Capítulo 15

Parte da série O Contrato

CAPÍTULO 15

-ooOoo-

NA NOITE ANTERIOR

Katrina estava dentro da banheira tomando um banho de espuma, ela estava satisfeita com o rumo que seu plano estava tomando. Com os sogros fora do caminho, estava cada vez mais fácil chegar ao topo do seu pedestal, faltava apenas se livrar de Marcos, Alberto e Evan.

Tudo estava conforme o esperado, até Katrina soltar um grito segurando seu ventre, quando ela se levantou viu que tinha sangue escorrendo entre suas pernas.

Com dificuldade ela saiu da banheira e foi para debaixo do chuveiro se levar. Depois de secar Katrina colocou um vestido da cor vinho, seu casaco de pele e um sapato qualquer que ela encontrou pelo chão do quarto. Pegou sua bolsa e seguiu para a clinica de um amigo seu.

– O que aconteceu Katrina? – ele perguntou preocupado com a ligação repentina da moça.

– Tive um sangramento, preciso saber se está tudo bem com o meu filho.

– Venha comigo.

Os dois foram para uma sala e o médico começou a examinar Katrina. A mulher estava preocupada com o que podia ter acontecido com a criança, mesmo não admitindo, era seu filho e ela tinha medo de algo de ruim acontecer com ele. Esse era um dos motivos dela querer a morte do Marcos, não queria que ele fizesse mal a criança.

– E então? – ela perguntou olhando para o homem.

– Sinto muito, mas você teve um aborto instantâneo. – Katrina não conseguiu segurar suas lágrimas, estava tudo bem, como isso podia acontecer de uma hora para outra?

– Eu não entendo, como isso aconteceu?

– Nos primeiros meses a gravidez é muito frágil, isso é normal acontecer. Mas mesmo assim eu vou pedir um exame. Você tomou alguma coisa, ingeriu algo ou até inalou alguma coisa?

Na mesma hora Katrina se lembrou do veneno que ela jogou na casa querendo matar Augustin, mas ela matou seu próprio filho e isso ela nunca iria se perdoar, mas claro que não poderia contar aquilo para o medico então disse:

– Eu não me lembro. Tudo estava perfeito.

– Mais uma vez eu sinto muito, eu vou marcar uns exames para você fazer depois, tudo bem?

Ela concordou com o medico e saiu da clinica, sentiu a noite fria e entrou em seu carro.

Katrina não poderia ter deixado aquilo acontecer, ela perdeu o filho e perdeu a chance de tomar a fortuna do Augustin e ainda tinha Marcos, quando ele descobrisse que ela tinha perdido a criança ele iria mata-la.

– Mas ele não precisa saber – ela disse para si mesma. – Eu vou dar um jeito de arrumar uma barriga falsa e quando chegar a hora eu arrumo uma criança, eu vou dar continuidade ao meu plano e nada vai me impedir de chegar ao meu reinado.

Ela ligou seu carro e saiu cantando pneu.

***

NA MANHA SEGUINTE

EVAN

Estávamos chegando na casa da família do Alberto. Luan e Lúcio estava no carro conosco.

Alberto não disse uma palavra a viagem inteira, assim como ninguém no carro. Eu estava no banco de trás com o Luan e ele estava na frente com o Lúcio, o amigo ainda tentou chamar atenção do outro, mas mesmo assim não adiantou em nada. O rosto do Alberto estava enigmático.

Quando chegamos na casa dos pais do Alberto, tinha alguns repórteres que vieram para cima do carro, mas Alberto quase passou por cima de todos, nós estramos na mansão e vimos que tinha alguns carros parados na frente da casa, quando saímos do carro meu pai que estava do lado de fora com o seu novo "filho" veio até nós.

– Sinto muito Alberto – ele disse apertando a mão do Augustin.

Eu fiquei olhando para o Marcos que não me olhava nos olhos, estava sempre de cabeça baixa.

– Obrigado Sr. Delavega. Se me der licença eu vou ver como está meu irmão.

Ele passou pele meu pai e eu fiz o mesmo sem nem dar atenção para o velho.

Quando entramos na casa o Marcos estava sentando no sofá chorando que nem uma criança. Tinha algumas pessoas tentado acalma-lo, mas nada dava certo. Quando ele viu Alberto ele se jogou nos braços do irmão, mesmo os dois não se dando bem, naquele momento eles precisavam ficar mais unidos do que nunca.

– Quem seria tão ruim em fazer isso com os nossos pais Beto?

– Eu não sei garoto, mas nós vamos descobrir.

