CAPÍTULO 43: Primeira Impressão

Parte da série Paixão Secreta

Estava quase no fim do expediente, era sexta-feira e finalmente tinha chegado o fim de semana. Eu não estava tão ansioso assim por causa do descanso, mas pelo meu encontro com Roman.

Pouco antes do fim do expediente todos os sócios e Kenn chegaram porque haveria uma reunião após ás 18h00min com todos. Adam saiu pela porta.

- todos estão aqui? Podem vir.

- eu também vou participar dessa reunião? – perguntei.

- não, nós vamos falar sobre o caso de Nova York e como você sabe é confidencial. – falou Adam.

- tudo bem então – falei.

- vejo você na segunda – falou Xavier.

- até – falei me despedindo de todos.

- até segunda – falou Fritz.

- até – falei sem olhar pra ele.

Eu peguei minha mochila e entrei no elevador com o destino sendo minha casa. Logo que cheguei em casa meu pai estava sentado assistindo televisão com um copo de uísque na mão. Eu dei uma olhada e disfarcei.

- boa noite – falei.

- boa noite – falou meu pai – não precisa se preocupar eu vou beber só esse copo.

- tudo bem – falei me sentando ao lado dele.

- pode ir, eu não estou mentindo.

- eu sei. – falei. – o senhor está bebendo por causa da data que se aproxima?

- não vou nem te responder – falou meu pai.

- tudo bem – falei me levantando – eu vou lá em cima tomar o banho, o senhor faz o jantar ou eu faço?

- vamos pedir comida fora.

- não precisa, eu faço.

- ok – falou meu pai.

Eu subi as escadas tomei um banho, logo que desci preparei o jantar e depois de comermos nós dois arrumamos a cozinha e enquanto eu lavava a louça e meu pai enxugava eu resolvi falar sobre o encontro que eu teria.

- pai amanhã eu vou sair à noite.

- com o Denny?

- não, digamos que é um encontro.

- como assim digamos que é um encontro? Tipo, é um encontro só que vocês vão só tranzar?

- pai! – falei envergonhado – isso é coisa de falar para seu filho?

- não precisa ter vergonha. – falou meu pai – eu já fui jovem eu sei como é.

- por favor, pior do que falar sobre eu transar é falar sobre você.

- desculpa. – falou meu pai rindo – mas pode ir tranquilo – falou meu pai.

- pai na verdade não é só um encontro casual, eu conheci um homem semana passada e nós marcamos um jantar para nos conhecer.

- ai sim eu vou ter que interferir.

- porque?

- eu fico preocupado com você conhecendo homens.

- não se preocupa pai se por acaso acontecer algo, um relacionamento não vai ser tão rápido como foi com Fritz.

- espero que sim, porque você viu no que deu apressar as coisas com ele.

- sim. Eu não quero mais brigas por bobagens e traições e eu deixei bem claro para ele.

- como é o nome dele?

- é Roman.

- ele trabalha com você?

- deus me livre, eu quero distancia dos homens daquele lugar. – falei terminando de lavar o último copo – eu o conheci lá na empresa, mas na verdade ele estava indo ao dentista.

- tudo bem então, mas tome cuidado para não cair em uma furada porque se outro homem te fizer sofrer e te tratar como Fritz te tratou, eu já vou chegar dando voadora.

- se você for bater em todos os homens que me fizeram sofrer no amor você vai ficar a vida toda procurando.

- mas falando sério – falou meu pai – eu torço para que dê certo, você precisa encontrar um homem que te dê valor. Você merece.

- acho que mereço – falei enxugando as mãos.

- e se tudo der certo eu gostaria de conhecê-lo.

- pode conhecê-lo amanhã porque ele vai vir me buscar.

- que droga, eu não sei se tenho munição para arma.

- engraçadinho – falei dando um beijo no rosto dele – eu vou me deitar.

- boa noite – falou ele.

Eu então fui me deitar ansioso pelo dia que viria.

