vc está fazendo aqui? Eu pensei que essa manina de fazer sexo na cozinha já tinha passado.
- Menino respeita seu pai.
- Aconteceu alguma coisa? - Perguntou o homem.
- Pai, pode voltar para o seu serviço, vou para a casa do Lucas.
- Nada disso. Está tudo bem Otávio, não precisa vir aqui. - Disse meu pai para o homem - Otávio é meu namorado, nós estamos juntos já vai fazer 1 ano e ele também é medico. Gostaria muito que vc jantasse conosco hoje, assim vc poderia conhecer o filho dele.
- Tudo bem, eu fico para jantar e mais uma coisa.
- O que?
- Coloque uma roupa ou sai da minha frente.
- Claro. - Ele disse lembrando que estava pelado e eu já virei as costas - onde pensa que vai? Quebrou meus pratos, trate de limpar tudo e comprar outros até a hora do jantar. - Ele disse e voltou correndo para a cozinha.
Eu fiquei meio chocado, mas como fui eu que quebrei os pratos, tive que pegar um vassoura e uma pá.
Depois de limpar tudo, eu peguei o carro do meu pai e fui até o centro da cidade para comprar louças novas e não demorou muito eu já estava de volta em casa, com uma caixa de pratos na mão e uma garrafa de vinho na outra.
Quando entrei em casa dei de cara com o um garoto, ele estava praticamente comendo um garota em cima do sofá da casa do meu pai e eu não poderia falar nada já que o mesmo adorava transar em cima da pia da cozinha - que raio de família que eu vim parar? - Eu fechei a porta fazendo o máximo de barulho possível para os dois escultarem e adiantou, já que a menina deu um pulo abaixando seu vestido e colocando o decote no lugar.
O carinha arrumou sua camiseta e tampou o volume que estava bem visível na sua calça jeans.
- Como vão? - Eu perguntei indo até eles.
- Tudo bem. - Disse a menina meio com vergonha (mas pela sua cara dava para ver que estava fazendo charme).
- Vc deve ser o filho do Paulo.
- Exatamente e vc deve ser o filho do Otávio.
- Exato. - Ele disse apertando minha mão - prazer em conhece-lo, sou o José.
- Prazer José, sou Ricardo.
- E essa é uma amiga. Linda.
- Muito prazer Ricardo.
- O prazer é todo meu Linda.
Meu pai veio da cozinha e ficou nos olhando, pelo menos ele estava vestido dessa vez.
- Vejo que já se conheceram.
- Sim.
- Perfeito, filho leva esses partos para a cozinha. Precisam ser lavados.
- Tudo bem.
Eu disse e fui para a cozinha.
Quando cheguei um homem - que devia ser o Otávio - estava terminando de fazer o molho da carne, ele estava cantando e rebolando ao som da (Beyoncé - Get me Body), era até uma cena meio engraçada, quando me viu ele tomou um susto e desligou o som, fez uma cara de rígido e me estendeu a mão.
- Como vai? - Sua voz grossa me deu cala frio.
- Vou bem. E o senhor?
- Bem obrigado. Sou o Otávio, vc deve ser o Ricardo certo?
- Sim...
- Seu pai fala muito de vc, fico feliz em conhece-lo.
- Igualmente.
- Soube da mãe do seu namorado, sinto muito.
- Pois é, pensamos que ela estava melhor, mas infelizmente ela não aguentou.
- Mas vamos falar de coisas boas. - Ele disse olhando o molho na panela - e antes que eu me esqueça, vc não viu nada. Seu pai gosta desses tipos de musicas e meio que entram na minha cabeça.
- Sei bem como é, pode ficar tranquilo.
Ele deu um soquinho no meu braço e voltamos a fazer nossas coisas.
*
Estávamos todos sentados em volta da mesa conversando, meu pai estava realmente feliz com esse novo namorado e eu percebi que agora ele não está tão promiscuo como sempre - só um pouco quando transa na cozinha, mas isso é uma coisa a parte.
- Então Ricardo, o que vc faz em Londres?
- Bom eu trabalho em uma empresa de administração como estagiário e agora eu juntei dinheiro o bastante para fazer minha casa de jogos.