– Quando eu colocar minhas mãos no desgraçado, eu vou mata-lo.

– Não vamos pensar nisso agora.

Alberto o soltou e foi falar com os outros que estavam na casa.

Lúcio deu um abraço no garoto em minha frente e Luan fez a mesma coisa. Quando eu o abracei ele soluçou e me deu um abraço apertado e depois me soltou murmurando algumas palavras como "obrigado por ter vindo".

– Quando vai ser o velório? – perguntou Alberto se aproximando.

– Na verdade eu acho melhor fazermos o enterro logo. Os homens do IML disseram que os corpos deles estão em estado deplorável. Então achou melhor manda-los para o cemitério logo de uma vez. – ele disse fungando.

– Certo, e que horas vai ser?

– Daqui algumas horas.

– Enquanto isso você não quer dormir?

– Sim, eu não dormi a noite inteira cuidando disso. Obrigado irmão.

Ele subiu as escadas e foi para o seu quarto.

Eu olhei para Alberto e ele fez um sinal para eu acompanha-lo. Então eu me afastei lentamente e quando cheguei na cozinha Alberto me deu um abraço apertado. Até aquele momento ele não tinha chorado.

– Foi tudo tão de repente.

– Eu posso imaginar, sei como é perder um parente.

– Mesmo que eu não era muito junto dos meus pais eu não queria que isso acontece-se.

– Sei que não, mas vamos com calma e paciência. Hoje o dia vai ser bem cheio e você ainda tem que cuidar do seu irmão.

– Isso é verdade, nunca vi o Marcos desse jeito. Mas ele era apegado aos meus pais, da para entender.

– Sabe, olhando para ele nem da para perceber que são irmãos.

Ele olhou para os lados e puxou para um canto mais afastado das pessoas. Quando estávamos na varanda da parte de trás da casa Alberto olhou mais uma vez para dentro da casa e disse baixo:

– Ele é adotado.

– O que?

– Quando éramos mais novos, meus pais tinha uma empregada que deu a luz e morreu no mesmo dia, como minha mãe a adorava muito ela prometeu que cuidaria do seu filho, meu pai no começo não adorou a historia, mas com o tempo ele foi criando um amor enorme pelo garoto, um amor que ele nunca teve por mim, foi por isso que eu nunca gostei dele quando era criança e nunca admitiria que meu pai coloca-se esse menino no meu lugar.

– Nossa, eu nunca imaginaria.

– Agora eu já consigo aceitar ele melhor, mas saber que meu pai amou mais ele do que eu me dói no coração.

– Eu posso imaginar.

Eu disse me lembrando do Marcos e do meu pai, da maneira como os dois eram juntos.

– E ele sabe?

– Eu acho que não, meus pais nunca tocaram no assunto e me proibiram de falar uma palavra sequer. Mas agora eu não posso ficar pensando nisso, eu tenho que cuidar dele. Não posso deixar que o passado interfira no nosso futuro.

– Você está certo.

Ele me deu mais um abraço e nós entramos na casa.

***

Luan estava fugindo do Lúcio, ele se sentiu muito culpado por ter caído na tentação de ter beijado aquele homem ainda apaixonado por outro. Mas uma parte sua dizia que ele não devia se sentir culpado, o outro nunca disse que o amava, nunca deu esperanças de que se separaria da mulher e ainda o jogou para fora de casa, porque ele devia se sentir culpado?

Mesmo com aqueles pensamentos ele não se sentia bem perto do Lúcio, aquele homem lindo, cheio de si e que queria de qualquer maneira levar Luan para cama. Um beijo tudo bem, mas agora transar com ele estava totalmente fora de seus planos.

– Está fugindo de mim baby? – ele perguntou no ouvido do Luan.

– Por favor Lúcio, estamos em um momento delicado.

– Eu sei, mas ainda não entendo o porque de estar fugindo de mim. Ontem anoite foi maravilhosa.

– Pode até ter sido, mas foi apenas um beijo e não vai se repetir.

– Até eu conseguir te deixar de pernas bambas outra vez.

***

LUAN

Nisso ele infelizmente tinha razão, eu não tinha total controle sobre o meu corpo ou as minhas ações e isso me deixava com vontade de morrer.

– Olha quem chegou.

Quando eu olhei para a porta eu vi Leonardo e meu coração acelerou, mas uma coisa bem estranha foi o fato de não ser aquilo que eu pensei que seria. Pensei que quando eu visse Leonardo, eu ficaria louco de vontade de pular em seus braços, pediria perdão e imploraria pelo amor dele, mas meu coração apenas acelerou de saudade.

