Canção Da Língua [Capítulo 36]

Parte da série Papai Me Fodeu!

Chegou o sábado. Eu não tinha mais ligado para o meu pai. Acordei cedo. Antes dás 6:00 a rua estaria vaia e eu poderia ter o dia inteiro para conversar com o meu pai. Eu me arrumei e chamei um taxi. Dei o endereço e por volta dás 06:40 eu cheguei na porta do prédio. Assim que me identifiquei para o porteiro ele autorizou minha entrada.

O taxi parou na garagem e eu desci. Ele foi embora e eu fui em direção ao apartamento do meu pai. Entrei no elevador e fui até a cobertura que era onde meu pai morava. Só tinha dois apartamentos por andar e não foi difícil procurar. Eu bati na porta e esperei uns segundos e logo ouvi ela ser destrancada. Quando abriu eu ví meu pai. Ele não parecia muito diferente. e ainda parecia o mesmo homem que me apaixonei. Inclusive com a barba que eu tanto amava.

- pode entrar – falou meu pai saindo da minha frente.

- ok – falei entrando.

Eu fui até a sala.

- você já tomou café da manha?

- não.

- eu preparei pra você.

Nós fomos até a cozinha e lá estava meu café da manhã preferido.

Eu me sentei e comi calado. Assim que terminei ele disse que não precisava lavar.

Nós fomos para a sala e ele ligou a TV e nos sentamos.

- então... eu precisava perguntar para você...

- sim. – falou meu pai virando pra mim sentado na outra ponta do sofá.

- era tudo falso?

- o que? – perguntou ele.

- o seu amor por mim.

- não.

- tem certeza?

- sim. Era tudo um plano, mas eu realmente te amei. Nossas noites não foram uma mentira tudo o que eu te disse foi real.

- mas, o senhor mentiu pra mim.

- eu precisava. Foi um momento de desespero, eu aprendi a gostar de você muito e aprendi a amar você. Eu achei que o sentimento passaria, mas não. O sentimento ficou e até hoje queima dentro de mim.

Eu olhei pra parede para pensar. Aquelas palavras tinham despertado algo em mim. Era tudo o que eu queria ouvir, mas eu não podia fazer aquilo. Eu só queria saber se ele me amava. Agora que tinha minha resposta eu podia ir embora.

- quer saber mais alguma coisa? – perguntou meu pai.

- não – falei me levantando.

- já vai embora?

- sim, eu só queria saber se o senhor pelo menos me amava.

Ele se levantou.

- não vai embora agora. Todo o meu tempo na cadeia não recebi nenhuma visita. Você é a primeira pessoa com quem eu posso realmente falar em anos.

- não posso. Se minha mãe descobrir que eu vim aquí...

- sua mãe? A mulher que tentou te abortar? A mulher que fugiu quando os problemas apareceram abandonando o próprio filho?

Eu olhei pra baixo.

- você pode me chamar de tudo: traidor, mentiroso, criminoso, mas você não tem razões para me chamar de covarde. Eu nunca te abandonei. Eu te amei desde o dia que nasceu. Te amei antes de você sair da barriga da sua mãe.

Eu estava sem palavras. Eu realmente não podia reclamar de como ele me criou.

- você já tem sua resposta... eu te amei e ainda te amo. Todos os dias naquele lugar eu esperava ver você. O motivo de eu ter saído foi a esperança de conseguir o seu perdão. A esperança de sermos o que fomos um dia apenas nós dois: felizes. Você tem sua resposta. Agora quero a minha. Você me perdoa?

Eu não falei nada só olhei pra ele. o que eu ví não foi o homem que me machucou foi o homem que um dia eu amei. E antes que pudesse me dar conta dei três passos até ele e peguei seu rosto em minhas mãos e dei um beijo em sua boca. meu corpo arrepiou sentindo sua barba em meu rosto. Ele abraçou minha cintura e nos beijamos de língua. Não era errado. Quem se importa com o que os outros pensam? Nos beijávamos carinhosamente.

Sua boca tinha gosto de creme dental. Lembrei de todos os dias em que acordava de manhã e recebia um beijo quente do meu pai. Me lembrou daquela época. Eu alisei seu rosto e paramos de nos beijar e nos abraçamos. Senti seu perfume.

- sim. – respondi.

- obrigado – falou ele me abraçando forte. – me dando beijos no meu rosto.

A cada vez que sua barba arranhavam eu rosto eu me derretia um pouco. Seu perfume era gostoso. logo percebi que não era perfume, mas era seu cheiro. Era o que eu procurava todas as manhãs quando acordava ao lado de cada homem que eu dormi. Era o cheiro que tentei encontrar em Peter, mas não consegui.

Meu pai estava com uma calça e descalço. Uma camisa branca e uma blusa de frio de couro por cima. Então nós nos soltamos e tirei a blusa de frio do meu pai e quando o fiz meu pai pegou meu rosto e enfiou a língua na minha boca. com um beijo apaixonado. Sentir a língua do meu pai na minha boca outra vez fez minha perna tremer e esquecer do mundo.

