CAPÍTULO 61: Escapar
Parte da série Paixão Secreta
Assim que cheguei em casa eu arrumei toda ela, tirei pó de tudo arrumei os nossos quartos e lavei todas as nossas roupas. Eu então pensei no cardápio do jantar.
Eu me sentia um pouco culpado pelo o que tinha feito, não era bem traição não adiantava eu guardar raiva e rancor do meu pai biológico o sangue grita mais alto. Eu sempre agi indiferente sobre conhecê-los, mas na hora que conheci tudo o que queria fazer era chorar e abraça-lo. Eu estava feliz por tê-lo conhecido, mas imaginava que meu pai não receberia a noticia tão bem quanto eu.
Eu preparei o jantar e ás 19:00 meu pai chegou.
- boa noite filho – falou ele entrando pela porta e me dando um beijo no rosto.
- boa noite – falei.
- você chegou cedo.
- eu vim embora mais cedo do trabalho.
- porque aconteceu alguma coisa?
- para dizer a verdade sim.
- o que? – perguntou ele.
- eu gostaria de falar sobre isso depois do jantar, pode ser?
- pode sim, mas você me deixou curioso então vamos jantar agora e rapidinho apenas umas duas colheradas.
- engraçadinho. Eu fiz o jantar vamos comer com bastante calma e depois eu falo o que aconteceu.
- tudo bem – falou ele – vou lá em cima trocar de roupa e nós já jantamos.
- ok, eu vou arrumar a mesa enquanto você se troca.
Ele subiu as escadas e eu arrumei a mesa. Fiz o prato preferido do meu pai, fiz suco de polpa de laranja que ele adora bem gelado, sem açúcar e com gelo. Eu estava mimando bastante meu pai porque eu não sabia bem como ele se sentiria.
Eu me sentei a mesa e fiquei esperando ele chegar. Ele se sentou á mesa comigo e colocamos a comida e começamos a comer.
- então como foi seu dia? – perguntou ele.
- foi bom e o seu?
- ótimo. – falou ele comendo. – você cozinha bem, mas hoje você foi perfeito – falou ele.
- obrigado, eu fiz o suco que o senhor gosta vou colocar para o senhor.
Eu peguei a jarra e coloquei o suco e entreguei o copo para ele e voltei a me sentar.
- obrigado – falou ele.
Agora era a hora, ele estava comendo e tinha gostado da comida então era hora de jogar a bomba.
- pai, eu quero te contar uma coisa...
- pode contar, estou curioso – falou ele.
- eu não sei qual vai ser sua reação.
- se você tiver terminado com Roman eu vou ficar chateado.
- não é… porque supôs logo isso?
- nada, foi à primeira coisa que veio em minha mente.
- bom eu quero que ouça sem fazer perguntas.
- tudo bem.
- no começo dessa semana quando fui trabalhar de metrô aconteceu algo. uns homens pararam o metrô no meio do percurso e me arrastaram para fora do metrô dizendo que eu era criminoso. Como o senhor sabe, eu não sou. Eles então me levaram até um carro e me obrigaram a entrar.
- porque não me contou isso?
- pai, sem perguntas.
- ok – falou ele.
Eles me levaram até um hotel cinco estrelas e me colocaram dentro de um apartamento. Havia dois homens lá dentro. Eles não me machucaram, mas me pediram para retirar um pouco de sangue para um exame e eu deixei. Hoje a tarde eles me ligaram e disseram os resultados.
- você está doente?
- não.
- então porque tanto rodeio me conte logo.
- se acalma pai, não tem nada de errado comigo.
- então porque não diz logo? Uns homens te sequestram e pedem um pouco de sangue em troca de liberdade, você dá o sangue fica livre e Não vai a policia? Não me conta nada?
- pai fica...
- não vou ficar calmo.
- por favor pai, deixa eu terminar – falei estressado.
- vamos agora á delegacia e você vai descrever esses homens – falou ele se levantando.
- era um exame de paternidade – falei me levantando.
Ele parou de falar e ficou paralisado me olhado.
- era um exame de paternidade. – pausei por alguns segundos e continuei – Eu conheci meu pai biológico hoje.
Meu pai não disse nada e apenas se sentou outra vez.
- diz alguma coisa – falei me sentando também.
- quando vai ser? – perguntou ele.
- quando vai ser o que?
- a mudança. Você com certeza vai querer viver com ele afinal ele é seu pai verdadeiro – falou ele sério.
- você é meu pai verdadeiro – falei olhando para ele.
- ele estava te procurando?
- sim, estava.
- e como você sabe que é ele mesmo?
- pai, ele fez o exame.
- você não precisava conhecê-lo podia ter ido embora.
- nem deu tempo de pensar sobre isso ele entrou de uma vez no apartamento.
- você poderia ter se recusado a conhecê-lo.
- pai, eu não quis fazer isso. Eu quis conhece-lo.
- é sempre assim – falou ele se levantando – nós criamos os filhos e quando crescem não ligam mais para os pais que dedicaram a vida para cria-los.
- você queria que eu renunciasse a ele? – falei me levantando.
