Capitulo 6
Parte da série O Contrato
Primeiramente eu gostaria de me desculpar por não ter postado antes, mas eu estava pensando no que escrever, tomei decisões de ultima hora que mudou tudo, mas espero que mesmo assim vocês gostem. Beijão meus queridos.
No próximo capitulo eu vou responder os comentários.
-ooOoo-
Katrina estava sentada em sua cama lixando suas unhas enquanto Alberto olhava em seus olhos esperando uma explicação para o circos dos horrores que houve na mesa do jantar, mas a mulher apenas agia como se ele não estivesse ali.
- Anda logo Katrina, eu quero uma explicação.
- Não tem explicação nenhuma, apenas que eu estou mesmo gravida de você.
- De mim? Isso é realmente impossível, de quem é esse filho?
- Acha mesmo que eu sou tão patética em ter um filho que não é seu? Depois você pediria um exame de DNA, seus pais saberiam que você não é o pai e me colocariam pra fora dessa casa sem ao mesmo me deixar explicar tudo - ela se levantou e foi até o seu guarda roupa e tirou a pequena caixa de madeira, depois que abriu jogou o pequeno pote para o Alberto. - Essa pequena quantidade de esperma é sua, foi coletada quando você bebia de mais e vinha ao meu quarto desfrutar da minha companhia.
- Porque isso? Logo agora?
- Eu estou cansada Alberto, só Deus sabe o que eu passei nessa casa junto contigo. Agora é minha hora de brilhar e essa criança não poderia ter vindo em melhor hora, passei 5 meses fazendo tratamento e agora consegui finalmente meu pote de ouro no final do arco-iris.
- Você apenas está usando essa criança, e acha que vai conseguir arrancar algo de mim? Acorda Katrina, a unica coisa que você consegue de mim é pena e nada mais.
- Eu não quero nada de você, eu quero do seu pai, e olha pelo lado positivo, quantas vezes foi que seu pai disse que tinha orgulho de você? - ela começou a contar nos dedos. - Nenhuma, como foi para ver sentir isso?
Ela disse ficando atrás dele e fazendo uma massagem em seu ombro.
- Como foi para você ser o orgulho do seu pai? Pensa bem, essa criança veio em boa hora, tanto pra mim quanto pra você.
Então Alberto de virou bruscamente e a levantou pelo pescoço, Katrina ficou com falta de ar e se debatendo, Alberto olhou no fundo dos seus olhos e disse:
- Só que você quer me destruir com isso, acha que vai conseguir? Nunca, olhe só para você Katrina, é uma pobre coitada implorando por um pouco de atenção, você não me ama, apenas quer me enfrentar, quer me provar que pode ser tão forte quanto eu, mas eu te digo que isso é impossível, você pode ser esperta e perigosa, mas não é o suficiente para bater de frente comigo - ela a jogou em cima da cama, ela ficou tossindo mexendo no seu pescoço. - Quando tiver a capacidade de ser um inimigo a altura, ai sim eu vou passara te respeitar.
Ele pegou o pequeno frasco de esperma e disse:
- Sabe que esse jogo de gato e rato está ficando divertido.
- Acha que eu não sou esperta?
- Me diga uma coisa que você fez e conseguiu me destruir.
- Eu matei o amor da sua vida - ela disse sorrindo.
- O que? - ele perguntou confuso.
- Eu paguei para aquele homem beijar o Emanuel, você que não tem a capacidade de escultar e o matou sem ao menos dar o beneficio da duvida. Aquele dia eu descobri que posso fazer qualquer coisa, e pode apostar que o Evan será o próximo, mas eu vou mata-lo com minhas próprias mãos, na sua frente.
Ela avançou nela, mas se conteve no ultimo momento.
- Isso não vai ficara assim Katrina, eu vou acabar com a sua vida, vou te transformar em catadora de lixo, vou fazer você viver na onde é o seu lugar, no chão lambendo os pés de todo mundo. E mais um aviso, se chegar perto do Evan, você morre.
- Hahahahaha - Katrina até deitou na cama de tanto rir. - Você está apaixonado, eu não acredito. Olha bem para si mesmo, você nunca vai conseguir o amor daquele garoto, ele tem asco de você. E ele vai se apaixonar, mais não por você e sim pelo garoto.
- Que garoto?
