Três é de Mais (02x11)

Parte da série Três é de Mais

Gente sei que demorei para postar, mas estava esperando passar a ultima semana de provas na faculdade para poder voltar a escrever sem interrupções.

Vamos colocar nossos assuntos em dia.

GRAMMY ROMANCE GAY AWARDS 2014: Gente eu agradeço de coração em quem votou em mim, sei que não mereço esse esse titulo por ter escritores melhores que eu e isso é fato comprovado pelos contos que eu ando lendo, e também sei que não teve muitas pessoas que votaram, mas mesmo assim eu fiquei muito feliz e agradecido por eu ter chegado na final e por ter vencido como melhor escritor, mostra que eu estou agradando todos vcs e é isso que me faz escrever meus contos. Mais uma vez obrigado por tudo e espero que gostem desse capitulo meus querido e em breve vou portar e prologo de #OCONTRATO.

Comentários serão respondido no próximo capitulo.

Beijo a todos.

-ooOoo-

Eu estava no aeroporto com o Alexandre, apenas nós dois voltaríamos para a Inglaterra por causa da faculdade, Ricardo e Lucas ficariam mais uma semana. Lucas porque tinha que resolver mais algumas coisas com a sua mãe e seu pai e meu outro namorado por que queria passar mais um tempo com o seu pai que ele quase não teve a chance de rever depois que voltou da Inglaterra.

Sei que foi uma longa viagem, mas na minha cabeça parece que eu tinha passado apenas um dia, não deu para eu passar mais tempo com os meus pais e saber mais sobre o meu irmãozinho que estava vindo, não deu para eu ver meus amigos direito e nem deu para sambar na cara do maldito do Bruno, foi tudo muito rápido. Tinha o Rodrigo que aceitou na hora ir conosco, mas pediu para eu não falar nada para o Xande e tem o Ethan que ficou de me dar uma resposta, porem nunca mais falou comigo e tem meu pai que não queria me soltar de maneira alguma.

- Pai por favor. Já pode me soltar.

- Não quero que vc vá.

- Já passamos por isso uma vez, se lembra?

- Só que daquela vez eu te deixei ir, agora vai ser diferente, vc não vai.

- Mãe! Faça alguma coisa.

- Deixa de frescura homem, vc mesmo estava falando que era o homem da casa, não estou entendo esse drama todo.

- As vezes me perguntou porque eu casei com vc. - Ele disse olhando feio para ela.

- Naquele tempo eu era linda e não tinha dado a luz a uma criança.

- E agora está esperando outra. - Eu disse.

- Exatamente.

- Vou sentir falta de vcs. - Eu disse dando um beijo neles dois, ficamos abraçados por alguns minutos e depois eu fui falar com os meus namorados.

- Espero que os dois não inventem de fazer Ménage, podemos ser um casal a três, mas se eu souber que vcs se envolveram com algum desses caras, fiquem ligados, eu mato os dois.

- Pode ficar tranquilo Chefe. - Disse Rick sorrindo.

- Eu digo o mesmo.

- Bom saber.

Eu disse e dei um abraço nos dois.

Alexandre estava se despedindo de seus pais que estavam chorando com a ida do filho para a Inglaterra.

- Gente, eu vou voltar para as festas de fim de ano. - Ele disse.

- Não queria que vc fosse, passamos tanto tempo separados e te ver partir me mata. - Disse sua mãe.

- Sua mãe está certa, mas como sabemos que vc tem suas responsabilidades eu espero te ver em breve meu filho.

- E verá pai, pode ter certeza.

Os dois deram um abraço apertado e ficaram jogando conversa fora, depois de um tempo Alexandre olhou no seu relógio e nosso voo foi anunciado e meu medo de o Rodrigo não chegar a tempo, perder o avião e me fazer ter que lidar com a Gale não ia ser nada legal.

- Vamos Cássio.

- Espera mais um minutinho Xande.

- Porque está fazendo tanta hora... - Ele ficou olhando pra trás do meu ombro com os olhos arregalados.

Eu me virei e dei de cara com o Rodrigo vindo em nossa direção segurando uma mala de rosinhas, ele estava meio tenso, mas eu via um pequeno sorriso nos seus lábios. Vendo ele ali eu dei um pequeno sorriso e olhei para o Alexandre que estava tremendo.

- Desculpa se demorei, mas eu não estava achando meu passaporte.

