Amor, Eterno Amor - 79

Parte da série Amor, Eterno amor

-ooOoo-

MICHELANGELO

Uma semana tinha se passado e eu ainda não tinha me acostumado com o meu irmão longe de mim. Esse ano ficamos muito unidos, se fosse no ano passado eu mesmo teria despachado ele para o inferno, mas agora era diferente, ele se foi e deixou um vazio no meu coração, mas pelo menos eu tinha ganhado um novo melhor amigo, pq Jason não me deixava em paz e isso era meio chato as vezes.

Eu soube que Marck foi despachado para o outro lado do mundo, a mãe da Belle veio pessoalmente na minha casa me pedir desculpas pelo ocorrido, ela disse que tinha ouvido o Marck falando sozinho algumas vezes, mas nunca deu importância. Depois disso eu correu qualquer tipo de relação com a aquela família maluca.

Thakira ainda estava meio distante e distraído, toda vez que eu falava com ele, o mesmo me olhava com uma cara de interrogação, então eu deixei de puxar conversa se não eu ia quebrar aquela cara oriental. Fawcett estava revoltada o tempo todo nessa semana ela me mandou pra puta que pariu umas 20 vezes e Jade estava adorando tudo isso.

Fiquei mais amigo do Sacha e Mable. Os dois não se davam bem, mas não eram que nem a Jade e a Fawcett, ambos respeitavam um ao outro e não eram de ficar arrumando barraco por qualquer coisa, era bom ficar longe de confusão o tempo todo.

Quem não estava gostando nada da minha amizade com o Sacha era o meu namorado que depois do que aconteceu semanas atrás ele ficou muito protetor. Eu até tentava explicar que ele era apaixonado pelo Thakira, mas ele sempre dizia:

- Isso não é paixão, é loucura, e ele pode muito bem ficar louco por vc.

- Para de palhaçada Gremlin. - Eu disse te dando um tapa.

A escola nova até que estava me fazendo um bem danado, agora eu me arrependo de não ter vindo pra cá no começo do ano, minha vida seria muito mais fácil, mas não teria conhecido os meus amigos. Como eu disse: Muito mais fácil...

Estávamos fazendo um projeto de biologia. Thakira (forçado), Sacha (sem graça, por estar perto do Thakira), Mable (que estava de cara feia por causa do trabalho) e eu olhando para a floresta que tinha atrás da minha casa.

- Eu sou a única que acha esse o pior trabalho do mundo? - Perguntou Mable do meu lado.

- Esse professor está de palhaçada, como assim? Dessecar sapos? Eu odeio sapos. - Disse Sacha meio verde.

- Não tenho problema nenhum com sapos. - Eu disse sorrindo para o Thakira que piscou pra mim.

- Como o projeto são em varias etapas, vamos nos dividir em duas duplas.

- Quero ir com o Mick. - Disse Mable agarrando meu braço.

- Não, eu vou com o Mick! - Disse Thakira e Sacha juntos - eu vou com o Mick. Eu vou.

Os dois estavam gritando ao mesmo tempo e eu disse.

- Eu vou com a Mable.

Os dois me olharam com os olhos arregalados e fizeram cara feia, aposto que Mable fez isso de maldade, por que os dois não gostam de ficar perto um do outro e eu sabia muito bem o porque desse sentimento. Mas ela ia ver o que bom.

- Então vamos decidir. Vcs pegam as espécies de plantas e nós pegamos os bichos. - Quando eu disse isso a Mable arregalou os olhos.

Os meninos deram um sorriso maldoso e eu a puxei pelo braço. Ela ficou de cara feia e com um biquinho lindo.

- Pq vc fez isso?

- Pra vc aprender a não fazer o que fez.

- Eu não fiz nada, eu apenas não queria ir com o Sacha nós não gostamos um do outro. E eu não tenho muita amizade com o Thakira. - Ele disse com um sorrisinho fofo.

- Eu te conheço Mable. Vamos fazer o seguinte, o professor pediu para nós dissecarmos apenas um sapo e os outros bichinhos, nós não precisamos matar, apenas estuda-los e depois devolve-los a natureza.

