Três é de Mais (02x10)

Parte da série Três é de Mais

Hey pessoihas... Como vão vcs nesse dia maravilhoso de feriado? Me desculpem por não ter postado antes, mas eu estou quase na semana de provas e estou começando a pensar em suicídio (brincadeiras a parte). Também estou escrevendo #OCONTRATO e meio que toma muito do meu tempo, mas eu espero que vcs gostem desse capitulo. Beijão.

gfdm - Calma coração, tem muitas coisas para acontecer ainda e muita confusão também. Não posso te dar uma certeza sobre o Brandon e Xande, mas espero que continue acompanhando. Beijão.

Fleur - Vejo que a maioria da torcida vai para o Brandon kkkk, mas eu acho que todo mundo merece uma segunda chance não é verdade? Mas temos um longo caminho pela frente. Espero que goste. Beijão.

BielRock - Fico muito feliz e agradecido que vc esteja gostando, mais um para a torcida #Brandon&Xande kkkk, vamos ver se os dois vão ficar mesmo juntos. Caso queira entrar e ctt comigo, me mande um e-mail, to sem whats (DinhoCDC@outlook.com). Beijão.

kaduNascimento - Como assim idiota? Coitado do menino, sim ele fez muita burrada na vida, mas eu acho que todos merecemos uma segunda chance, dependendo do erro é claro kkkkkk. E também não posso afirmar se o Xande ficara com ele ou com o Brandon, só o tempo mesmo kkk. Beijão querido.

Ryan Benson - Pois é homem, vc é o único que torce para o gato do Rodrigo, eu acho todos merecem uma segunda chance, mas vamos ver o que acontece. E a Branca um dia vai ter a vingança dela, como eu sou o autor já digo que o futuro dela vai ser estar casada com um homem barrigudo e bêbado que fica no bar o dia inteiro enquanto ela cozinha acima do peso e cuida dos sues 4 filhos kkkkk. Eu ia mesmo responder os comentários, mas eu tenho uma porra de uma mania estupida que abrir duas paginas com medo de fechar uma e acabei postando a errada e fechando a certa kkk, minha cabeça é de velho kkk. Beijão querido.

-ooOoo-

CÁSSIO.

Eu estava deitado na minha cama depois de um dia estressante de trabalho.

Gale voltou para a Inglaterra me xingando, mas ela disse que teve fotos o suficiente para fazer a edição do mês de Dezembro, e disse que teria uma surpresa para o Rodrigo, eu não sabia o que era, mas ela me disse que ia me mandar por E-mail, então nem liguei.

Meus namorado estavam deitados ao meu lado, cada um com a cabeça no meu peito e eu fazia carinho no cabelos dos dois, ainda não tinha falado para o Lucas sobre o pai dele, mas eu ia dar um jeito de conversar com ele, agora estávamos relaxando depois de um sexo matinal gostoso.

- Brandon voltou para a Inglaterra.

- O que? - Perguntou Ricardo se levantando.

- Isso mesmo, ele saiu na porrada com o Rodrigo e terminou o namoro com o Alexandre.

- Como assim? E porque o Xande não me ligou?

Alexandre e Ricardo são muito próximos um do outro, soube que eles eram amigos desde que o Ricardo entrou na nossa escola e agora os dois são como irmãos e eu sei muito bem que eles guardam segredos que eu não faço questão nenhuma de descobrir.

- Ele me disse que estava vindo pra cá, mas até agora não chegou. - Eu disse olhando no relógio.

- Eu acho que vou atrás dele. - Ele disse se levantando e colocando a sua cueca e depois seu jeans.

- Acho melhor vc não fazer isso, deixa ele pensar um pouco.

- Alexandre é o irmão que eu nunca tive e acho que tenho que estar com ele nesse momento. - Disse colocando sua camiseta e pegando seus documentos - me empresta seu carro?

Eu joguei minha chave para ele e o mesmo saiu do quarto correndo.

- Tudo bem, isso foi estranho.