- O que ele está fazendo aqui? - Alexandre perguntou apertando meu braço.

- Primeiro, está me machucando. - Eu disse dando um tapa na sua mão - segundo, ele é o novo modelo contratado pela Vogue.

- O que? Eu faço trabalhos de modelos a anos...

- 2 anos.

- Não importa, eu nunca consegui um trabalho fixo. Agora ele vem aqui faz uma seção de fotos e consegue um contrato com a Vogue? Não acredito nisso. - Ele disse praticamente ,gritando. Seus pais tentavam acalma-lo, mas não estavam ajudando.

Rodrigo me olhou om um pequeno sorriso de santo e eu apenas o observei.

- Chega disso Alexandre, se vc não teve a chance de conseguir um contrato agora, vai conseguir um dia, mas não fica se lamentando. Rodrigo deve ter feito coisinhas com a Gale para ele conseguir esse contrato. - Eu disse olhando para ele que arregalou os olhos.

- Não queima o meu filme Cássio. - Ele disse no meu ouvido.

- Bom, isso não importa. Vamos? - Ele disse se recompondo.

- Não, ainda falta mais alguma coisa.

- Se não quer ir, apenas diga meu filho. - Disse meu pai todo animadinho.

- Não é isso pai, eu estou esperando pelo... Ele. - Eu disse apontando para o Ethan que estava vindo segurando a sua mala de mão.

Meus namorados, Rodrigo e Alexandre focaram chocados com o que estavam vendo, sei que eles estavam pensando que eu tinha enlouquecido, mas eu apenas queria ajudar uns amigos e ter o Ethan por perto iria me ajudar muito.

- O que ele está fazendo aqui? - Perguntou Alexandre.

- Ele vai viajar com a gente.

- Isso só pode ser brincadeira. - Disse meu namorado loiro 1.

- Vc não pode estar falando serio. - Disse meu namorado moreno 2 (que ainda estava chocado com o fato do Rodrigo estar presente).

Rodrigo ia dizer alguma coisa, mas com a olhada que lhe dei ele apenas calou a boca e ficou olhando para o lado (ou para o Xande, não faço ideia).

- Ethan vai trabalhar comigo na Vogue, ele vai ser meu ajudante e Gale já está de acordo. As pessoas merecem uma segunda chance meus amores, então nada de ficar olhando para ele com olhar de julgamento, vcs me entenderam? - Ethan nada dizia, ele apenas ficava quieto olhando para todos e os meninos apenas concordaram com a cabeça - perfeito, agora vamos que a viagem vai ser longa.

Dei mais um abraço nos meus pais e nos meus amores e entrei na sala de embarque. Eu estava sentindo um tensão no ar e fiquei me perguntando se tinha sido uma boa ideia pegar um avião com os três juntos. Decidi que iria me sentar com o Alexandre e os meninos iriam se sentar em outras poltronas juntos.

Alexandre estava de cara feia e eu apenas o observava.

- Amigo não fica assim.

- Como vc quer que eu fique? Vou ter que dividir uma casa com dois garotos que eu não suporto.

- Porque vc não suporta o Rodrigo? Pareciam tão amigos quando estavam fazendo aquelas fotos.

- Vc está me provocando? - Ele quase enfiou o dedo no meu olho.

- Alexandre, sei que ficou abalado com o que ele te disse e sei que está com raiva porque ele foi contratado depois de apenas uma seção de fotos, mas não sou eu que faço as regras, apenas sigo ordem da Editora Chefe e espero que ela não caia de pau em cima de mim caso o Rodrigo fizer alguma merda.

- Eu sei, mas é frustante saber que ele vai estar comigo lá e mais frustante ainda ter que ver a cara dele estampada na Vogue.

- Eu sei que é tenso amigo, mas relaxa. Vc vai começar o seu estagio no Royal National Theatre e vai aprender bastante sobre a sua profissão.

- Brandon gostava de me levar lá. - Ele disse melancólico.

- Eu não aguento. - Eu disse jogando minha cabeça pra trás, percebi que essa viagem seria a mais longa que já fiz na minha vida e de quebra ainda tinha o Ethan e o Rodrigo que estavam se olhando estranho como se quisessem sair na porrada a qualquer momento e eu não estava nenhum pouco afim de sair do Avião estocado por Guardas Federais, então troquei de lugar com o Ethan que se sentou ao lado do Alexandre sem pensar duas vezes, me sentei ao lado do Rodrigo na poltrona do corredor e coloquei meus fones de ouvido.