- Não acredito que vou fazer isso.

- Para de reclamar e vamos logo.

Ela foi atrás de mim. A primeira coisa que procuramos foram os sapos, como tinha um Lago por perto, com certeza teria esses lindos bichinhos. Demorou um bom tempo até encontrarmos o primeiro sapo que estava fazendo sua refeição, cassando moscas. Mable começou a me estapear e apontar para o sapo.

- Eu já vi. - Eu disse sussurrando.

Me deu uma dó de ver aquele bichinho indefeso a minha espera, sem ter como se defender. Uma tristeza sem fim. Fui andando devagar para perto do pequeno animal e joguei a caixa em cima dele. Mable deu um grito de felicidade e eu olhei feio pra ela que ficou quieta.

Depois nós fomos atrás das lagartixas e as lesmas. A lagartixa era fácil de encontrar, mas o difícil era conseguir pegar elas. Demorou umas 2 horas para conseguirmos pegar duas. E depois mais uma hora para pegar os malditos caracóis, aquilo sim me deu um nojo eterno. Depois nós fomos para a casa, eu segurando as caixas e Mable em choque por eu ter jogado uma lesma nela.

***

SACHA.

Estávamos andando um longe do outro, o que eu mais queria fazer era chegar perto dele e dar vários beijinhos, mas eu prometi a sua namorada que não faria mais brincadeiras como aquela - pra mim não era brincadeira, eu apenas estava mostrando meu amor por ele, mas aos olhos dos outros eu só estava provocando.

Era doloroso ficar longe dele, mas o que eu podia fazer, ele não gostava de mim, não gostava de ficar perto de mim, não gostava nem de ouvir o meu nome. Uma vez eu estava entrando na sala de aula e o Michelangelo disse algo sobre mim e ele apenas disse "não pronuncie esse nome quando eu estiver perto" aquilo me machucou, mas o que eu podia fazer, era a vida.

Estávamos procurando uma espécie de planta que o professor passou pra gente quando ele disse:

- Vamos nos separar, vc vai por esse lado e eu vou por aquele.

- Eu acho melhor ficarmos juntos, não é legal nos separarmos.

- Mas eu acho, vc vai por aquele lado e eu vou por esse. - Ele disse e eu sussurrei.

- Japinha estérica.

Ele se virou pra mim e me olhou como se quisesse me queimar com o olhos. Ele se aproximou de mim e me deu um soco no peito, ele podia ser pequeno, mas tinha muita força nas mãos. Eu dei um passo pra trás e lhe encarei.

- Qual é o seu problema?

- O meu problema? Foi vc que me deu um soco e outra eu só disse para nós não nos separarmos, aqui pode ser perigoso.

- Vc sempre faz se tudo para ficar perto de mim né, eu já disse que não quero vc por perto.

- Para de ser louco Yuri, eu não disse nada e prometi a sua namorada que nunca mais chegaria perto de vc, e vou cumprir. Eu só quero fazer o meu trabalho e ir pra minha casa.

Eu disse com a voz embargada - pois é, eu sou chorão - ele ficou me olhando e disse:

- Cara não precisa chorar, olha eu te acho muito legal, vc ajuda as pessoas é extrovertido, gente boa. Eu só não sou gay e não gosto de ser paquerado por um, entendeu.

- Claro, agora vamos procurar essas plantas. - Eu disse interrompendo o assunto, não queria mais falar sobre isso.

Ele ficou me olhando, eu achei que a ideia dele se nos separarmos era ótima, disse para ir pela esquerda e ei ia pela direita, ele ficou me olhando e eu fui para o meio da mata, não podia ficar olhando mais nenhum segundo para ele.

Olhei no meu caderno e comecei a procurar as plantas, pq se não eu tirasse uma nota boa nesse semestre eu poderia reprovar e isso deixaria meu pai triste.

Depois de achar algumas amostras, eu voltei para onde o Thakira estava sentado no tronco de uma arvore segurando umas plantinhas, ele era tão lindinho e aquela carinha fofas que ele fazia me levava nas alturas. Ele percebeu que eu estava o observando e ficou sem graça, eu disse para voltarmos para a casa do Michelangelo porque já estava ficando tarde.

