CAPÍTULO 46: Todo Esse Jazz
Parte da série Paixão Secreta
Depois do susto foi um pouco perturbador trabalhar porque todos os clientes que entravam na sala de Adam eu imaginava eles transando, mas eu relaxei um pouco depois do almoço e também fiquei animado porque iria sair com Roman. Por volta dás 15h00min todos apareceram para a reunião secreta que eu não participava.
- boa tarde – falou Xavier vindo até mim e apertando minha mão.
- oi Mike- falou Vanessa vindo até mim – você pode tirar uma cópias desses papéis para mim por favor?
- posso sim – falei pegando os papéis.
Enquanto eu tirava as cópias Fritz chegou junto com Kenn e por um milagre nem olhou na minha cara e ficou conversando com Kenn.
- ainda bem – pensei comigo – será que esse homem finalmente desencanou de mim?
Depois de tirar as cópias eu voltei a ficar de frente para todos e vi Kenn e Fritz trocando caricias discretamente. Tinha sido um avanço para o relacionamento deles, eles tinham que ser felizes.
Logo chegaram Gray e Steve. Steve como sempre chegou com sua cara arrogante de sempre e veio até mim.
- boa tarde – falou ele.
- boa tarde.
- Mike será que você pode conferir esses papéis, por favor?
- sim, qual o problema com eles?
Steve então falou quase cochichando.
- é a primeira vez que Kenn faz esse trabalho e eu não confio muito nele, será que você poderia conferir para saber se está tudo certo?
- claro – falei pegando a enorme pasta. – você está com pressa?
- não, pode me entregar amanhã de tarde. – falou Steve. – obrigado.
- por nada – falei.
Adam então chegou do horário de almoço.
- boa tarde – falou ele cumprimentando todos. – vamos todos para minha sala – falou Adam mandando eles entrarem.
Adam veio até mim.
- Mike, eu não vou receber ligações e ninguém enquanto estiver em reunião, tudo bem?
- claro.
- obrigado – falou ele olhando a corrente no meu pescoço. – que corrente bonita – falou ele pegando a corrente nos dedos.
- você achou? É do meu namorado.
- ele te deu de presente?
- mais ou menos, ele me deu para que eu não ficasse com muitas saudades dele.
- humm, finalmente encontrou um homem que vai te tratar direito? Ou é mais um cafajeste como Fritz ou eu? – falou ele rindo.
- estou com um bom pressentimento, até agora ele tem sido um amor de pessoa. Espero finalmente ter encontrado “o namorado”.
- fico feliz por você – falou ele franzindo a testa ainda olhando a corrente – muito bonita mesmo.
- eu dei a ele um broche que minha mãe me deu.
- você gosta mesmo dele.
- estou gostando sim.
- fico feliz por você – falou Adam – eu vou para a reunião ok?
- ok.
Ele então entrou na sala e a reunião começou. Por volta das 16h50min todos eles saíram da sala a reunião finalmente tinha chegado ao fim. Todos foram embora e por incrível que parecesse Fritz não tinha falado comigo. Era um milagre a ser comemorado.
Assim que deu a hora de eu ir embora eu arrumei tudo na recepção e desci correndo no 5º andar para tomar um banho. Por sorte eu deixava camisas e cuecas reservas no meu armário e só usei a mesma calça.
Ás 18:25 eu estava pronto e desci de elevador e logo estava na porta da empresa esperando por ele. Eu esperava um carro, mas ele me surpreendeu chegando de fininho pelo outro lado e me assustando.
- que susto – falei.
- não resisti – falou ele colocando as mãos na minha cintura e me dando um selinho.
- vamos a pé? – perguntei.
- eu pensei que seria melhor, dessa maneira podemos conversar, mas se preferir...
- não. A pé está ótimo, dessa maneira nós podemos ir de mãos dadas. – falei pegando a mão dele e segurando.
Nós seguimos a pé para o restaurante.
- e então? Que restaurante é esse?
- é um restaurante muito bom e agradável, a comida é ótima.
- você disse que tem música ao vivo?
- sim, só não sei se o tipo de música que eles tocam vai te agradar o quanto me agrada.
- eu não tenho problema com nenhum gênero, de fato eu sou bem eclético, já me peguei cantando até Eminem.
- sério?
- seríssimo. – falei.
Nós passávamos por uma praça muito bonita e iluminada.
- essa praça é tão bonita – falei.
- é mesmo – falou ele parando – vamos tirar uma foto – falou ele pegando o celular.
Nós então ficamos bem juntinhos e ele mesmo tirou uma foto nossa.