Ele parecia muito animado e estava olhando as luzes da cidade como uma criança muito fofa, ele me lançou um pequeno sorriso e eu coloquei na minha musica, coloquei também a mascara nos meus olhos e resolvi ir dormir já que era mais de 22:00 e eu estava morrendo de sono.

***

12 Horas depois.

Eu estava com um óculos escuro, com os cabelos bagunçados e segurando a minha mala de rodinhas, meu sono era muito e isso meio que me deixou desnorteado. Alexandre estava com dor de cabeça e tinha tomado mais de 4 aspirinas e me disse que ainda não tinha funcionado.

Já Rodrigo e Ethan pareciam estar muito animados com Londres.

- Essa cidade é linda de mais. - Disse Rodrigo tirando foto de tudo.

- Tenho que concordar, Londres é perfeita.

- Cade o Chester? - Perguntou Alexandre meio que gritando.

- Ele me disse que iria estar aqui quando chegássemos. - Eu disse pegando meu celular e discando o seu numero, mas ninguém me atendeu - ninguém atende.

- Tenta em casa. - Disse Alexandre.

- A mesma coisa.

- Eu vou mata-lo. - Ele disse entrando no primeiro táxi que viu pela frente.

- O que há com ele? - Perguntou Rodrigo.

- Quando Alexandre fica com sono e dor de cabeça, ele é a pessoa mais insuportável do mundo.

- Percebi. - Disse Ethan e Rodrigo o fuzilou com o olhar.

- Vamos Rodrigo, vc tem que ir ver a Gale hoje. E eu tenho que ir na faculdade dar um jeito de conseguir fazer minhas duas provas que estão atrasadas.

Entramos todos no carro e fomos para a Republica que ficava um pouco longe dali.

Porem não demorou muito e nós já estávamos em casa, dei o dinheiro para o Taxista - que era um velhinho muito gentil - e fomos para a porta, como eu estava sem a minha chave eu toquei a campainha, porem ninguém saiu. Toquei mais uma vez e fiquei esperando Chester ou o Donald, mas nenhum dos dois abriram a porta e sim um homem que eu nunca vi na minha vida, ele ficou me olhando com uma cara estranha e nós ficamos confusos.

- Festa irada. - Ele disse meio noiado.

- Festa? - Nós dois perguntamos juntos.

- Sim. - Ele soluçou - Darwin deu uma festa.

- Darwin? - Alexandre praticamente gritou - Darwin não mora aqui.

- Diz isso para ele. - O garoto disse e saiu cambaleando.

- Xande eu estou com medo de entrar em casa. - Eu disse segurando seu braço.

- Eu estou com sono, cansado e dor de cabeça. Eu vou sim entrar nessa casa e acabar com o Chester e com o Donald que concordaram com isso. - Ele disse entrando na casa e eu nada falei apenas o segui e quando entrei tive uma desagradável surpresa. Todos estavam caídos no chão, com garrafas de bebidas jogadas pela casa toda, as luzes ainda piscavam, e meu cachorro estava lambendo a cara de uma garota que eu nunca tinha visto na minha vida.

- Shadow, vem aqui garoto. - Ele veio todo manhoso e pulou em mim.

- Vc ainda tem esse cachorro? - Disse Ethan fazendo carinho nele.

- Pois é e agora ele tem filhotes. - Eu disse sorrindo.

Ele ficou todo bobo passando a mão no cachorro.

- O pessoal dessa casa é bem animado. - Disse Rodrigo olhando em volta.

- Não, não é. - Eu disse procurando o Darwin no meio da multidão.

- Porque ele fez isso? - Perguntou Alexandre.

- Ele me disse que estava apaixonado pelo Donald, eu acho que ele queria embebedar o garoto.

- Então eles só podem estar no quarto.

Ele disse e nós subimos as escadas correndo, quando chegamos no quarto do Donald a porta estava trancada.

- Donald saia desse quarto agora. - Eu disse esmurrando a porta.

- Cássio? - Eu ouvi sua voz assustada.

- Ai tem. - Disse Xande.

Ele abrir a porta e puxou nós dois para dentro e a trancou. Ele estava com seus óculos de fundo de garrafa, seus cabelos bagunçados e suas roupas amassadas. Ele estava meio que tremendo e não sabia o que fazer, nós dois ficamos olhando para ele e aquilo o deixou meio que incomodado.