Depois que voltamos ele estava segurando o sapo, Mable estava praticamente atrás do sofá e Michelangelo olhava para o animal com uma carinha triste, ele me olhou e disse:

- Eu não quero matar o sapo.

- Nem olha pra mim. - Eu disse.

- Eu morro de medo desse tipo de bicho. - Disse Mable.

- Eu não vou matar nada. - Disse Thakira.

Ficamos pesando uma maneira de conseguir matar o sapo, mas como conseguiríamos fazer aquilo se nenhum de nós tinha coragem de aniquilar aquele pobre animal?

Um menino muito bonito apareceu na sala, ele olhou para todos e continuou andando, Michelangelo gritou.

- Christopher espera. Vc tem coragem de matar um sapo?

- Sim.

- Perfeito, então vc vai matar o sapo.

Ele disse entregando o pequeno animal para o garoto que nos olhou e foi para a cozinha, quando apareceu o bichinho estava enrolado no papel. Michelangelo olhou para aquilo com dó, agradeceu o tal do Christopher e voltamos a fazer nosso trabalho, terminamos mais ou menos umas 07:00 pm e fomos pra casa.

Quando cheguei me joguei em baixo do chuveiro quente e fiquei lá por horas, depois que sai nem jantei, me joguei na cama e fui dormir. Aquele dia tinha sido bem longo.

***

MICHELANGELO.

Minha saudade do Dominic era muita, sei que fazia apenas uma semana que ele tinha ido embora, mas mesmo assim. Se estava assim agora, imagine quando fazer 2 meses que ele foi embora? Eu acho que morreria de saudade.

Estava sentado na minha cama, tomei um banho e fiquei pensando no que fazer. Madson não estava em casa, meus pais estavam trabalhando, dei um chega pra lá no Christopher e o mesmo nunca mais falou comigo, até nem olhava na minha cara, tentei pedir desculpas, mas ele não me ouviu. A Matilda estava na cozinha fazendo o jantar e eu estava solitário, então tive a ideia de ler o diário do David.

***

Mais um dia. Está chegando o fim do ano e hoje eu descobri que vai ter uma viagem na escola, mas ainda vai demorar, mas mesmo assim eu vou começar a juntar dinheiro para conseguir ir. São duas opções, podemos ir para uma viajem ou podemos ir para o acampamento, como não tenho dinheiro para pegar o avião, vou ter que ficar com a segunda opção.

Hoje o meu dia foi mais perturbador do que o normal, ainda mais por ser o baile de Halloween da escola...

***

Depois de ter aqueles momentos estranhos com o Marcelo, nossa relação ficou meio estranha, mais da minha parte pelo fato dele estar ficando muito perto de mim e eu tenho que evitar dar muita bandeira por causa dos meus pais.

Nós estávamos na aula de Ed. Física, eu estava tentando jogar queimada e Marcelo estava na quadra externa jogando futebol, minha cabeça estava no momento em que estávamos no vestiário, quando sua boca ficou perigosamente perto da minha, seu halito de menta e seus lindo olhos verdes.

Senti minha cara queimar e eu cai no chão que nem merda, aquilo não foi legal. Eu me levantei e olhei para os lados e perguntei:

- Quem foi me deu uma bolada?

- Foi eu! - Disse Larissa - Desculpa, mas vc fica com cara de pastel olhando para o nada. E não está no meu time.

- Mas não precisava ferrar com a minha cara.

- Gente, vamos parar. David vc está fora. - Disse a professora.

Eu fiz cara feia para a Larissa e fui para o vestiário. Entrei e vi que estava vazio então resolvi tomar um banho, tirei toda a minha roupa e entrei de baixo da água morna. Meu rosto estava doendo um pouco, mas nada que o tempo não cure. Estava esfregando a minha barriga quando Marcelo entrou no banheiro com o seu amigo. Quando me viu pelado ele ficou me olhando com os olhos arregalados e seu amigo ficou com um pequeno sorriso na cara.