Quando ele me viu, abriu um pequeno sorriso e veio até mim.

– Oi Luan, quanto tempo – ele ia me abraçar, mas parou quando se lembrou e apenas me estendeu a mão que eu apertei.

– Pois é Leonardo, como você está?

– Cansado... – ele disse com um pequeno sorriso de lado. – Minha menina está acabando comigo.

Eu sorri quando vi os olhos dele brilhando quando falou da sua filha, dava para ver mesmo que ele a amava muito, assim como qualquer pai ama seus filhos. Quando eu olhei para o lado eu vi Lúcio nos olhando de cara feia, e Leonardo seguiu meus olhos e olhou para o amigo parado ao meu lado.

– Delegado? Que honra em vê-lo outra vez – ele disse indo abraçar o amigo, mas Lúcio apenas entendeu a mão e Leo ficou confuso com a sua atitude.

– Como vai Leonardo?

– Eu vou bem, aconteceu alguma coisa?

– Claro, o Alberto perdeu os pais.

– Sim eu sei.

– Que bom, então vai procura-lo.

Com uma sobrancelha levantada, Leonardo olhou mais uma vez para mim e me lançou um pequeno sorriso. Ele se retirou em silencio e com as mãos nos bolsos. Eu fiquei olhando para ele se afastar.

– Qual é o seu problema? – eu perguntei olhando para o Lúcio.

– Não entendi – ele se fez de desentendido.

– Escuta uma coisa, acho bom você parar de ficar atrás de mim. O que aconteceu na noite passada não vai mais acontecer e continuar com isso eu sei obrigado a tomar uma atitude.

– E qual seria? – ele perguntou olhando com os braços cruzados.

– Eu sai da sua casa nem que tenha que dormir de baixo de uma ponte.

Eu me afastei dele e o deixei sozinho me olhando de longe.

***

Katrina entrou na casa e olhou para todos que ali estavam, ela sempre odiou participar de qualquer velório ou algo do tipo, mas ela era esposa do filho mais velho dos mortos e não poderia faltar.

Quando viu seu marido conversando com o seu amigo Leonardo ela foi até lá cumprimentado alguns presentes.

– Sinto muito Alberto.

– Obrigado Katrina, você demorou para chegar.

– Desculpe, eu tive que pegar um avião de ultima hora.

– Entendo.

– E onde está seu irmão?

– Dormindo no quarto dele, passou a noite inteira acordado e não conseguia parar de chorar.

– Entendo. Bom, e quando será o enterro?

– Ainda hoje! Só estou esperando receber o telefonema da funerária.

– Tudo bem, eu vou... – ela olhou para as mulheres conversando. – Fazer companhia para aquelas adoráveis mulheres.

Alberto deu um pequeno sorriso do comentário da esposa e depois foi falar com o amigo. Katrina se juntou as mulheres que a receberam de braços abertos, elas estavam fazendo um reza para os pais de Alberto e pediram para Katrina começar.

A mulher olhou para as outras e disse:

– Que eles não vão para o inferno. Amém.

As outras arregalaram os olhos e Katrina saiu da casa.

***

Todos estavam seguindo o pequeno carro que levava os caixões dos pais do Alberto, o homem não derrubou um lagrima sequer já que para ele chorar é sinônimo de fraqueza, já seu irmão estava com os braços em volta cintura do mais velho e ia de cabeça baixa.

Quando chegaram ao tumulo o padre falou algumas belas palavras e isso comoveu a todos. Alguns parentes que estavam presentes também falaram belas coisa, mas nem Alberto e nem Marcos falaram nada, apenas deixaram sua dor consigo.

Depois que terminaram de enterrar os velhos, as pessoas foram saindo uma por uma até ficar os dois irmãos, Katrina e Evan.

– Vamos Marcos – disse Alberto.

– Eu só quero me despedir.

– Tudo bem, todos vamos esperar você no carro.

E todos saíram de perto do mais novo que ainda chorava, quando ficou sozinho ele disse:

– Espero que estejam no inferno seus velhos nojentos. Assim como aquela porca da empregada que se dizia minha mãe. Pensei que seria mais difícil matar vocês, mas pelo visto não eram tão esperto quanto o meu irmãozinho, mas logo chegara a hora dele e todos vocês vão fazer uma bela reunião de família ao lado do Diabo.

Ele disse cuspindo em cima do tumulo e se retirando do local voltando a chorar.