- Pode nos dizer o que aconteceu nessa casa? - Eu perguntei.

- Foi tudo muito rápido. Darwin chegou aqui em casa com uma garrafa de vinho e disse para nós comemorarmos sua promoção.

- Espera, Darwin conseguiu uma promoção? Como assim? E por que a Gale não me disse?

- Voltando, então depois de umas garrafas de vinho, ele disse para nós chamarmos uns amigos para uma reuniãozinho intima, eu achei a ideia péssima assim como a Carly, mas Chester adorou, ele disse que vcs dois são meio controladores.

- Que mentira. - Disse Xande.

- Só que a casa foi enchendo e isso meio que terminou mal...

- Mal como? - Eu perguntei.

- Com a metade da faculdade aqui dentro o que é matematicamente impossível, mas aconteceu. Todos bebendo, pulando, quase derrubando a casa. Acho que rolou até drogas aqui. Depois disso Darwin se arrependeu e sumiu, acho que ele se trancou na dispensa.

- E vc...?

- Fiquei trancado aqui no quarto.

- Eu vou matar o Darwin. - Eu disse e sai do quarto.

Desci a escada correndo e vi que o Rodrigo e o Ethan ainda estavam no mesmo lugar, os dois me olharam e eu passei por eles. Cheguei na cozinha e vi que a porta da dispensa estava fechada, pulei por cima de um corpo que estava jogado no meio do caminho e bati na porta.

- Darwin meu amor, abre a porta.

Ouvi um barulho de tranca e ele abriu a porta sorrindo e segurando um pote de todinho, eu peguei ele pela orelha e o tirei da dispensa, ele ficou gritando e os meninos apareceram na cozinha.

- Cássio, para que tanta grosseria?

- Qual é o seu problema?

- Não entendi.

- Porque vc fez essa festa?

- Eu apenas dei a ideia, foi o Chester que chamou metade da universidade.

- Me engana que eu gosto.

- Deixa de ser velho, eu tenho 23 anos e sou mais novo que vc.

- Vc é irresponsável.

- Eu apenas queria comemorar minha promoção.

- Vc não ganhou uma promoção, Gale teria me dito.

- Tudo bem, eu queria... - Ele parou de dizer quando Donald entrou na cozinha.

- Entendi tudo, seu pervertido.

Ele bocejou e ficou me olhando.

Eu o puxei pelo braço e o levei para longe do pessoal.

- Te disse para ficar longe dele, o garoto tem apenas 17 anos.

- Nessa idade eu já era um garoto apaixonado.

- Sei que vc é um pessoa responsável, trabalhadora e muito organizada, mas quando se trata de relacionamentos vc faz merda. Então fique longe do menino.

- Vc sabe muito bem que eu piro de vez em quando, eu gosto mesmo desse menino.

- Mas ele nunca deu indícios de que gosta de vc.

- Eu sei e isso me mata.

- Faz o seguinte, vai pra sua casa. Durma em uma cama, tome um banho e coma algo descente. Amanha vc tem trabalho e espero que esteja atento aos seus serviços. Eu vou dar um jeito de descobrir se ele sente algo por vc ou se ele é gay.

- É por isso que eu te amo Cássio.

- Vai meu amor. - Ele me deu um beijo e foi.

- Não pense que isso ficara assim Darwin, vou dar um jeito de ter a vingança que merece. - Disse Alexandre apontando para ele.

- Bebê, vc é muito vingativo. - Ele disse bagunçando o cabelo do Alexandre.

Deu um beijo no rosto do Donald na maior cara de pau - isso deixou o menino mais vermelho que pimentão -, ele deu uma olhada nos meninos - Rodrigo e Ethan e depois saiu da cozinha. Eu peguei meu celular, pluguei no som e liguei a sirene de policia.

As pessoas que estavam na festa se levantaram meio que tombando e saíram correndo, alguns sujos de vomito, outros semi-nus e algumas meninas com a maquiagem toda borrada, elas e eles não demoraram mais que um minuto para deixar a casa. O único que ficou foi o Chester que estava jogado debaixo de algumas almofadas. Eu cheguei perto dele, peguei uma almofada e joguei na cara dele que levantou assustado.

- Voltou Cássio. - Ele disse coçando sua cabeça - e trouxe amigos.

- Limpa essa casa, eu tenho que ir na faculdade.

