Capítulo 16

Parte da série O Contrato

Capítulo 16

-ooOoo-

EVAN

Passou-se um mês desde a morte dos pais do Alberto e nossa relação ficou muito mais intima, mas não tínhamos ainda uma relação definida. Alberto também ficou muito próximo ao seu irmão que estava ajudando mais e mais nos assuntos da empresa.

Alberto podia negar, mas eu também via que ele estava adorando a ideia de ser pai e eu podia ver isso quando ele pegava um exame de ultrassom que a Katrina o mostrava, seus olhos brilhavam e um sorriso enorme se formava sem eu rosto.

Luan dizia estar superando Leonardo, não fica mais pensando no homem o tempo todo, não fica pensando em ligar para ele a noite toda e todas as vezes que ele via o Leonardo na casa do Alberto os dois conversavam na maior tranquilidade. O maior problema dele era fugir do Lúcio que frequentava ainda mais a casa do Alberto. E diga-se de passagem que o delegado estava amais abusado do que nunca.

Marcos também se aproximou muito de mim, ele contava suas piadas idiotas porem engraçadas e era um bom amigo. As vezes era meloso de mais, gostava de ficar me alisando ou me abraçando, mas eu entendia que era mania dele.

Não sei porque o Alberto gostava tanto de critica-lo meses atrás, o garoto era uma figura.

Hoje de manha foi muito calmo já que Katrina não estava em casa, a mesma tinha ido passar o final de semana em um SPA e Luan estava estudando em seu quarto por causa da faculdade que estava tomando muito do seu tempo.

Depois do café Marcos me chamou para dar uma volta, mas Alberto disse que tinha que falar comigo em seu quarto, então falei par marcos que caminhávamos mais tarde. Quando entrei no quarto do Alberto o mesmo me jogou em cima da sua cama e deitou por cima de mim.

– Posso saber porque tanta agressividade? – eu perguntei dando risada.

– Saudades. Vai fazer um mês que nós não transamos.

Ele beijou meu pescoço.

– Pois é, muitas coisas aconteceram.

– Mas agora você está aqui, e só vai sair desse quarto quando eu tiver saciado o meu tesão.

Ele diz colocando a cara em meu pescoço e mordendo minha pele. Ele arrancou minha camiseta e me deu um beijo segurando em meu cabelo e na minha nuca. Como sempre ele estava meio agressivo e então eu me lembrei da nossa primeira e ultima vez quando ele me dominou e me fez virar um passivo doente – já que eu não era assim.

Então em um movimento rápido eu derrubei Alberto na cama e me sentei por cima dele segurando seus punhos contra a cama.

– Vamos esclarecer umas coisas Augustin! Se quer que essa relação de certo e tenha uma vida sexual muito ativa eu já vou lhe dizendo que eu não costumo ser aquele ser dominante que você viu e está costumado a lidar. Posso até ser passivo, mas quem manda nessa cama sou eu.

Alberto estava com um brilho diferente no rosto.

– Sabe Delavega. Eu acho que posso adorar ser dominado no sexo.

Ele diz sorrindo e eu lhe dou um beijo.

Então arranco a camisa branca do Alberto e passo a mão por todo o seu peitoral, ele coloca a mão na minha bunda e aperta com força. Posso não ser muito fã de ser passivo no sexo, mas com Alberto eu fazia qualquer coisa, infelizmente o homem me domou mesmo.

***

Marcos estava escutando os gemidos do Evan do outro lado da porta e na hora ele correu para o banheiro para colocar todo o seu café da manha para fora. Só de pensar no amor da sua vida dando para outro homem o fazia querer estourar a cabeça de seu irmão, mas ele não podia fazer isso, não agora.

– Eu tenho que ter controle, se eu fizer alguma merda o meu plano todo vai por água a baixo.

Ele foi até seu guarda roupa e retirou a pequena foto que ele tinha de Evan.

– Estou fazendo tudo isso por você meu amor. Eu vou aguentar até o fim para viver o resto da minha vida ao seu lado, mas é muito complicado ouvir você gemendo para ele sendo que se fosse comigo você gritaria de prazer.

Ele foi até janela do seu quarto e ficou olhando para as crianças que se divertiam na rua e dos seus pais que conversavam alegremente, e ele sentia nojo de tudo aquilo, sentia nojo como aqueles velhos eram mentirosos em viver com um mascara na cara 24 horas por dia. Como se eles fossem felizes o tempo todo.

