CAPÍTULO 97: Página Em Branco
Parte da série Paixão Secreta
Eu acordei na segunda-feira por volta dás 09h00min da manhã. Eu mal me lembrava o que tinha acontecido na noite passada. Eu me lembro de ter ido ver Steve e de ter adormecido. Eu lembro que meu pai me acordou e me levou até o carro e eu dormi outra vez e não me lembro de ter chegado na minha cama, mas eu acordei nela.
Depois de ter escovado meus dentes e ter tomado um banho demorado eu desci as escadas.
- bom dia – falei para meu pai Larry e logo me assustei. Meu pai Stephen estava na cozinha também. – bom dia – falei com um sorriso dando um beijo no rosto dos dois.
- dormiu bem? – perguntou meu pai Larry.
- como um bebê.
- eu que o diga – falou meu pai.
- eu nem me lembro de ter saído do carro ontem e ido para a cama.
- então você estava sonambulo porque você estava de olho aberto e tudo o mais.
- nossa eu estava tão cansado.
- também depois do dia que você teve.
- você decidiu ficar? – perguntei para meu pai Stephen.
- sim, mas daqui a pouco um carro vem me buscar para me levar ao aeroporto.
- tudo bem – falei tomando um copo de leite que eu peguei na geladeira.
- por falar em viajar – falou Larry – seu pai já reservou o jato para a viagem para o Tennessee.
- para quando?
- amanhã ás 15h00min.
- o melhor de tudo é que os repórteres vão pensar que você vai voltar para New Hampshire. – falou Stephen.
- obrigado por isso – falei me sentindo muito agradecido.
Logo eu ouvi um carro buzinando na porta.
- minha carona chegou – falou meu pai Stephen se levantando.
- mas já? – falei largando o copo em cima da mesa.
- sim, eu preciso ir eu juro que se não precisasse eu ficaria aqui até amanhã.
- eu entendo, você precisa voltar e arrumar o estrago que eu causei.
- deixa de ser bobo – falou ele vindo até mim e me dando um abraço forte – vou sentir sua falta – falou ele beijando meu rosto.
- também – falei beijando o rosto dele – obrigado pelo presente.
- não tem de que – falou ele dando vários beijos no meu rosto. – eu te amo filho e assim que der eu vou te visitar.
- vou esperar por isso – falei indo até a porta com ele e com meu pai Larry.
- até mais ver – falou meu pai Larry apertando a mão de Stephen.
- até – falou Stephen respondendo e apertando a mão e dando um abraço no meu pai – vou sentir falta de vocês dois.
- também – falou meu pai.
Stephen então entrou no carro e logo desapareceu no horizonte. Meu pai e eu voltamos para dentro.
- bom… - falei parado na cozinha tomando meu leite outra vez – acho que vou arrumar minhas malas.
- não precisa de pressa filho – falou meu pai – deixa pra arrumar mais tarde.
- ok – falei.
Nós continuamos a tomar o café da manhã e de repente Roman veio a minha mente e todo aquele sentimento ruim apareceu. Eu sentia falta dele, eu queria saber onde ele estava agora e o que tinha feito ontem à noite.
- e o Roman pai? Apareceu mesmo na minha festa? Aquela que eu não fui?
- sim apareceu e é bom que saiba logo por mim que nós dois brigamos.
- o que? – perguntei surpreso;
- bom, na verdade eu briguei com ele.
- por causa de que pai?
- nossa filho, me irritou muito saber que ele tinha se recusado a te levar. Ele está pensando o que? Que você é uma prostituta barata que ele carrega só quando quer?
- nossa pai que vergonha.
- não fica filho. Foi como eu disse para ele ontem. Ele não merece seu amor e quanto antes você aceitar isso filho vai ser melhor.
- você acha que nós dois não vamos dar certo?
- sinceramente? Se Roman é o tipo de homem que ele mostrou ser ontem á noite… não. Vocês não tem chance e o azar vai ser o dele porque ele que vai sair perdendo.
- não fala assim pai eu gosto tanto dele.
- eu sei filho só estou dizendo isso agora para que não sofra no futuro. Eu queria muito que vocês dessem certo.
- vou sentir muito a falta dele enquanto estiver viajando – falei engolindo o último pedaço de bolo na minha mão – e imaginar que a última coisa que ele me disse foi que não queria ficar no mesmo ambiente que eu.
- ele disse isso? – perguntou meu pai.
- pelo amor de deus pai não vai brigar com ele por causa disso. Esquece o senhor já brigou ontem e disse o que tinha que dizer.
