CAPÍTULO 57: 30 Minutos ou Menos
Parte da série Paixão Secreta
Eu estava sentado de frente para eles sem saber em como teria parado naquela situação. Eu estava a caminho do trabalho e agora estava sentado em um sofá dentro de um apartamento em um hotel de frente para dois homens que eu nunca tinha visto antes da minha vida.
- quem são vocês? E porque fizeram isso comigo?
- você vai entender tudo. – falou Terrence.
- desculpe Terrence, mas estão me dizendo isso desde que me arrancaram de um metrô hoje mais cedo e até agora eu não entendo nada.
- podem e chamar de Terry e me perdoa pelo o que aconteceu. Espero que não tenha se machucado.
- para falar a verdade não me machuquei não. – falei. – mas então, vão retirar os meus órgãos?
- fique tranquilo, só vamos fazer o que você permitir.
- como assim? Quer dizer que vão me cortar.
- não – falou Dr. Potter.
- Mickey, posso te chamar por Mike?
- pode sim – falei.
- Mike, eu preciso conversar algo muito sério com você.
- pode falar – falei ansioso, pois agora já estava mais tranquilo, mas continuava nervoso.
- Mickey, eu preciso que você nos deixe fazer alguns exames em você.
- exames? Que tipo de testes?
Terry olhou para o médico.
- agora me veio uma questão... como conseguiram parar o metrô? Como sabia que eu estava lá
- é muito importante Mike – falou Terry – nós tivemos a ajuda de uma pessoa.
- que pessoa?
- você não sai saber agora e nem hoje quem é essa pessoa, mas você precisa entender que quem fez isso tem muita influência.
- entendo – falei.
- antes de explicar algo, eu vou precisar que você deixe o Dr. Potter retirar sangue de você.
- por quê?
- eu sei que é antiético retirar sangue de alguém e não dizer quais serão os testes feitos, mas eu preciso que você nos deixe tirar.
- eu não sei. E se vocês forem roubar os meus órgãos?
- meu deus, quem te falou sobre roubo de órgãos? – falou Terry rindo – se nós fossemos roubar seus órgãos não te sequestraríamos em plena luz do dia no metrô e não te colocaríamos em um hotel cinco estrelas.
- tudo bem, eu deixo você tirar o meu sangue com uma condição.
- qual? – perguntou Terry.
- eu quero ir embora. Eu não quero ficar aqui esperando o resultado.
- eu não vou poder atender essa especificação.
- então eu não concordo com isso.
- você tem que entender o meu lado.
- você é que tem que entender o meu. Sei lá quem enviou vocês, arruma um jeito de ligar para ele e dizer que eu concordo em fazer o exame se algum dos seus capangas ou, sei lá o que, me deixarem na porta do meu trabalho. Diga para ele que quando tiver os resultados do exame e quiser me ver outra vez já sabe em qual estação de metro eu pego.
- vou ter que ligar para ele – falou Terry se levantando – espera só uns minutos – ele então saiu do apartamento e eu fiquei lá junto com o médico. O silencio tomou conta do local.
- você pode ficar tranquilo, não vamos roubar seus órgãos – falou ele.
- estou tranquilo quanto a isso, eu estou mais preocupado agora é em saber como vocês sabem meu nome, em qual metrô estava, o vagão exato e o local aonde eu trabalho porque posso apostar que vocês sabem disso.
- sabemos sim – falou Terry entrando no apartamento de novo.
- e então? Estou livre se eu fizer o exame?
- sim – falou Terry, ele disse que você pode ir e vamos te encontrar quando tivermos feito todos os testes, mas ele advertiu que não vá à polícia porque não vai adiantar em nada.
- nem pensei nisso – falei.
- então podemos fazer os testes?
- podem – falei.
Dr. Potter então pediu que eu me sentasse á mesa e apoiasse meu braço em cima dela. Eu me levantei e fui até a cozinha e coloquei meu braço. Ele amarrou uma borracha no braço e pegou uma seringa e retirou o sangue.
- prontinho – falou o médico me entregando um algodão para que colocasse no braço.
- posso ir agora?
- Pode sim – falou Terry.
- ótimo. – falei me levantando – e quando quiser falar comigo outra vez é só me ligar, não precisa enviar um monte de homens dizendo para todos que sou um criminoso.
- tudo bem – falou ele.
- posso sair? Simplesmente sair andando?
- sim.
- onde está meu celular, um deles lá fora pegou.
Terry abriu a porta e em seguida foi lá fora e alguns segundos depois voltou com o meu celular.
- obrigado – falei pegando – são quase 08h00min vou chegar atrasado.
- não se preocupa um daqueles homens vai te deixar aonde você quiser.
- tudo bem.
Eu sai pela porta e perguntei qual deles me deixaria na porta do meu trabalho. Um deles disse para que eu o acompanhasse e depois de descermos pelo elevador logo estávamos de fora do hotel. Eu entrei no carro e disse o endereço e ele colocou no GPS.
40 minutos depois estava na porta do trabalho. Estava 30 minutos atrasado. Eu sai do carro e entrei no prédio. Eu entrei no elevador e logo estava no 20º andar. Eu fui direto até a sala de Adam e bati na porta.
- pode entrar – falou Adam.
- bom dia – falei.
- boa tarde – respondeu ele.
- desculpa pelo atraso.
- eu estou só brincando – falou Adam – porque se atrasou?
- eu fui ao médico, mas não peguei o atestado, mas pode olhar meu braço furado eu tirei um pouco de sangue.
- tudo bem – falou ele olhando o algodão cheio de sangue.
- você mesmo pode ter furado esse buraquinho.
- se eu fosse mentir faltaria o dia inteiro não só 30 minutos.
- sei... – falou ele rindo.
- bom, só avisar para que não esqueça que a reunião é hoje.
- sim, eu não esqueci. Por falar nisso... Como foi no psicólogo?
- fui bem, meu pai até que aceitou numa boa.
- fico feliz e se precisar conversar com alguém além do seu psicólogo saiba que estou aqui. Ainda somos amigos não é?
- somos sim – falei.
- pois então, se quiser conversar estou aqui.
- vou me lembrar disso, mas agora deixa eu ir trabalhar.
Eu me levantei e sai pela porta pronto para iniciar meu trabalho e ainda um pouco chocado pelo o que tinha acontecido.