CAPÍTULO 94: Febre

Parte da série Paixão Secreta

Eu fiquei sentado na cama esperando por meu pai. Eu não tinha nem coragem de ligar a TV porque eu com certeza me veria tendo relações sexuais então decidi apenas ficar olhando para fora da janela sem chegar perto dela. E sempre ficar com o vidro da varanda fechado.

Depois de uns 20 minutos o telefone do meu quarto tocou e eu atendi.

- boa tarde, desculpa incomodar, mas tenho um senhor aqui na portaria: Larry Fabray dizendo que é seu pai e está querendo subir.

- sem querer incomodar, mas você pode coloca-lo na linha? Só para que eu tenha certeza?

- claro – falou ela e alguns segundos depois uma voz disse meu nome.

- Mike, sou eu meu filho – falou a voz do meu pai Larry.

- desculpa pai é só por precaução.

- ok – falou ele entregando para a recepcionista outra vez – pode deixar ele subir.

- ok – falou ela desligando.

Eu então me sentei na cama e fiquei esperando meu pai entrar pela porta e depois de alguns minutos foi o que aconteceu. Meu pai abriu a porta.

- oi filho – falou ele entrando com duas mochilas nas mãos.

- oi pai – falei sentado na cama.

Ele colocou as mochilas em cima da cama e fechou a porta do quarto.

- o que foi? Não vai nem dar um abraço no pai? ficou mais de 10 dias sem me ver e é assim que me trata? – falou ele brincando.

- eu estou com vergonha de você pai – falei enchendo os olhos de água – me perdoa por ter feito o que fiz.

- não se preocupa filho – falou ele se sentando ao meu lado de me dando um abraço. – não foi culpa sua. A culpa nunca é dá vítima.

- eu estou te envergonhando – falei deitando a cabeça no ombro dele e chorando.

- você nunca me envergonhou filho – falou ele alisando minhas costas – nunca. Filho nós passamos por muita coisa e conseguimos passar por isso – falou ele beijando meu pescoço ainda abraçado comigo.

- o Roman ia me pedir em casamento pai – falei chorando abraçando ele mais forte – eu estraguei tudo com o ele. O único homem que me amou do jeito que eu sou não quer nem olhar na minha cara.

- Shhh – chora não filho. Essa dor vai passar. Ele está com raiva agora, mas tenho certeza que ele vai te perdoar – falou meu pai.

- eu não sei pai, eu tenho medo de tê-lo perdido para sempre – falei soltando meu pai e olhando para ele.

- você não vai perde-lo – falou meu pai – você tem que aceitar a reação dele o que acontece depois que ele tiver a reação é que conta.

- espero que esteja certo – falei me levantando e vestindo uma cueca e depois uma bermuda que estava na mochila e depois tirei o roupão.

Meu pai tirou o tênis e se deitou no travesseiro do lado esquerdo da cama e eu dei a volta e deitei a cabeça no travesseiro do lado direito e nós ficamos olhando para o teto.

- o Roman disse que eu não sou a pessoa que ele se apaixonou pai.

- ele disse isso? – perguntou meu pai.

- sim e ele está certo. Eu não gosto do homem que eu vejo quando olho no espelho. Eu queria voltar a ser aquele garoto trabalhador e responsável que amava, ria e chorava por coisas bobas. O garoto que sentia prazer em assistir a um bom filme e as únicas preocupações era se comeria sorvete sabor chocolate ou baunilha.

- eu não vi uma mudança assim tão drástica, mas talvez seja porque eu sou seu pai e você sempre será meu garotinho, mas se você acha que mudou e é uma pessoa que não gosta de ser sua única preocupação é não se esquecer quem você realmente é, mas Mike você não pode mudar quem você é porque as outras pessoas não gostam mais de você, cara eu gosto do Roman, mas você é um bom garoto e vai encontrar alguém que te ame, agora se você quer mudar porque você não gosta do que vê no espelho eu te dou todo o apoio.

- mas como eu faço para voltar a ser quem eu era se o mundo não vai me deixar esquecer quem eu sou agora?

Nós ficamos olhando para o teto tentando encontrar uma resposta para essa pergunta e alguns minutos depois meu pai reagiu.

- eu acho que sei como – falou meu pai.

- como? – falei curioso.

- e se você passar alguns dias com seu tio Roger?

- no Tennessee?

- sim. Seu pai mora naquele interior afastado de tudo. Seria perfeito você poderia refrescar um pouco a cabeça e até ajuda-lo na fazenda dele com os animais e a plantação de milho.

- será pai?

- sim. Tenho certeza quase seu tio vai te receber de braços abertos além de ser seu tio ele é seu padrinho.

