O Cunhado [5]

Parte da série O Cunhado

Eu não tinha vontade nem mais de ir para a escola, e como estávamos em Julho, as férias já haviam começado, então eu poderia poupar a minha preguiça. Pedro ocupava a minha mente durante as 24 horas do dia. Se eu acordava, era pensando nele, se comia, era pensando nele, se tentava estudar, era pensando nele, enfim, tudo o que eu fazia era pensando naquele meu cunhado que me tirava do normal e me deixava em transe. Até hoje eu não sei se aquilo era amor mesmo ou se era pelo fato de ele ter sido a minha primeira paixão gay. Se existe um fato que acho bastante interessante e curioso é esse: eu já percebi que, quando um gay se apaixona pela primeira vez, parece que o mundo vai acabar se ele não ficar com o cara. Até a mínima atração sexual é confundida com amor nesse momento.

Desde a viagem de volta dos meus pais da casa da tia Guida, nós não tivemos mais oportunidade de namorar e ficar juntos da forma que fizemos enquanto eles viajavam. Minha irmã, quando não estava resolvendo as coisas dela da faculdade, pois ela se formava naquele semestre, estava na casa do Pedro, me impedindo de ir para lá. Às vezes ela até me chamava para acompanha-la, mas eu não tinha cara de pau suficiente para ficar com eles lá naquele lugar que Pedro chamava de “nosso cantinho” quando estávamos juntos. Seria o mesmo que injetar veneno nas minhas veias e esperar fazer efeito. Thalia continuava a mesma, nunca percebeu nem mesmo um olhar diferente de Pedro para mim, que às vezes fazia questão de demonstrar que estava excitado ou algo do tipo, aquele safado!

Durante um almoço de domingo, lá em casa, estávamos eu, meu pai, minha mãe e minha irmã, que avisou que Pedro estava chegando para almoçar conosco. Meu pai abriu um sorriso e disse ter gostado muito da escolha de minha irmã. Minha mãe também concordou.

- Conversei com o meu chefe, o Sr. Albanez, e ele disse que quer um currículo do Pedro – disse meu pai. – Aproveitarei que Pedro está vindo e pedirei que ele imprima um currículo para que eu leve amanhã. Vai ser uma ótima oportunidade para ele, o escritório é um dos mais renomados da cidade.

- Ai, pai, nem sei como te agradecer por estar ajudando o Pedro – disse Thalia, sorrindo feliz. – O estágio na universidade é bom, mas paga muito pouco e o Pedro disse que quer se estabilizar o mais rápido possível para que possamos casar.

- Sangue de Jesus tem poder! – exclamou minha mãe, dando um abraço rápido em Thalia. – Eu sabia que o Salvador escutaria minhas orações. Aleluia.

- O Senhor é realmente maravilhoso, não é? – inferiu meu pai, no momento que alguém batia na porta. Minha irmã foi atender correndo, e quando Pedro entrou, ela deu um pulo e o beijou apaixonadamente. Ele retribuiu ao beijo, porém quando seus olhos me encontraram eu senti que aquilo não havia sido real. Ele era só meu.

- Boa tarde – Pedro disse, ao entrar no aposento. – Tudo bem?

- Tudo sim, meu filho – disse minha mãe, se levantando e indicando a Pedro uma cadeira ao meu lado. – E com você? Sente-se para o almoço, e fique a vontade.

- Pedro, meu rapaz, tenho uma novidade para você – falou meu pai. – Preciso que você imprima um currículo seu para que eu leve para o Sr. Albanez, meu chefe.

- Eu não acredito, Sr. Alfredo! – exclamou Pedro, sorrindo. Naquele momento, eu tive vontade de beijá-lo, mas a voz da minha irmã me fez voltar à realidade.

- É isso mesmo, amor, o papai vai levar seu currículo para o chefe dele, e se o Senhor permitir, você trabalhará como assistente do dono de um dos melhores escritórios de advocacia da cidade! – disse a minha irmã. – Não é maravilhoso?

- Eu não sei nem como agradecer, Sr. Alfredo – murmurou Pedro, ainda sorrindo. – Realmente, muito obrigado por confiar em mim. Prometo que não vou decepcioná-lo.

- Tenho certeza que não – disse meu pai. – Apenas peço que faça a minha filha feliz, só isso. Na fé do Senhor, é claro.

- Pode ter certeza que tentarei fazê-la a pessoa mais feliz desse mundo – disse Pedro, olhando para mim de relance e depois olhando para a minha irmã, que quase deu um pulo de alegria.

- Aleluia, Jesus! – exclamou minha mãe, que estava visivelmente feliz por ver que não se enganara sobre Pedro. Como ela estava enganada.