Nós demos selinhos e eu lambi seu rosto. Adorava passar a língua em sua barba. Adorava quando ele beijava meu pescoço e esfregava a barba em minha nuca me deixando arrepiado. Nós nos beijávamos apaixonadamente. Nossas línguas eram instrumentos e tocávamos uma linda sinfonia.

Demos mais alguns selinhos.

- nós podemos ir devagar. Não precisamos fazer nada agora. Nem hoje. Se não estiver pronto eu espero, mas saiba de uma coisa... eu vou te esperar até o dia da minha morte.

Eu dei mais um beijo na boca dele.

- eu também nunca parei de te amar. Confesso que neste momento não estou muito confortável para fazer algo mais.

- não tem problema – falou ele me dando um selinho.

Senta no sofá. Fica a vontade ok?

Eu me sentei no sofá e coloquei as penas pra cima. Estava muito frio. Meu pai trouxe um cobertor do seu quarto. Ele me cobriu.

- você não vai sentar – perguntei. Querendo ficar juntinho dele.

- sim, mas primeiro preciso colocar minhas roupas para lavar.

- ok.

Ele se foi e eu fiquei olhando pelos canais procurando algo interessante e encontrei um programa que nós costumávamos assistir.

Eu comecei a assistir o programa e fiquei entretido. Quando percebi já tinha se passado quase 40 minutos que meu pai tinha ido até a lavanderia. Eu gritei o nome dele algumas vezes, mas nada de responder.

Eu resolvi me levantar e procurei em um quarto depois da cozinha e encontrei meu pai caído no chão.

- pai – falei desesperado. Dei uns tapas na cara dele e ele abriu um pouco o olho. Ele então apontou para cima de uma mesa que tinha no lavabo. Tinha três caixas de remédios.

- o que é isso? – peguei as caixas de remédio.

- o senhor tem hipoglicemia?

Quando olhei meu pai tinha desmaiado outra vez. Eu então peguei um copo de água e peguei os últimos remédios de cada caixinha e coloquei na boca dele com água. E esperei alguns segundos.

- não morre, por favor.

Ele então abriu o olho devagar e ouvi seu coração normalizando.

- o senhor está melhor?

- sim falou meu pai passando a mão na testa.

- eu não sabia que o senhor tinha hipoglicemia.

- eu também não sabia até mais ou menos 2 anos atrás. Depois que fui para a prisão eu mudei minha alimentação completamente. Eu só comia a comida que tinha na prisão e como quase nada tinha açúcar eu comecei a passar mal. Uma vez desmaiei e fui para a enfermaria doa prisão. E foi quando eu descobri que tinha hipoglicemia.

- mas porque o senhor está passando mal? Esqueceu-se da seringa?

- na verdade esse era meu último vidro.

- porque não comprou mais?

- eu estava economizando ele. Meus cartões de crédito foram cancelados. Eu nem sei se vou ser capaz de manter esse apartamento. Então tive que cortar algumas despesas.

Vamos pra sua cama. consegue se levantar?

- sim – falou ele se sentando. Ele se apoiou em mim e se levantou e fomos até seu quarto chegando lá ele se deitou na cama.

- eu estava procurando um lugar pra morar. Um lugar mais barato. – falou meu pai enquanto pegava o cobertor e colocava sobre ele.

- não se preocupa com isso agora. Você tem a receita e o número da farmácia?

- tenho sim.

Eu peguei o número liguei e pedi a quantidade que tinha receitado.

Logo o rapaz deve entregar.

Eu me deitei na cama com ele e me cobri. Eu deitei em seu peito.

- porque o senhor não me falou? Queria morrer?

- eu achei que conseguiria tomar os remédios antes de desmaiar.

- podia ter me falado.

Ele então passou o braço em mim e me abraçou. Sentia cada centímetro do seu corpo junto ao meu. Eu tinha dormido tarde e acordado cedo e antes que percebesse comecei a cochilar. A tempos não dormia tão fácil. Não conseguia dormir sem o cheiro do perfume do meu pai. Ele me relaxava. E logo dormi.

Confissão: Seu senti muitas vezes vontade de visitar meu pai na prisão, mas nunca tive coragem. Dois dias atrás resolvi visitar Chris e acabei conhecendo seu namorado que não sabia que eu já tinha dormido com ele. Chris disse que eu apenas era um antigo amigo. O nome dele era Jefferson, ele era enfermeiro. Chris o chamava de Jeff. Jeff gostou tanto de mim que quando saiu para o trabalho por volta dás 18:00 não se importou em me deixar sozinho com Chris. Acho que Chris ainda gosta de mim. 5 segundos depois que Jeff saiu do apartamento, Chris enfiou a língua da minha boca sem nem me perguntar ou paquerar. Enquanto Chris me fodia na mesma cama que dormia com o namorado entre um beijo e outro disse que me amava. Eu acho que cheguei a sentir algo por ele no passado, mas... passado é passado.

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