Ponto de Vista [Capítulo 11]

Parte da série Papai Me Fodeu!

Meu nome é Benjamin, mas todos me conhecem e me chamam como Ben. Tenho 41 anos. Faz sete anos que minha esposa fugiu com um funcionário da minha empresa. Temos um belo filho de 21 anos. Ele tinha 14 quando ela fugiu. Isso devia ter me destruído por dentro, mas a verdade é que não me importo muito com ela. Na verdade não há culpo por fugir. Meu casamento foi praticamente uma farsa.

Cresci com minha família feliz. Meu pai morreu cedo, quando eu tinha 10 anos. E ficamos só eu, minha mãe e meu irmão mais novo Tony. Meus pais o adotaram quando ele tinha 3 anos quando meu irmão Ricardo morreu ainda dentro da barriga da minha mãe. Ele só viveu com meu pai 1 ano. Eu tive que crescer muito cedo e para ajudar minha mãe eu sempre cuidei do meu irmão. Apesar de tudo o que já tinha passado eu e meu irmão crescemos bem e sempre cuidamos da nossa mãe. Quando fiz 18 anos iniciei minha faculdade de administração, depois me formei em direito. Depois que fiz a faculdade fiz curso para ser corretor.

Quando fiz 28 anos minha mãe faleceu e eu e meu irmão herdamos tudo e foi com esse dinheiro que consegui tudo o que tenho hoje. Eu tinha uma família, um filho de 7 anos que eu amava, mas de toda essa vida aparentemente boa eu nunca ia me perdoar pelo o que tinha acontecido com meu irmão.

Depois que nossa mãe morreu era como se nada existisse pra ele. Ele não quis fazer faculdade e começou a namorar várias pessoas e na época acho que até usou drogas. Ele foi atrás das más companhias. Mas eu sei que foi minha culpa, sempre fui obcecado em tentar conseguir o que eu sempre quis e deixei meu irmão de lado. Eu não atendia suas ligações e só me preocupava comigo e minha nova família, afinal eu tinha um filho e uma esposa.

Quando fiz 30 anos recebi uma ligação em casa do hospital. Meu irmão tinha sido internado pelo consumo de drogas. Ele teve uma forte overdose. E foi a partir dessa ligação que minha vida mudou. Eu chamei meu irmão para morar comigo e com minha família eu cuidava dele e o ajudei a se tornar uma pessoa melhor e foi nessa época que me apaixonei por ele. Eu sei que ele era meu irmão, mas o amor não escolhe a quem amar.

Depois que meu irmão se recuperou nós começamos a ter um caso dentro da minha própria casa. Minha esposa não trabalhava, mas quando o não estava com as amigas, estava cuidando do nosso filho ou resolvendo algum problema. E era quando estava sozinho em casa com meu irmão que consumávamos nosso amor.

Vivemos assim por 3 anos. Quando fiz 33 anos meu irmão decidiu que devia seguir com sua vida e apesar de continuar morando em nossa casa ele começou a trabalhar em uma grande empresa como mecânico. E foi nessa época que ele conheceu sua futura namorada: Priscilla. Isso me partiu o coração. Nós tínhamos feitos tantas juras de amor. Ele se afastou de mim pouco a pouco até que se mudou para morar com sua namorada. Isso me destruiu por completo e consequentemente entrei em depressão. Eu abandonei minha esposa. Mesmo estando dentro de casa era como se eu não existisse e ela teve que cuidar do nosso filho sozinho.

Eu só trabalhava e não me preocupava com mais nada. Eu já não amava mais minha esposa eu amava meu irmão. Meu filho Ricardo já tinha 13 anos e eu não dava a mínima pra ele. Eu e minha esposa brigávamos quase todos os dias ela exigia mais atenção para si mesma e para nosso filho, mas como sempre eu só a ignorei. Pouco mais de 1 ano e meio depois cheguei em casa e estava tudo em silêncio. Olhei pela casa toda e não encontrei ninguém nem sinal do meu filho e nem de minha esposa: Sara.

Quando entrei no quarto do meu filho lá estava ele dormindo. Ele já era quase um homem, tinha 14 anos e eu não tinha percebido o quanto o tempo tinha passado rápido. Perto dele tinha uma carta de Sara dizendo que tinha fugido com seu amante. Ela não aguentava mais a vida. No começo eu senti raiva e contratei detetives para descobrir quem era esse amante e acabou sendo um dos meus funcionários.

O ódio me consumiu. Apenas de não amar mais ela eu me senti traído pela segunda vez. Os próximos sete anos passaram em um piscar de olhos. Eu já tinha 41 anos, meu filho tinha 20 e mal olhava pra minha cara quando estava em casa. Eu não o culpava eu tinha acabado com nossa família. Eu não era o pai que ele precisava e nem o pai que ele queria. A traição me matou duas vezes, não tinha dor pior. Eu não conseguia tapar aquele buraco que estava me meu peito.

Eu bebia quase todas as noites e dormia assim. As vezes acordava na cama e não sabia como tinha chegado lá. Na verdade sabia... meu filho. Depois de alguns meses pra cá ele tinha começado a conversar comigo era como se ele tivesse me perdoado. Meu filho foi como um anjo que conseguiu tirar o rancor do meu coração. Certo sábado meu filho conversou comigo mais do que o normal e eu aproveitei a chance para reaproximar do meu filho. Mas aquela noite mudou minha vida. Ele me deu um beijo. O beijo que conseguiu trazer amor ao meu coração.