- Alex, ele vai se apaixonar pelo porteiro e você vai sofrer. Essa é minha praga.
- Deu pra rogar pragas agora?
- Sim, e vou fazer questão de te ver cair Alberto Augustin.
Alberto deu mais uma olhada para a mulher e saiu do seu quarto.
***
Leonardo se despediu de Valentina que entrou no carro e foi para a casa da sua mãe.
Depois de se certificar que de que ela não voltaria, Leonardo verificou a casa dos empregados onde viu que a luz estava apagada e foi no quartinho da piscina onde estava o seu amante. Quando abriu a porta viu que Luan estava lendo um livro e ficou doido quando viu de cueca. Luan deu um pequeno sorriso, fechou seu livro e pulou em cima do homem que estava em sua frente.
Os dois se beijavam com urgência quando Luan se levantou para trancar a porta e foi impedido por Leonardo.
- Nada disso, hoje nós vamos para o meu quarto.
- Porque? - o mais novo perguntou confuso.
- Vamos comemorar - Leonardo disse beijando Luan.
- E qual o motivo da comemoração?
- O Fato de termos esse final de semana só para nós.
- Você é muito safado doutor.
- Você não viu nada jardineiro. Agora vamos.
Ele disse dando um tapa na bunda Luan que deu risada e colocou sua bermuda preta, quando chegaram na sala Leonardo disse para Luan ir para o quarto que ele já subia, o mesmo com um sorriso safado fez o que o homem mandou, já Leonardo foi para a cozinha e pegou uma garrafa de champanhe, duas taças e um pote de morango, desligou as luzes da casa e subiu para sua suite. Quando chegou no comodo, Luan estava totalmente nu deitado esperando o seu amante que vibrou com aquela cena.
Leonardo deixou as coisas de lado e pulou em cima do Luan o beijando com urgência e desejo, os dois se abraçavam e gemiam, Luan ajudou Leonardo a tirar sua roupa ficando apenas de cueca. Leonardo então começou a beijar o pescoço do mais novo que ficou gemendo no seu ouvido, quando Luan abriu os olhos ele deu de cara com o seu pai que estava parado na porta olhando com cara de decepção, Luan ficou tao assustado que não conseguiu falar nada, Leonardo então percebeu sua tensão e olhou para onde o amante olhava e teve uma desagradável surpresa.
- Sr. José?
- Como você pode fazer o a Dona Valentina Luan? Uma moça tão boa, que sempre nos deu do bom e do melhor que ainda está gravida dele - ele disse gritando.
- Pai, eu posso explicar.
- Isso não tem explicação, você não presta. E o senhor, com a mulher a poucas semanas de dar a luz fazendo safadeza com o meu filho - Leonardo precisava fazer alguma coisa, ele não poderia deixar aquele homem gritar mais alto, poderia acabar acordando o condomínio inteiro.
- Sr. José, nós podemos explicar.
- Eu o amo pai.
- Ama nada, você está ficando com um homem casado. O meu Deus o que foi que eu fiz para merecer um filho desse? - ele perguntou chorando. - Eu vou te ensinar a respeitar os outros seu moleque.
Ele tirou o sinto e foi para cima do Luan, a gritaria toda acabou acordando a Dona Maria que veio correndo ver o que estava acontecendo.
- O que é isso meu velho? O que você está fazendo? - ela perguntou aflita segurando o marido.
- Ele, estava de safadeza com o Sr. Leonardo, um homem casado Maria Jurema. Eu vou ensinar para esse menino o que é respeito.
Leonardo não sabia mais o que fazer, aquele homem estava totalmente trastornado e nada o poderia acalmar, Dona Maria tentava a todo custo separar o marido do filho que chorava e pedia perdão, mas o homem nada fazia, apenas gritava e gritava. Quando eu Leonardo se virou para sair do quarto, ele viu uma mulher com um vestido preto parada na porta, seus cabelos negros caiam por cima do rosto deixando só dos olhos amostra, seu rosto estava com uma expressão enigmática e aquilo fez Leonardo ficar com as penas bambas.
- Valentina? - quando os outros ouviram o nome da mulher de Leonardo, todos pararam com a gritaria.
- O que está acontecendo aqui?
- Meu amor eu posso explicar.