- Jogos?
- Sim, de topos os tipos, mas aqueles eletrônicos, nada clandestinos. Eu e um amigo conseguimos dinheiro o suficiente.
- Nossa, que legal. Está vendo José. Um garoto de 19 anos está conseguindo abrir seu próprio negocio enquanto vc apenas fica em balada curtindo a vida.
- Me deixa velho.
Olhando agora os dois se pareciam muito.
Otávio era um homem bonito, acho que já tinha os seus 40 anos ou mais. Sua pele branca e seus cabelos pretos escondiam a sua idade, mesmo tendo alguns fios brancos. Tinha um porte bonito, me disse que malhava sempre que sua profissão lhe permitia. Usava um óculos e tinha barba na cara.
Já José era um cara bem bonito, devia ter uns 21 ou 22 anos, sua pele era bem branca e seus cabelos pretos arrepiados o deixava parecido com o pai, tinha um porte de garoto que frequenta a academia, porem seus músculos não são tão grandes quanto ao meu, ele disse que frequenta quando dá, já eu tenho o costume de ir todos os dias. Seus olhos são pretos e ele tem cara de pegador, disse que quando vai a balada pega o telefone de quase todas as meninas - ele disse isso na frente da menina que ele estava pegando, mas eu acho que Linda não ligou.
Aquela noite foi muio divertida, mesmo com as coisas que aconteceram eu acabei me distraindo um pouco.
***
CÁSSIO
Eu tinha acabado de falar com o Darwin, o cara praticamente me obrigou a falar com o Donald sobre o maldito relacionamento que ele tinha na cabeça dele, o garoto estava concentrado nos seus estudos e eu iria acabar com sua concentração por causa daquele maldito do Darwin, que nem para olhar em sua cara e dizer que o ama ele tem coragem - sei que fez isso por um pedido meu, mas ele não precisava seguir meu conselho.
- Oi Donald. - Eu disse me sentado ao seu lado.
- Oi Cássio. - Ele disse sem me olhar.
- Fazendo lição?
Ele me olhou como se aquilo fosse a pergunta mais idiota do mundo e era.
- Meio obvio. - Eu disse sorrindo.
- Pois é.
- Então Donald, antes de vc vir para a republica, vc namorava? Ou ainda namora?
- Não, eu nunca tive tempo para essas coisa. - Ele disse mio vermelho e arrumando seu óculos, lindo.
- Mas como assim? Um menino lindo como vc e solteiro.
- Eu não sou lindo, bonitos são vc, Xande e Chester.
- Nada haver isso que vc falou, já se olhou no espelho?
- Na verdade...
- Isso foi uma pergunta retorica. Vc é lindo, tanto pro fora quanto por dentro, não deixe que as pessoas digam o contrario. Está vendo esse rosto aqui? - Eu perguntei apontando para a minha cara e ele concordou - toda noite eu uso um creme para espinhas, aparelho odontológico, e como sabe eu estou com lentes de contato já que meu cachorro comeu meus óculos. - Eu disse me lembrando da hora que eu ouvi aquele cão quebrando as minhas lentes - ninguém é perfeito Donald, mas vc pode ser lindo se vc quiser, não precisa mudar pelo outros, se quiser mudar mude por vc.
Ele ficou me olhando, seus olhos claros estavam brilhando e aquelas bochechas vermelhas deixava ele lindinho.
- Nossa Cássio, ninguém nunca me disse coisas tão legais.
- Sou uma pessoa legal, mas acabamos desviando o assunto, vc me disse que nunca namorou.
- Não, eu sempre fui assim e as pessoas meio que se afastavam de mim.
- Ela nem te conheciam, como podem se afastar de vc?
- Mas as pessoas no mundo estão ligando mais para aparência do que para o interior, isso infelizmente é a realidade. Me diz uma coisa, se vc fosse uma pessoa assim como eu, desengonçado, atrapalhado que fala sozinho e que não tem amigos. Seria essa pessoa que é hoje?
- Eu acho que sim... - Eu pensei um pouco sobre o que ele disse.
