CAPÍTULO 87: Se Lembra Daquele Tempo?
Parte da série Paixão Secreta
Depois que o meu pai saiu do quarto eu tirei minha roupa fui até o guarda-roupa e peguei uma toalha e fui para o banheiro tomar um banho. Eu reparei que tudo no quarto e banheiro tinham detalhes azuis. Meu pai provavelmente sabia que azul era minha cor favorita.
Eu tomei meu banho, vesti uma das roupas que meu pai tinha comprado. Ele estava certo o tamanho tinha ficado muito bom em mim. Depois do banho e de roupa vestida eu me sentei na cama e peguei o celular para ligar para o meu pai Larry.
O telefone chamou por um tempo e logo ele atendeu.
- oi
- oi pai.
- como você está? Chegou bem?
- cheguei sim. Já tomei um banho e vesti uma roupa nova logo vou descer para jantar.
- conheceu a esposa dele?
- conheci sim. Ela parece ser legal.
- que bom, pelo menos ela não é tipo a madrasta da cinderela.
- longe disso, sem contar que ele é muito bonita.
- esposa de governador tem sempre que estar linda. Talvez ela seja a próxima primeira dama. – falou meu pai.
- é sim.
- já pensou filho? Seu pai biológico presidente dos Estados Unidos? Eu não consigo competir contra isso – falou meu pai.
- não precisa competir seu bobo. Você poderia trabalhar como lixeiro você teria o meu amor do mesmo jeito.
- eu sei – falou ele.
- o Roman está ai?
- não. Ele foi até a casa dele faz uns 40 minutos ele disse quem em duas horas voltaria. Ele tinha que resolver algumas coisas.
- quando ele chegar fala pra ele ligar pra mim.
- falo sim – falou meu pai – beijão filho eu te amo.
- também te amo paizão – falei desligando o telefone.
Eu então liguei a televisão do meu quarto e me sentei na cama escorando na cabeceira. Ainda faltavam 30 minutos até o jantar estar pronto. Eu coloquei no canal de noticias e depois de algumas noticias logo começaram a falar sobre meu pai Stephen.
- hoje o governador Griffiths deu as boas vindas ao seu filho perdido Mickey Fox Fabray. Ele chegou em um jato particular e o Sr. Griffiths foi recebê-lo no aeroporto junto com vários seguranças e sócias que foram usados para despistar a imprensa – nesse momento eles mostraram cenas dos sócias saindo pelo portão de embarque deixando todos confusos. – O governador do estado de New Hampshire ainda não fez um pronunciamento oficial, mas fontes confiáveis nos disseram que Mickey foi abandonado ainda bebê e acabou em um orfanato. Quatro anos depois foi adotado pelo cartunista Larry Fabray e sua esposa Linda Fox uma excelente organizadora de eventos.
- como eles sabem disso tudo? Os detetives deles são bons mesmo. – falei atento a reportagem.
- quando adolescente Mickey perdeu a mãe Linda e desde então foi criado apenas pelo pai Larry. Ano passado Mickey participou de uma experiência terrível no prédio onde trabalha: um atirador apareceu com intuito de matar Mickey e todos os seus chefes, felizmente Mickey levou apenas um tiro e o atirador foi preso.
- ainda bem que eles não sabem nada sobre Charley – falei aliviado, mas sabia que essa história não ficaria enterrada pra sempre e logo eles descobririam.
- Mickey foi vitima de uma tentativa de homicídio por seu ex-namorado Charley Moore, filho do famoso empresário Otto Moore.
- estava demorando – falei – ainda bem que eles não sabem e nunca vão saber sobre o estupro de Charley a menos que o próprio Charley ou Denny abrissem a boca porque eram os únicos que eu tinha que me preocupar.
- Mickey é assumidamente homossexual – falou a repórter. Uma foto minha apareceu e uma outra foto de Roman apareceu ao lado da minha. – e atualmente namora o advogado e empresário Roman Pearce Orth com quem tem um relacionamento há quase seis meses.
- eu retiro o que disse, eles não são bons detetives, eles são excelentes.
- lembrando que Roman é um advogado famoso por ser agressivo nos tribunais e ganhar casos considerados perdidos pela maioria.
- esse é meu Roman – falei com um sorriso vendo um vídeo dele feito no tribunal que eles estavam exibindo.
- a mãe biológica de Mickey, Charice Anne Ristoff foi… - eu desliguei a televisão antes que continuassem. Eu não queria saber sobre ela. Iria doer muito afinal eu tinha duas mães e as duas infelizmente faleceram.
Alguém bateu na porta nesse instante.
- posso entrar? – perguntou meu pai.
- pode sim – falei.
Ele então abriu a porta e entrou no quarto.
- o jantar está pronto – falou ele – vamos descer?
- vamos – falei me levantando e o seguindo até as escadas.
- o que achou do seu quarto?
- muito bonito, parece que você descobriu minha cor favorita. – falei descendo os degraus.
- foi sim – falou ele – e esse é seu quarto ele vai estar aqui sempre para você. Quando você quiser vir passar um tempo comigo você pode vir sem medo.
- obrigado – falei finalmente chegando ao pé da escada.
- o jantar está pronto falou Marienn com um sorriso.
Nós então fomos para a sala de jantar e a empregada arrumou a mesa e logo nós nos servimos e começamos a comer.
- e então Mike? A viagem foi boa? – perguntou Marienn.
- foi sim, um pouco demorada, mas foi boa. Muito confortável eu nunca tinha andado em um avião particular.
- você vai se acostumar – falou ela – você vai andar muito.
Eu dei apenas uma garfada e dei um sorriso.
- e então o que você gosta de fazer em San Diego? Tem muitos pontos turísticos por lá? Lugares bonitos?