- Eu estou esperando, porque quando eu chego em casa eu vejo um circo armado dentro meu quarto e em cima da minha cama. Meu jardineiro está pelado e meu marido de cueca. O que está acontecendo aqui Sr. José? Qual o motivo do senhor estar batendo no seu filho?
- Dona Valentina...
- Responda! - ela gritou.
- Me perdoa - Leonardo disse antes do velho que ainda chorava. - Eu não queria isso...
- Então é isso que você faz enquanto eu estou dormindo? É isso que faz quando eu saio? Hó Meu Deus - ela disse se encostando na parede chorando muito.
- Valentina... - Leonardo foi se aproximando.
- Não se aproxima de mim, você não imagina o que está passando na minha cabeça, não imagina o que estou pensando. Como você pode fazer um com a mãe do seu filho? Eu estou prestes a dar a luz, e você me vem com essa.
Ela se encostou na parede e colocou a mão na nuca fazendo cara de dor, e como Leonardo é medico aquilo o deixou extremamente preocupado.
- Está sentindo alguma coisa?
- Não se aproxime! - Ela gritou novamente.
Então Valentina se encostou na parede e começou a gritar de dor, segurava sua nuca e não deixava ninguém se aproximar, desde o começo os dois sabiam que sua gravidez era de risco, Valentina tinha problema de pressão alta e Leonardo sempre fazia de tudo para que ela não passa-se por nenhum estresse. Então ela perdeu os sentido e isso deixou Leonardo apavorado.
- Valentina, fala comigo por favor, não faz isso.
- Você precisa leva-la no medico - disse a Dona Maria.
- Sim, claro.
Ele a pegou no colo e desceu a escada correndo, Dona Maria foi atrás dele segurando suas roupas. Ele a colocou no banco de trás do carro e a Dona Maria deitou sua cabeça em seu colo. Leonardo vestiu suas roupas e eles foram correndo para o hospital.
Já na suite da casa, Luan apenas chorava assim como seu pai que estava sentado na cama com a mão no rosto.
- Pai...
- Você era o meu maior orgulho, eu sempre pensei que um dia você iria terminar a faculdade, ter o seu emprego e uma família feliz, nunca liguei para o caso de você gostar de homem, eu só ligava para a sua felicidade, mas agora eu vejo que você não passa de um ser humano sem caráter.
- Pai, por favor. Não fala assim.
- Reze para não acontecer nada a dona Valentina e a essa criança, porque será tudo culpa sua.
Dizendo isso o velho deixa o quarto e vai para fora da casa deixando seu filho chorando na cama dos patrões.
Já no hospital Leonardo estava andando de um lado para o outro sem saber o que fazer, Dona Maria tentava de todo jeito acalma-lo, mas não estava dando certo, o homem só sabia repetir que tudo era sua culpa, isso nem a mulher que estava ao seu lado podia discordar.
Quando o medico apareceu Leonardo foi correndo para saber noticias de sua esposa.
- Me fala Fernando, como ela está?
- Leonardo, ela e o bebe correm risco de vida e precisamos fazer o parto imediatamente.
- Mas ainda não podemos, faltam quatro semanas.
- Eu sei, mas não podemos arriscar. E mais uma coisa, ela e o bebe podem não sobreviver.
- Então vamos fazer esse parto o mais rápido possível.
- Você vai estar com ela?
- Sim.
Já na sala de cirurgia os médicos começaram o procedimento e Valentina apenas chorava, Leonardo podia ver a magoa em seus olhos, ele entrelaçou seus dados aos dela e a mesma não fez força nenhuma para tira-lo.
- Me perdoa Valentina - ele disse baixo.
- Você não sabe como eu estou sofrendo.
- Eu sei...
- Mas me promete uma coisa?
- Tudo o que você quiser, caso eu não sobreviva, cuide da nossa criança, se você quer o meu perdão, por favor, de a ela uma boa vida... Não quero que ela sofra.
- Não fala assim, nós vamos cuidar dela juntos.
- Só me prometa.
- Sim.
***
LEONARDO.
Então ouvimos o choro de um bebe, eu me desembestei a chorar, quando eu o vi fiquei muito feliz, o medico me disse que era uma menina, como a Valentina queria, ela tinha me dito de fosse menina se chamaria Cher, eu discordei, era um nome horrível, ela rindo concordou em pensar em um nome melhor. Quando eu a peguei no colo era como se nada existisse, era como se fosse apenas ela, Valentina e eu.