– Eu preciso de uma diversão – disse Marcos indo até seu telefone e discando o numero. – Sou eu.

– ...

– Como eu quem? Sou o cara que te deixou rico seu idiota.

– ...

– Quero que me encontre mais a noite, eu tenho um pequeno serviço para você e seu namoradinho de merda.

– ...

– Na hora eu vou te dizer o que é, mas eu apenas digo para você ir de estomago vazio, sabe muito bem que eu adoro torturar as minhas vitimas.

Marcos desligou o telefone e deitou em sua cama rindo das coisas que tinha em mente para fazer com a sua respectiva vitima.

***

EVAN

Eu estava deitado ao lado do Alberto, nós dois respirávamos fundo e estávamos suados. Alberto não conseguia tirar seu sorriso do rosto e estava radiante que nem uma criança que acaba de ganhar um doce, já eu estou tão cansado que não tinha nem forças para dar um sorriso, o cara conseguia acabar comigo quando ele queria.

– Isso foi incrível. Melhor do que da primeira vez.

Ele disse entrelaçando os dedos aos meus.

– Pois é, quando você quer, você sabe muito bem fazer o seu trabalho.

Ele apenas deu um pequeno sorriso.

– Quero te fazer um convite.

– Convite?

– Sim, quer jantar comigo hoje?

– Jantar contigo?

– Som, quero que conheça o meu restaurante favorito.

– Acho que pode ser legal ir jantar com você essa noite.

Eu disse e ele me deu um beijo indo para o banheiro tomar um banho.

Depois que ele saiu do banheiro foi a minha vez de tomar um banho demorado e quente. Enquanto eu estava debaixo do chuveiro eu me lembrei do Alex e lembrei que nós não tínhamos ainda nenhuma pista sobre o seu assassino e isso me deixava cada vez mais revoltado.

O desgraçado estava atrás de mim, matou o cara que eu gostava e nem tem a coragem de mostrar o rosto. Infelizmente eu ainda desconfiava do Alberto – claro que eu não ia contar isso para ele e nem falar para ninguém, mas era uma desconfiança que eu ia ter até encontrar o seu verdadeiro assassino.

Quando sai do banheiro eu vi que Alberto não estava mais no seu quarto e vi que tinha um pequeno bilhete em cima do seu criado mudo. Ele tinha tido uma emergência no trabalho e teve que ir para lá correndo.

Então eu sai do seu quarto e fui para o meu, mas no meio do caminho dei de cara com Marcos.

– Oi Evan, você ainda está ocupado? – eu me lembrei que ele tinha me convidado para dar uma volta com ele mais cedo, mas eu acabei não indo por causa do Alberto.

– Claro que não, só deixa eu colocar um tênis.

– Tudo bem, então estou te esperando lá embaixo.

– Beleza.

Eu disse e fui para o meu quarto e coloquei meu tênis, dei dois toques no quarto do Luan e perguntei se ele queria ir com a gente, mas o mesmo disse que teria que terminar de estudar e depois fazer seu trabalho nas tulipas da Katrina.

Então eu apenas lhe dei um beijo e encontrei Marcos encostado em sua Ferrari preta.

– Vamos? – eu perguntei.

– Vamos – ele concordou sorrindo.

Ele entra em seu carro e liga o som, eu sento ao seu lado e nós vamos para não sei a onde. No caminho ele vai contado suas piadas e me fazendo rir como sempre. Depois o assunto mudava para seus pais, ele se sentia meio incomodado com esse assunto e dizia sentir muito falta dos pais e eu entendia já que pensava em minha mão tempo todo.

No radio estava tocando uma musica animada e ele aumentou o som.

– Onde estamos indo?

Eu perguntei sorrindo.

– Como você é meu único amigo eu quero que conheça o meu lugar favorito no mundo todo, e olha que eu nunca mostrei para ninguém.

Ele disse com os olhos brilhando. E eu me senti muito bem em saber que ele me considera seu amigo, só fico triste por eu ser o único, mas o mesmo disse que não era muito associável quando morava com os pais e que eu sou o único da idade dele que ele conhece.

– Estamos chegando.

Ele disse animado.

Paramos no topo de uma montanha e quando desci do carro tive uma vista maravilhosa do campo. O lugar era lindo, até para mim que não apreciava muito a natureza.

– Eu conheci esse lugar ainda adolescente, quando ninguém me compreendia.

– E porque ninguém te compreendia?

– Não sei se posso falar nesse assunto.