- O que? Limpar a casa?

- Sim, vc concordou com isso agora aguente.

- Donald também estava aqui, e Alex pode me ajudar.

- Não posso. - Disse Xande - tenho que ir na faculdade assim como o Cássio.

Xande subiu correndo.

- Quem são esses? - Perguntou ele olhando para os meninos e Donald também ficou curioso.

- Eles vieram comigo do Brasil, os dois vão trabalhar na Vogue e vão estudar na universidade. Esse é o Rodrigo e esse Ethan. - Eu disse e os quatros se cumprimentaram, conversaram sobre alguma coisa e depois eu mostrei o quarto deles.

Disse para o Rodrigo que iria tomar um banho e ir na faculdade e depois iria com ele na Vogue, o mesmo concordou comigo e entrou no seu quarto, falei com o Ethan e te mostrei seu quarto, o mesmo estava muito animado, mas como eu não tinha tempo para conversar com ele eu disse que mais tarde conversaríamos, ele concordou comigo e eu entrei no meu quarto para tomar um banho rápido, tinha muitos compromissos hoje.

***

LUCAS.

Eu estava no quarto de hospital segurando a mão da minha mãe, os médicos disseram que a situação dela tinha piorado e isso só me deixava mais preocupado. Eu tentei ligar para o Cássio para saber como ele chegou em casa, mas de maneira alguma minha mãe largava a minha mãe e por um estranho sentimento eu não a largava.

O marido da minha mãe entrou no quarto, ele estava com uma cara de cansado e eu não o culpava, ele não saia do lado dela e fazia de tudo para conseguir cuidar dos filhos e ficar com a minha mãe no hospital.

- O que o medico disse?

- Que o caso dela está piorando, Muriel tem apenas mais alguns dias de vida e os médicos não podem fazer mais nada. - Ele disse e começou a chorar.

Eu me levantei e lhe dei um abraço apertado, ela estava soluçando muito e minhas lagrimas já caiam.

- Como vai ser agora Lucas? Como eu vou cuidar dos meus filhos? Como vou seguir com a minha vida sem o meu amor ao meu lado.

- Se acalme, sei que minha mãe é forte e sei que com a Graça de Deus ela vai conseguir sobreviver, mas se isso não acontecer, eu vou ficar do seu lado.

- Vc não pode, tem uma vida em Londres, não pode largar tudo.

- Vc é o homem que minha mãe ama, tenho dois irmãos e vou ficar do seu lado sim. Caso aconteça algo com ela, nós vamos ser uma família e vou fazer de tudo para fazer meus irmãos felizes.

- Sua mãe disse mesmo que vc tinha um grande coração garoto. - Ele disse me dando um abraço - saiba que eu lhe considero meu filho.

- Me sinto feliz por isso.

Minha mãe começou a tossir e eu peguei em sua mão. Maurílio que estava do meu lado, correu para o outro lado da cama e segurou em sua mão, lentamente minha mãe abriu seus olhos e ficou nos olhando.

- Sinto que já chegou a minha hora. - Ela disse baixo.

- Não fala isso mãe, a senhora é forte...

- Mas não sou imortal meu filho. Sei que vou deixar meu marido e meus filhos pra trás e me sinto culpada por isso, mas infelizmente eu não tenho como evitar. Me perdoe mais uma vez Lucas, sei que não fui uma boa mãe, sei que não fiquei do seu lado quando vc mais precisou de mim, não vou me perdoar por isso nunca...

- Mas eu te perdoei.

- Mas não é o suficiente, eu vou ir sem me perdoar Lucas, te afastei do seu pai e disse que ele estava morto.

- Mãe, tudo já se resolveu. Estamos bem, todos estamos.

- E me sinto bem com isso... E vc meu amor, me perdoe por não ficar do seu lado quando vc mais precisa de mim. Desculpe por ter feito vc passar por tudo aquilo quando nos casamos, por privar vc de se divertir com seus amigos, por te privar de ter uma vida.

- Muriel, tudo o que queria era estar com vc e consegui isso, pode ter sido por apenas 2 anos, mas saiba que vc foi a melhor coisa que me aconteceu. - Ele disse e deu um beijo na sua cabeça.

- Diga aos nossos filhos que eu sinto muito por não ficar ao lado dele nesse momento tão importante.

- Não diga mais nada meu amor, vc precisa descansar.