Eu fiquei muito vermelho com os dois me olhando e decidi acabar com aquilo:

- Estão olhando o que? Perderam o bom senso aqui?

- O que? - Perguntou o Marcelo babando.

- Se ficar me olhando como se eu fosse um pedaço de carne, eu vou no diretor e dizer que vc está assediando os outros caras.

- A para de palhaçada David, eu não estou fazendo nada.

- Esta me olhando, cara eu já disse que não gosto desse tipo de brincadeira. Faz isso com gente como vc.

- Vc está com medo de alguma coisa? De descobrirmos que vc também curte.

- Fica longe de mim, vc e seus amigos viados. Se não eu vou ter que tomar decisões drásticas.

- Que decisões?

- Vou falar para o meu pai e ele vai dar um jeito de te tirar de perto de mim e mais uma coisa, se quiser conquistar a Luana, vai fazer isso sozinho. - Eu disse me enrolando na toalha e fui para o meu armário.

- Homofóbico. - Disse Marcelo.

Eu me vesti e sai correndo de lá.

Eu estava tremendo, não queria tratar o Marcelo daquela maneira, mas eu tinha medo. Sei que estava sendo filho da puta, mas amo meus pais, meu irmão e não aguentaria ficar longe deles, eram o mais de importante pra mim e nada poderia mudar isso.

Eu estava andando o mais rápido possível e acabei esbarrando na Luana.

- Ai menino.

- Desculpa Luana.

- Está tudo bem David?

- Não Luana, não está tudo bem. Eu preciso da sua ajuda.

- Minha ajuda?

- Sim, O Marcelo está gostando de vc de verdade, viu que ele até mudou seu jeito de ser? Ele me pediu para te ajudar a ficar com ele, eu nunca vi ele dessa maneira. Parece que está vulnerável. Eu te peço fica com ele.

- Vc sabe muito bem minha opinião sobre o Marcelo.

- Não precisa namorar, apenas tenha um encontro, vcs dois se conhecem melhor e quem sabe no futuro não role alguma coisa. - Eu disse quase suplicando, eu tinha que tirar o Marcelo de perto de mim o mais rápido possível.

- Tudo bem, eu vou pensar e na hora da saída eu te dou uma resposta e vc fala com ele.

- Vc é o maxixo Lu.

- Também acho.

Ela disse sorrindo e foi para a quadra.

Eu encostei na parede e respirei fundo, fui andando para a sala de aula, se a Luana me ajuda-se, ela estaria fazendo um favor enorme pra mim, ela tiraria o Marcelo da minha cola e pararia de tratar ele mal por qualquer coisa.

Quando estava chegando na sala de aula fui surpreendido por alguns garotos do clube de xadrez, ele estavam vestido de anfíbios, me olhavam sorrindo e me entregaram um folheto que era sobre o baile que iria ter hoje a noite - era o primeiro da escola e isso meio que deixou todos os alunos animados -. Agradeci com um sorriso e eles ainda ficaram me olhando e eu perguntei:

- Está tudo bem com vcs?

- Queremos que vc entre para o nosso grupo de debate, xadrez, astrofísica, astronomia, química...

- Desculpa, mas eu estou na 8º serie e sou muito ruim com ciências imagine química e qualquer coisa que envolva física.

- Me falaram que vc era esperto, mas pelo visto vc não é tudo isso.

- Tchau Nerd. - Eu disse para ele e entrei na sala de aula.

Depois que teve a troca de aula, Luana veio falar comigo, percebi que Tony ficou olhando para nós, mas não demos atenção para ele.

- Eu decidi dar uma chance para o Marcelo.

- Serio?

- Sim, se vc disse que ele está disposto a mudar por mim...

- Tudo bem, eu vou falar para ele e vcs marcam de se encontrarem hoje de noite na festa.

- Nem sei se vou nessa festa, não tenho fantasia e não estou muito afim de sair.

- Faz isso por mim Luana.

- Eu não sei qual o seu interesse nessa historia, mas tudo bem.

- Vc é a melhor que existe, então eu vou falar para o Marcelo e vc veste a sua melhor fantasia.

