CAPÍTULO 89: Um Milhão de Luzes
Parte da série Paixão Secreta
Logo Terry chegou e ele e eu fomos até o fundo da casa aonde havia uma piscina e um lugar bem fresco para que nós pudéssemos conversar.
Nós nos sentamos em uma mesa redonda de madeira no gazebo e logo meu pai fez um suco de laranja da fruta e nos trouxe e sentou a mesa conosco.
- bom Mike não vai tomar muito seu tempo. – falou Terry – como você já sabe toda essa história de mensagem já saiu em todos os jornais do país e do mundo.
- porque as pessoas se importam tanto comigo? Porque não me deixam em paz.
- você é a noticia, você garante primeira página Mike – falou Terry – todos querem saber mais sobre você e um escândalo como esses é um prato cheio para a imprensa.
- o que eu preciso saber? Eu não vou apenas fica em pé do meu pai no palco quando ele anunciar a candidatura oficialmente e ele responde algumas perguntas?
- sim – falou Terry olhando para meu pai – Stephen eu andei pensando: e se nós dermos um espaço para que Mike diga algumas palavras? Isso pode acabar com toda essa febre.
- tem certeza? – perguntou meu pai.
- sim. Todos vão estar de olho em Mike e sedento por respostas e isso pode atrapalhar o foco que o dia de hoje representa.
- bom se o Mike não quiser eu não vou obriga-lo – falou meu pai.
- eu não sei…
- você não precisa se preocupar – falou Terry – eu vou escrever um texto do que você deverá dizer e você pode ensaiar o dia todo, se quiser ajuda eu estou aqui para te servir e nós podemos ensaiar várias e várias vezes e você tem o direito de opinar no texto tanto retirando ou acrescentando algo.
- tudo bem então – falei.
- eu preciso te perguntar algumas coisas Mike, coisas pessoais se você se sentir desconfortável com as perguntas seu pai pode nos deixar a sós.
- não, tudo bem.
- as perguntas que eu farei é para que nossos trabalhadores na campanha possam trabalhar em cima das respostas. Durante essa campanha, não é só o que seu pai fez toda a vida que pode ser usado contra ele, o que você fez pode e será usado pelos adversários.
- tudo bem.
- eu preciso que seja cem por cento sincero nas respostas, ok?
- ok – respondi.
- você conhece Steve King, certo?
- conheço.
- vocês tiveram por acaso algum relacionamento antes dele entrar em coma?
- não. Ele sempre foi apaixonado por mim, mas nunca tivemos nada além de amizade.
- ok – falou ele anotando algo – aquele repórter que se fingiu de enfermeiro no hospital vendeu as informações que conseguiu de você aquele dia e foi publicada essa semana.
- tudo bem – falei respirando fundo.
- você namorou Charley Moore e ele tentou te matar?
- sim.
- porque?
Eu olhei para meu pai e depois para Terry.
- isso é pessoal – falei.
- não será quando todos descobrirem e eles vão descobrir. – falou Terry.
- eles nunca vão descobrir o motivo – falei.
- como pode ter tanta certeza?
- porque apenas seis pessoas sabem do motivo: Meu pai Larry, meu psicólogo, meu chefe Adam, Charley, Denny e eu.
- qualquer um deles ode abrir a boca – falou Terry.
- eu não vou dizer nada, meu pai Larry não vai dizer nada, meu chefe Adam também não, meu psicólogo com certeza não vai contar, Charley poderia ir preso se dissesse o motivo, Denny meu melhor amigo namora com Charley e apesar de ter se distanciado de mim eu tenho certeza que ele nunca abriria a boca. Ele pode ser tudo, mas não é fofoqueiro.
- que diabos aconteceu? – perguntou meu pai – porque Charley seria preso?
- sinto muito, mas sobre isso não vou falar.
- mas…
- por favor não insista – falou meu pai interrompendo Terry – se Mike diz que não vai vazar eu confio nele.
- ok – falou Terry – próxima pergunta… com quantas pessoas você tranzou nos últimos anos?
- o que? – perguntei surpreso – isso não vai vazar, isso é coisa pessoal e que importa ao mundo com quantas pessoas eu dormi?