O telefone fixo tocou subitamente, chamando nossa atenção. Como eu já não estava muito confortável com aquele assunto em pleno almoço de domingo, resolvi atender eu mesmo o telefone. Era Paulo, meu primo filho da tia Guida, aquele que via Jesus em todo canto. Ele parecia um pouco preocupado.

- Oi, Theo, tudo bom, cara, quanto tempo que não nos falamos, não é? – ele disse, porém seu tom de voz não era muito alegre.

- Tudo bem, Paulo, e com você? – Eu perguntei, já sabendo a resposta.

- Graças ao Senhor, eu estou ótimo – ele respondeu. – Mas Theo, estou ligando para avisar que a mãe teve que voltar ao hospital hoje, mas ela está bem, foram só algumas dorzinhas no estômago, sabe como ela é teimosa, eu fico no pé dela, mas ela consegue fugir e comer muitas porcarias quando eu saio para resolver minhas coisas.

- Hum, tudo bem então, Paulo, espero que a tia Guida melhore, gosto muito dela – mentira! -, mas sei também que ela é teimosa mesmo! Não se preocupe que aviso aos meus pais.

- Obrigado, Theo – Paulo disse. – E ai, cara, me conta, como vai na escola? Preparado para o vestibular?

Eu e o Paulo nunca fomos muito íntimos, apenas o básico para primos que moram em cidades diferentes. Já fazia muito tempo que eu não o via, e ele era uns dois anos mais velho do que eu. Porém, uma coisa eu sempre soube sobre ele; o coitado já tentava entrar na universidade desde que completou 18 anos e nunca conseguira.

- Bom, estou tentando me sentir pelo menos calmo – eu respondi. – O vestibular é uma das causas da minha insônia.

Eu ri com a minha própria “piada”, sendo seguido por Paulo, que gargalhou gostosamente. O estranho foi que, ao ouvir sua gargalhada, percebi como ele havia mudado. Sua voz estava mais grave e sua gargalhada era bonita, mas séria ao mesmo tempo. Ele estava com uma voz de homem mesmo, se é que alguém entende o que eu quero dizer. Por um momento eu me senti atraído por aquela voz.

- Bom, eu espero passar no vestibular o mais rápido possível, se não eu desisto de vez, e arrumo um emprego para pagar uma faculdade particular mesmo – Paulo falou, me acordando do meu transe. – Cara, preciso te confessar que não aguento mais ser sustentado pela minha mãe.

- Então somos dois – eu concordei, tomando cuidado para não ser ouvido pelos meus pais, que já estavam à espreita para saber quem era no telefone. – Bom, preciso ir agora, primo, espero que não se importe.

- Claro, eu entendo, sem problema – Paulo disse, e eu percebi que ele não queria finalizar a conversa ali, porém eu tinha que voltar para a mesa, pois o almoço de domingo em minha casa sempre foi algo sagrado para os meus pais, que dedicavam aquele dia ao Senhor.

Voltei à mesa e disse o que Paulo havia dito. Meu pai pediu para que fizéssemos uma oração após o almoço para pedir a Deus que tia Guida melhorasse, e assim o fizemos. Depois, minha irmã subiu para o quarto com o Pedro, que me olhou como que implorando para que eu o salvasse da situação, porém eu fingi que nada havia acontecido e fui ajudar a minha mãe na cozinha.

No domingo seguinte o almoço foi do mesmo jeito, e mais uma vez Pedro estava lá, lindo e sedutor, porém acompanhado pela minha irmã. Eu já estava subindo pelas paredes, pois já ia fazer um mês que eu não transava, e vocês sabem que, quando a portinha do desejo abre... Eu precisava fazer algo naquele dia, então tive uma ideia pela qual eu me senti um imundo, mas se fosse para ficar com Pedro, eu faria.

Como meus pais teriam que ir para o culto de domingo com a minha irmã, pois ela faria um testemunho sobre como a igreja a ajudou a entrar na melhor universidade da cidade, e de como Jesus lhe deu força para suportar as adversidades pecaminosas da vida acadêmica, eu fingiria que estava com muita dor no estômago e pediria para ficar em casa, pois não tinha condições de ir à igreja daquele jeito. Pedro, com certeza, perceberia minhas intenções, e se ofereceria para tomar conta de mim enquanto meus pais e minha irmã estivessem na igreja. Por mais incrível que pareça, eu fiz, e deu certo. Meus pais foram para o culto e Pedro se ofereceu para cuidar de mim, ao perceber o olhar que o lancei. Pedro ainda se fez de triste para a minha irmã por não poder ir, pois ela queria que ele assistisse o testemunho dela.