- Olha meu amor, é uma menina como você queria.
Ela não respondeu, seus olhos estavam fechados e as maquinas começaram a apitar aceleradamente.
- Valentina? Valentina fala comigo.
A medica tirou a menina dos meus braços e eu tentei reanima-la. Os médicos me afastaram, mas eu fiz um escândalo dizendo que era medico e que ninguém me tiraria dali, peguei em sua mão que ainda estava quente e fiquei chamando seu nome, depois de varias maneiras para reanima-la, os médicos me tiraram da sala.
- VALENTINA.
***
EVAN
Eu acordei na manha seguinte com uma dor de cabeça do cão.
Tomei um banho e fiz minha higiene matinal, coloquei o mesmo terno só que com uma camisa diferente, arrumei meu cabelo cortado, peguei a maldita agenda que Katrina tinha me dado e fui para a cozinha espera o Alberto, eu cheguei e os criados estavam fazendo suas tarefas e quando me viram pareciam que tinham levado um susto e ficaram quietos, eu apenas peguei uma maçã e fiquei quieto. Olhei no relógio e vi que já passa das 09h00m e Alberto não gostava de atrasos no café da manha, então tive que perguntar para uma daquelas mulheres.
- Sabe onde está o Sr. Augustin?
- Você não sabe? - perguntou Olga a cozinheira.
- Não, não sei - eu disse não gostando do jeito que ela falou comigo.
- Eu pensei que fosse o queridinho dele.
- Olga por favor - disse o cozinheiro. - Ele a família foram no hospital ver uma amiga.
- Que amiga? Pra mim aquele homem não tinha amigos - eu disse sem pensar.
- Mas tem, o medico Leonardo é o marido dela.
Então eu me lembrei do homem que tinha cuidado de mim no dia em que eu quase morri e fiquei com pena dele, parecia ser um homem bom e ter a mulher no hospital em estado grave como eles disseram não devia ser nada fácil para ele.
Eu apenas agradeci os empregados e resolvi dar uma volta e quem sabe ver o Alex, mas quando eu estava saindo infelizmente fui surpreendido por aqueles seguranças do Alberto, os mesmo que me vigiaram naquelas celas que eles chamam de porão.
- Onde a boneca pensa que vai? - quando eu olhei vi que era Golias e eu já estava cansado de ser chamado de boneca.
- Boneca é a vadia da sua que deve ser uma delicinha na cama - eu disse batendo de frente com o loiro que mais parecia ser uma armário de dois metros de altura.
- Como é que é? Repete se for homem seu viadinho de merda.
Quando eu fui repetir Ezequiel nos cortou.
- Pode parar Golias, não vê que ele está te provocando?
- Esse garoto metido a homem me tira do sério - ele disse me olhando.
- É o seguinte moleque, daqui você não sai, temos uma ordem de te manter aqui.
- Claro...
- Agora para de reclamar, foi você quem quis tudo isso, agora aguente as consequências. Vamos Golias, o pessoal acabou de chegar. Acho melhor começar com o seu teatrinho de assistente do chefe porque nós vamos voltar para o porão.
- Cuidado com a sua língua - disse Golias, os dois entraram na "passagem secreta" que ficava atrás de um quadro grande e sumiram na escuridão, assim que a porta de fechou Alberto abriu a porta e deu de cara comigo assim como seus familiares.
Ele me olhou no fundo dos meus olhos e disse:
- Está pensando em ir algum lugar Evan?
- Não Sr. Augustin.
- Ainda bem, você tem muito trabalho.
- Sim senhor.
- Me acompanhe até meu escritório por favor.
- Sim senhor.
- Mãe, a senhora pode fazer companhia a minha esposa?
- Claro meu filho, o dia hoje foi de muitas surpresas desagradáveis, ela está um pouco abalada - disse Alessandra subindo as escadas com Katrina que ficou em silencio o tempo todo.
O pai de Alberto disse que tinha algumas coisas para resolver e saiu com o filho mais novo, então Alberto pegou na minha mão e me levou para o escritório. Quando nós estramos ele me deu um abraço apertado, eu achei isso meio estranho já que não era de costume do Alberto, mas naquele momento ele me parecia sincero, não aquele homem que sempre quer matar todo mundo, mas sim um ser humano comum como qualquer outro. Particularmente eu não me senti bem em abraça-lo, mas como todos tinham voltado de um hospital seria grosso da minha parte se não fizesse.