- Mike você sabe mais do que ninguém que o atual presidente Christofer Dixon é um conservador da família tradicional e seguir fiel ao cristianismo e você é gay e filho do adversário dele. Ele vai usar você contra seu pai. Os homens que você tranzou, se foi com ou sem preservativo, se foi mais de uma vez, como foi… tudo isso vai ser descoberto. E alguns não precisam ser encontrados Existem pessoas que querem aparecer na mídia e elas mesmas vão encontrar um meio de todos saberem disso.
- porque eu não devo me preocupar com isso com o outro candidato? Como é mesmo o nome dele… - fiquei tentando lembrar.
- Warner Knight? – falou meu pai.
- sim… afinal eles são republicanos.
- os republicanos têm dois candidatos á presidência, mas não significa que os dois são exatamente iguais eles são diferentes em pontos chaves como, por exemplo, na homossexualidade. Warner é um dos poucos republicanos que luta pelos direitos dos gays.
- entendo.
- se não quiser responder não precisa – falou Terry.
- eu respondo – falei – eu não tenho certeza, mas acho que nos últimos dois anos me deitei com mais ou menos 15 pessoas.
- todas homens?
- sim – respondi.
- você pode me dizer o nome de todos que você se lembra?
- posso, mas desculpe perguntar… você é de confiança?
- é sim – falou meu pai – Terry trabalha comigo a mais de 10 anos. Eu tenho total confiança nele.
- porque você quer os nomes?
- nós vamos entrar em contato com todos e garantir que eles não abram a boca.
- vocês vão suborná-los?
- agradá-los – falou Terry.
- ok – falei – Denny Gonzáles, Charley Morre, Adam White… esse ultimo não é gay, é casado tem filhos e é um amigo não precisa falar com ele.
- ok – falou Terry – marcando um ok no nome de Adam.
- Fritz Kröhling – eu dei uma pausa e ensinei a escrever o nome dele – esse sim você precisa entrar em contato. Nós não acabamos nada bem e ele é capaz de contar tudo sobre nós dois e inventar mais coisas e as pessoas vão acreditar nele porque ele é médico. E não adianta “agradá-lo” ele é mais rico do que nós três juntos.
- nós temos outras maneiras – falou Terry – nós podemos descobrir alguns podres dele e chantageá-lo para que ele não diga nada.
- ok – falei.
- tem mais alguém que se lembre? – perguntou Terry.
- sim. Tenho alguns ex-namorados: Tyler Parker, Kevin James e Anthony Ward. Esses são todos que eu consigo me lembrar.
- e o Dr.Orth? – perguntou Terry.
- o Roman? por quê? Nós ainda estamos namorando e tenho certeza que ele pode ser tudo, mas é um homem digno de palavra. Ele não vai sair falando da nossa vida por ai se por acaso nós terminarmos.
- ok – falou Terry – tenho mais algumas perguntas.
- ok.
- você tem religião?
- sim, sou Judeu.
- você é favor ou contra o aborto?
- a favor.
- quando te perguntarem você vai dizer que é a favor da liberdade de escolha e as mulheres tem direito de escolher o que fazem com seu corpo.
- ok.
- já usou algum tipo de droga?
- Êxtase, mas apenas uma vez quando adolescente.
- você por acaso praticou bullying na escola?
- não. Eu era vítima.
- você acredita que o pouso lunar foi uma farsa?
Eu dei uma risada, mas eles não riram.
- isso é sério?
- sim – falou Terry.
- ok – falei respirando fundo – vocês querem a verdade?
- sim.
- eu acredito que foi uma farsa.
Meu pai olhou para Terry.
- filho, eu respeito o que você acredita, mas a partir de hoje quando te perguntarem isso você vai dizer sem pensar duas vezes que acredita totalmente no pouso lunar.
- ok, eu digo, mas quem vai me perguntar isso?
- amigos talvez – falou Terry – você tem que tomar cuidado com o que fala para as pessoas em uma conversa no bar ou em uma festa porque os repórteres estarão em todos os lugares disfarçados.
- ok – respondi.
- isso foi tudo – falou Terry.
- ótimo, eu não aguentava mais contar minha vida para vocês.
Terry então pegou um papel e eu comecei a anotar o que ele e meu pai me diziam. Era o que eu diria quando me colocassem em frente aos microfones.