- você sempre me disse que não tinha vontade de conhecer seus pais biológicos.
- eu também achei que não tinha até vê-lo.
- não engulo isso – falou meu pai.
- pai, deixa de ciúmes! Você é meu pai. eu disse para ele hoje que você é o único pai que eu tenho.
- me deixa em paz – falou ele subindo as escadas e logo eu ouvi a porta do quarto dele batendo.
Eu fiquei chateado com ele, mas iria dar um tempo sozinho a ele. Eu arrumei a cozinha toda e em seguida eu subi as escadas e fui até o quarto dele. eu abri a porta e ele estava sentado na cama com várias fotos nossas espalhadas na cama. Ele olhava elas.
- pai, posso falar com você?
- foi pelo o que eu te fiz? – falou ele olhando para mim – se foi pelo o que eu te fiz eu entendo.
- não tem nada á ver com isso pai – falei entrando e fechando a porta – eu não premeditei isso, eu nunca imaginei que o conheceria você tem que entender o meu lado.
Ele olhou para as fotos e limpou os olhos que começaram a lacrimejar.
- pai deixa de ser bobo – falei me sentando ao lado dele na cama e colocando a mão na cabeça dele e alisando seus cabelos. – você ainda é meu paizão. Meu único pai aquele que cuidou de mim.
- desculpa por isso – falou ele.
- não precisa se desculpar eu sabia que você ficaria com ciúmes.
- é que eu te amo tanto.
- também de amo pai – falei abraçando ele – conhecer ele não vai diminuir o amor que eu sinto por você.
- eu sei – falou ele.
Nós ficamos alguns segundos em silêncio.
- pai eu sei que pode parecer egoísmo, mas eu estou feliz hoje. Estou feliz por tê-lo conhecido eu sei que pode parecer ingratidão e traição, mas eu fiquei feliz em conhece-lo – falei enchendo os olhos de água – eu não queria pai, eu queria odiá-lo por ter me abandonado, mas eu não consigo. Eu gostaria de fingir para você que não me importei em conhece-lo, mas a verdade é que eu gostei muito não consegui nem voltar ao trabalho e tudo o que sinto no momento é vontade de vê-lo outra vez.
Ele me abraçou e eu chorei em seu ombro.
- não precisa chorar – falou meu pai – desculpa por ter feito isso eu devo entender o seu lado.
- é errado? Sentir isso? O normal não deveria ser eu odiá-lo? – perguntei.
- nunca é normal odiar alguém – falou meu pai – você não está fazendo nada errado. Pais e filhos se amam incondicionalmente às vezes ficamos com raiva, mas logo passa porque o coração não guarda mágoa de um pai no coração de um filho.
- eu sei – falei limpando meus olhos.
- quer saber? – falou meu pai me soltando – eu quero conhece-lo.
- tem certeza? – perguntei.
- tenho. Afinal de qualquer forma agora ele está na sua vida e eu não quero que você tenha que separar os sentimentos por causa de ciúmes meu.
- obrigado – falei – eu te amo paizão – falei dando um beijo no rosto dele.
O interfone então tocou.
- eu atendo – falei.
- vou guardar essas fotos.
Eu então desci as escadas e atendi ao interfone.
- quem é? – falei atendendo.
- sou seu – falou a voz do Roman.
- Roman? – falei – já vou abrir pra você.
Eu fui rápido até o portão e abri.
- oi seu sumido – falou ele se aproximando e me dando um selinho – você estava chorando? Aconteceu algo?
- sim! Eu estou muito feliz – falei – preciso te contar algo, vamos entrando – falei fechando o portão quando ele entrou e logo nós entramos pela porta e meu pai desceu as escadas.
- boa noite – falou Roman apertando a mão do meu pai.
- boa noite – falou meu pai.
Eu não quis contar na frente do meu pai então deixei para mais tarde quando estivéssemos sozinhos.
- então... Mickey eu vim te buscar para nós irmos para uma boate.
- boate? Você disse que não gosta disso.
- eu liguei no seu celular a tarde toda, mas você não atendeu. É que hoje é aniversário do meu assistente.
- aniversário? assistente? Você tem assistente?
- tenho – falou ele.
- como eu nunca fiquei sabendo disso? Você tem um caso com ele?
- o Mickey ciumento eu ainda não conhecia. – falou ele rindo. – sim, eu tenho assistente. Ele é como você na sua empresa.
- eu sei muito bem o que os assistentes fazem quando estão fazendo hora extra… – falei.
- você sabe? Então você faz o mesmo?
- claro que não – falei rápido.
- então o que os assistentes fazem com os chefes quando estão fazendo hora extra? – perguntou meu pai – você faz bastante hora extra passa até a noite fora.
Meu pai olhou para Roman brincando
- é bom saber disso Roman, seja lá o que os assistentes fazem na hora extra com os chefes saiba que 1 vez por mês Mike passa a noite com o chefe.
- quer saber? Esquece – falei me sentando no sofá – você vai esperar eu me arrumar?
- sim eu espero – falou ele.
Eu então subi as escadas para me arrumar para ir a festa.