CAPÍTULO 99: Todos Os Amantes
Parte da série Paixão Secreta
Eu estava tento um sonho muito bom antes que eu sentisse uma mão gelada no meu ombro.
- Sr.Fabray? – falou uma voz masculina.
Eu abri os olhos assustado.
- desculpe incomodá-lo.
- não têm problema – falei me esticando e logo eu me assustei do lado de fora da janela eu vi uma tremenda tempestade – meu deus.
- a tempestade está muito forte e infelizmente vamos ter que pousar e esperar que a tempestade diminua.
- quantas horas já viajamos?
- três horas.
- eu dormi durante três horas?
- temo que sim – falou ele com um sorriso – mas infelizmente não podemos continuar viagem até que a tempestade pare.
- não, tudo bem, mas onde vamos pousar?
- em Oklahoma.
- o musical?
- não – falou ele rindo – a cidade mesmo.
- nunca estive em Oklahoma – falei.
- é uma ótima chance para conhecer a cidade, nada te impede de sair do aeroporto.
- quem sabe – falei me arrumando na poltrona.
- O aeroporto já autorizou o pouso, pode colocar os cintos por gentileza?
- ok, será que dá tempo de trazer um refrigerante pra mim?
- claro – falou ele indo por alguns segundos e logo voltou com uma latinha de Pepsi cola.
- obrigado – falei logo abrindo e tomando um gole.
Ainda bem que eu tinha dormido, quer dizer, apagado porque eu morria de medo de tempestades, especialmente quando estava dentro de um avião tão pequeno.
Logo nós pousamos e taxiamos. O comissário de bordo disse que eu podia deixar minhas coisas lá mesmo e que já podia sair, um funcionário estava com um enorme guarda-chuva me esperando do lado de fora e assim que sai ele me levou pela tempestade até o portão de saída.
Pelo o que eu percebi assim que cheguei ao saguão do aeroporto Vários voos tinham sido cancelados. O comissário de bordo disse que me ligaria assim que fosse autorizado o voo novamente. O aeroporto era enorme e tinha uma porção de pessoas irritadas, outras cansadas e algumas que não pareciam se importar. Eu passei por elas e procurei algum lugar em que eu pudesse passar o tempo porque sair do aeroporto não era uma boa ideia porque o tempo estava realmente ruim. A tempestade parecia que nunca iria acabar.
Eu encontrei então um bar onde tinha algumas pessoas bebendo e conversando. Eu me sentei junto ao balcão e logo pedi uma bebida. Logo o barman me entregou uma cerveja.
Eu tomei um gole e fiquei observando o local. Várias pessoas transitavam para lá e para cá procurando informações de seu voo e eu fui me distraindo com aquilo e quando percebi já tinha tomado quatro drinks e havia se passado 1 hora e trinta minutos. Ainda bem que eu bebia devagar se não estaria caindo para os lados.
Como se por maldade divina por todos os lados que eu olhava eu via namorados, maridos, esposas se beijando, conversando. Que ódio. Aquilo me deixava triste, faz tempo que eu e Roman não namorávamos e agora tínhamos terminados. Eu sentia como se todos os amantes do mundo soubessem que eu estava solteiro e estivessem esfregando na minha cara o amor deles.
Depois de mais 30 minutos observando o que acontecia um homem que aparentava ter quarenta e poucos anos se sentou ao meu lado deixando um lugar vago entre nós. Eu olhei para ele e ele sinalizou a cabeça e eu fiz o mesmo e continuei tomando minha cerveja em paz.
Eu então percebi pelo canto do olho que ele não parava de olhar para mim. Ele me encarava descaradamente. Eu olhava para ele e ele de repente virava o rosto e quando ele olhava eu fazia o mesmo.
Nós ficamos nessa brincadeira por um bom tempo até que finalmente ele puxou conversa comigo.
- dia chuvoso – falou ele com um sorriso no rosto.
- bastante – falei.
Ele alisou o queixo liso com a mão esquerda e tomou um gole da sua bebida.
- então, viajando para onde? – perguntou ele.
- para o Tennessee e você?
- Los Angeles. É onde eu moro.
- nossa, lá o clima é tão diferente daqui.
- verdade – falou ele com um sorriso – estou acostumado ao sol e a praia. Por isso eu estou voltando. Não aguento mais. Ele então se sentou no banco ao lado do meu.
- de férias?
- não, viagem a trabalho – falou ele pegando um cartão no bolso da camisa e me entregando. Seu nome é Matthew e ele é um massagista.
- massagista? – perguntei olhando para ele.
- sim, e acredite, eu sou bom no que faço.
- legal – falei colocando o cartão no bolso.
- posso te pagar o próximo drink?
- porque você acha que vai ter um próximo?
- porque eu duvido que você vai se levantar e me deixar aqui com cara de idiota.
- eu pensei nisso, mas você me pegou – falei estendendo a mão direita para ele – Mike – disse isso e ele apertou minha mão.
Eu paguei os drinks que eu tinha tomado e pedi o próximo.
- então, Mike… saindo de férias?
- sim… mais ou menos, eu vou ficar bastante tempo fora digamos que eu me cansei da cidade onde moro.
- fugindo dos problemas? – perguntou ele tomando um gole da cerveja dele.
- mais ou menos.
- deixou alguém para trás? Família, namorado…
- família sim, namorado não – falei rindo.
- porque está rindo – perguntou ele rindo comigo.