Quando chegaram em casa, Alberto sentou-se ao sofá passando as mãos em seu rosto, ele estava totalmente cansado, assim como o seu irmão.

– Marcos?

Ele chamou a atenção do mais novo.

– Fala Beto.

– Você quer ir morar comigo?

– O que?

– Sei que nós não somos muito próximos, mas sei também que você não vai conseguir viver nessa casa sozinho, então venha morar comigo, sei que todos vão te receber de braços bem abertos.

– Obrigado meu irmão.

Ele disse abraçando o irmão mais forte que conseguiu.

Katrina estava observando aquela cena de longe, vendo como o Alberto era idiota em colocar aquele homem em sua casa, o homem que queria mata-lo e roubar o amor da sua vida. Enquanto Marcos abraçava Alberto, ele lançou um pequeno sorriso para Katrina e a mesma apenas o observou.

"Isso é bom, mantenha os amigos e os inimigos mais perto ainda"

Ela pensou e foi para a cozinha.

***

EVAN

Já anoite nós estávamos de volta na casa do Lúcio, junto com a gente tenha vindo o irmão dele o tal de Marcos que eu não conhecia muito bem, mas ele parecia ser uma boa pessoa. Quando entramos em casa o Alberto levou ele para o seu quarto.

Luan me puxou para o meu quarto.

– Hoje eu vi o Leonardo.

– E como foi?

– Primeiro eu me senti culpado por ter beijado o Lúcio, mas agora eu não estou pensando mais nisso. Sou um homem livre e posso ficar com qualquer um, mesmo sentindo que esse sentimento ainda esteja aqui, mas eu tenho que tratar de esquece-lo 100% porque é fato de que nós nunca ficaremos juntos.

– Você não pode pensar assim...

– Sim eu penso. Leonardo é passado e ainda temos a Valentina.

– Sim, não podemos esquecer dela.

– Por favor não me deixe sozinho, não quero ceder a tentação outra vez.

Ele disse se jogando nos meus braços e me fazendo sorrir.

– Fica tranquilo que você não vai ceder. Mas o Leonardo falou com você?

– Mais ou menos, Lúcio foi super grosso com ele, nem pareciam amigos.

– Será isso ciúmes?

– Nop.

Ele disse e eu dei risada.

Ele deitou a cabeça no meu peito e eu fiquei me lembrando do dia cansativo que eu tive com o Alberto. Sei que ele não estava em condições de conversar agora, mas amanha logo de manhã eu iria falar com ele e quem sabe ajuda-lo passar por tudo isso.

Com esses pensamentos eu acabei pegando no sono abraçado com Luan que também dormiu.

*

Continua.

Primeiramente eu queria me desculpar por quase duas semanas sem postar, mas é que meus dias andam muito corrido e agora que eu vou começar a trabalhar só vou poder postar aos domingos que é o dia que eu estou de folga. Então teremos capítulos todos os domingos. E já comecei a escrever Amor, Eterno Amor. Mais um mês ou dois e eu já começo a postar. E desculpem esse capítulo chocho, mas eu realmente não estava com muita cabeça e ficou meio que sem emoção, mas espero que gostem.

Beijão.

BielRock - Será que é o Marcos dos Delavega? Pode ser, mas também pode não ser. Os dois tem muitos motivos para fazer o que o assassino está fazendo. Alberto é o cara e Lúcio... Sem comentários, mas eu também shipo e muito kkkk.

GarotoComum - Olá Adam, fico muito feliz que você esteja gostando da minha historia, comentários assim como seu que me dão forças para continuar. Sim, eu gosto muito de um bom mistério, O contrato é a primeira historia que eu escrevo do genero, mas fico feliz que esteja agradando. Espero que você tenha gostado desse capítulo. Abraços.

Fleur - Bom, agora você já sabe que o Marcos não era mesmo filho dos velhos Augustin. Eu ainda vou escrever como ele descobriu isso e muitas coisas serão esclarecidas nos próximos capítulos. E como eu disse a senhora é perigosa mesmo, muitas pessoas achavam que era o Marcos chato (esse é o Marcos legal), eu pensei em muitas pessoas para ser esse assassino misterioso, mas como você mesma disse ele era o que mais sairia ganhado. Espero que tenha gostado.

Ryan Benson - Pois é, não é o Jorge, mas o mesmo ainda vai se ferrar muito cara kkkkk (Spoiler)Para você ver, eu gosto de ser uma pessoa muito ruim e o Marcos matar os pais faz parte da minha ruindade, que nem quando eu matei o Alex Muahahaha. Espero que tenha gostado.