CAPÍTULO 86: Outro Mundo

Parte da série Paixão Secreta

Faltavam apenas alguns minutos para pousarmos e o que estava me incomodando muito era que nem consegui ficar 10 minutos com Steve. Eu deitei minha cabeça na poltrona e olhava para fora. Estava escuro e as estrelas nunca pareceram tão perto de mim antes. Eu tinha certeza que minha mãe era uma delas.

Uma hora atrás meu pai tinha me ligado e perguntado com que roupa eu estava e eu descrevi minha bermuda castanha abaixo do joelho e minha camiseta azul escuro.

- estamos quase chegando – falou George.

- obrigado – falei forçando um sorriso. Eu sentia borboletas no meu estômago.

- posso te perguntar uma coisa? – falou George.

- pode.

- eu fiz algo de errado? Você não me achou atraente?

- porque a pergunta?

- quando me chamaram me disseram que talvez eu pudesse fazer algumas coisas, eu receberia por isso, mas não aconteceu.

- não se preocupe, você é bonito só que eu tenho namorado e respeito muito ele. Meu pai pensou que talvez eu sei lá, traísse meu namorado. Ele não está acostumado ao “universo gay” e provavelmente acha que nós pessoas do mesmo sexo não temos laços.

- é um pensamento meio preconceituoso – falou George.

- ele não tem culpa por pensar assim provavelmente nunca teve um relacionamento com gays e lésbicas, mas você consegue moldar a mente de uma pessoa com o tempo. Ele não tem culpa. Para dizer a verdade eu achei até fofo ele pensar nisso, mostra que o sexo entre duas pessoas do mesmo sexo não incomoda ele.

- eu entendo – falou George – minha avó não acreditava em amor entre pessoas do mesmo sexo e quando eu me assumi para ele minha avó mudou totalmente de opinião com o tempo.

- verdade – falei parando alguns segundos – por acaso você sabe quem é meu pai?

- não – falou George – e fui advertido para não perguntasse e que pedisse para que não me contasse – falou ele rindo.

- ok – falei rindo também.

- preparando-se para a decolagem – falou o piloto.

- vamos apertar o cinto – falou George.

Ele foi para o lugar dele e em seguida apertou o cinto.

Logo a aeronave voou por um tempo e o piloto disse que a decolagem tinha sido autorizada.

Em seguida ele aterrissou no aeroporto de New Hampshire. Já não chovia mais. Logo a aeronave pousou e as portas foram abertas. Eu agradeci ao piloto Billy pela viagem e agradeci George pelo serviço e disse que tinha sido excelente.

Eu então me virei para a escada e comecei a descer os degraus à porta da aeronave foi fechada. Eu dei alguns passos para frente e ao lado esquerdo ao longe eu três carros pretos estacionados. Quando o eu desci as escadas por completo um dos carros abriu a porta e meu pai Stephen saiu de dentro e ele andou na minha direção com dois guarda-costas de cada lado.

A medida que ele se aproximou eu não consegui esconder minha felicidade em vê-lo e dei um sorriso.

- oi garotão – falou ele me dando um abraço.

- oi – falei.

- então como está sendo seu primeiro dia como o assunto mais falado no mundo?

- não muito bom, quase foi esmagado por um bando de repórteres.

- eu admito que é um saco – falou ele – você não viu o tanto de repórteres que tem fora desse aeroporto.

- eles sabem que eu vim?

- é meio que impossível esconder algo por aqui afinal eu vou concorrer à presidência então todos estão com os olhos em mim e em você.

- não sei se vou me acostumar a isso – falei com um meio sorriso nervoso.

- vamos indo? – perguntou ele.

- vamos – respondi indo com ele em direção aos carros – porque tantos carros? Vai ser igual aconteceu em San Diego para despistá-los?

- não vai adiantar muito – falou meu pai – minha segurança teve uma ideia mais eficaz.

Nós chegamos perto dos carros e então paramos. Os seguranças abriram as portas dos outros dois e de dentro deles saíram homens vestidos como eu. Eles tinham mais ou menos o mesmo tamanho e o mesmo tipo de corpo.

- eles vão sair pela porta da frente e depois você sairá pela porta de trás – falou ele.

Todos os seis garotos como eu então colocaram bonés e óculos escuros.

- eu estou me sentindo o Harry Potter – falei vendo aqueles “clones” de mim.

- Mike cada segurança vai sair com um sócia seu por cinco saídas diferentes, um sócia vai no carro comigo e nós vamos para um hotel. Chegando lá eu vou sair pela porta dos fundos e te encontro em casa.

- e por onde eu sou sair daqui?

- você vai sair andando pela porta da frente, passar pelos repórteres tranquilamente e entrar em taxi. O motorista é um dos meus ele vai te deixar na minha casa.

- eu vou simplesmente sair andando? Eles vão me matar pisoteado.

- você vai trocar de roupa – falou ele.

- tudo bem então – falei.

