CAPÍTULO 67: Maldito Karma
Parte da série Paixão Secreta
Eu acordei naquele sábado ás 10h00min da manhã. Eu me levantei, lavei meu rosto.
- bom dia amor – falou Roman deitado na cama acabando de acordar.
- bom dia – falei indo até ele e dando um selinho na boca dele – está na hora de trazer uma escovas de dentes minha pra cá.
- seria ótimo – falou ele rindo e esticando os braços.
- eu vou lá em baixo – falei pegando o celular.
- vai ligar para quem?
- vou ligar para o meu pai... quer dizer... Stephen.
- pode chama-lo de pai se quiser sabia? – falou Roman.
- eu não me sinto confortável.
- não se trata de ser confortável. Eu sei que é por causa do seu pai Larry.
Eu disfarcei e cocei o pescoço.
- pode dizer, você tem medo de que seu pai fique com raiva de você.
- sim – falei sentindo minha respiração.
- o chame de pai Mike – falou Roman. – o que importa é o que você sente, se você quer chama-lo de pai, chame-o de pai. não importa o que os outros pensem. Eu sou esse tipo de pessoa. Você pode chama-lo de Stephen na frente do seu pai, mas enquanto estiver comigo e com seus amigos não esconda o que sente com medo de julgamentos. Eu não gosto que as pessoas reprimam um sentimento apenas para fazer outra pessoa feliz, ou se sentirem bem. Por exemplo: nunca se assumir, não dizer que gosta de um filme, de uma comida ou de uma pessoa. Se você sente algo, se expresse, conte para o mundo.
- ok – falei respirando fundo – vou lá em baixo ligar para meu pai Stephen.
- ok – falou ele rindo – bem melhor assim.
Eu fui até ele e dei um selinho na boca dele, mas ele não me deixou ir e me deu um beijo de língua.
- te amo – falei dando um selinho na boca dele.
- também te amo – respondeu ele.
Eu então desci as escadas e fui para o lado de fora da casa em frente à piscina e peguei meu celular e coloquei para chamar. Minha barriga doía de tanto nervosismo.
- alô – falou ele atendendo.
- Stephen? Sou eu o Mike.
- oi meu filho – falou ele. Eu senti uma pontada de felicidade quando ele disse aquilo- eu parecia uma criança de oito anos quando falava com ele. Tinha aquela alegria boba que toda criança tem.
- eu queria te perguntar algo. meu pai Larry gostaria que você almoçasse lá em casa, será que poderia hoje.
- filho infelizmente ouve um problema e eu tive que voltar para casa estou em New Hampshire agora.
- que pena.
- é mesmo uma pena, mas podemos marcar esse almoço para o próximo sábado, tudo bem?
- pode sim – falei um pouco decepcionado.
- ok, te vejo no sábado então.
Eu não respondi nada.
- alô? Tem alguém na linha.
- eu estou aqui – falei.
- fica combinado?
- você vai mesmo voltar? – perguntei sentindo meus olhos se enchendo de lágrimas.
- vou sim – falou ele – fica tranquilo eu vou voltar.
- ok – falei me segurando.
- te vejo no sábado então? – perguntou ele.
- sim – respondi.
- até sábado então filho.
- até – falei dando uma pausa. – papai?
- o que?
- eu te amo papai – falei caindo em prantos. Eu chorei como se nunca mais fosse vê-lo. Eu estava com saudades dele. Era triste saber que estávamos tão longe.
- também te amo filho – falou ele. – te amo muito, não chora... por favor.
- não consigo – falei ainda chorando.
Eu senti a mão de Roman no meu ombro esquerdo e ele se sentou na cadeira atrás de mim e chegou junto a mim me abraçando por trás e beijando minha nunca e alisou minha barriga me reconfortando.
- papai te ama filho. Não chora, não precisa ficar com medo eu vou voltar. Se depender de mim eu nunca vai vou desaparecer da sua vida.
- que bom – falei ainda emocionado. – eu estou tão feliz por ter te conhecido.
- estou muito feliz também. – falou ele.
- tudo bem – falei respirando fundo. – vou parar de chorar então – falei já me sentindo melhor.
- está bem? – perguntou ele?
- estou.
- limpa os olhos e trata de colocar um sorriso nesse rosto não quero saber que você está triste ok?
- ok – falei.
- eu te amo filho – falou ele.
- te amo pai – falei – te vejo no sábado.
- até lá – falou ele desligando o telefone.
- está se sentindo melhor? – perguntou Roman.
- estou sim – falei me sentindo melhor. É incrível como nos sentimos depois de chorar por saudades e amor, nos sentimos tão leves.
- está vendo? Eu disse que era bom liberar seus sentimentos. – falou ele virando minha cabeça e beijando meu rosto. – ele vai vir para o almoço?
- sábado que vem.
- ótimo, agora você tem uma semana para preparar tudo.
- sim. – falei rindo e sentindo o sol na minha pele – amor eu posso te perguntar uma coisa?
- pode – falou ele.
- você acha que eu posso amar os dois ao mesmo tempo e termos o mesmo amor um pelo outro? Posso amar meu pai Larry e meu pai Steve?
- claro que pode – falou ele.
- sei lá… você acha que é possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?
- eu acredito fielmente nisso – falou Roman. – o que importa é que amemos.
- obrigado por seus conselhos – falei me levantando e ele se levantou e demos um beijo bem gostoso.
Nós entramos e estávamos a caminho das escadas quando meu celular tocou.
- vai subindo, vou atender – falei.
- tudo bem – falou ele subindo as escadas. Eu peguei o celular e vi que era Denny.
Eu atendi.
- alô? Mike?
- sou eu – falei.
- você ontem foi embora sem falar comigo, está com raiva de mim?
- você ainda pergunta?
- pergunto sim.
- Denny, o cara drogou meu pai, estuprou ele inúmeras vezes, depois tentou me matar e você me diz que está saindo com ele?
- todos merecem uma segunda chance.
- é? Ladrões merecem segunda chance, viciados merecem uma segunda chance, na minha opinião estupradores merecem levar na bunda com arame farpado.
- nossa... não sabia que pensava assim. Você mudou Mike.
- eu não te conheço mais Denny.
- você está sendo preconceituoso, estupradores merecem outra chance como todos. Você não pode desejar o mesmo á eles.
- é? Deixa eu te contar uma novidade. Quando meu pai descobriu que tinha sido estuprado ele começou a beber muito e você se lembra disso.
- sim, me lembro.
- pois bem, uma noite cheguei em casa e sabe o que meu pai fez? Me estuprou Denny.
- o que?
- sim, isso que você ouviu.
- e você acha que seu pai merece levar no rabo arame farpado?
- claro que não. Foi diferente.
- não foi diferente.
- é claro que foi – falei com raiva. – e eu digo e repito Charley tem é que ser preso e virar garotinha dos presos de lá.
- bom... eu me sinto melhor agora – falou Denny.
- como assim?
- bom, com uma opinião dessas você mereceu ser estuprado pelo sue pai.
Eu senti um choque com aquelas palavras.
- como é que é? – falei indignado.
- isso que você ouviu – falou Denny - Não sou o Dalai Lama, Não sou Sai Baba, mas isso me parece apenas o Karma.