- me dá um beijo – falou ele.
Nós então colamos nossos lábios para que ele tirasse uma foto.
- prontinho – falou ele guardando o celular.
- depois eu quero que me envie essas fotos.
- pode deixar – falou ele e nós seguimos caminho.
Depois de 15 minutos de caminhada eu longe eu ví um restaurante.
- é quele? – perguntei.
- sim – falou ele.
- “La Vie Bohème” – lí em voz alta – é francês?
- apenas o nome – falou Roman.
Nós chegamos na entrada do restaurante e ele dessa vez não precisou de reservas. Ele entregou um bolo de dinheiro para o metre e ele pediu a melhor mesa do lugar.
Ele nos levou para uma mesa em frente ao palco. Tinha um grupo no palco tocando Jazz.
- Jazz? – perguntei para ele.
- sim, a música que eu amo, eu sou apaixonado – falou ele fechando os olhos ouvindo a música – a minha segunda paixão. – falou ele
- qual sua primeira?
- adivinha – falou ele abrindo os olhos com um sorriso.
- eu posso me acostumar com isso – falei ouvindo a canção.
Antes que eu terminasse de dizer isso eles começaram a tocar a canção de abertura do musical “Chicago”.
- meu deus do céu – quase gritei no restaurante – eu adoro essa música.
E logo surgiu uma cantora e alguns dançarinos e eles começaram a interpretaram a canção. Quando acabou todos aplaudiram e Roman foi até a interprete e apertou a mão dela e agradeceu o número.
- você fez isso? – perguntei para ele.
- surpresa – falou ele se sentando outra vez á mesa com um sorriso.
- obrigado – falei dando um beijo na boca dele – como você sabia?
- eu vi no seu perfil no facebook
- nossa, mas faz uns dois anos que não conecto no facebook.
- não foi nem preciso você conectar atualmente eu fui ao seu perfil e vi seus gostos musicais. Agora me fala, existe coisa mais gostosa do que um musical que toca Jazz?
- obrigado – falei segurando a mão dele em cima da mesa.
- não foi nada – falou ele.
Logo que os performers saíram do palco os músicos começaram a tocas outras canções de Jazz. Eu realmente estava me apaixonando por aquele ritmo.
Logo o garçom veio e nós fizemos o pedido. Roman pediu um champanhe afinal era uma bebida que não tinha muito álcool e aquela noite estava sendo especial.
O champanhe chegou e nós brindamos aquele momento.
- eu gosto muito da sua companhia – falei – eu realmente não quero te ver só uma vez por semana, você está sendo uma das melhores coisas que aconteceu comigo nos últimos meses.
- fico feliz por saber disso e quero que você saiba que eu estava em um buraco até o dia em que te conheci. Aquele encontro no sábado realmente me fez o homem mais feliz da terra.
- um brinde á nós. – falei.
Nós batemos as faças de leve e tomamos um gole e em seguida nos aproximamos para um beijo, mas fomos interrompidos com meu celular vibrando.
- aff... que droga – falei colocando a taça em cima da mesa e pegando o celular. Era o babaca, idiota, entojo do Fritz. Eu apenas ignorei a chamada e desliguei o celular.
- me desculpa – falei olhando para ele com um sorriso no rosto.
- era seu ex?
- era, me desculpa por isso.
- será que se você não contar que está namorando ele não para?
- hum, é capaz de ficar pior.
- sério?
- é sim. Ele é meio louco, mas vamos esquecer isso. A noite está tão perfeita.
A comida chegou e nós comemos e decidimos ficar um pouco mais ouvindo a música, mas dessa vez aproximamos as cadeira e ficamos juntinhos. Ele me abraçou com o braço direito e eu repousei minha mão esquerda na perna dele.
- você já ouviu um ritmo tão contagiante quando o jazz? Nossa, eu não sei te explicar o quanto eu gosto de jazz.
- levando em consideração essa noite eu posso dizer que jazz agora é meu gênero favorito. – falei alisando a perna dele. – obrigado outra vez pela música. – falei me aproximando e demos um beijo.
- vamos embora? – perguntou ele.
- vamos – mas não se esqueça que hoje eu pago.
- você não via fazer isso – falou Roman – essa noite é um presente meu para você então eu pago.
- eu concordo, mas o próximo é por minha conta.
- tudo bem – falou ele com um sorriso angelical no rosto.
Ele pagou a conta e nós dois saímos do restaurante.
- aonde você deixou seu carro? – perguntei.