- Não tem nada estranho, Alexandre e ele são muito próximos. - Eu disse.

- Sei, mas já que ele foi embora será que podemos continuar nós dois?

- Sabe que eu não achei uma má ideia?

Eu disse sorrindo e lhe dei um beijo.

***

ALEXANDRE.

- Eu não aguento mais ficar longe de vc.

- Como é?

Ele me deu um beijo.

Eu me senti na escola mais uma vez, quando nós demos um beijo pela primeira vez. Eu sei que ele estava bêbado, mas mesmo assim eu adorei daquela vez e agora foi a mesma coisa. Senti seus lábios tocando ao meu foi uma sensação incrível, mas eu estava sentido que faltava alguma coisa.

- Rodrigo para. - Eu disse me afastando.

- Por favor não faz isso comigo. - Ele disse com a voz embargada.

- No passado vc foi muito ruim.

- Esquece o passado.

- Não posso fazer isso de uma hora para outra. Semana passada eu estava em Londres na minha casa, com o meu namorado e meu emprego ridículo de modelo. Agora eu estou aqui, sem namorado, na sua frente e com a cara estampada na Vogue.

- Alexandre eu te amo. - Minhas pernas tremeram na hora.

- O que?

- Eu sempre te amei, desde que vc era aquele garoto solitário na escola. Te achava lindo, ficava esperando praticamente uma aula só para ver um sorriso estampado no seu rosto. Lembra quando o Bruno te bateu? Minha vontade era de matar ele, te ver no chão cortou meu coração... Posso te contar um segredo?

Eu concordei com a cabeça.

- Quando demos nosso primeiro beijo eu estava sóbrio.

- O que? - Eu perguntei arregalando meus olhos.

- Eu estava com o Lucas, ele que estava bêbado e quando eu te vi decidi inventar essa historia, eu me lembro que vc ficou todo revoltado quando eu derrubei refrigerante em vc, mas mesmo assim vc me ajudou e cuidou de mim. - Ele disse indo até a janela e dando um pequeno sorriso. - Quando eu te beijei... Sei o que vu falar aqui agora é muito idiota, mas eu senti como se tivesse mais de 1000 borboletas no meu estomago, como se no mundo apenas existe apenas vc e eu.

Ele se virou pra mim.

- Vc não sabe como eu me senti feliz.

- E pq nunca me disse?

- Eu não sabia se vc gostava de mim ou se foi movido pelo tesão... E eu sempre fui um covarde.

- E pq fez aquelas coisas com o Lucas?

- Eu não sabia o que se passava pela cabeça do meu amigo. Vc deve saber como eu me senti todos esse anos. Vivi em uma casa com uma mãe preconceituosa e um pai manipulável, minha vó é uma religiosa e meu tio e um daqueles caras que batem nos outros na rua só pelo fato de ser homossexual. Sei que sou gay desde que me entendo por gente, e as coisas que eu passei, senti, vivi foram horríveis. E eu achei que era a mesma coisa com causa do Lucas já que ele vivia com uma mãe preconceituosa como a Muriel, mas eu estava errado, ele estava bem como ele era, diferente de mim.

- E a sua unica saída foi dar uma surra nele. - Eu disse me sentando.

- Me arrependo até hoje. - Ele disse suspirando - Lucas sempre foi o meu melhor amigo, sempre me apoiando e em vez de eu ficar do lado dele, eu apenas me juntei com o Bruno e decidi acabar com o pingo de felicidade que ele tinha. - Ele disse sorrindo.

- Rodrigo eu não sei o que dizer.

- Não diga nada. Eu não devia ter vindo aqui, eu...

Quando ele abriu a porta deu de cara com o Ricardo que ficou com os olhos arregalados.

- O que ele está fazendo aqui?

- Uma burrada. - Ele disse com um sorriso triste - Mais uma vez me perdoa, não queria estragar a sua vida.