Eu então fui para trás de um dos carros e coloquei a roupa que eles me entregaram. Uma camisa de manga longa amarela, uma calça jeans azul e uma peruca de cabelos pretos que iam até um pouco abaixo do ombro e por cima da peruca eu coloquei o boné preto.

Depois de pronto eu fui até eles.

- eu pareço alguém que acabou de chegar do Hawaii.

- e você é – falou meu pai mostrando um avião que estava pousando. – aquele avião veio do Hawaii e quando eles abrirem as portas e os passageiros começarem a descer os degraus você vai pegar essa mochila preta que tem algumas roupas dentro e vai se misturar com aquelas pessoas.

- tudo bem – falei pegando a mochila.

Logo o avião taxiou e depois de uns 10 minutos eles abriram as portas e todos começaram a descer.

- vai – falou um dos seguranças e eu fui andando em direção as pessoas descendo e me misturei na multidão seguindo o fluxo. Nós entramos em um ônibus que nos levaria até o portão de desembarque.

O ônibus partiu e logo nos deixou no portão de desembarque. Assim que comecei a andar vi uma multidão dentro do aeroporto. Todos repórteres com suas câmeras de filmagem e câmeras fotográficas.

Elas olhavam entre nós, mas logo perceberam que aquele voo não era o que eles esperavam então pararam de olhar para a multidão. Me deu vontade de rir porque eu estava fazendo eles de idiotas. Logo ouvi uma barulheira. Os cinco sócias passaram pelo portão de desembarque. Eu olhei para trás rapidamente e em seguida voltei a olhar para frente.

Eu segui as placas que indicavam até a saída. Chegando fora do aeroporto, eu vi dezenas de taxis parados, partindo e chegando. Qual seria o meu?

Eu decidi andar seguindo os taxis passando por eles. Eu esperava que o motorista do meu pai reagisse a me ver. Eu passei por vários taxis até que um disse meu nome.

- Mickey Fabray?

- sou eu – falei.

Eu então entrei no taxi e ele deu partida no carro. Eu tirei o boné e a peruca e joguei no banco do carro. Eu estava nervoso por conhecer a família de Stephen. A cidade era muito bonita. Eu sentia um frio na barriga. Eu nunca tinha me afastado do meu pai antes e eu já sentia saudades dele.

Depois de 30 minutos na estrada finalmente chegamos a um condomínio de casas. Logo o taxi parou em frente a um portão enorme e apertou o interfone que tinha um visor. Ele se identificou e o portão foi aberto. O taxi passou pelo jardim e estacionou na garagem. Eu então sai do carro e bati a porta nervoso.

- oi filho – falou meu pai Stephen aparecendo na garagem.

- já chegou?

- sim. Faz alguns minutos, ainda bem que deu tudo certo – falou ele com um sorriso colocando a mão nas minhas costas e me guiando para dentro da casa – vou te apresentar a minha esposa – falou ele.

Nós então passamos pela cozinha e chegamos na enorme sala de estar e havia uma mulher de cabelos pretos parada com um sorriso no rosto.

- boa noite – falou ela.

- boa noite – falei.

- Mike, essa é Marienn minha esposa.

Ela se aproximou de mim e nós apertamos as mãos.

- é bom finalmente conhecê-lo – falou ela.

- também é bom conhece-la – falei – nossa você é tão bonita.

- obrigada – falou ela.

Havia duas crianças na sala. Uma garotinha e um garotinho mais novo brincando.

- esse é Haley minha filha – falou Stephen – filha vem aqui dizer oi para seu irmão.

Haley então se levantou com um sorriso no rosto e reverenciou como se fosse uma princesa.

- bem vindo – falou ela estendendo a mão. Eu apertei a mão dela.

- obrigado – respondi.

Meu pai então pegou o pequeno garoto nos braços.

- esse garotão aqui é Scott. – diz oi para seu irmão Scott – falou meu pai.

Mas ele estava envergonhado e abraçou meu pai.

- ele está tímido, mas espera até amanhã – falou meu pai.

- mostre o quarto do Mike – falou Marienn pegando Scott nos braços.

- por aqui – falou meu pai indo até as escadas e subindo. Eu o segui. A casa deles era enorme parecia uma mansão de tão grande.

Nós chegamos a um corredor e ele me mostrou o segundo quarto á esquerda.

- esse aqui é seu quarto – falou meu pai abrindo a porta.

- é grande – falei entrando – vou me sentir confortável aqui.

- ele foi montado depois que te encontrei. Eu pensei como você gostaria.

- ficou muito bonito.

Meu pai entrou no quarto comigo.

- tem tudo o que precisa como toalhas, chinelos e o guarda-roupa está cheio de roupas que comprei para você. Depois de quiser experimentar, mas acho que vai servir, pois é tudo do tamanho que você falou.

- obrigado – falei

- vou deixar você à vontade para tomar um banho e relaxar um pouco, daqui uma hora mais ou menos desce para podermos jantar. Meu pai então fechou a porta do quarto saindo e eu fiquei lá sentado na cama incerto se eu me acostumaria com minha nova vida, mas como dizem: nessa vida você se acostuma com tudo.

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