Ás 19h00min eu estava pronto para a festa. Eu já tinha decorado o que eu diria quando à palavra fosse minha. Eu tinha ensaiado também algumas perguntas e respostas com Terry e meu pai.
Eu estava arrumando minha gravata em frente ao espelho quando Marienn bateu na porta do quarto e eu disse que ela poderia entrar.
- olá – falou ela com um vestido azul e salto alto. Ela estava deslumbrante – você está pronto? Seu pai pediu que eu te chamasse.
- estou sim – falei sorrindo nervoso.
- você está ótimo – falou ela.
Nós então saímos do quarto e descemos ás escadas e meu pai e meus dois irmãos já estavam prontos.
- a limusine já chegou – falou meu pai com um sorriso – nem acredito que esse dia finalmente chegou – falou ele vindo até mim – fico tão feliz de ter você ao meu lado. O primogênito – ele me deu um abraço e ficamos abraçados por alguns segundos e logo ele me soltou e nós fomos andando até a porta da frente e logo entramos na limusine.
Era a segunda vez que entrava em uma a primeira vez foi no baile de formatura. Meu namorado na época, Derek e eu chegamos ao baile de limusine.
Estávamos a caminho da festa quer o partido tinha preparado para a ocasião e meu pai viu que eu estava nervoso.
- tudo bem filho? Você parece nervoso.
- não pareço eu estou. Muito nervoso.
- não fica assim você vai se acostumar a isso. Você está preparado.
Quando meu pai disse isso meu celular vibrou no bolso. Eu tinha recebido uma mensagem de Roman: “estou a caminho de New Hampshire e chegarei ás 21h00min, boa sorte”.
Eu não respondi nada e apenas coloquei o celular no bolso. Logo estávamos nos aproximando ao local da festa. De longe eu vi os jornalistas. Parecia a entrega do Oscar. Tinha colocado um tapete vermelho e fotógrafos e jornalistas estavam dos dois lados. A limusine parou em frente ao tapete vermelho. O motorista saiu de dentro e deu a volta e abriu a porta. Marienn saiu primeiro e em seguida pegou Scott nos braços. O barulho dos flashes eram ensurdecedores. Em seguida meu pai saiu e Haley pegou na mão dele e depois foi minha vez. Eu sai de dentro e coloquei um sorriso no rosto.
Todos gritavam ao mesmo tempo querendo uma entrevista, mas nós apenas andamos juntos e algumas vezes paramos para algumas fotos. Certa hora meu pai me puxou e me abraçou para o lado direito e alguns fotógrafos sortudos tiraram várias fotos.
Nós então fomos andando até dentro do local da festa e logo alguns garçons vieram nos servir algo. Várias pessoas se aproximaram e parabenizaram meu pai pelo o dia e cumprimentaram todos nós.
Nós fomos andando por todo o lugar cumprimentado as pessoas das mesas. Eu reconheci alguns da televisão, senadores, deputados, grandes empresários e patrocinadores da campanha do meu pai além de governadores de outros estados.
Depois de quase uma hora e trinta minutos finalmente tínhamos cumprimentado a todos e nós nos sentamos à mesa. A imprensa então foi permitida entrar em uma área em frente ao local do anuncio com algumas cadeiras, mas foram advertidos a tirarem fotos apenas do anuncio e não dos convidados. Um coral cantava canções sem o uso de instrumentos o que foi uma distração ótima.
Algumas pessoas ficavam me olhando impressionadas, provavelmente pela minha semelhança com meu pai, ou apenas o escândalo do dia que envolvia Roman e eu. Eu tentei ficar sempre sorrindo.
Ás 20h40min Terry nos chamou para irmos atrás do palco. Meu pai, Marienn, Scott Haley e eu fomos para trás do palco.
- Marienn – falou Terry – você pega Scott nos braços e fica do lado esquerdo de Haley e Mike fica do lado direito dela e você fiquem parados.
- ok – falei me posicionando para subir ao palco logo atrás de Marienn.
Meu pai então subiu ao palco e foi aplaudido de pé. Marienn e eu subimos ao palco e ficamos como Terry tinha nos dito. Havia em local com vários microfones e meu pai foi para lá. A imprensa tirava fotos e filmava todos nós.