- ok – falou meu pai terminando de comer e indo lavar o que sujou. – então já escolheu um nome para o seu cavalo?
- ainda não. Vou dar o nome assim que eu vê-lo pessoalmente, mas prometo que te ligo dizendo o nome que escolhi.
- eu vou ficar ansioso para saber – falou meu pai. – o Pluto via sentir sua falta.
- também vou sentir a falta dele. ele tem sido meu cachorrinho desde sempre. – falei olhando para fora e vendo Pluto amarrado junto a casa dele. – vou sentir falta de muitas coisas.
- você vai criar raízes lá também – falou meu pai – agora eu vou ligar para o Roger e combinar tudo direitinho para amanhã.
- ok – falei vendo meu pai sair da cozinha e indo até a sala e pegando o celular dele.
Eu terminei meu lanche e lavei o que tinha sujado e subi para meu quarto para arrumar minhas malas afinal não tinha o que esperar afinal a viagem aconteceria.
Enquanto eu arrumava minhas malas eu pensava em tudo o que eu deixaria para trás. Meus amigos, minha cidade, meu “namorado”, Steve… tudo o que eu levaria comigo seria a bagagem e as lembranças.
Depois que arrumei tudo eu desci as escadas
- filho – falou meu pai na sala – eu conversei com seu tio e ele vai estar te esperando no Aeroporto municipal de Shelbyville.
- já combinou a hora certinha?
- sim. Seu voo vai chegar por volta dás 19h00min.
- tudo bem – pai eu posso te pedir uma coisa quando eu estiver fora?
- pode.
- visite o Steve pra mim. Eu jurei que iria visita-lo todas as semanas.
- eu visito sim, quando eu não puder eu peço para o Adam ou alguém visita-lo no meu lugar. Pode ir tranquilo o Steve não será esquecido.
- obrigado pai – falei beijando o rosto dele. – eu tenho que avisar o Roman que eu vou ir embora amanhã.
Eu ví que meu pai não gostou do que eu tinha falado.
- o que foi pai?
- filho ele sabe que você vai embora você não precisa avisá-lo. Se ele gosta mesmo de você ele vai aparecer para se despedir, se ele não vier significa que vocês não são mais nada.
- mas não pode acabar simples assim pai.
- eu sei Mike, mas é um modo de acabar. Não é o certo, mas significa que acabou.
- tudo bem – falei me sentindo triste. Meu pai tinha me dado um choque de realidade e doía muito ver finalmente o que estava na minha frente.
Na terça-feira eu tinha almoçado meu último almoço com meu pai e já estava pronto para ir ao aeroporto quando o interfone tocou e eu fui atender.
- pois não? – falei atendendo.
- Mike, sou eu… Denny.
- Denny?
- sim, eu vim me despedir de você.
- ok eu vou abrir o portão.
Eu desliguei o interfone e olhei para meu pai.
- você não pode ir e não se despedir do seu melhor amigo.
- ele não é meu amigo pai ele deixou bem claro.
- então porque ele veio? – falou meu pai.
Eu então fui até a porta e abri e vi Denny.
- olá – falou ele.
- vamos entrar – falei.
- ok – falou Denny entrando. Nós logo entramos pela porta da frente e chegamos a sala.
- boa tarde – falou meu pai.
- boa tarde – falou Denny. – Larry eu queria pedir desculpas para você pelo o que eu falei para Mike.
- não é a mim que você deve pedir desculpas – falou meu pai com um sorriso – vou estar lá em cima de precisarem de mim.
Ele então desapareceu nas escadas.
- Mike me desculpa pelo o que eu disse a você. – falou Denny.
- tudo bem, eu é que devo pedir desculpas pelo o que eu falei sobre Charley.
- não peça desculpas – falou Denny – você estava certo.
- por quê?
- o Charley só estava comigo para ficar perto de você.
- como você sabe?
- ele me disse. Depois que nós brigamos e ele viu que não estávamos mais próximos ele simplesmente me disse que eu não interessava mais a ele porque não era seu amigo e me deixou.
- quando foi isso?
- mais ou menos um mês atrás.
- porque não me disse nada?
- e a vergonha que eu estava sentindo?
- deixa de ser bobo podia ter vindo.
- seu pai me ligou e eu tive que vir me despedir de você afinal meu melhor amigo vai embora de San Diego para tão longe – falou ele me dando um abraço e eu correspondi.
- eu vou sentir sua falta também – falei – você pode me visitar quando puder.
- eu vou sim – falou Denny limpando as lágrimas do rosto dele.