– Ei, pode confiar em mim. Você mesmo disse que eu era seu amigo lembra?

– Sim.

Ele disse se sentando no chão e encostando-se em uma pedra.

– Desde criança eu sempre soube que era diferente. Soube que não era igual aos outros garotos. Enquanto alguns queriam jogar futebol, eu queria ficar em casa lendo um dos livros do escritório do meu pai. Na adolescência, enquanto os garotos ficavam correndo atrás das meninas, eu ficava olhando para eles jogando futebol – ele disse e deu um pequeno sorriso de lado como se estivesse lembrando de um tempo bom.

– Então você está me dizendo que é...

– Eu sou gay Evan. Nunca pude me abrir com ninguém por causa do meu pai que era um preconceituoso de carteirinha e minha mãe que sempre concordava com suas vontades.

Ele já estava chorando.

– Por isso eu nunca tive amigos, nunca me encachei nessa sociedade...

– Mas agora você tem um grande amigo, você tem a mim.

– Serio?

– Claro, você é um cara muito especial. Só não imaginava que era gay.

– As pessoas costumam guardar muitos segredos Evan.

– Sim, eu sei. Mas pode ficar tranquilo que seu segredo está guardado comigo.

– Que bom, não quero mesmo que conte para ninguém. Muito menos para o Beto.

– Beleza.

Eu disse dando um leve soco em seu braço e o fazendo rir.

***

– Nossa Katrina, não sabia que você ainda era tão gostosa.

– Você não me conhece.

Disse Katrina se levantando da cama do seu amante. Ela vestiu sua camisola preta e olhou mais uma vez para o homem deitado na cama.

– O que eu quero saber é se depois disso você vai me ajudar.

– Depois disso eu faço qualquer coisa por você.

– Perfeito – ela disse forçando um sorriso. – Como você sabe eu perdi a criança e como sabe também eu não posso mais engravidar.

Ela disse aquilo com um aperto no coração.

– Sim eu sei.

– Bom, e também sabe de todo o meu plano de destruir o Alberto, então não vou contar outra vez. Eu quero que você me ajude com os exames, resultados, ultrassom e essas coisas. As barrigas falsas eu já sei onde encontrar.

– E o bebê?

– Isso eu também já sei como arrumar, seu trabalho é com outra coisa. Eu tenho a sua palavra, não tenho André?

– Claro meu amor, continue liberando esse seu rabo que eu farei o que você quiser .

– Assim que eu gosto. Bom, agora eu vou tomar um banho – o homem já estava se levantando. – Sozinha.

Ela disse entrando no banheiro e o homem se deitou.

Katrina tirou sua camisola e entrou debaixo do chuveiro, quando a agua quente caiu sobre seu corpo ela não conseguiu segurar suas lagrimas. Ela pegou a bucha mais grossa e começou a passar por todos o seu corpo como se fosse o ser mais sujo da face da terra. Ela não queria fazer aquilo, mas tinha que fazer. Não podia dar para trás antes do seu plano, ela queria ter aquela criança mesmo que não fosse sair de si.

– Quando tudo isso acabar, você vai ser o próximo a comer terra André, escute o que eu estou falando. Eu vou te matar, sua criatura grotesca.

***

Já a noite Marcos estava sentando no sofá da sala, ele estava esperando dar a hora para ir se encontrar com os homens. Quando estava mexendo em seu celular ele ouviu alguém descendo as escadas e quando olhou viu que era Evan e ele estava mais lindo que nunca.

– Onde vai assim?

– Tenho um jantar com o seu irmão... – Quando percebeu a burrada que fez, Evan tratou de se corrigir. – Um jantar com clientes na verdade, e como sabe que eu sou o assistente dele eu tenho que estar presente.

– Claro Evan, eu te entendo perfeitamente.

Marcos estava se segurando para não dar uma surra em Evan.

Quando os dois estiverem juntos, ele vai ensinar o garoto não mentir para ele, nem que tenha que deixar Evan cego. Não, isso ele não podia fazer, não queria estragar os lindos olhos do seu amado, ele daria um jeito de encontrar uma punição a altura. Os dois escutaram um buzina do lado de fora da casa.

– Deve ser ele, nos vemos mais tarde?

– Não sei, eu estava pensando em sair para beber.

– Bom, então divirta-se e protege-se – ele disse sorrindo e Marcos lhe mandou um sorriso forçado.

Quando Evan saiu, Marcos não se controlou e arremessou um pequeno cinzeiro de cristal que estava em cima da mesinha de centro, uma empregada apareceu correndo na sala e Marcos disse:

– Limpe isso, eu tenho que sair.