Ele disse e saiu, Ricardo ficou olhando para ele e para mim, antes de dizer alguma coisa ele me deu um abraço apertado e eu desabei no choro, sei que chorar não é coisa de homem como diz o meu pai, mas eu não conseguia me segurar, as lagrimas apenas saiam dos meus olhos.

- Calma meu querido, eu estou aqui com vc.

- Ele não pode fazer isso, vir aqui dizer que me ama e depois ir embora se lamentando.

- Eu sei.

- Não pode fazer uma coisa dessas. - Eu disse soluçando.

- Calma Xande, eu estou aqui com vc.

- Não sei o que seria da minha vida sem vcs. - Eu disse fungando.

- Nada. - Ele disse sorrindo e deu um beijo na minha testa.

Meu telefone tocou e vi que era a minha mãe.

- Oi meu filho. - Ela disse com uma voz alegre.

- Oi mãe. - Eu disse disfarçando a minha.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não, é que eu estava dormindo.

- A meu filho se eu soubesse...

- Está tudo bem mãe, aconteceu alguma coisa?

- Sim, vamos ter um jantar aqui em casa e eu quero que vc venha, a família toda vai estar reunida.

Eu olhei no relógio e vi que ainda era 18:30.

- Que horas começa?

- Daqui a pouco, ficaria muito feliz se viesse e trás seu namorado, quero conhece-lo.

- Tudo bem, eu vou tomar um banho e já estou indo para ai.

- Tudo bem, beijo meu filho.

- Beijo.

Eu desliguei o telefone e tirei a minha roupa ficando apenas de cueca, nem me importei com o Ricardo ali, na Inglaterra eu andava de cueca pela casa toda e eles meio que se acostumaram.

- Onde vc vai?

- Tomar um banho, minha mãe me convidou para um jantar com a família e vc vi comigo.

- Beleza, adoro boca livre.

Ele disse tirando seus tênis e deitando na cama ligando a televisão, eu fui para o banheiro tomar meu banho.

***

CÁSSIO.

Eu estava sentando numa mesa olhando para o meu pai, Lucas estava do meu lado e essa situação era muito constrangedora.

- Pai podemos acabar logo com isso?

- Tudo bem, vamos começar com o primeiro tópico da noite: Quando fizerem sexo tranquem a porta. Quando estiverem na minha casa nada de sexo. E por ultimo e mais importante nada de sexo NUNCA.

Lucas e eu estávamos em uma situação muito intima quando meu pai entrou no quarto e pegou nós dois com a boca na butiga literalmente... Agora estamos aqui os dois olhando para o general papai que tinha uma veia monstra na testa.

- Olha pelo lado bom pai, agora que mamãe está gravida vc pode ensinar isso para o seu novo filho.

- Eu vou ensinar, a primeira coisa que eu vou falar para ele ou ela é que...

- Sexo é ilegal? - Eu perguntei me lembrando do que ele disse quando eu era criança.

- Como vc sabe?

- Me lembro disso até hoje.

- Cada um com suas loucuras. - Disse Lucas.

- Mas espera, se a mamãe está gravida, isso significa que vcs... ECA.

- Assunto encerrado. - Ele disse se levantando e saindo correndo.

- Eu sabia que fazer isso iria deixar ele dessa maneira.

Eu disse sorrindo para o Lucas que deu um beijo no meu rosto.

Quando ele se levantou eu segurei em seu braço.

- Onde pensa que vai?

- Dormir. - Ele disse coçando seus cachinhos.

Eu olhei no relógio e vi que ainda era 19:00.

- Esta muito cedo e eu tenho que te levar em um lugar.

- Mas eu estou com sono.

- Deixa de viadagem homem.

Ele deu um pequeno sorriso e foi trocar de roupa, como eu já estava arrumado apenas me sentei no sofá e fiquei mexendo no celular, até receber uma mensagem do Rick dizendo que estava indo jantar na casa dos pais do Xande e eu iria ter que ir de táxi até o meu destino, mas lembrei que meu pai tinha um carro sobrando e depois de muito choro ele me emprestou.