- eu preciso ir agora para o aeroporto. Não quero me atrasar porque se não meu tio vai ficar me esperando.
- ok – falou ele.
Meu pai desceu as escadas e logo que fechou toda a casa nós nos despedimos de Denny e entramos no carro.
O sol estava forte e o clima seco. Nós seguimos até o aeroporto e entramos com o carro dentro do estacionamento e fomos andando até a área onde estava o jato e de longe vimos ele parado. Eu vi que Vanessa estava perto do jato e ela acenou assim que nos viu. Nós nos aproximamos e ela me deu um abraço.
- vou sentir sua falta – falou ela.
- também vou sentir a sua – falei olhando para ela com os olhos cheio de água – vou sentir falta de tudo.
- boa viagem filho – falou ele me abraçando e dando um beijo no meu rosto – vou sentir sua falta, mas lembra-se se quiser voltar o pai vai estar aqui de braços abertos.
- obrigado pai, vou sentir sua falta também.
Logo colocaram minha bagagem dentro da aeronave. Eu me virei e fui em direção ás escadas e comecei a subir. Uma brisa gelada passou por mim. Antes que eu entrasse meu pai me chamou.
- Mike – falou ele.
Eu me virei e olhei para ele.
- espera um pouco – falou meu pai apontando para longe. Eu vi Roman ao longe. Eu desci as escadas rapidamente.
- eu liguei para ele – falou meu pai – enquanto você conversava com Denny.
- por que? O senhor disse que ele não me merece.
- quem sou eu para dizer isso? sou só um homem tolo tentando proteger o filho.
- obrigado pai – falei andando na direção de Roman.
Logo nós ficamos frente a frente. Roman tirou os óculos escuros que usava e ficou segurando com a mão.
- oi – falou ele.
- oi.
- você vai mesmo?
- vou sim.
- eu pensei que você não fosse – falou Roman.
- porque pensou isso?
- não sei. É que tudo aconteceu tão rápido
- porque você não me procurou ontem?
- eu não queria irritar seu pai, mas eu tive que lutar muito comigo mesmo para não aparecer lá.
- e queria ir tanto por que?
- para te pedir perdão pelo jeito que eu te tratei no domingo. Seu pai abriu meus olhos aquele dia porque ele está certo. Eu não agi como seu namorado.
- não agiu mesmo, desculpa te falar isso, mas você me magoou muito por ter me tratado daquele jeito.
- me perdoa – falou ele se aproximando de mim e colando o corpo dele junto ao meu. Ele segurou meu rosto com a mão direita e eu fechei os olhos sentindo o toque dele outra vez.
- não tenho opção – falei ainda de olhos fechados – eu te perdoei 10 minutos depois.
- você tem um coração muito bom Mike, quem dera meu coração fosse como o seu.
- quer dizer que não me perdoou pelo o que eu fiz? – falei abrindo os olhos.
- eu te perdoei – falou ele me dando um selinho na boca. – mas eu acho que devemos dar um tempo sabe. Aproveitar essa sua viagem para espairecer.
- tudo bem – falei dando outro selinho na boca dele. – mas nós vamos conhecer outras pessoas nesse meio tempo? Porque se sim, eu sei muito bem como vai acabar então seria melhor terminarmos logo de uma vez.
- não – falou Roman – não vamos conhecer outras pessoas – falou ele.
- tudo bem então – falei dando um beijo na boca dele e ele correspondeu meu beijo e nós nos beijamos por um bom tempo sentindo o sol na nossa pele.
Nós então fomos de mãos dadas até a escada e paramos antes que eu subisse. Eu me virei e o abracei outra vez e começamos a nos beijar.
Eu apertava a nunca dele enquanto minha outra mão alisava as costas dele. Roman segurava meu rosto com as duas mãos.
- eu te amo – falou ele me dando dois selinhos.
- também te amo – falei começando a chorar. Roman então em abraçou e tentava me acalmar.
- não chora – falou ele me afagando – nós só vamos dar um tempo.
- vou sentir sua falta.
- também vou sentir a sua, mas é para isso que serve dar um tempo no namoro ficar distantes por um certo tempo para termos certeza que gostamos um do outro.
- eu sei – falei – mas quando eu voltar nós vamos continuar de onde paramos certo?
- certo – falou ele beijando minha boca e depois minha testa.
Eu então me despedi de todos outra vez e subi as escadas entrando no jatinho e assim que me sentei na poltrona eu comecei a chorar. Eu agora era uma página em branco esperando para ser preenchida nessa nova fase da minha vida.