– Sim senhor.

O homem pegou a chave de seu carro e seguiu para o lugar que marcou de se encontrar com os dois homens. Ele colocou o som de rock metal alto e se sentiu livre, o homem dirigiu mais de 100 km naquela noite agradável.

Quando chegou em um galpão abandonado ele saiu do carro.

– Eu estou aqui – ele gritou e os dois homens saíram da sombra. – Nossa Bruno, nem com o dinheiro você deixa de ser esse ser humano deplorável. Toma cuidado que logo o Thiago vai te deixar hein.

– Veio aqui para falar disso?

– Como eu disse, eu estou aqui para dar mais um servicinho para vocês. Olha como esse mundo é pequeno. Você é ex-namorado do Evan certo?

– Como conhece o Evan?

– Ele está de caso com o meu irmão, mas logo menos nós dois vamos nos casar. Mas você deixou o garoto, então ele não é mais problema seu. Não é mesmo Thiago?

– Exatamente, a chefia tem razão. Agora tu está comigo, então mostra mais respeito seu vacilão.

– Vamos mudar logo de assunto que eu estou entediado. Eu quero que vocês deem um jeito que sequestrar o Jorge, ainda essa noite.

– O que? Você está louco cara? Não podemos fazer isso – disse Bruno.

– Lá na vila está todo mundo atrás de nós.

– De um jeito de marcar um encontro aqui, só com ele.

– Porque você não faz isso? Os dois já tiveram um caso mesmo – disse Thiago.

– Quer saber, até que você tem razão.

Eu disse dando um beijo na boca do Thiago e deixando o Bruno irado, mas Marcos apenas apontou a arma para ele que calou a boca. Ele seu telefone celular e discou o numero do mais velho que atendeu no primeiro toque.

– Vejo que ainda tem meu telefone no seu celular.

– O que você quer comigo Marcos?

– Como assim Jorge? Não lembra das nossas fodas? Eu estou querendo repetir.

– Acha mesmo que eu vou atrás de você? O que foi que você disse quando me deixou? Lembrei: Você é um favelado nojento que não tem onde cair morto, foi apenas um passa tempo.

– E você me usou para chegar no meu irmão, mas seu plano não foi dos melhores. Mas eu não tenho magoas e você também não devia ter, e eu preciso daquela massagem que só você sabe fazer.

– Então vem aqui em casa.

– E pisar ai com a minha Ferrari? Nunca, eu estou em galpão perto de onde você está.

– Tudo bem, eu estou saindo. Não demoro.

– Sabia que você não ia dispensar uma foda fácil.

Ele desligou o telefone na cara de Marcos que não conseguiu conter um sorriso sádico, o mais velho era patético mesmo em ir lá sem ninguém? Essa noite estava saindo melhor do que ele esperava. Então Marcos deu as ordens para os dois que estavam na sua frente e ambos se esconderam atrás de um enorme pilar que tinha no local.

20 MINUTOS DEPOIS.

Marcos escutou um pequeno barulho e carro do lado de fora do local e se preparou. Como combinou com os outros dois foi que ficassem aguardando seu sinal e depois atacaria Jorge com um arma de choque.

– Estou aqui Marcos.

– Sabia que viria.

Jorge não deixou ele nem terminar de falar e já lhe deu um beijo.

O mais novo até que confessa que sentiu saudades do jeito rustico do mais velho, mas agora ele só queria vingança por Jorge ter entrado em seu caminho e se apaixonado por Evan, com certeza aquela boca nojenta dele já tinha beijado seu amor e isso o matava.

– Sinta-se honrado em eu ter vindo aqui te foder.

Ele disse quando e soltou do mais novo.

– Você não sabe o quanto eu estou honrado.

Disse Marcos fazendo um sinal para Thiago que foi em direção ao mais velho e sem Jorge perceber ele levou uma alta descarga elétrica nas costas e caiu no chão desacordado.

– Vamos brincar de jogos mortais? – Marcos perguntou se abaixando ao lado do mais velho jogado no chão. – Isso vai ser muito divertido. Que os jogos comecem.

*

Continua.

Oi gente, como combinado aqui estou eu no domingo. Sei que agora a historia parece um pouco confusa, mas no próximo irei explicar como Marcos e Jorge se conheceram. Espero que tenham gostado de verdade, e no próximo capítulo irei responder a todos os comentários.

Beijão.