- Okay.

Ela disse e foi para o seu lugar, olhei sorrindo para o lado e vi que meu irmão estava me olhando com uma carinha nada boa, novamente bateu o remorso e eu fiquei com medo de estar fazendo merda e estar colocando a felicidade do meu irmão em jogo. Eu ainda tentei falar com ele para saber o que estava acontecendo, mas ele foi mais rápido e desconversou.

Depois de um tempo o Marcelo entrou na sala e me olhou feio, eu nem liguei, fui até ele e o puxei para o canto.

- Há, veio me pedir desculpas?

- Não, até pq não há motivos.

- Não há? Vc lembra das coisas que vc me falou?

- E vc se lembra de que eu disse que não suporto suas brincadeiras.

- Olha David...

- Eu não vim falar sobre a nossa festinha no vestiário, eu vim falar que consegui que a Luana te de uma chance, mas não vai estragar.

- Vc está falando serio? É isso ai carinha. - Ele disse e me abraçou.

Quando nos soltamos a sala toda estava nos olhando, fiquei morrendo de vergonha, como assim esse menino me abraça desse jeito.

- Blz, então hoje nos vemos na festa de Halloween.

- Na verdade eu não vou.

- Como assim? - Ele perguntou me olhando e eu disse:

- Meu pai não gosta muito de festa desse tipo, então ele prefere que Matheus e eu fiquemos em casa.

- Vc não pode estar falando serio.

- Na verdade eu estou falando muito serio, mas eu espero que vc se divirta.

- Tudo bem. - Ele disse meio muxo.

Voltei para o meu lugar e resolvi prestar atenção na minha aula, já não era bom em ciências, se continuasse não prestando atenção na aula eu tomaria bomba e isso deixaria meu pai bravo e eu poderia ficar de castigo e acabar não indo a viagem de fim de ano.

Quando eu menos percebi já estava na hora de ir para a casa.

Estava tentando fritar um ovo, meu irmão estava fazendo a lição de português e como sempre a comida ficou na minha responsabilidade. Eu estava com um óculos escuro, e um pano de prato enrolado no meu braço - pois é, morro de medo de fritar um ovo -, meu pai entrou em casa como sempre com aquela cara de "não gosto de nada" e foi até a cozinha.

- Bom dia.

- Bom dia pai.

- Hoje a noite eu vou receber uns amigos da igreja, sera que vc pode deixar tudo arrumado. - Está achando o que Velho, que eu sou sua diarista?

- Claro pai. Só um pergunta. Na verdade é mais um pedido.

- Se for sobre a festa na escola vc pode tirar isso da sua cabeça.

- Sim senhor. - Eu disse de cabeça baixa e ele foi para o segunda andar.

Fiquei triste e voltei a fazer a o meu ovo, ou tentar.

Depois quando eu terminei, meu irmão e eu resolvemos almoçar. Ele estava meio que triste e evitava ao máximo olhar pra mim ou falar comigo, eu estava me sentido mal, mas não ficaria forçando ele a falar comigo, até mesmo pq ele poderia ficar com raiva de mim e eu não queria isso.

Passei a minha tarde estudando, até que ouvi meu pai chegando com seus amigos da igreja.

Eles eram engraçados, eram da igreja, mas quando chegavam aqui só falavam de mulher e futebol e isso é o que me deixa mais puto, só mostra que seres humanos são vazios de culturas, uma pena.

Falei com todos e depois resolvi subir para oi meu quarto. Fiquei olhando as paredes do meu quarto e vi que aquela noite estava uma porcaria, então tive uma ideia de merda e vesti um smoking, passei um batom preto que a Larissa tinha me emprestado no Halloween do ano passado e coloquei uma mascara preta e branca de palhaço que só cobria a parte de cima do meu rosto.

Respirei fundo e sai pela janela, era um pouco complicado, mas consegui chegar lá em baixo. Olhei para os dois lados e sai correndo sem que o meu pai me visse. Fiz como nos filmes e coloquei uns travesseiros de baixo do edredom para quando que ele entrasse no meu quarto pensa-se que eu estava dormindo.