- Onde estamos indo ?

- Em uma lanchonete muito famosa aqui na paulista. - Eu disse quase chagando.

- Entendi.

Chegamos na lanchonete e eu estacionei o carro.

- Vai entrando que eu tenho que resolver uma coisa.

- Tudo bem. Vou achar uma mesa.

- Vai sim.

Quando ele entrou eu entrei logo atrás e me escondi atrás de um balcão e fiquei olhando ele de longe.

- Sei que não era esse o acordo, mas ele não viria por vontade própria. - Disse pra mim mesmo.

Quando Lucas viu o pai ele ficou parado e eu fiquei com medo dele ter um ataque, disse algumas coisa e depois se sentou, eu respirei fundo e alguém atrás de mim disse:

- Trabalho aqui a muito tempo e posso lhe dizer que esse não é o jeito certo de ficar em um restaurante.

Eu me levantei e levei um susto - que foi bem demonstrado já que dei um pulo -.

- Que palhaçada é essa? São Paulo é uma cidade enorme, pq eu sempre tenho que dar de cara com vcs? - Eu disse vendo que ele era a unica pessoa que faltava na minha lista.

- Como vai Cássio?

- Muito bem Etahn, e vc?

- Vou levando a vida, vai querer alguma coisa?

- Pq está me oferecendo? Quer me envenenar?

- Eu trabalho aqui. Meu trabalho é perguntar o que os clientes querem e depois servi-los. - Ele disse praticamente soletrando.

- Entendi. Eu quero uma salada. - Eu disse ainda olhando para os dois que conversavam normalmente.

- Salada? Vc não quis dizer X-salada?

- Não, eu odeio esse tipo de lanche, apenas uma salada.

- Não temos apenas salada.

- Que tipo de lanchonete não tem mato? - Eu perguntei olhando pra ele.

- Tudo bem, sua salada vai vir logo menos.

- Tudo bem obrigado.

Ele foi não sei para onde e eu continuei olhando para o Lucas e seu pai que estavam conversando sem nenhuma anormalidade. Isso e bom.

***

LUCAS.

Cássio ficou lá fora enquanto eu entrei e quando estava procurando uma cadeira acabei dando de cara com o meu pai, quando ele e viu se levantou e eu fiquei com uma vontade louca de dar uns tapas na cara do meu namorado.

- O que vc está fazendo aqui?

- Lucas eu quero conversar com vc.

- Não tenho para falar contigo.

- Mas eu tenho muita coisa para falar. Por favor, sente-se.

Eu olhei em volta mais uma vez para ver se conseguia achar o Cássio, mas como eu não achei, eu me sentei.

- Antes de mais nada eu queria me desculpar por aquele acontecimento na minha casa. Eu não devia ter dado um soco em vc.

- Sei que passei dos limites...

- Mas isso não era motivo para eu levantar a mão para vc, prometi para mim mesmo que nunca bateria em um filho meu.

- Mas vc não me considera como um filho, então eu acho que não tem problema... - Eu disse o mais calmo possível, mesmo aquilo me matando por dentro.

- Não é verdade, é que nunca falaram daquela maneira comigo e com o meu esposo, amo o Antunes de mais e não admito que falem mal dele, mesmo sendo meu filho, mas eu devia ter conversado com vc e não te dado um soco.

- Está tudo bem, de verdade.

- Me esculta. - Ele disse segurando na minha mão - eu me arrependo do que fiz com vc naquele dia, me arrependo de ter sido um covarde e não ter te procurado quando tive chance e me sinto um covarde por não ter dito a verdade a sua mãe quando era para ter dito. Ela me disse muitas coisas quando eu falar com ela no hospital e me sinto muito mal por ter feito o que fiz.

Eu apenas ficava olhando para ele sem dizer nada.