Eu procurei não prestar atenção em nada porque toda aquela situação me dava medo eu estava muito nervoso. Eu foquei apenas em ponto e fiquei olhando durante muito tempo. Meu pai falava do caminho que ele tinha traçado e dos sonhos conquistados e o que ele esperava para o futuro.
Tudo passava em câmera lenta em minha frente era tudo muito surreal para mim. Quem diria que um dia estaria onde estava naquele momento.
Logo eu levei um pequeno susto quando todos aplaudiram meu pai de pé outra vez e eu percebi que ele estava chorando. Ele olhou pra mim e me chamou para junto dele eu fui com um sorriso no rosto e o abracei.
- esse é meu filho e muitos de vocês ficaram curiosos por muito tempo pensando se os boatos eram verdadeiros e é com muito orgulho que eu confirmo esses boatos. Mickey é meu filho primogênito e eu tenho orgulho do homem que ele se tornou. Infelizmente eu não tinha condições de criá-lo quando eu o tive e a mãe dele faleceu então eu usei o meu direito de escolha e o dei para adoção porque sabia que uma família iria adotá-lo e iria educa-lo e cria-lo de um jeito que eu não poderia. Felizmente eu encontrei ele a pouco tempo atrás e nós estamos nos dando muito bem. – falou ele.
Era assustador ver todos me olhando e eu procurava apenas sorrir e escutar com atenção o que meu pai dizia.
- o tempo passa, mas os sentimentos continuam e eu sempre amei meu pequeno garotinho, mas eu tinha medo de que nós não nos déssemos bem e eu optei por nunca procura-lo, mas as coisas mudaram e pelo bem de Mickey eu tive que procura-lo e para minha felicidade ele se mostrou um homem digno e me concedeu um espaço em sua vida e eu sou grato por você ter feito isso – falou ele olhando para mim – muito obrigado filho – falou ele me abraçando outra vez.
Logo Marienn veio com Scott e Haley e ficaram do lado esquerdo do meu pai.
- e agora com minha família completa eu quero anunciar minha candidatura à presidência dos Estados Unidos e conto com o apoio de todos vocês para fazermos a diferença no país no próximo ano – gritou ele levantando a mão direita fechada.
Todos se levantaram e o aplaudiram e os flashes mais uma fez inundaram a sala com seu brilho e som. Todos aplaudiam e assobiavam. Logo os aplausos foram diminuindo.
- eu sei que vocês têm várias perguntas e elas serão respondidas no seu devido tempo, agora meu filho tem algo a dizer para vocês.
Eles então ficaram do lado direito do palco e eu fiquei em frente a todos aqueles microfones.
- boa noite – falei.
Todos responderam.
- bom eu só queria dizer algumas poucas palavras. Estava combinado que eu subiria aqui e diria um texto que eu fiquei decorando a tarde toda, mas eu decidi subir aqui e dizer algo que veio de mim. Foi mal Terry.
Todos deram risadas. Eu peguei um papel que eu tinha escrito.
- o que é o amor? Essa é a pergunta que eu me faço desde que nasci. Não acho que só eu, mas todos vocês também. Eu tive a minha resposta quando tinha oito anos de idade. Quando tinha apenas oito anos eu perguntei ao meu pai, Larry, o seguinte: “pai como eu demonstro a uma pessoa que eu gosto dela?” E ele respondeu: “é simples… dê um beijo. Se for sua mãe dê um beijo no rosto, se for o papai me de um beijo no rosto e um abraço. Se for um beijo de amor dê um selinho na boca; não pense duas vezes ou o medo vai te dominar e você vai mudar de ideia”. Claro… ele não imaginava que eu daria um beijo no garoto que brincava comigo no parque. Meu pai teve uma briga feia com a mãe do garoto e eu me lembro dessa briga como se fosse hoje. A mãe dele queria que meu pai me castigasse e me batesse por ter beijado um garoto e meu pai respondeu com essas palavras: “Eduque seu filho como quiser, mas o meu filho não vai ser castigado por expressar o que sente”.
Eu dei uma pausa e olhei para todos que escutavam atentamente o que eu dizia.