- não é nada é que meu namorado entrou no avião, literalmente, apenas para terminar o namoro antes de viajar.
- puxa… ele é um babaca por ter feito isso.
- não. Na verdade ele usou uma desculpa boba de que tinha conhecido alguém mais a verdade é que ele não gostou de ter sido chifrado. Ele tem o gênio forte, ele não gostou nada do que eu fiz. Eu devia ter adivinhado que ele terminaria comigo.
- quer dizer então que…
- sim. Eu trai ele – falei tomando outro gole e em seguida olhando para ele – então? Não vai se levantar e ir embora?
- que nada – falou ele.
- tem certeza?
- sim. – falou ele terminando a cerveja dele e em seguida eu terminei a minha.
- acho que vou parar por aqui – falei.
- então… Mike… quem sabe não podíamos ir para algum lugar? – falou ele. – está chovendo tanto e está um tédio nós podíamos passar o tempo junto e fazer algo que acabe com esse tédio.
- eu realmente não estou afim Matt – falei para ele.
- que é isso? – falou ele se aproximando de mim e cochichou perto de mim – meu pau está rasgando a calça de tanto tesão – falou ele.
Eu fiquei indignado com aquilo.
- o que faz você pensar que eu quero tranzar com você? – falei olhando para ele.
- não vem se fazer de santo agora. Você disse que traiu seu namorado.
- isso não quer dizer que vou tranzar com você – falei.
- por favor – falou ele rindo – você é daqueles gays que tem um pau em casa e mesmo assim quando sai na rua caça um pau pra sentar
- quem você pensa que é? – falei olhando com raiva para ele – você acabou de me conhecer como você fala desse jeito comigo? Eu cometi um erro. E dai? Isso não me define como uma puta.
- não precisa ficar nervoso – falou ele.
- deixe eu tentar adivinhar sua vida Matt – falei olhando fixo para ele – Você é um homem com o que? Mais ou menos 40 anos? E eu sei que você é casado, eu sei disso porque tem a marca da aliança no seu dedo. E você é casado com uma mulher porque você fica olhando para os lados toda hora e fica controlando o volume da voz com medo que alguém escute o que está me dizendo. Isso me diz também que você não é gay assumido e se casou com uma mulher para não decepcionar a família ou porque não queria ser gay. Depois de algum tempo percebeu que mesmo0 casado gostava de homens e começou a trair a esposa marcando encontro com outros homens na internet. Depois de 15 anos de casado percebeu que cometeu um erro se casando, mas agora tem filhos e não pode desmanchar o casamento então viaja constantemente a “trabalho” – enfatizei fazendo aspas com os dedos – para satisfazer seus desejos sem medo de ser pego.
- você não sabe nada sobre mim – falou ele.
- você é o pior tipo de pessoa que existe Matthew. Você é gay, mas acha que gays não devem se beijar em público e não acredita no casamento gay, não gosta de gays afeminados porque acha que eles são a vergonha da classe, então você fica com pose de machão e acha que todo o gay que é discreto e não é afeminado, assim como eu, pensa como você. Não. Eu não penso como você. Talvez essa pose de machão fodedor funcione com sua esposa ou os outros como você, mas não vai funcionar comigo. – eu me levantei - mesmo assim obrigado pelo drink – falei pegando meu celular em cima do balcão e me afastei dele. na primeira lixeira que eu passei eu joguei o cartão dele.
Eu tinha ficado com muita raiva do que ele tinha me dito. Eu agora tinha mais certeza do que nunca que eu precisava de férias ou a próxima pessoa que me tratasse como lixo iria parar no necrotério.
Eu entrei em uma livraria e fiquei olhando os livros por um bom tempo e finalmente, depois de uma hora o comissário de bordo me ligou dizendo para voltar para o jatinho.
Eu pedi informações para uma funcionária e expliquei que estava em uma aeronave particular e ela me indicou onde devia ir. Depois de encontrar o local de entrada. Depois que estava dentro da aeronave eu perguntei quando tempo de voo até Shelbyville e ele me informou que levaria mais ou menos mais três horas. Eu então chegaria por volta da meia-noite. Eu tinha que ligar para meu pai e ele ligaria para meu tio para avisar que eu me atrasaria bastante por causa da chuva.
- alô – falou meu pai.
- oi pai.
- e então filho? chegou?
- não pai. Nós tivemos que pousar em Oklahoma por causa de uma tempestade. Agora nós fomos autorizados a levantar voo e só vou chegar por volta da meia-noite.
- nossa, eu vou ligar para seu tio ele deve estar te esperando.
- liga pra ele e depois me envia o número dele por mensagem e se acontecer algo eu mesmo ligo
- tudo bem – falou meu pai – vou ligar para ele.
- um abraço pai – falei desligando.
Já no ar eu percebi que tinha muito tempo para pensar e fiquei imaginando o porque dos meus relacionamentos darem errado? Talvez fosse porque meus namorados eram velhos demais. O único mais novo foi Charley, mas o resto tinha mais de quarenta, mas o que eu podia fazer? Eu me sentia atraído por maturidade e homens com pelos e geralmente pessoas mais novas não tinham tal maturidade e pareciam adolescentes com seus rostos de bebê e isso não me atraia nem um pouco.
Talvez eu fizesse disso uma regra: nada de homens mais velhos. Mas não me preocupava com isso por agora porque tudo o que eu queria era paz e sossego. Logo eu fechei os olhos e adormeci e espero só acordar quando chegar.