- Eu nunca te procurei pq tinha medo, medo do que sua mãe disse para vc, medo do que ela poderia fazer comigo as coisas que ela poderia me dizer... Eu nunca encarei sua mãe depois do que aconteceu e eu tinha vergonha de olhar nos olhos dela, hoje eu sei que tudo poderia ter sido diferente, ela me perdoou, mas eu sei que ela ainda sente magoa por eu ter feito o que fiz. Não digo que me arrependo de ter ficado com o Antunes pq eu não me arrependo, ele me fez muito feliz e me deu muita força quado eu precisei.

- Eu entendo...

- Por isso eu te peço mais uma chance, sei que não vamos poder ficar muito tempos juntos já que semana que vem vc volta para a Inglaterra e eu voltou para Minas, mas eu queria aproveitar esse tempo com vc, te conhecer melhor e saber das coisas que vc gosta de fazer meu filho.

Ao ouvir aquela frase meus olhos se encheram de lagrimas e meu coração se aqueceu, era a primeira vez que eu escultava aquilo do meu pai, do MEU PAI.

- Sabe, quando eu era criança eu te esperei muito, minha mãe tinha dito que vc morreu na guerra, mas eu sabia que que ela só falava aquilo para eu ter orgulho de vc, mas quando eu era criança eu sabia que vc estava em algum lugar lá fora e um dia eu iria te encontrar e aqui estamos nós... Vc é muito importante pra mim pai, sei que tenho meu orgulho, mas aqui e agora eu tenho que te dizer que eu te amo e lhe ver naquela casa com aquele menino foi como se enfiasse uma faca no meu peito. Sabe qual foi a primeira coisa que eu pensei?

Ele negou com a cabeça.

- Que vc tinha me esquecido e que tenha uma família completa...

- Nunca me esqueci de vc, no seu aniversario eu ficava olhando a sua foto e imaginando como vc estaria hoje e vejo que se tornou um homem que ainda me dará muito orgulho.

As lagrimas caim sem parar no meu rosto.

- Posso te dar um abraço?

Ele perguntou me olhando e eu concordei com a cabeça, nós dois nos levantamos e demos um abraço apertado.

***

CÁSSIO.

- Que cena linda.

Eu disse para mim mesmo olhando os dois dando uma abraço apertado.

- Aqui está a sua salada. - Disse me entregando.

- Pode se sentar um pouco?

Eu perguntei para ele que me olhou com os olhos arrealados.

- Infelizmente agora não dá pq eu estou trabalhando, mas eu posso falar com vc daqui 10 minutos que é fim do meu expediente.

- Tudo bem, eu te espero.

Ele apenas concordou com a cabeça e foi fazer suas tarefas.

Eu olhei para a salada na minha frente e pensei duas vezes antes de comer, mas como eu estava de dieta - ordens medicas por causa da academia - eu resolvi comer, era o que tem pra hoje mesmo. A sala até que estava gostosa e como eu estava morrendo de fome eu comi rapidinho e nem demorou muito o Ethan se sentou na minha frente e ficou me olhando, enquanto eu estava com a boca cheia de alface e fiquei analisado ele que tinha mudado pouca coisa, estava do meu tamanho, mas pelo visto ainda era magrinho, seu cabelos loiros estavam cortados em um estilo bagunçado e suas roupas eram bem simples diferente de 2 anos atrás.

- Vejo que sua vida mudou muito depois de 2 anos.

- Pois é. Quando se descobre que seu pai transou com o amor da sua vida, as coisas meio que ficam conturbadas.

- Encontrei o Bruno na rua e ele me disse o que aconteceu com vc.

- Bruno?

- Sim, ele me disse que vc saiu de casa e agora está morando em uma quitinete.

- Pois é, quando eu descobri sobre os dois eu acabei surtando e disse umas verdades para o meu pai que ficou chocado, depois disso contei para a minha mãe que foi tirar satisfação com o Bruno que negou tudo. Quando chegou em casa , ela bateu na minha cara e disse que eu estava mentindo e que nunca fui pessoa assim... - Ele deu um pequeno sorriso de decepção - meu pai ficou me olhando, mas não teve coragem de dizer a verdade, então eu virei as costas enquanto ela me chamava, peguei minhas coisas e sai de casa sem olhar pra trás. É claro que depois disso eles me procuraram e me obrigaram a voltar para casa, mas eu fugi novamente, aluguei um pequeno quitinete no centro e vivo lá até hoje.