Na tarde daquele sábado eu me arrumei, fiquei horas no banho limpando cada canto do meu corpo. Fazia tempo que não saia para conhecer alguém de verdade e eu estava animado e tudo tinha que sair primeiro, como iriamos a um restaurante indiano significava que o tipo de roupa era o mais confortável possível então eu coloquei uma camisa azul escuro com um desenho em dourado, uma bermuda branca que ia um pouco abaixo do joelho e meu converse preto e preto.

Eu escovei bem os dentes e lavei minha boca com enxaguante bucal, não esperava um beijo antes do jantar, mas era melhor estar prevenido.

Eu vesti minha roupa e fiquei esperando sentado, assistindo a TV. Foi quando começou a me bater o nervosismo e se eu estragasse tudo? E se eu estivesse trazendo um homem como Charley para dentro da minha? Ou pior e se ele me traísse também? Todo meu nervosismo teve que ser esquecido quando o interfone tocou anunciando que alguém tinha chegado.

- ele chegou falei me levantando.

- vou até lá com você – meu pai estava deitado no sofá e se sentou dizendo isso.

- nem pensar – falei – pai, olha o mico. Ele vai pensar que eu sou uma pessoa maluca e introvertida que precisa estar do lado do pai sempre porque não consegue se virar sozinho.

- ok – falou ele.

- eu vou perguntar se ele por acaso quer conhecer você, mas não garanto.

- tudo bem – falou meu pai continuando sentado.

Eu então fui até a porta e abri e em seguida atravessei o pequeno jardim e abri o portão.

- boa noite – falou ele com um sorriso no rosto.

- boa noite – falei – nossa, você está tão...

- o que? – perguntou ele.

- esquece, os elogios ficam para o segundo encontro.

- então vamos ter um segundo encontro? – falou ele rindo.

- sim – falei.

- vamos então?

- posso te pedir uma coisa?

- pode.

- será que você pode ir lá dentro dar um alô para meu pai, eu não queria pedir isso, mas eu conheço meu pai ele não vai ficar tranquilo.

- que fofo – falou ele com um sorriso – quem dera meu pai tivesse sido tão meigo quanto a minha sexualidade, o safado apenas me colocou pra fora de casa.

- sinto muito – falei.

- não sinta, isso fez de mim o homem que sou hoje – falou ele entrando no jardim e em seguida estávamos na porta da sala.

- pai – falei – ele estava deitado outra vez no sofá.

- oi – falou ele se levantando.

- esse aqui é o Roman.

Roman foi até ele e estendeu a mão.

- é um prazer te conhecer. – falou Roman apertando firme a mão do meu pai.

- digo o mesmo, meu nome é Larry – falou meu pai – então Roman, vai levar meu filho para jantar e depois vai trazê-lo direto para casa?

- pai!

- brincadeira – falou meu pai.

- não se preocupe eu vou trazê-lo em segurança para casa, é como eu estava dizendo agora a pouco para o Mickey, ele tem sorte de ter um pai tranquilo quanto à sexualidade dele, um pai que o apoia e o ama incondicionalmente. Eu realmente fico emocionado com isso. – falou Roman com um sorriso no rosto.

- ele sabe que eu amo ele demais, não consigo imaginar esses pais que rejeitam o filho apenas pela sexualidade.

- o meu pai – falou Roman – ele sempre foi muito tranquilo comigo, ele era como você é com Mickey, mas ele mudou a partir do momento que eu contei para ele que sou gay, mas não vamos pensar no passado, como eu disse, todos os obstáculos que eu tive na vida até hoje apenas me ajudaram a ser o homem que sou.

- concordo – falou meu pai.

- então... vamos? – falei nervoso.

– foi bom te conhecer – falou meu pai vindo até mim e dando um beijo no meu rosto – se for passar a noite fora me liga.

- tudo bem – falei.

- até mais – falou Roman.

Nós saímos de casa e logo estávamos na rua. Nós então entramos no carro e colocamos o cinto de segurança.

- seu pai é um homem muito bom, gostei dele.

- ele é um homem bom.

Ele então ligou o carro e nós partimos.

Comentários

Há 1 comentários.

Por jv em 2014-02-21 23:09:05
Q fofo, adorei