- Cássio, na sua profissão mesmo, as pessoas só ligam para a beleza e nada mais, se vc vestisse roupas de brecho, usadas e sem marca, seria tão popular como é na faculdade?
- Não...
- Eu te digo que o ser humano apenas liga para aparência, eu nunca tive ninguém perto de mim por ser assim e sabe de uma coisa, eu não ligo, prefiro ter amigos verdadeiros que gostem de mim por ser quem eu sou do que pessoas interesseiras que ficam ao meu redor por eu ter a aparência perfeita.
Eu estava quase chorando, será que o que ele disse é verdade? Sei que a maioria das pessoas só ligam para a aparência assim como ele mesmo disse, e na minha profissão a aparência é extremamente importante, mas será que ninguém liga para o quão incrível eu sou? Tudo bem esse pensamento foi meio egoísta. FOCO CÁSSIO.
- Então vc nunca gostou de ninguém?
- Não.
- Gosta de alguém agora?
- O que? - Ele ficou meio incomodado e eu já tinha a minha resposta.
- Posso te fazer uma pergunta? - Ele concordou com a cabeça - promete não ficar bravo?
- Prometo Cássio, pode falar.
- Vc já sentiu atração por garotos?
Seus olhos se arregalaram e ele começou a tremer, fiquei com medo do menino ter um ataque do coração.
- Respira Donald, não precisa responder. Quer saber, eu tenho um calmante na minha mochila, eu vou pegar para vc.
Quado eu ia sai da cozinha correndo ele segura no meu braço, eu me viro para e vi que o mesmo estava mais calmo, mas ainda assim ele estava tremendo.
- Promete que não vai contar para ninguém. - Foi mais uma intimação do que um pedido.
- Prometo.
- Desde pequeno eu tenho atração por meninos, mas meu pai é um cara muito severo, eu acho que ele sabe de mim, mas sempre fez questão de dizer na minha cara que eu sou homem e que nunca eu poderia dizer ao contrario, ele nunca me tratou mal, mas mesmo assim não quer que eu sai por ai dizendo coisas. Minha mãe só quer saber de compras e nunca da atenção para mim e então meio que eu não tenho com quem contar.
- Sinto muito.
- Então eu prefiro ficar quieto e não contar para ninguém, isso iria acabar com o meu pai, ele é vereador e um escândalo desse poderia acabar com a sua campanha.
- Gente, isso eu não sabia.
- Pois é. - Ele disse tristinho.
- Vc gosta de alguém? - Eu já cheguei logo ao ponto, tinha que ir para a faculdade e já estava atrasado.
- Não... Quer dizer, eu...
- Pode confiar em mim, não vou contar para ninguém. Prometo.
- Eu acho que gosto do Dar...
- Darwin?
Ele apenas concordou com a cabeça.
- Meu Deus hahahahaha, é o destino. Quando ele souber...
- Jura que não vai contar para ele.
- O que?
- Jura de coração.
- Mas...
- Jura Cássio.
- Tudo bem, eu não vou contar pra ninguém. - Eu disse meio emburrado.
- Obrigado.
Ele pegou as suas coisas e saiu da cozinha. Meu telefone começou a tocar e eu vi que era o Darwin, como eu iria contar para ele se o Donald me proibiu? Não poderia decepcionar o garoto, ele confiou em mim e Darwin teria que descobrir sozinho.
- Oi querido. - Eu disse.
- Falou com ele?
- Sim...
- Perfeito, e o que ele disse?
- Éééééé...
- Fala logo Cássio.
- Ele é hétero e gosta de uma garota na faculdade, ele disse que ela é nerd assim como ele e gosta de jogar xadrez. - Dá onde eu tirei aquilo?
- O que?
- Sinto muito Darwin, mas infelizmente...
- Tudo bem. Ele tem o direito de não me amar. - Ele disse fungando - SNIF.
- Não fica assim Darwin.
- Depois conversamos.
Ele disse e desligou na minha cara.
Eu olhei no relógio e vi que estava atrasado para a faculdade, então corri para o meu quarto, para trocar de roupa, passei pela porta do quarto do Ethan e vi ele sentado assistindo tv e tive uma ideia.