Quando eu cheguei na frente da escola, eu vi que as luzes estavam todas desligadas, respirei fundo e entrei.

O lugar estava muito sinistro, tinha pessoas fantasiadas dançando, sorrindo, bebendo - suco, mas com certeza estava batizada -. Fantasma, bruxos, demônios, bestas, aberrações, zombies. Esses eram as fantasias que meus amigos de escola estavam usando.

Luana estava dançando com um vestido branco até os pés e seus cabelos pretos estavam na cara, ela dançava com o Marcelo que estava vestido de palhaço, ele dançava que nem um louco, percebia que os dois estavam se divertindo muito juntos.

Como eu não queria que ninguém me reconhece, eu fiquei mais afastado e dançando em um canto escuro.

- Quer dançar? - Me perguntou uma menina vestida de fada.

- Desculpa, mas eu estou esperando minha namorada e ela é meio ciumenta.

- Tudo bem, mas eu adorei a sua fantasia.

- E eu adorei a sua.

Ele foi sorrindo com as amigas e eu fiquei lá, só tomando uma bebida e aproveitando a festa.

Vi de longe a Larissa (vestida de bruxa) e o Tony (vestido de Zorro). Eles dançavam bem perto um do outro, como se quisessem se comer, eu me perguntava pq ambos não confessavam logo esse sentimento e ficavam juntos. Depois de um tempo eu resolvi ir para o meio da pista e dançar um pouco.

Eu estava requebrando e dançando até que sinto um liquido gelado descer nas minhas costas, quando olho para trás eu vejo Marcelo sorrindo e segurando seu copo.

- Desculpa cara, eu não queria derrubar em vc, mas acabei que fiz merda.

Eu iria responder, mas lembrei que ele reconheceria minha voz.

Apenas sai de lá sem olhar pra trás, eu tinha que limpar o mais rápido possível antes que ficasse manchado. Minha mãe não poderia saber que eu estava aqui e se ela visse minha camiseta manchada de suco de morango, ela ficaria brava e isso acabaria sobrando pra mim.

- Cara espera. - Marcelo segurou meu braço - desculpa mesmo, eu não quis derrubar em vc.

Eu concordei com a cabeça e fui correndo para o banheiro, quando eu pensei que ele ia me deixar em paz, ele entra atrás de mim e eu o vejo pelo reflexo do espelho.

- Não vai falar nada?

Eu neguei com a cabeça.

- Me diz apenas seu nome.

Eu me virei para ele e fiquei olhando para aqueles olhos lindos, ele estava me olhando meio apreensivo e fiz a coisa que eu nunca pensei que faria. Lhe dei um beijo.

Ele se assustou no começo, mas passou os braços em volta da minha cintura e enfiou a língua na minha boca. Foi um momento magico, senti a mesma coisa que eu senti quando eu beijei o Juca pela primeira vez, mas eu me lembre que ele não era o Juca e que ele estava em um "encontro" com a Luana.

Me afastei dele.

Marcelo ficou me olhando, sua boca estava preta por causa do batom, seus olhos arregalados e seu corpo travado. Dei um sorriso pra ele e sai correndo do banheiro, precisava sair da escola o mais rápido possível, não deixaria esse sentimento tomar conta de mim de forma nenhuma, não amo o Marcelo e nunca vou amar.

Sera?

***

Pois é diário, agora estou qui deitado na minha cama e me lembrando do que aconteceu, seu beijo não saí da minha cabeça. Eu tenho medo dele saber que o altor do beijo fui eu e mais medo ainda de me apaixonar por ele.

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Continua!

Gente, eu tomei uma decisão que sei que não vai ser boa, sei que vcs vão querer me matar, mas mesmo assim vou fazer. Eu já escrevi tudo que tinha que escrever e estou sem criatividade nenhuma para criar os próximos capítulos, tanto que a narração do começo ficou uma porcaria. Então decidi que esse é o penúltimo capitulo da serie. Não sei quando eu vou postar o ultimo, mas vai ser o mais rápido possível e maior.

Beijão meu povo.

Depois eu vou fazer os agradecimentos ao comentários.