Quando finalmente estávamos sozinhos, Pedro soltou uma gargalhada e me chamou de safado. Eu retruquei, chamando-o de cafajeste e tratante, enquanto nos beijávamos ardentemente e ele arrancava minha camisa com furor, me mando mordidinhas no peito. Eu, que já estava matando cachorros a grito desde a nossa transa na cozinha, não queria mais saber de nada, e o empurrei no sofá e pulei em cima dele, também arrancando sua camisa.

Ficamos naquilo um bom tempo, até que não aguentávamos mais e subimos para o quarto, loucos de desejo. Eu o chupei ainda na escada, e quanto mais eu chupava, mais ele demorava em gozar. Eu já estava com a boca doendo quando entramos no quarto, e ele também me chupou. Quase gozei na boca dele, e ele tirou a minha calça completamente, me deixando pelado e com a bunda empinada, pronta para o prazer extremo. De repente, ele parou, e eu olhei para trás, vendo-o observar meu traseiro como um cão observa um pedaço suculento de carne.

- O que foi? – eu perguntei, sem entender.

- Hoje eu vou realizar uma fantasia que povoa os meus sonhos há algum tempo – ele respondeu, mordendo o lábio inferior.

- E que fantasia é essa? – eu perguntei, me pondo de pé. – Do jeito que estou agora, eu topo qualquer coisa.

Ele me falou que queria que eu vestisse uma calcinha da minha irmã e umas peças de roupa dela que ele achava bonita, uma saia e uma blusa. Eu relutei por um instante, em nenhum momento passou pela minha cabeça que ele iria querer transar comigo me vendo vestido com as roupas da minha irmã, mas ele insistiu e eu aceitei, pois eu já estava louco de tanta vontade de transar. Ele foi até o antigo quarto da minha irmã, que ainda continha algumas roupas para o caso de ela dormir lá em casa, e me trouxe a blusa, a saia e a calcinha. Eu entrei no banheiro para me vestir, pois me senti um pouco ridículo ao vê-lo ali me olhando.

Eu nunca pensei que veria Pedro babando daquela forma por mim, mas ao entrar no quarto vestido com as roupas da minha irmã, eu encontrei um Pedro sentado de barraca armada na cama, de boca aberta e babando por me ver daquele jeito. Os olhos dele brilhavam de excitação, era algo impressionante. Ele se levantou e voltou a me beijar, alisando minhas pernas por baixo da saia, eu me senti aquelas garotas que transam em uma rua escura escondidas dos pais. Eu passei a chupá-lo novamente, e ele batia o pênis no meu rosto, me chamando de “safadinho”, “viadinho safado”, aqueles termos mesmo! Depois de alguns minutos, ele diz que vai pegar o lubrificante no quarto da minha irmã, pois ele havia se esquecido de pegar quando fora escolher as roupas.

- Não demora, meu gostoso, eu quero que você acabe comigo hoje! – eu exclamei, me sentindo uma vadia naquele momento. Após a saída dele, eu fiquei me observando no espelho do guarda roupa, e até que eu ficava bem com as roupas da minha irmã, e minhas pernas não eram tão feias!

Fiquei perdido em pensamentos sobre os meus predicados corporais quando percebo a porta se abrir abruptamente e um “O que é isso?” ecoar pelo quarto. Não fora Pedro, tampouco alguma pessoa que tenha invadido a casa. Fora meu pai, e sua expressão de incredulidade ao me ver trajado com as roupas da minha irmã e me admirando no espelho ao mesmo tempo era perceptível, e um tanto quanto assustadora.

Comentários

Há 8 comentários.

Por dfc em 2013-12-18 17:34:57
continue porfavor, vamos ver oq vai acontecer.
Por dfc em 2013-12-18 17:32:33
essa historia é mt boa mesmo mas n gostei do Pedro ter pedido para Theo colocar a roupa de sua irmã, e o idiota colocou. Pedro parece q no quer sexo com Theo, e ele ainda chama seu "AMOR-THEO " com aqueles palavroes.
Por franzinha em 2013-10-14 20:59:21
ai eu quero mais
Por Perley em 2013-08-28 11:18:09
Se eu fosse você dava um termino nesse relacionamento, pois isso so vai magoar você e sua irmã, e se ele te amasse mesmo corria atrás de você, e não com sua irmã por emprego, porque quem que corre atrás.
Por Duduu em 2013-08-13 22:28:59
Por favor continua escrevendo, pq desistiu do conto poxa? :'(
Por em 2013-05-23 03:18:00
O Cunhado [5]
Por em 2013-03-22 16:47:40
Parabéns! É um dos melhores contos que eu já li! Continue, por favor. Agora que "a coisa vai esquentar mesmo"! D:
Por em 2013-03-19 14:17:18
melhor conto de todos!