- isso é amor – falei dando outra pausa, minha garganta travou e meus olhos estavam querendo se encher de lágrimas – eu sei que não posso ter uma mãe, droga, eu tenho duas e nenhuma delas está aqui comigo essa noite. Mas em compensação eu tenho dois pais… - eu não consegui me segurar e comecei a chorar. – e eu sei que eles me amam em dobro.
Meu pai veio até mim e me deu um abraço. Todos bateram palmas em pé. Eu o abracei e em seguida tentei controlar meu choro.
- obrigado por me ouvirem – falei acenando para todos.
Meu pai então continuou no palco e eu desci as escadas porque precisava tomar um pouco de água.
- eu preciso ir ao banheiro – falei para Terry limpando meus olhos. Como era boa a sensação de chorar de alegria.
- segue esse corredor e vira a esquerda depois à direita e entra na segunda porta – falou Terry.
- obrigado – falei seguindo o corredor.
Eu segui por aquele corredor branco, tanto na parede quando no teto. Eu virei a esquerda e esbarrei com um homem.
- desculpa – falei sem nem reparar em quem seria.
- Mickey, o que você tem a dizer sobre Kennley Young? – falou o homem.
Eu então olhei para o homem e percebi que era um repórter.
- nada a declarar – falei.
- você não fica preocupado que a mensagem talvez tenha sido para ele? – falou ele.
- porque seria? – falei me virando.
Ele então me mostrou uma foto que estava em suas mãos. Tinha sido tirada na noite anterior no bar e restaurante em frente o meu trabalho. Roman e Kenn sentados juntos á mesa rindo.
Eu fiquei chocado ao ver a foto. Nem tinha me passado pela cabeça que Kenn poderia ser o destinatário real da mensagem.
- não é possível – falei segurando a foto em minhas mãos.
Não é possível que Roman estivesse me traindo, especialmente com Kenn. Justamente a pessoa que tinha feito a minha vida um inferno nos últimos meses. Roman estava me humilhando publicamente. Não tinha nem vergonha de ser pego.
- então… – falou o homem – tem alguma declaração agora?
- deixe o em paz – falou uma voz ao longe. Eu olhei e vi que era Roman vindo com dois seguranças no fim do corredor.
Os seguranças correram em direção ao homem. Eu entreguei a foto para ele e olhei bem para Roman que vinha em minha direção.
Eu apenas me virei e continuei seguindo pelo corredor. Eu estava me sentindo um idiota. As lágrimas desciam pelo meu rosto e eu seguia firme o passo limpando meus olhos.
- Mike espera – gritou Roman.
Eu agora não tinha mais destino eu virei para a direita e passei pelo banheiro e vi as placas indicando a saída. Eu escutava os passos de Roman se aproximando e assim que cheguei a dois metros de distância da saída ele segurou meu braço.
- me deixe explicar.
Eu me virei com tudo e dei um tapa na cara dele com a mão esquerda. O barulho ecoou pelo corredor vazio.
Ele colocou a mão direita no rosto ainda com o rosto virado ele então olhou para mim com a mão no rosto.
- você é um canalha – falei com os olhos vermelhos – eu pensei que você era a pessoa que ficaria ao meu lado até o fim dos tempos. Eu pensei que nós éramos feitos um para o outro, mas você simplesmente faz o que fez.
Ele não disse nada e ficou me olhando com um olhar ameaçador que misturava raiva e nervosismo, mas ele não disse uma palavra e continuava alisando o rosto que apesar da barba eu pude perceber que estava vermelho.
- de todas as pessoas tinha que ser logo com o Kenn? Você não só me traiu, mas me apunhalou pelas costas.
- você nem está me dando à chance… – falou ele com a voz calma.
- me esquece – falei interrompendo ele e me virando passei pela saída que me levou até um beco sem saída do lado direito. Eu fiquei lá parado limpando minhas lágrimas por alguns minutos. Depois de um certo tempo a porta atrás de mim se abriu e meu pai Stephen apareceu.
- o que aconteceu? – perguntou ele.
- o Roman…
- você está bem? – perguntou ele.
- estou sim – falei soluçando de tanto chorar.
- quer que eu te leve para algum lugar?
- sim. Para minha casa – falei.
Ele então concordou comigo e depois de algumas ligações meu pai solicitou um jato particular e em menos de uma hora eu estava a caminho de casa.