- Não, eu quero falar, diga para eles nunca esconderem o que são. Os dois devem crescer com pessoas que os amam que vão estar ao lado deles sempre que precisarem.

- Pode deixar mãe, eles vão crescer ouvindo isso. - Eu disse beijando a sua mão.

- Ouvindo isso, agora eu posso ir em paz.

- Não diz isso mãe. - Eu disse e passei a mão no seu rosto, seu olhar estava fixo no teto, seu rosto tinha uma afeição satisfeita e seu coração parou de bater - mãe? Mãe!? Fala comigo por favor. MÃE.

Eu entrei em panico, meu padastro se sentou na poltrona ao lado da cama e começou chorar. Eu gritei para as enfermeiras e duas mulheres entraram correndo no quarto, o medico entrou logo em seguida e pediu para nós dois nos retirarmos, mas eu não queria sair do lado da minha mãe. Tive que sair forçado, Maurílio me puxava e segurava, mas eu não conseguia me controlar, a unica coisa que eu queria era ficar do lado da minha mãe.

- Se acalme, vc vai acabar tendo um ataque. - Disse uma mulher que estava do meu lado, mas eu não queria me acalmar, eu queria que o medico saísse por aquela porta e me dissesse que ele estava errado, que minha mãe estava viva e que iria viver por muito e muitos anos.

- Sinto muito. - Ele disse quando saiu do quarto.

Eu já não sabia o que pensar, perder a mãe é a coisa mais horrível que se pode imaginar, quando eu era criança, na minha cabeça minha iria ser eterna, mas agora eu vejo que aquilo não passava de um ingenuo pensamento de criança. Eu em levantei para longe deles e ainda chorando liguei para o Ricardo.

- Oi Lucas. - Ele disse animado, estava passando o dia com o pai dele e eu me senti meio mal por ter que acabar com a felicidade dele, mas eu precisava que ele estivesse do meu lado, junto comigo. O Cássio estava longe e isso já tornava tudo mais difícil.

- Ela se foi. - Eu disse soluçando e sua voz mudou.

- Como assim? Ela quem? Não vai me dizer que Muriel...

- Sim Ricardo, minha mãe morreu. - Eu disse me encostando na parede e descendo lentamente - o que vai ser de mim agora? Eu pensei que ela ia ficar bem, mas eu vi que estava enganado.

- Calma e me espera, eu estou perto do hospital e estou indo correndo para ai.

- Tudo bem. - Eu disse fungando e desliguei meu celular.

Fiquei olhando para a tela e vi uma foto da minha mãe sorrindo, que ela tirou comigo a 5 anos atrás quando fomos juntos ao Parque Trianon, ela estava tão feliz e eu também, nós dois ali naquele lugar, juntos e sem problemas... Eu nunca mais poderei sentir isso novamente.

Senti meu celular começar a vibrar e vi que era o meu pai.

- Oi. - Eu disse fungando e limpando meu rosto.

- Como vai filho? Eu estava pensando se vc quer ir jantar comigo e com o Hugo hoje?

- Não vai ser possível pai.

- Que voz é essa? Aconteceu alguma coisa?

- Sim, minha mãe... Infelizmente ela não aguentou... - Eu nem consegui terminar a frase.

- O que? Me diz que não está falando serio. Me diz que Muriel não faleceu. - Ele disse meio desnorteado, mas era de se esperar, logo agora que os dois estavam mais unidos e tinham resolvido seus problemas isso acontece.

- Pois é pai, foi tudo muito rápido. Estamos aqui e eu não sei o que fazer.

- Fique onde está, eu estou indo pra ai.

Ele disse e eu desliguei o telefone.

Ricardo veio correndo em minha direção, me levantou do chão e me deu um abraço apertado, ficamos assim por um bom tempo e eu já nem chorava mais, acho que fiquei tão chocado com o que acabara de acontecer que fiquei em silencio por um bom tempo.

Ricardo me levou até os bancos e me sentou ao seu lado, passou as mãos em meus cabelos e ficamos em silencio.

- Como está se sentindo?

- Como se o mundo não tivesse mais motivo para existir.

- Não posso dizer que sei o que vc está sentindo, mas saiba que eu estou aqui com vc para o que precisar.

- Agradeço. - Eu disse passando a mão no seu rosto e deitei minha cabeça em seu ombro.

Depois de alguns minutos meu pai chegou e Ricardo foi falar com o Maurílio.