- Nossa, mas vc não teve ninguém para te ajudar?

- Quem? Cássio eu não tinha amigos, minha vida girava em torno do Bruno, eu só fazia as coisas que fazia para ele me notar, gostar de mim e se sentir orgulhoso, mas nunca fez resultado já que ele só falava do quanto vc era lindo, legal, perfeito e etc. Eu cheguei até namorar uma garota...

- Claro a Bianca, eu não soube o que aconteceu depois...

- Eu fui na casa dela e pedi perdão de joelhos, não só para ela, mas para todos que um dia eu ajudei a fazer mal.

- Entendo, e ela te perdoou?

- Sim, mas disse que nunca mais queria ver a minha cara de novo.

- Sair do Morumbi para morar em uma quitinete na Republica deve ter sido barra.

- Até que não, hoje eu vejo que amadureci bastante, que sou uma pessoa melhor e isso só me fez ter orgulho de mim mesmo. Mas as feridas no coração nunca se cicatrizam, acho que é pq eu nunca conheci alguém, mas ainda doí.

- Vc ainda gosta do Bruno!? - Eu afirmei mais que perguntei.

- Não escolhemos por quem nos apaixonamos...

- Eu sinto muito. - Eu disse olhando para ele.

- Não sinta. Na verdade faltou eu te pedir perdão por ter feito o que fiz.

- Não peça, fazemos loucuras por quem amamos.

Eu ia falar mais sobre meu encontro com o Bruno, mas vendo que ele ainda gostava dele achei melhor deixar pra lá.

Conversamos muitos sobre nossas vidas, ele me disse que estava fazendo faculdade de graça por ter conseguido a bolsa e disse também que o dinheiro que ele recebia dava para pagar as contas e ainda comprar suas bugigangas que ele adorava quando era rico...

Eu contei sobre meu estagio na Vogue e sobre o meu relacionamento a três que estava melhor do que nunca, eu realmente adorei conhecer esse novo Ethan, muito melhor que aquele. As pessoas mudam mesmo e eu pensei a respeito do Rodrigo, sei que não era da minha conta, mas eu tinha mesmo que falar com ele.

Meu celular tocou.

- Espera só um minuto.

Eu vi que era um E-MAIL da Gale dizendo o Seguinte:

"Cássio sweetheart, eu quero que vc me faça um favor enquanto ainda estiver no Brazil. Quero que compre uma passagem de avião para o meu mas novo modelo. Rodrigo."

Eu fiquei olhando para aquilo e tipo fiquei em choque.

- Aconteceu alguma coia?

- Coisas tensas que pode mudar o percurso dessa historia.

- Que historia?

- Nossa historia. - Eu disse olhando para ele.

- Vc é doente. - Ele disse sorrindo.

- Ethan vc quer mudar de vida? - Eu perguntei tendo uma ideia louca.

- Quando se trabalha de garçom para pagar as contas de uma quitinete é uma pergunta meio que irônica.

- Vc aceita ser meu ajudante?

- O que? Como assim?

- No ano passado quando eu comecei a trabalhar, minha chefe me disse que eu poderia arrumar alguém para me ajudar pq o trabalho era muito cansativo e eu nunca dei ouvidos a ela, até agora. Esse ano que vai ver vai ser meio turbulento e eu preciso de forças para seguir em frente, aceita me ajudar?

- Claro, mas como eu faço?

- Primeiro vc vai ter que ir para a Inglaterra comigo.

***

ALEXANDRE.

Eu me vesti a fomos rumo a casa dos meus pais, minha mãe estava muito animada para conhecer meu namorado (chorando), mas eu não ia me deixar abalar, eu ia nesse jantar de cabeça erguida, olhar para todos como se nada tivesse acontecido, minha vida já estava cheia de problemas, mas eu não ia ficar pensando nisso.