- está estacionado na praça. – falou ele segurando minha mão e nós fomos andando. Algumas pessoas estavam atrás. A rua estava um pouco deserta. – foi um pretexto apenas para passarmos por lá outra vez. É muito lindo lá.
- é mesmo. – falei dando um beijo no rosto barbudo dele.
- suas bichas – falou uma voz. Cinco homens apareceram de uma sombra. Nós paramos de andar – vão queimar no inferno suas aberrações.
- com licença – falou Roman soltando minha mão e indo para minha frente. – vamos evitar confusão, não vamos deixar isso atrapalhar a noite de nós todos.
Enquanto Roman conversava com eles eu vi que todos eles estavam com pedaços de ferro e tacos de beisebol.
- Roman – falei segurando a mão dele.
- você vai ficar bem – falou Roman.
- você tem que morrer suas bichas. – falou um dos homens e eles se aproximaram de nós.
- hey seus valentões – falou uma mulher que estava com o namorado atrás de nós – porque vocês não respeitam o amor deles? – falou a mulher e o namorado ficando entre nós dois – quem vocês pensam que são para julga-los?
Logo um casal e amigos e um casal de namorados apareceram e ficaram na nossa frente.
- vocês são tão machos é? Precisam andar em cindo para bater em pessoas inocentes? – falou um homem que estava com a amiga.
- isso me revolta – falou a mulher do inicio – ficam jugando as pessoas como se fossem perfeitos, o que faz de vocês pessoas melhores do que eles ou eu? Somos todos iguais seus babacas.
- já chamei a policia – falou um homem desligando o celular.
- vamos embora – falou um dos homens – deixa essas bichas pra lá. Apareceu mais bichas para protege-los.
- isso não me ofende – falei olhando para ele – nós chamar de bicha, isso não nos ofende. Isso só mostra que vocês são um bando de covardes. Existe duas respostas para tanto preconceito como o de vocês, ou vocês são realmente um bando de babacas covardes ou estão presos no armário.
Um dos homens levantou o taco e veio em minha direção, mas todos na nossa frente gritaram por socorro e a policia chegou bem na hora. Os cinco homens saíram correndo.
Eu abracei Roman e fiquei olhando a policia chegar. Uma das viaturas saiu perseguindo os homens e a outra parou e dois policiais desceram.
Todos explicaram o que tinha acontecido, Roman contou como tinha sido abordado e enquanto Roman contava os policiais disseram que três dois cinco homens tinham sido pegos.
- o que vocês fizeram foi muito corajoso – falou um dos policiais – a maioria das pessoas teria corrido e o casal geralmente é espancado – eu fico feliz de saber que meu filho, que vai nascer em um mês, vai estar em um mundo em que as pessoas se preocupam com as outras.
Eu e Roman agradecemos a todos pelo o que tinham feito e tudo o que queríamos era chegar em segurança até o carro de Roman.
- nós vamos escolta-los – falou o policial. Então nós nos despedimos das pessoas e seguramos a mão um do outro e fomos andando e a policia ao nosso lado de carro nos seguindo.
- que susto – falei para Roman.
- eu também me assustei, senti medo por nós dois.
- eu também – falei deitando a cabeça no ombro dele por alguns segundos e depois levantando.
Logo nós chegamos na praça e Roman agradeceu os policiais e nós nos sentamos no banco da braça toda iluminada.
- obrigado pela noite – falei – foi perfeita.
- foi. – falou Roman me dando um beijo na boca. Nós ficamos abraçados por um tempo nos beijando.
- eu te amo – falei entre um beijo e outro. E logo parei de beijá-lo e coloquei a mão na boca – me desculpa Roman.
- porque?
- Nós estamos nos encontrando pela segunda vez e eu acabei de dizer “eu te amo”.
- não tem problema – falou Roman. – tem pessoas que namoram por anos e nunca dizem “eu te amo”.
- mas é muito cedo – falei
Ele segurou meu rosto em suas mãos e me deu um selinho
- Mickey, eu te amo – falou ele olhando nos meus olhos, ele alisou minha bochecha esquerda com o polegar – você acredita em mim?
Eu senti a respiração dele em meu rosto.
- acredito – falei.
- eu acredito no que eu acabei de te dizer. Eu apenas disse o que eu sinto. Você acredita no que disse?
- Nunca senti isso por ninguém, eu nunca disse “eu te amo” para nenhum dos meus ex-namorados. Eu estou sentindo isso no meu coração.
- isso é o suficiente pra mim – falou ele dando um beijo no meu rosto e depois um beijo na minha boca.