- O que aconteceu? - eu perguntei depois de nos separarmos.
- Valentina, a mulher de um amigo. Lembra do Leonardo o medico que te atendeu?
- Sim, mas ele me disse que ela estava gravida.
- Felizmente a criança foi salva, mas a mão está em coma e não se sabe se irá acordar.
- Nossa que triste, imagine passar o resto da vida vegetando.
- E para piorar ontem a Katrina me contou uma coisa que até está me matando.
- Sobre a gravidez?
- Depois disso. Quando estávamos sozinhos no quarto acabamos tendo uma discussão.
- Novidade...
- E ela me disse que... - ele deitou sua cabeça na mesa e assim ficou.
- O que ela disse?
- Ela disse que a morte do Emanuel foi culpa dela.
- Como assim?
- Ela disse que pagou para aquele desgraçado o beijar, e eu acabei vendo.
- Sinto muito.
- Evan me prometa que ficará longe dela.
- O que? Mas por que?
- Ontem ela te ameaçou, Katrina é um a mulher perigosa e pode acabar te matando com as próprias mãos.
- Okay, isso foi realmente bizarro.
- Só me prometa.
- Desculpa senhor Augustin, mas isso é totalmente impossível, Katrina é a sua mulher, e eu estou morando aqui, com certeza vou encontrar com ela pelos corredores da casa. É impossível isso não acontecer.
- Tudo bem, mas por favor não de atenção a ela.
- Porque está tão preocupado?
- Não quero cometer o mesmo erro - ele disse passando a mão no meu rosto.
- Tudo bem - eu disse saindo daquela situação -, como está o Leonardo?
- Arrasado, ele disse que mais tarde vai vir falar comigo, acho que ele está me escondendo alguma coisa.
- Bom, só esperando para saber.
***
Quando já era noite eu estava sentado na frente da janela do meu quarto olhando o movimento na rua.
As pessoas que andavam de mãos dadas, crianças correndo com seus cachorros, velhinhos aproveitando a noite ao lado de suas amadas parecem tão felizes. Na verdade ele estão mesmo felizes, diferente de mim que estou preso em pleno domingo a noite em uma casa enorme sem nada para fazer.
- É ridículo não acha? - perguntou Katrina atrás de mim me dando um susto. - Olha como eles se divertem com suas vidinhas patéticas e inúteis... Dá até tristeza.
- Da felicidade alheia? Você fica triste ao ver aquelas pessoas felizes?
- Acha mesmo que eles estão felizes? Evan não existe felicidade nesse mundo, isso é apenas um sentimento passageiro como a dor, a felicidade nunca é eterna - ela diz calmamente se olhando no espelho. - Eu mesma nunca fui feliz.
- Não é o que me dizem nessa casa?
- E o que dizem? Que era uma menina linda? Que eu era disputada por dois garotos lindos? Que eu tenho tudo que eu sempre quis? Evan, vou lhe contar uma historia que ninguém sabe, nem mesmo o Alberto - ela falava com um tom calmo na voz que me dava até um aflição.
Katrina se levantou e trancou a porta, se aproximou lentamente e se sentou na minha frente e imediatamente eu me lembrei do aviso do Alberto: "Ontem ela te ameaçou, Katrina é um a mulher perigosa e pode acabar te matando com as próprias mãos".
- Há 18 anos atrás uma menina de 12 anos filha de um açougueiro era muito cortejada por causa de sua beleza, filha de uma diarista, essa garota tinha sonhos de ser modelo, tinha sonhos de um dia poder conhecer o mundo, mas em uma noite isso mudou. A garota estava voltando da escola e chegou em casa totalmente esgotada, quando abriu a porta do quarto da dos pais, viu seu pai em cima de uma mulher nojenta, asquerosa - ela se levantou e foi até a janela -, fedida e suja. Ajudante do açougueiro, eles dois estavam sem roupas e se beijando, aquilo deixou a menina assustada e ao mesmo tempo arrasada. Via seus pais juntos e pensava que eles eram felizes - ela disse aquilo com ódio na voz. - Pensava que juntos eles poderiam aguentar qualquer coisa, mas estava enganada. Se pai era como todos os homens. Claro que a garota saiu dali e ficou escondida no seu quarto, depois que o pai e a amante saíram ela foi correndo e ligou para sua mãe contando o que aconteceu, seu pai voltou na hora e ouviu a ligação... - ela fez uma pausa e respirou. - A garota foi espancada, levou tanto chute na cara, tanto socos que ficou irreconhecível, seu pai percebendo o que tinha feito fugiu, deixando a menina lá jogada no chão.