Quando o Ricardo parou o carro na frente da casa dos meus pais meu coração apertou e eu me lembrei de tudo o que eu tinha acontecido no passado. Ricardo apertou minha mãe e me lançou um sorriso acolhedor.

- Vamos?

- Sim.

Quando eu sai do carro minha mãe já abriu a porta e veio correndo me dar um abraço, quando eu me senti em seus braços meus problemas parecem que tinham desaparecido e isso foi uma coisa maravilhosa, quando ela viu o Ricardo ficou claramente confusa.

- Onde está o Brandon?

- Teve um pequeno problema em casa e teve que voltar correndo.

- Entendo, conheço vc de algum lugar. - Ela afirmou coçando a cabeça.

- Bom, como já faz um bom tempo eu acho que a senhora não vai lembrar mesmo de cara... - Ele foi interrompido por ela.

- Ricardo. - Ela disse e deu um beijo nele.

- Sua mãe é uma pessoa muito agradável.

Ele disse no meu ouvido e eu dei risada.

Quando entramos em casa meu pai que estava bebendo com os meus tios veio e me deu um abraço apertado, ele também reconheceu o Ricardo dos tempos que ele dormia aqui em casa. Também percebi que os meus tios e meus primos ficaram meio que desconfortáveis com a minha presença e isso me deixou claramente sem graça.

- Como vai garoto? - Perguntou meu tio Carlos.

- Muito bem Carlos e o senhor? - Perguntei lhe dando um forte aperto de mão.

- Ótimo. Se lembra da minha filha Tuane?

- Sim, tudo bem Tuane? - Perguntei dando um leve abraço nela.

- Bem. - Ela disse sem graça.

- Como está querido? - Perguntou a Marli mulher do meu tio.

- Bem Marli. Como vai Roberto? - Perguntei para o meu outro tio que me olhou com uma cara estranha.

- Bem. - Apenas respondi isso.

Falei com os meus outros 2 tios e com os meus primos, depois falei com o Adriel - de longe -, ele parecia que queria muito falar comigo, mas eu estava ocupado e iria fazer de tudo para não ter que falar com ele.

- Isso aqui está parecendo American Horror Story. - Eu disse no ouvido do Rick e ele deu risada da minha cara.

- Gente o jantar está pronto, venham todos.

Me sentei ao lado da minha mãe e do Ricardo e os outros foram se sentando em seus lugares. Quando já estávamos comendo as perguntas começaram.

- Então Alexandre, vc está morando aonde? - Perguntou meu tio Carlos.

- Londres Inglaterra.

- Faz alguma coisa da vida?

- Atualmente estou trabalhando como modelo, hoje mesmo fiz um ensaio fotográfico para uma revista famosa.

- Que bom. Estuda?

- Sim, faço teatro em uma Universidade conceituada.

- Mas será que dá dinheiro?

- Não estou a procura de dinheiro, estou vivendo meu sonho. Nunca pensei em trabalhar como modelo, mas acho que isso vai me ajudar futuramente quando eu for atuar em uma peça ou até mesmo produzir uma...

- Entendo. - Ele disse coçando o rosto - e vc garoto? - Ele perguntou para o Ricardo que estava tentando cortar um bife.

- Eu? - Ele perguntou confuso.

- Sim, faz alguma cosia da vida?

- Sim, faço administração na faculdade e estou criando minha própria casa de jogos.

- Jogos? - Ele fez uma cara estranha, acho que pensou que era um cassino.

- Sim, fiz muitos cursos de vídeo-game, já tenho o local, um sócio e como faço estagio em uma empresa de RH estou ganhando o suficiente para dar inicio no meu projeto. - Ele disse dando um gole do seu suco.

- Onde mora? - Aquilo já estava ficando chato.

- Junto com o Alexandre em Londres, moramos em uma republica.