- Ethan me empresta uma das suas roupas feias.
- Como?
- Isso mesmo, preciso de uma calça, tênis velho e um moletom antigo.
- Tudo bem.
Ele pegou no seu guarda roupa, me entregou e eu fui correndo para o meu quarto. Coloquei o jeans velho, o tênis sujo - que ele poderia lavar de vez em quando - e coloquei o moletom que tinha o simbolo do Rolling Stone, baguncei meu cabelo e arrumei um óculos antigo que tinha no meu quarto.
Me olhei no espelho e vi como eu era estranho.
Agora sim eu ia ver se o que o Donald falou era verdade, se as pessoas só estavam por perto pelo fato de eu me vestir bem e ter dinheiro.
***
Eu cheguei na faculdade e respirei fundo, sai do meu carro e olhei em volta, vi que não tinha muitas pessoas no estacionamento, mas as pessoas que estavam não eram do meu interesse, eu estava mais preocupado com os meus colegas de classe.
Quando entrei na sala de aula, todos que estavam conversando para e ficaram me olhando, eu fiquei esperando alguém falar alguma coisa, mas a unica coisa que veio foram risadas. Eu já esperava por aquilo, meu cabelo estava muito, mas muito bagunçado, se eu não fosse eu, também daria risada.
- Nossa Cássio, esqueceu o bom senso?
- O que? - Eu olhei e vi que quem falava comigo era Ariana.
Seus cabelos ruivos alaranjados estavam preso em um rabo de cavalo, seus olhos verdes penetrantes estavam me encarando com uma cara de desafio, como sempre vestindo suas roupas de marca, ela sempre se achou melhor que todo mundo, nem eu me sentia assim.
- Isso mesmo, já era ridículo quando se achava que se vestia bem, agora vejo que nem pra isso vc presta.
" REAJA CÁSSIO, VC ESTÁ SENDO HUMILHADO" - Disse a Voz na minha cabeça.
" Não sei o que fazer, quando era com a Branca na escola era diferente, ela não tinha senso de moda, não era muito bonita e era biscate. Ariana tem estilo, é linda e o pai dela tem títulos, é uma verdadeira dama, um pouco grossa e arrogante, mas é uma dama." - Eu disse para a voz na minha cabeça.
" ENTÃO SEJA DESTRUÍDO NA FRENTE DE TODOS, FOI UM BOM SOLDADO CÁSSIO".
- Não devia falar assim com as pessoas. - Eu disse para ela.
- Cássio, eu só estou sendo sincera. Não sou a unica que acha isso, a sala toda acha.
Eu olhei para todos eles.
- Não é verdade, todos me amam.
- Cássio querido, vamos conversar. - Ela disse e me puxou para longe de todos - está na hora de vc olhar em volta, quantas vezes alguém chegou para vc disse que é seu amigo? Nenhuma, sabe eu sou uma pessoa legal, então siga o meu conselho, pare de forçar a amizade, eles só ligam para eles mesmos.
Eu a olhava com desprezo.
- Adoro fazer boas ações, mas se não está acreditando em mim apenas pergunte. Não, deixa que eu pergunto. HEY. - todos olharam para ela - o que acham do Cássio?
- Ele se acha. - Disse uma menina.
- Sempre quer dar a ultima palavra. - Disse um cara que eu nem conheço.
- Se acha melhor que todo mundo só pq tem dinheiro. - Não era verdade.
- É promiscuo, quem namora com dois garotos?
- Ele sempre quer ter razão.
- Acha que as pessoas não sabem se vestir só pq não usam marca.
- Se acha o tal só pq tem um estagio na Vogue.
- E aposto que vestiu essa roupa só para provar alguma coisa, ou estou errada? - Disse Mary uma mulher que fazia conosco.
Todos começaram a falar juntos.
- Viu Cássio, as pessoas são ruins. - Disse Ariana.
- Eu não sou assim... Não sou.
Disse e sai da sala de aula.
Não ia chorar. Não ia chorar, Não ia chorar.
JÁ ESTAVA CHORANDO.
*
Continua.