Katrina foi para frente do espelho e ficou olhando seu reflexo.
- Foram anos para conseguir se livrar de todas as cicatrizes, mas o único lugar que não foi curado foi a alma, todas as noites que fechava os olhos, ela lembrava dos olhos demoníacos do pai. Sua mãe resolveu comprar uma casa em um bairro melhor com o dinheiro que juntou a vida inteira, a garota entrou em uma escola boa e conheceu dois garotos... Sua mãe disse que nesse mundo não existe felicidade, que nesse mundo as pessoas só conseguem o que querem ferindo os outros e foi assim que a garota fez, usou sua beleza para cortejar com ambos os garotos, mas o único que ela queria...
- Era o rico - eu disse interrompendo.
- Alberto acha que me fez um favor se casando comigo, mas fui eu quem o ajudou. Ele precisava de mim... Ele acha que eu o amava, mas nesse mundo não existe amor, isso é penas um jeito de fazer com que as pessoas passem o resto de suas vidas juntas...
- Não é verdade.
- O Alberto acha que sabe tudo, ele acha que é o dono do pedaço. A quinze anos atrás eu transei com ele, fiz ele se apaixonar por mim, o deixei fascinado e fiz a mesma coisa com o Jorge. Ver os dois brigando por algo que não iam ter...
- Você?
- O meu amor. Evan, eu sofri muito para me tornar que eu sou hoje e não em arrependo de nada do que fiz, o Emanuel cruzou o meu caminho e foi aniquilado e você? Vai querer passar por cima de mim?
- Acho melhor a gente parar por aqui - eu disse indo até a porta, mas vi que as chaves não estavam na fechadura.
- Esculte querido Evan, o Alberto está se apaixonando por você.
- Isso não é verdade.
- Sim, é a mais pura verdade e com o tempo você pode te-lo na palma da sua mão.
- Porque eu ia querer isso?
- Para ter sua liberdade de volta - eu tom de voz continuava calmo. - Pense Evan, imagine o que você ganharia ao estar dormindo na mesma cama em que meu marido dorme. Você teria fortuna, o amor de um homem lindo, uma chance de mata-lo.
- Eu nunca o mataria...
- Tentou uma vez, pode muito tentar outra. Só que agora com a minha ajuda você teria exito.
- Katrina, por favor...
- Evan, isso ajudaria nós dois. Você poderia sair daqui rico e livre, poderia ter uma vida normal com o Alex e ser feliz pelo resto da vida e eu... Seria uma mãe solteira e de muito dinheiro no bolço.
- Você é um ser humano que só pensa em dinheiro, não liga para os sentimentos dos outros. Me diz uma coisa Katrina, porque se sente não mal quando é tratada como lixo? Não é exatamente o que você faz? Pisa nos outros para se sentir bem? Você não é diferente dele, é igualzinha. Acha que esses seus motivos são o suficiente para fazer o que faz hoje? Não, isso é apenas uma desculpa nojenta que você usa para aliviar sua culpa, você fala isso para não sair como uma mulher apaixonada em busca de vingança por nunca ter sido notada, mas me diz, isso funciona? Acho que não, olhe para si mesma, se quer ser um ser humano ruim, asqueroso e odiado, não se faça de coitadinha, apenas assuma seus atos. Eu não sou um assassino, tanto que eu não matei o Alberto e não vou mata-lo, mas fica tranquila, eu não vou falar para ninguém o que você me propôs aqui nesse quarto.
- Vai se arrepender Evan.
- Não tenho medo de suas ameças, se você for mulher o suficiente você vai fazer.
- Então espere para ver.
Ela saiu do meu quarto batendo a porta, Augustin entrou em seguida me olhando assustado.
- Acho que agora sim ela vai querer me matar.
*
Continua.