- Nossa tão novo e com sonhos enormes. - Disse Rose a mulher do meu tio Pedro que apenas observava tudo assim como o meu tio Leonel, os dois são muito preconceituosos e por isso apenas ficavam calados e estavam ali pq meu pai pediu.

- Aprendi com o meu pai. Ele é gay e foi expulso de casa quando meus avós descobriram. - Eu olhei para os meus pais que olharam pra mim com cara de culpa, eu apenas peguei na mão da minha mãe e lancei um pequeno sorriso para ela - Ele prometeu para si mesmo que trabalharia duro para ter um futuro agradável... Ele conseguiu entrar na federal e cursar medicina e hoje tem sua própria clinica, trabalha no hospital e ajuda as pessoas em postos de saudês, quero ser que nem ele quando ficar mais velho.

- E seus avós? - Perguntou minha mãe.

- Bom, eles nunca procuraram pelo meu pai e acabaram morrendo sem se despedir.

- Vamos falar de coisas boas? - Eu disse e todos começaram a falar aleatoriamente.

- Filho quando vc volta para Londres?

- Depois de amanha mãe, tenho que ir para a faculdade fazer as provas de fim de ano. Mas prometo que volto para o natal. - Disse beijando a sua mão.

- Vamos fazer um brinde? - Disse meu pai levantando a taça - ao meu querido filho que está conseguindo realizar seus sonhos.

- Vc vai fazer um brinde a isso? - Perguntou meu tio Leonel.

- Estava bom demais para ser verdade. - Eu disse no ouvido do Ricardo que arregalou os olhos.

- Mantenha a calma e tenha sangue frio. - Ele disse.

- Eu sei, essa é a melhor maneira de combater o preconceito.

- Como disse? ´- Perguntou meu pai.

- Vc não se lembra de nada do que aprendemos em casa quando eramos pequenos, gays e lésbicas são aberrações, a igreja condena esse tipo de coisa. - Desde quando esse homem é religioso? Ele está apenas usando a igreja para os seu preconceito.

- Tudo bem que aprendemos assim, mas não quer dizer que eu tenho que seguir assim, Alexandre é meu único filho e depois do que fiz a ele não quero perde-lo novamente. Eu pediria perdão de joelhos se precisasse, mas sabe pq eu ão fiz, pq ele é uma pessoa incrível, tem um coração enorme e eu sei que nem por todo o dinheiro do mundo ele viraria as costas para a família. Eu pesquisei muito sobre esse negocio de homossexualidade e as coisas que eu descobri foram horríveis. No passado a cada 36 horas morria um homossexual no Brasil, agora os números baixaram, mas mesmo assim eles ainda morrem por serem o quem são. As agressões sofridas por homossexuais são sempre partidas de familiares ou de amigos e pesquisas que foram feitas comprovaram que os homofóbicos são pessoas ignorantes que não estudaram ou foram até a 4 serie, que nem vc que estudou apenas até esse período e depois fugiu da escola para empinar pipa. E também foi comprovado que a renda de um homossexual é maior que a renda de um hétero e sabe o pq disso, pq eles estão querendo ter o seu lugar no mundo, estão lutando por aquilo que querem e diferente de vcs, quando eles apanham dão a outra face, pq nunca se ganha nada na base da violência. E digo uma coisa a vcs meus irmãos, não me façam escolher entre vcs e meu filho, pq eu coloco vcs pra fora da minha casa a ponta pés. O jantar acabou por hoje. Quando saírem fechem a porta.

Ele disse e se levantou.

Todos ficaram em silencio.

- Vcs foram a melhor coisa que aconteceu na minha vida, tenho orgulho de mim mesmo por ser filhos de vcs dois. E um dia eu vou levar vcs para morar comigo na Europa.

Eu disse me levantando e dando um abraços nos meus queridos pais que Deus me deu.

Ricardo estava sorrindo e fez um pequeno sinal de joinha para mim.

*

Continua.

Beijos meus queridos.