- Não sei nem o que dizer filho, a não ser sinto muito pela sua perda.

- Por nossa perda não é pai, minha mãe disse tantas coisas...

- Eu sei que agora ela não está sofrendo mais.

- Verdade. - Eu disse pensando por aquele lado.

- Isso, pensa que agora ela está em um lugar melhor, que ela pode olhar por vc e seus irmãos sempre que e até quando não pedirem. - Ele disse dando um beijo na minha cabeça.

- Obrigado pai. - Eu disse.

***

ALEXANDRE

Eu estava na faculdade olhando para a cara da minha professora. Lady Ella, ela sempre me olhava como se fosse melhor que eu e como eu sou burro sempre a olhava de cabeça baixa. Nymeria minha amiga de curso queria saber tudo o que tinha acontecido na viajem, mas eu queria esquecer tudo o que eu tinha passado no Brasil. Culpa do Rodrigo que agora iria dormir em um quarto ao lado do meu.

- Então Senhor Alex. - Ela sempre me chamava assim, mesmo eu dizendo que eu nome era Alexandre - soube que estava de ferias. - Ela disse me olhando.

Ella é uma mulher ruiva de cabelos cacheados, sua pele enrugada mostrava que já era de idade, mas isso não deixava menos elegante. Suas roupas eram sempre de marca e das mais caras e ela fazia questão de mostrar as suas joias que ela dizia que eram de família.

- Não era ferias senhora, eu acompanhei meu amigo em um assunto de família.

- Soube por fontes que o assunto não era seu e sim do Cássio estudante de moda.

- Sou amigo dele e... Quem foi essa fonte misteriosa? - Eu olhei para Nymeria que estava quase se escondendo e eu disse me voz baixa (vc me paga), ela deu um pequeno sorriso e eu olhei para a Lady Ella - na verdade o assunto é do Lucas, o estudante de artes, mas isso não importa. O que importa é que eu fiz a minha parte estando do lado dos meus amigos, agora se a senhora me permite...

- Senhorita! - Ela gritou.

- Claro, onde eu estava com a cabeça. Se a senhorita me permite eu vim fazer meus teste, já que eu não estava aqui.

- Com todo o prazer. - Ela disse e me seu caminho para subir ao palco.

Eu olhei para todos e comecei a atuar.

***

Depois que eu terminei todos os meus testes, eu sai do anfiteatro e fui para a lanchonete come alguma coisa. Vi que Nymeria estava vindo atrás de mim, mas estava com medo de me encarar, mas ela sabia que eu não faria nada com ela, as leis em Londres são muito severas.

- Que bonito em Nymeria, como assim vc conta para ela que o problema era do Cássio depois que eu disse não que era meu?

- Vc sabe como é aquela mulher. Ela é do tipo manipuladora que consegue fazer com que nós contemos tudo o que se passa fora da escola.

- Eu sei muito bem.

- Gay. Estranha. - Disse nosso querido amigo.

- Hétero. - Eu disse.

- Pinto pequeno. - Disse Nymeria.

Ela e John se odeiam, mas eu sei que no fundo os dois se ama, mas nenhum deles tem coragem de assumir e eu apenas fico observando os dois brigando e se xingando sempre que se veem.

- Queridos, uma coisa que eu não tenho é paciência, ainda mais para ver vcs dois brigando que nem cão e gato.

- Eu não comecei nada Alexandre, vc mesmo viu que esse broxa começou.

- E vc fez questão de terminar.

- Aiii... Não sou obrigado. - Eu disse olhando para ambos que calaram a boca.

- Soube que v e Brandon terminaram. - Ele disse.

- Sim, infelizmente, mas hoje eu vou atrás dele para conversarmos.

- Boa sorte. - Ele disse levantando seu copo de café como se estivesse brindando.

- Onde está o Cássio?

- Sabe que eu não faço ideia, era para ele estar aqui com a gente, mas pelo visto teve alguma mais importante para fazer. Acho que vou ligar para ele. - Eu disse pegando o meu celular e discando para o Cássio.

O telefone chamou uma, duas, três e nada do Cássio atender.

- Eu acho que ele deve ter ido para a casa ou ter ido para a revista. E por falar nisso eu tenho que ir.

- E deixar a Lady Ella esperando. - Disse Nymeria com os olhos arregalados.

- Não vai ser a primeira vez que faço isso.

- E nem a ultima. - Disse John.

- Exatamente querido John. Beijos para os dois e juízo.