- sinceramente? Andar de metrô. A vista é tão linda e eu gosto do som que o metrô faz enquanto faz a viagem. Além de ser muito confortável.
- quem sabe um dia eu não vou com você para darmos uma volta – perguntou meu pai.
- eu adoraria – falei.
Nós continuamos com o jantar e assim que terminamos de comer eu me ofereci para lavar as louças, mas eles me disseram que a empregada iria cuidar disso.
- bom, sendo assim eu já vou para o meu quarto descansar a viagem realmente esgotou minhas forças.
- você teve um dia cheio – falou Marienn – merece um descanso. Tenha uma boa noite – falou ela pegando o pequeno Scott nos braços. Eu me despedi dos meus irmãos e me despedi do meu pai.
- daqui a pouco eu vou lá conversar com você tudo bem? Você me espera?
- espero sim – falei indo até ás escadas e subindo.
Eu fui até meu quarto e preparei minha cama, coloquei os travesseiros os cobertores. Eu só esperaria meu pai e em seguida iria dormir.
Eu esperei por uns 10 minutos até que meu pai bateu na porta entrando.
- posso entrar? – perguntou ele colocando a cabeça para dentro.
- pode sim – falei sentado na cama.
Ele então entrou e fechou a porta.
- o senhor fica o dia inteiro com roupa social? – perguntei.
- sim – falou ele se sentando ao meu lado na cama. Ele tinha algo nas mãos. – fazer o que, preciso manter minha imagem.
- pai eu só queria agradecer pelo o que fez com o comissário de bordo, mas eu queria dizer que não precisa. Eu respeito muito o Roman e eu amo ele e nunca o trairia.
- me desculpa se eu te ofendi – falou ele – eu não entendo muito sobre gays, entenda sou só um bobo que quis agradar o filho e acabou ofendendo.
- não me ofendeu não. Não se preocupe quanto a isso.
- ok – falou ele com um sorriso. – eu trouxe isso para te mostrar algo.
Falou ele me mostrando um livro. Logo que percebi que era um anuário do ano de 1990.
- um anuário – falei pegando ele.
- sim – falou ele abrindo o anuário em uma página aonde tinha um grupo posando para a foto. Logo eu percebi que eram Cheerleaders.
- essa aqui – falou ele colocando o dedo em uma das garotas sorridentes. – é sua mãe.
- minha mãe? – falei feliz por finalmente ver uma foto dela.
- sim. Essa foto foi tirada no nosso último ano. No ano seguinte ela ficou grávida de você.
- ele era tão linda – falei vendo seu rosto.
- você tem o sorriso dela – falou meu pai.
- tenho?
- sim – falou ele.
- meu pai Larry disse que eu tenho seus olhos e que pareço muito com você nos trejeitos. O jeito de rir, conversar e até a cara que faço quando estou assustado ou irritado.
- você tem mesmo meus olhos – falou ele.
Eu olhei para a foto outra vez e deixei uma lágrima cair.
- ela morreu tão jovem – falei.
- muito – falou meu pai – sabe eu amo minha esposa, mas nunca vou amar outra mulher do jeito que eu a amei.
- essa é a única foto que tem dela?
- infelizmente sim – depois que eu te abandonei a família dela se afastou de mim. Eles eram muito religiosos e acabaram se mudando para longe. Eles disseram que eu corrompi a filha deles e por isso ela estava morta. Depois que virei governador tentei contatá-los, mas descobri que o pai faleceu em 2006 e a mãe em 2008.
- obrigado por ter me mostrado essa foto – falei fechando o anuário. – fiquei muito feliz.
Meu pai aproximou o rosto de mim e me deu um beijo na testa e alisou meus cabelos.
- eu te amo – falou ele.
- eu também te amo.
- vou indo, vou deixar você dormir – falou ele.
- fica mais um pouco, assiste TV comigo?
- tudo bem – falou ele com um sorriso – ele então apagou a luz do quarto e eu liguei a TV. Ele tirou os sapatos e se sentou ao meu lado na cama se escorando na cabeceira.
- o senhor gosta de filmes?
- de qualquer tipo, se o filme for bom vale qualquer gênero.
Eu coloquei em um canal que tinha um filme passando. Parecia ser um filme de comédia. Nós então começamos a assistir. Depois de um tempo eu comecei a sentir um sono pesado afinal eu tinha tido um dia muito estressante, mas eu não queria dizer nada porque era bom ter meu pai ao meu lado. Eu respirei fundo e olhei fixo para a TV, mas não deu outra eu comecei a pescar e acordar assustado. Fiz isso umas três vezes seguidas.
- está com sono hein? – falou ele.
- eu cansei muito – falei sem graça.
- deita aqui no meu ombro.
- se quiser pode ir – falei.
- não quero – falou ele chegando perto de mim e colocando a mão no meu ombro direito me puxou para perto dele e me fez deitar a cabeça no ombro dele. eu fechei os olhos e a porcaria do meu celular tocou.
Eu olhei para o lado assustado e peguei o celular era Roman.
- oi amor – falei atendendo.
- oi. Desculpa demorar a te ligar seu pai me falou, mas eu me esqueci de ligar.
- não tem problema – falei.
- o que você está fazendo?
- assistindo TV com o meu pai. Eu estava quase dormindo quando você ligou.
- desculpa não queria te acordar.
- sem problema. – falei.
- depois nos falamos – falou Roman. – boa noite
- boa noite, eu te amo.
- também te amo – falou ele.
- até mais.
- até – falou ele desligando.
Depois que coloquei meu celular no criado mudo meu pai me puxou outra vez para se deitar no ombro dele.
Eu fechei os olhos e antes que eu percebesse dormi outra vez, mas dessa vez ninguém atrapalhou meu sono.