Eu e meu filho tínhamos uma relação boa. Depois que um tempo sendo mais que pai e filho comecei a sentir o mesmo que senti pelo meu irmão, mas quando recebi a noticia que Tony e sua esposa viriam aqui em casa eu tive uma recaída. Eu tinha que ter o amor do meu irmão de novo, mas não podia ser de uma vez. Não sei se aquilo era errado, mas eu ia usar o amor do meu filho para se aproximar novamente do meu irmão.

Eu transei com sua namorada. Era o mais perto que tinha chegado dele. Mas naquela noite a pedido do meu filho beijei meu irmão na boca. Sentir seu corpo mais uma vez me fez lembrar dos velhos tempos. Eu tinha criado esperanças por ele de novo, mas também comecei a amar meu filho mais e mais. Certo dia soquei um ex-namorado dele por ciúmes. Eu amava meu filho. Mais do que devia, mas meu amor sempre foi maior por meu irmão. Amar meu irmão parecia errado, mas não pra mim.

Eu e meu filho continuamos se tornamos amantes e meu irmão tinha desaparecido outra vez. Eu comecei a achar que o amor do meu filho era o suficiente, mas estava enganado. Recebi a ligação de minha cunhada advogada que iria me trazer os papeis do divorcio com minha mulher. Meu filho teve que ficar fora todos esses dias morando com um desconhecido que eu tinha pagado.

Mas o que meu filho não sabia e espero que nunca saiba é que meu irmão veio me visitar sozinho enquanto ele morava com outros. Enquanto ele ficava com um acompanhante eu estava na cama com meu irmão. Minha cunhada e seu marido chegaram e meu irmão ficou hospedado em um hotel. Todos esses dias eu não fui trabalhar eu passava o dia com meu irmão. Nós ficávamos juntos o dia inteiro. Eu sabia que ele me amava.

Eu me sentia um pouco culpado por trair o meu filho. Eu tinha nojo de mim pois era as traições que tinham acabado com minha vida, mas quando se ama você não escuta a cabeça apenas o coração e pela ligação que recebi hoje ele vai se divertir com o garoto de programa então minha consciência estava limpa.

Depois que minha cunhada foi embora meu filho voltou pra casa. Eu o amava e tinha que dividir meu tempo entre ele e meu irmão, tinha que dividir meu amor e meu tesão. Meu irmão então ficou sozinho no hotel alguns dias sem que eu o visitasse. Certo sábado sai com alguns amigos meus e quando voltei no domingo encontrei meu irmão na cama com meu filho e descobri que meu filho também o amava. A vida tinha me dado um presente agora meu irmão e meu filho poderia morar junto comigo e poderíamos dormir na mesma cama.

Apesar de estar tudo perfeito eu não conseguia negar que meu sentimento pelo meu irmão era maior do que o amor pelo meu filho. Enquanto meu filho estava na faculdade nós nos entrelaçávamos e nos tornávamos um só. Meu filho acha que o que nos une é ele, mas ele está nos separando. Enquanto sonhava em dormir agarrado de meu irmão ele estava entre nós. Eu sabia que este sentimento era nojento eu estava desprezando meu próprio filho. Eu o amava como pai, mas não sabia mais se o amava como meu amante. Apenas meu irmão.

Nós dois precisávamos de uma noite só nossa. Primeiro pensei em chamar o Leonardo para fazer companhia para ele, mas ele era hétero e não podia envolver ele em toda essa bagunça. Tinha um amigo que conheci na academia há algumas semanas e ele tinha dado em cima de mim. Talvez ele fosse uma boa companhia para meu filho. Pelo menos aquela noite... aquela noite.

Paguei para que Leonardo fosse embora com uma mentira sobre a irmã para que ele e Peter se conhecessem. Eu e meu irmão subimos para poder ficarmos sozinhos. Nós bebemos muito. Acordei no outro dia sem roupa junto ao meu irmão. Era um sonho eu só queria que aquele momento durasse pra sempre. Nessa manha de domingo tomei um banho quente com Tony. Depois que nos vestimos fui até o quarto do Ricardo para acordá-lo. O quarto do Ricardo estava trancado, imaginei que Peter estivesse com ele no quarto, mas Tony me disse que ele tinha ido embora. Não sabia o motivo dele ter trancado o quarto já que não era costume, mas não me importei muito.

Enquanto tomava café da manhã meu filho chegou á cozinha.

- bom dia – disse para ele.

- bom dia – respondeu Ricardo sentando do outro lado do balcão.

- então... se divertiu ontem a noite? – perguntei pra ele como se não soubesse o que tinha acontecido, mas na verdade não me lembrava muito de nada. Meu filho estava muito estranho. Ele não respondia nada e parecia apenas encarar a paisagem. Ele parecia estar incomodado com algo:

- você nem veio se despedir da gente antes de dormir. – disse tomando um gole de café.

Meu filho continuava calado. Tinha acontecido alguma coisa. Olhei para o Tony e ele olhou pra mim sem falar nada.

- aconteceu alguma coisa? – insisti.

- Eu quero perguntar uma coisa pra vocês! – meu filho disparou aquela frase. Eu realmente não sabia o que tinha acontecido noite passada e estava nervoso.

- Peter machucou você filho?

- não pai. – disse Ricardo se levantando e indo a geladeira e enchendo um copo com leite e tomando um gole do leite gelado. – vocês é que me machucaram.

Essas palavras cortaram minha alma.

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