Eu disse e corri para fora da faculdade, Cássio tinha me dito que Gale queria falar comigo, claro que era para eu ganhar o meu cache das fotos em São Paulo, e eu iria ganhar uma grana preta e isso me fazia feliz (Dinheiro não trás felicidade, mas trás roupas, celulares, doces e muitas outras coisinhas).

Peguei meu carro e corri para Vogue.

Quando eu cheguei lá, eu respirei fundo e fiquei pensando no quanto eu ganharia por ter minha cara estampada em umas das melhores revistas do MUNDO, eu estava me achando um pouquinho, mas eu sou gente né e já passei por muita coisa para estar aqui e então que mereço isso de verdade.

Eu me sentei na recepção na frente da sala da Gale e quando olhei para o lado dei de cara com o Brandon, LITERALMENTE, ele estava sentando no banco ao lado e estava me olhando. Quando eu vi seus lindos olhos castanho meu coração se aqueceu, vê-lo ali na minha frente me fazia tremer por inteiro e isso mostrava, mesmo eu estando apaixonado pelo Rodrigo eu ainda amava o meu Brandon e isso meio que me deixava louco.

- Brandon. - Eu disse quase sem voz.

- Oi Alexandre. - Ele perecia mais calmo e isso era bom para batermos um papo - eu queria me desculpar por ter ido embora daquele jeito.

- Não peça, eu sei que não fui maduro o suficiente para te olhar nos olhos e te dizer a verdade.

- E como vc está? - Ele perguntou passando a mão no meu braço.

- Sinto sua falta. - Eu já senti meus olhos se encherem de lagrimas.

- Acho que temos que seguir em frente.

- Mas eu não quero seguir em frente. - Eu disse um pouco alto - eu te amo e nunca tive duvidas disso.

- Alexandre por favor...

- Por favor digo eu. Vc foi embora e me deixou sem deixar eu me explicar e agora está dizendo para nós seguirmos em frente? O que está acontecendo. Me diz a verdade. - Eu disse com a voz embargada, não queria chorar na frente dele, mas eu não conseguia me segurar.

- Não chora... Alexandre nós dois nunca daríamos certo.

- Por que tem tanta certeza?

- Vamos Brandon? - Disse um garoto gato de mais.

Era um dos modelos da Vogue, com a pele branca seus olhos verdes intensos e seus cabelos castanhos escuro. Era um pouco mais alto que eu e eu soube que ele era o preferido da revista, Gale o amava e todos que liam a Vogue também, inclusive Darwin e Cássio.

- Alexandre conhece o Patrick? - Disse Brandon meio sem graça.

- Conheço. - Eu disse olhando para os dois e depois olhando para a frente.

- Conheço um restaurante que vai ser perfeito para nos conhecermos melhor.

- Alexandre...

- Vc tem um compromisso Brandon, não o deixe esperando. - Eu disse tremendo.

- Alexandre pode entrar.

Disse a secretaria da Gale, eu me levantei e quando estava entrando na sala Brandon segura meu braço, mas eu o puxo com força e entro na sala. Fecho a porta devagar e limpo minhas lagrimas que já estavam molhando o meu rosto, respirei fundo e olhei para Gale que me observava com uma cara estranha, como se estivesse me analisando.

- Algum problema?

- Não, nada com o que se preocupar. - Disse me sentando.

- Estava olhando as suas fotos Alexandre e vi que vc tem um grande potencial. Pode não ser um modelo profissional, mas te digo que suas fotos ficaram perfeitas.

- Obrigado Gale, vindo de vc significa muito.

- Mas não está vindo apenas de mim, mas sim do chefe.

- O que?

- Isso mesmo Alexandre, ele te achou lindo. Disse que tem carisma e que se fizer mais uns cursos de passarela vai estar perfeito para ser nosso modelo profissional. - Ela disse sorrindo e me mostrando a capa da revista em que eu e o Rodrigo estávamos juntos abraçados. A nova capa de dezembro.

Vendo aquilo meus olhos brilharam e vi uma nova porta de oportunidades se abrir pra mim, na verdades para nós dois.

- Então Alexandre, acha que tem capacidade para se juntar a nossa equipe?

- Não só acho como tenho certeza. - Eu disse chorando novamente.

- Perfeito. Então bem vindo a Vogue.

Ela disse me estendendo a mão e eu apertei.

*

CONTINUA.