- depois do vídeo duvido muito.

- Mike depois que você beijou o garoto no parquinho quando era criança a primeira pessoa que eu liguei foi meu irmão e eu contei o que tinha acontecido e sabe o que ele me disse?

- o que?

- ele disse que se acontecesse alguma coisa comigo e com sua mãe que ele criaria você com muito orgulho.

- sério?

- sim – falou ele olhando para mim – pode parecer que ele está distante de você, mas ele me liga toda a semana perguntando como eu estou e pergunta por você. Ele gosta muito de você Mike ele é pai solteiro como eu.

- faz mais de 5 anos que não visito ele, hoje em dia meu primo está com quantos anos?

- 28 – falou meu pai – ele já é um homem feito.

- nossa, faz mesmo muito tempo.

- então, eu posso ligar para seu tio e avisar que você vai para lá?

- eu não sei pai. eu tenho medo de perder o Roman se eu me afastar dele.

- conversa com ele antes filho, diz como você se sente e diz que vai passar um tempo fora para poder se encontrar outra vez e pergunta se ele está disposto a te esperar. Talvez ele só precise ficar um tempo sem você para perceber o quanto você faz falta.

- ok – respondi.

- você pode me dizer o que decidiu amanhã porque hoje nós vamos comer seu bolo – falou meu pai.

- meu bolo? Que bolo? – perguntei fingindo não saber d oque se tratava.

- você acha que eu sou bobo é? Achou que eu se esqueceria do seu aniversário? – falou ele se sentando na cama e tirando algo do bolso.

Eu me sentei na cama ao lado dele.

- comprei isso para você – falou ele me entregando um pequeno pacote.

Eu peguei o pequeno embrulho e abri, era uma pulseira de ouro escrita: “um dia após o outro”.

- obrigado pai – falei abraçando-o.

- você não deve se preocupar com o futuro filho basta apenas viver um dia após o outro.

- gostei bastante – falei beijando o rosto dele e logo em seguida coloquei a pulseira no braço esquerdo.

- nós podemos pedir um bolo e um champanhe mais tarde e comemorarmos apenas nós dois o que você acha?

- perfeito – respondi abraçando ele outra vez. – obrigado por essa ideia também vai ser um jeito perfeito de fugir dessa febre da imprensa em tentar destruir as pessoas. Só vou achar muito ruim porque vou ficar longe de você pai.

- você sabe que eu não posso ir por causa do trabalho, mas eu vou estar aqui o tempo todo – falou ele colocando a mão no meu coração.

- vai sim – falei respirando fundo – mas eu preciso falar com adam primeiro. Eu preciso pedir demissão para ele. Eu não quero mais trabalhar lá e também não quero magoá-lo simplesmente não aparecendo mais. Ele é meu amigo e me ajudou sempre que eu precisei.

- de muitas maneiras – falou meu pai.

- o senhor sabe?

- depois que o Roman deu aquele for a na minha frente eu só confirmei o que eu desconfiava.

- está vendo pai? Eu virei um prostutito sem vergonha, vagabundo e promiscuo.

- filho eu vou dar o mesmo conselho que você me deu a pouco mais de um mês atrás: não existe nada de errado com o sexo. Desde que os dois concordem o sexo é libertador. a sociedade, principalmente as igreja, nos fazem acreditar que o sexo é errado, sujo e ruim, mas a verdade é que o sexo é natural. Não existe nada de feio no sexo desde que todos concordem. Se seu chefe não é gay, mas ele transou com você eu não tenho o porque julgar você ou ele. Se os dois se divertiram quem sou eu para dizer que não?

- você caiu do céu papai – falei com vergonha dele.

- eu só repeti o que você me disse e me ajudou muito no meu relacionamento com a Vanessa.

- fico feliz que estejam bem.

- graças a você – falou meu pai – eu nunca iria me relacionar com outra mulher se você não tivesse me dito para seguir minha vida aquele dia.

- fico feliz por vocês – falei segurando a mão dele junto a minha.

- Roman está no quarto da frente? – perguntou meu pai.

- sim.

- quando seu pai Stephen chegar eu vou dar privacidade para vocês conversarem, eu vou ficar lá com Roman.

- ok – falei

Agora eu aguardava meu pai Stephen chegar afinal ele disse que queria estar ao meu lado durante a campanha e eu iria decepcioná-lo, mas eu tinha certeza que ele entenderia se estivesse no meu lugar.

Comentários

Há 2 comentários.

Por Gee em 2014-03-22 10:45:35
Continua! Amando demais, não perco 1!!
Por dhair em 2014-03-22 00:42:17
mike, quero que vc seja feliz com romam!!